Sempre te amei. escrita por AnaClaudiia


Capítulo 5
Capitulo 5: Ciumes, lágrimas e culpa.




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Por Eduarda:
Eu olho pro Lucas ainda sem acreditar no que ele me propôs, mas logo consigo assimilar a pergunta e considerar a ideia:
Du: Sério? Eu e você, morando juntos... Uma casa só nossa?!
Ele que estava sentado ao meu lado se levanta e estendendo a mão pra mim me ajuda a me erguer também.
JL: É Du, imagina... Nós dois morando juntos, sem Maria Marta, sem comendador, sem os meus irmão brigando. Só a gente e o nosso filho. Vai ser perfeito!
Começo a imaginar a nossa vida, nós dois trocando as fraldas do Lekinho sozinhos, eu fazendo o almoço e o João Lucas ligando pra pedir uma pizza porque certamente eu iria salgar a comida demais ou de menos... Já estou quase topando essa aventura quando a razão fala mais alto e lhe faço uma pergunta:
Du: E a gente ia viver de que? Por que eu duvido que a sua mãe deixe você sair de casa e continuar a trabalhar na empresa... Ela vai fazer de tudo pra você ficar. Além do mais, o seu pai está super bravo com você, será que ele deixa você a continuar a trabalhar na ‪#‎Império‬? A gente ia morar aonde? Tipo... Seria o máximo! Mas acho que não daria certo. Não agora!
JL: Caramba Du, você quebrou o meu barato... Mas tu como sempre ta certa... Não quero levar você e o Lekinho pra morar de baixo da ponte e com toda certeza se eu sair de casa minha mãe vai dar um jeito de cortar minha grana até eu voltar...
Lucas senta de novo na areia e percebo que novamente está triste
Du: Ai Lucas não faz assim... Não fica triste que eu me sinto culpada!
JL: Não to triste por isso, é que sei lá, eu dependo muito da minha família sabe? As vezes eu penso em sair da Império, arranjar outro trampo... Mas ai eu vou fazer o que?
Du: Você sabe que eu vou te apoiar no que você decidir né?! Mas agora, eu acho que você deve esperar, ter paciência... Lembra aquele dia que seu pai passou mal e você foi o único que foi pra empresa? Você nasceu pra isso... Pra mandar! Você tem que se inteirar mais na empresa... Quem sabe um dia você não chega a ser o substituto do Comendador, em?
JL: As vezes eu penso nisso, em assumir o lugar do meu pai... Mas meus irmão parecem estar tão mais preparados que eu... Mas por outro lado, se eu mandasse naquilo tudo lá, eu podia sair de casa logo e ir morar com você e com nosso filho onde eu quiser!
Du: É isso ae, vamos lá se anima. E quer saber? Sua casa nem é tão ruim assim, os barracos que tem lá animam a gente, não dá pra ficar entediado naquele casa por muito tempo.
João Lucas sorri e novamente se levanta:
Du: Lucas, decide se você quer ficar de pé ou sentado, parece que ta brincando de: "Morto, vivo, morto..."
Ele ri do que eu lhe disse e me responde sorrindo:
JL: A brincadeira certa seria: "Vou pra casa, não vou pra casa, vou pra casa..."
Du: A gente vai ou não?
JL: Como eu estou de pé agora, a decisão por enquanto é ir... Mas acho melhor nos apresarmos antes que eu mude de ideia.
Eu sorrio para ele logo estamos a caminho do carro.
JL: Você vai no seu carro e eu vou no meu?
Du: Meu carro... - Disse rindo- O carro da sua mãe né?! Peguei ele sem nem pedir, ela vai me matar.
JL: Se o carro é da minha mãe, também é meu, e se é meu, é seu e do Lekinho também!
Du: Então tá né - disse rodando a chave do carro- Ah, e respondendo a sua pergunta: Não, você não vai no seu carro, já esqueceu que está proibido de dirigir pelos próximos anos?
JL: É sério isso Du?
Du: É sério Lucas, você pegou o carro e passou dos 120 km por hora, eu to muito nova pra ser viúva. Pelo menos esse mês você fica sem dirigir, pra refletir sobre o que fez- Disse imitando uma "voz de mãe"
João Lucas ri pra mim, tranca seu carro e logo se senta ao meu lado no bando do carona.
JL: Quando a gente chegar em casa mando o motorista da minha mãe buscar o carro.
Du: Beleza... Eae, partiu casa? Ta preparado pra encarar seu pai!
JL: Preparado não to não, mas com você do meu lado fica mais fácil né Du!
O nosso momento romântico voltou. Ficados alguns minutos nos beijando no carro quando finalmente corto o clima e lhe digo:
Du: Chega de me agarrar! Agora é hora de ir. Eu nem tomei café da manha e agora já é hora do almoço! Minha barriga ta roncando.
JL: Vamos almoçar em algum lugar primeiro... Depois a gente vai pra casa Du...
Du: Você ta me enrolando né Lucas? Qualé, você tem que encarar seu pai. Aposto que ele já se arrependeu do que disse, que quer pedir desculpas!
JL: Mas é que eu quero te levar pra comer fora... Vamos!
Eu percebo que isso é só uma desculpa, que o que ele quer mesmo é adiar sua ida pra casa, mas me sinto mal em recusar e então aceito. Enquanto dirijo em busca de um restaurante Lucas sugere um:
JL: Que tal o Vicente? Se nunca foi lá né?! Eu ainda não fui depois da reinauguração, mas se a comida estiver tão boa quando antes você vai adorar...
Du: Lucas, esse não é o restaurante que a Ísis trabalha? - Uma insegurança me invade, será que ele esta sugerindo esse restaurante só pra ver ela?
JL: É Du, quê que tem? É bom, ela vai ver a gente junto, ver que eu superei ela... Ver que eu te amo. Que você que é a garota que eu falei que ia casar... - Ele fala isso do jeito mais fofo possível e toda minha insegurança some, mas rapidamente está de volta:
Du: Mas se você quer que ela me veja, agora que não vou mesmo!
JL: Ué Du, por que?
Du: Olha pra mim? Quando você saiu de casa eu estava usando roupa de dormir, vesti a primeira coisa que vi. E ainda por cima to toda suja de areia... Nem vem amor, não quero que ela me veja feia assim!
JL: Para Du, você tá linda!
Du: Lucas, eu to até com o rímel borrado de chorar... Não, eu não vou!
JL: Vai sim, por favor - Ele encostou seus lábios nos meus e a cada selinho que me dava ia dizendo " Por favor, Por favor, Por Favor "
Confesso! Não consegui dizer não.
Du: Ta bom vai, mas ó: Quero sentar lá no fundo.
JL: Nem vem, a gente vai sentar pertinho da porta, pra todo mundo que entrar ver a mulher linda que eu tenho!
Ao chegarmos no Vicente dessemos do carro e caminhamos até o restaurante de mãos dadas. Estamos tão bem que nem parece que a algumas horas atrás tínhamos tido alguma briga ou frustração.
Quando chegamos na recepção quem nos atende é a Ísis. Nunca a tinha visto de tão perto, sempre foi as pressas, de dentro do carro. Ela é realmente muito bonita...
Ísis: Lucas... - Ela olha pra mim e pergunta- Você seria a Du?
Lucas: É, essa é a mãe do meu filho. A mulher que eu vou me amarrar pra toda vida.E me amarrar com a maior felicidade do mundo.
Ísis: É um prazer- Ela estende a mão pra mim e a minha vontade é não retribuir o gesto. Ela está sendo simpática, nunca me fez nada, nunca quis o Lucas. Mas me irrita ela ser tão perfeitinha assim, não confio nesses tipos de pessoa. Apesar de tudo, minha educação fala mais alto e eu a cumprimento também.
Du: O prazer é meu... O Lucas falava muito de você - Não sei porque disse isso, mas foi inevitável. Nesse momento um torta de climão se instalou perto da gente. Ela sorriu um pouco sem graça e logo nos levou até a mesa.
Lucas está me encarando e eu tento disfarçar o clima mudando de assuntos
Du: Eu achei que aqui só podia almoçar fazendo reserva antes... Essa é uma das vantagens de ser filho do Comendador? Chegar em um lugar e já ir sendo recebido - Disse e logo fingi um sorriso
JL: O que aconteceu Du? Por um momento achei que você não ia cumprimentar a Ísis... E depois você me vem com " Ele falava muito de você!" Quer saber, acho que não foi uma boa ideia vim aqui.
Du: Não foi mesmo... A Lucas, sei lá. Não sou obrigada a ser simpática com ela.
JL: Mas Du, ela nunca te fez nada... Eu que corria atrás, ela nunca me quis.
Du: É por isso mesmo- Percebendo que falei isso muito alto, me acalmo e continuo a lhe explicar meus sentimentos com a voz mais baixa- Eu olho pra ela e penso o que deve passar pela cabeça dela: Que eu sou seu conforto, o que deu pra você ter, um consolo, um bibelô... Ela é tão legal, toda feminina, bonita... Parece ser melhor que eu Lucas.
Nesse momento uma lágrima desce de meus olhos, lágrima essa que é rapidamente enxuta pelos dedos de Lucas. Ele coloca a cadeira mais próxima de mim e me abraça. Em meu ouvido ele sussurra:
JL: Eu pensei que essa insegurança toda tinha passado Du. - Ele para de me abraçar e fixa seus olhos no meu- Vê se você intende de uma vez por todas: Eu escolhi ficar com você por que te amo, não sei viver sem você. Pra mim tu é a mulher mais linda desse mundo, a mais simpática, a mais legal... Eu te amo, por favor para de duvidar disso!
Du: Eu não duvido que você me ame, mas você era obcecado por ela, e você não desiste fácil... Agora que seu pai e ela estão brigados, por conta da história que a mãe da Ísis contou, o que você vai fazer?
JL: Você não ta achando que eu vou atrás dela né?! Du, qual é? Eu te amo, não interessa se a Ísis está ou não com meu pai. Além disso, eu aposto que assim que meu pai cair na real eles voltam... E mesmo que não voltarem, eu sou seu, só teu! Capiche?
Du: Tá... Me desculpa toda essa insegurança, é que se falava tanto dela...- Nesse momento o Métri vem nos atender, eu não faço a miníma ideia do que são todos aqueles pratos então opto pelo mesmo que o João Lucas escolheu.
O decorrer do almoço foi muito bom. A comida era divina e depois da nossa pequena DR ficamos conversando sobre nomes de bebes, e como o Lucas ia reagir ao chegar em casa e reencontrar seu pai. Quando acabamos de comer Lucas paga a conta e vamos para o carro.
Quando chegamos perto do apartamento do Lucas, que segundo ele, agora também é meu, vemos uma movimentação estranha. Eu estaciono o carro e logo subimos com o elevador.
Ao abrir a porta Silviano está apreensivo:
Silviano: Onde você estava Master Lucas? Liguei um milhão de vezes, pra você também Senhorita Eduarda.
João Lucas me olha preocupado e logo responde Silviano.
JL: Desculpa, a gente desligou o celular... O que ta acontecendo aqui?
Silviano: Seu pai Lucas, ele teve um mal súbito...
JL: Ela está bem? Onde ele está?
Silviano: Master Lucas, sinto em ser eu a lhe dar esse notícia mas, o Comendador está morto.
Eu não acredito que isso está acontecendo, outro problema. O José Alfredo não podia morrer assim, depois de brigar com o Lucas, antes dele fazerem as pazes. Mantenho minha cabeça baixa, não consigo encarar Lucas. O conheço, sei o que ele está pensando. Deve estar se sentindo culpado, responsável pela morte...
Tudo fica em silêncio por alguns segundos, só consigo escutar a respiração do Lucas, finalmente o olho e ele está como eu imaginava: Inconsolável. Não me controlo e começo a chorar também, Lucas me abraça e me diz:
JL: A culpa é minha Du, eu o matei. Matei de desgosto!
Começo a chorar ainda mais, o Lucas não vai aguentar essa culpa. Choro também pela morte de meu sogro, mas não só por isso. O que João Lucas vai fazer agora? Será que vai conseguir se acalmar e entender que não é responsável pela morte do pai ou vai se desequilibrar novamente e se perder outra vez? Eu, apesar de conhece-lo bem, realmente não sei o que vai acontecer daqui pra frente!


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