Sempre te amei. escrita por AnaClaudiia


Capítulo 16
Capitulo 16: Alarme falso




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Por João Lucas

Confesso que estou um pouco perdido com todos os acontecimentos do dia. Me sinto um pouco atordoado, mil coisas passam por minha cabeça e não consigo assimilar nenhuma delas. Estou muito nervoso, preciso me controlar.
Tento me acalmar e colocar meus pensamentos em ordem!
1°: A Du está agora, em algum canto desse hospital, fazendo exames.
2°: Ela parecia estar entrando em trabalho de parto.
3°: Ainda não é a hora!

JL: Isso não pode estar acontecendo... - Digo a mim mesmo, enquanto espero sentado em um bando do hospital.
Vou até o balcão e tento falar com alguma enfermeira. Nenhuma delas tem informações sobre minha mulher.
Ligo para minha mãe e ela diz que já está a caminho. Me sento novamente e tento lembrar alguma oração.
Passados alguns minutos, não sei ao certo quanto, minha mãe chega já agoniada.
MM: Esses bebes não são só pro mês que vem meu filho? O que está acontecendo?
JL: Não sei mãe, ela começou a sentir algumas dores... Eu to com medo, me ajuda! - Digo a abraçando.
O tempo em que minha mãe morou lá em casa, mudou nossa relação. Hoje sinto que ela me ama, que se preocupa comigo.
MM: Não fique assim meu filho. - Diz enquanto afaga minhas costa.
Nós nos sentamos em um sofá qualquer da recepção e lá esperamos por mais alguns minutos.
JL: Mãe, se ninguém vier me falar nada, em vou invadir esse hospital! - Digo já impaciente.
Dr: Não será preciso! - Um médico, finalmente!
JL: Doutor, como está minha mulher? Meus filhos? Eles nasceram?
MM: Uma pergunta de cada vez meu filho! Assim não dá pro doutor responder...
Dr: A Senhora Eduarda está bem sim, ela quase teve os bebes prematuramente, mas felizmente, conseguimos reverter a situação!
JL: Os bebes, estão bem né?
Dr. Sim, eles aparentam estar bem... Na verdade, eles querem mesmo é nascer logo!
JL: Que bom... - Digo aliviado- E eu já posso ver ela?
Dr: Pode sim! Mas só você, não é bom ficar recebendo tantas visitas, além do mais, amanha já assinarei a alta dela. Claro que, você tem que me prometer que sua esposa fará repouso absoluto!
JL: Pode deixar Doutor! Se depender de mim, a Eduarda não vai pegar um copo sem minha ajuda!
Com a notícia de que só um de nós poderia falar com Eduarda, minha mãe se despede prometendo passar em casa amanha a noite.
Sigo uma enfermeira por um corredor gigantesco, até que ela me indica uma porta. Ao abri lá, encontro Du deitada sobre uma maca.
Ela parece estar dormindo, então entro sem fazer barulho e, chegando mais perto, lhe dou um delicado beijo na testa.
Mesmo com todo meu esforço em não acorda-la, ela desperta!
Du: Lucas... É você? - Diz ainda abrindo os olhos.
JL: Sim... Desculpa por ter te acordado!
Du: Tudo bem, meu sonho não estava tão bom assim...
JL: Quer contar? - Digo enquanto acaricio seus cabelos.
Du: Sonhei que estava em uma floresta e ouvia bebes chorando, eu tentava sair do lugar, ir procurar eles, mas nunca conseguia me mexer...
JL: Então quer dizer que eu te salvei de um pesadelo? Sou ou não sou o melhor marido de todos?!
Du: É o mais convencido, isso sim! - Diz sorrindo pra mim.
JL: Como você ta se sentindo?
Du: Ah, sei lá... Um pouco cansada de ficar nessa cama.. Já quero ir pra casa, não aguento mais ficar tomando soro!
JL: Amanha a gente já vai, mas eu sinto em lhe dizer que você vai ficar deitada por um bom tempo ainda!
Du: Ta me zoando né? Pra que? Não aguento mais, eu já to ótima. Só foi uma ameaça de parto, a bolsa não chegou nem a estourar!
JL: É Du, mas se você não repousar ela vai né? Eu não sei você, mas eu quero que os nossos filhos só nasçam quando estiverem prontos...
Du: Tá bom, você me convenceu. Eu tenho que pensar nos nossos filhos em primeiro lugar... Mas que vai ser chato ficar lá naquela casa o dia inteiro deitada, sem ninguém pra conversar isso vai!
JL: Ué, quem disse que se vai ficar sozinha?
Du: Não vou?
JL: Não! Vou conversar com minha mãe e tenho certeza que ela vai deixar eu ficar com você por esses dias... Aliais, ela tava aqui, disse que vai nos visitar amanha!
Du: Quem diria, Maria Marta indo me visitar...
Coloco uma cadeira do lado da cama de Du e fico ali conversando com ela por horas. Pegamos no sono quase que no mesmo momento, ela primeiro, eu só depois de velar seu sono por alguns minutos.
No outro dia, sou acordado por duas mãos macias fazendo carinho em meu rosto.
Du: Meu amor... Não acredito que você dormiu aí sentado!
Me arrumo na cadeira, e depois de me espreguiçar respondo.
JL: Ta tudo bem... Não ia fazer muita diferença dormir aqui ou naquele mini sofá ali - Disse apontando para o móvel no outro lado do quarto.
Du: Pois é! Isso porque é hospital particular... Se fosse público a gente teria que dividir a maca!
JL: Isso se tivesse uma maca né? - Nós dois rimos do que digo e ela, logo em seguida, começa a fazer esforço para se levantar da cama.
Fico de pé e faço sinal para que ela pare.
JL: Que isso Du? Tem que fazer repouso!
Du: Eu só vou no banheiro Lucas... - Diz um pouco brava por meu exagero.
JL: Tá bom, mas eu te ajudo! - Digo a pegando pelo braço delicadamente e a colocando de pé.
A levo até o banheiro e fico esperando na porta. Quando ela sai, se assusta comigo e diz:
Du: Chega Lucas, tá ficando chato!
JL: Só estou preocupado Du! Não quero que aconteça nada com vocês...
Du: Eu sei meu amor, mas você também tem que me deixar respirar né?
JL: Ta querendo ficar longe de mim? - Digo fazendo manha.
Du: Para de drama vai.. - Diz me dando um rápido selinho - Eu amo ficar perto de você, mas também gosto de andar sem ter alguém grudado em mim!
JL: Tá bom vai, prometo que vou tentar! Mas agora volta pra cama!
Du: Sim capitão! - Eduarda deita novamente em sua maca e eu a fico observando. - Que foi agora?
JL: Só to te olhando... Você ta tão linda grávida!
Du: Até parece, eu to uma baleia...
JL: Você tá linda, maravilhosa! Eu fico pensando, depois, quando os gêmeos nascerem... A gente podia ter outro filho né?
Eduarda me olha incrédula e por alguns momentos tenho a impressão de que vai rir.
Du: Se não tá falando sério né?
JL: Por que não? Ei ia gostar de ter mais filhos depois destes...
Du: Lucas, eu ainda nem pari e você já ta pensando em outros filhos?
JL: Ah Du, por favor...
Du: Sabe o que é isso? É essa mania sua de querer ser igual ao seu pai. Se ele teve 3 filhos, você quer ter também... Nem vem, um é bom, dois tá ótimo, 3 é demais! Nunca ouviu falar isso? - Disse já se estressando.
JL: Tá Du, se acalma. Você não pode ficar assim! Só to falando que gostaria, mas se você não quer...
Eduarda ia me responder alguma coisa, mas o médico que a atendeu ontem, entra no quarto.
Dr: Bom dia... - Disse um pouco envergonhado ao perceber que interrompeu uma conversa importante - Eu só vim trazer a alta pra Eduarda!
JL: Que ótimo, muito obrigada!
O médico se retira, e eu volto a olhar Du.
Ela ainda parece zangada.
JL: Mas que coisa Du, eu só falei... Agora quem ta fazendo drama é você!
Du: Não é drama Lucas, só não gosto de sentir que você só me vê como uma geradora de filhos... Quero ter minha vida também, quando os bebes crescerem, quero começar a estudar, trabalhar...
JL: Esquece o que eu disse Du! - Digo dando um beijo em sua boca - Só to animado com os bebes, dai me dá vontade de ter muitos outros. Se você não quer, eu aceito! Agora dá um sorriso! - Ela olha pra mim e balança a cabeça negativamente - Não quer? Então vou ter que fazer cosquinhas!
Du: Não, não! Eu do ó - Diz abrindo um sorriso pra mim.Rimos da situação e logo em seguida começamos a nos preparar para ir embora.
Ajudo Eduarda a se arrumar, mesmo com ela insistindo que conseguia fazer isso sozinha, e nós dois vamos de carro rumo a nossa casa.
Quando chegamos, levo Eduarda direto pro quarto. A coloco na cama e peço para nossa empregada Ana, preparar um almoço.
Du: Vai dar a comida na minha boca também é? - Diz fazendo graça.
JL: Boa ideia. Onde já se viu, mulher grávida de gêmeos, nos últimos dias de gestação, carregar o peso se um garfo? Seria um absurdo!
Du sorri para mim e, ao se ajeitar melhor na cama diz.
Du: Se você ficar me mimando assim, vai ter uma hora que vou me acostumar em?
JL: A coisa que eu mais quero é te mimar pro resto da vida... - Deito ao lado de Du e, encostando minha cabeça em sua barriga, sussurro - Quero mimar vocês dois também!
A comida chega. Uma canja de galinha, Eduarda revira os olhos e me diz:
Du: Ah não Lucas, vou comer isso não! - Resmunga fazendo cara de nojo.
JL: Para de frescura, vamos lá, eu vou te dar na boca!
Du: Tá bom, mas depois dessa canja eu vou merecer um sorvete!
JL: Desde que não seja de cupuaçu com bertalha eu deixo... - Digo relembrando seu primeiro desejo de grávida - Mas só ganha sorvete quem come tudo.
Eduarda colabora e acaba comendo todo o conteúdo do prato, desço até a cozinha e lhe trago a recompensa prometida.
Saboreamos nosso sorvete, os dois juntos na cama. Colocamos um vídeo game novo que eu havia comprado a tempos atrás e juntos zeramos o jogo.
Só percebemos que anoiteceu, quando recebemos a visita de minha mãe. Nós três ficamos conversando por horas, até que ela decide ir embora, não antes de me liberar do trabalho.
Quando a levo a porta, ela me pede uma recompensa pelas férias antecipadas, quando pergunto qual seria, ela responte: " Cuide bem da sua mulher e dos meus netinhos em?"
Se alguém me dissesse, a alguns meses atrás, que eu ouviria isso de sua boca, soltaria com certeza um gargalhada.
Quando volto para o quarto, Eduarda já está dormindo.
Vou até nosso closet e pego um cobertor.
A cubro com cuidado para não acorda-la, me sento ao seu lado na cama e em silêncio, a observo dormir...
Começo a pensar no futuro e fico imaginando nós dois exaustos nessa cama depois de brincar o dia inteiro com nossos filhos, imagino o dois pulando sobre essa cama, correndo pelo quarto. Tento pensar em como serão os seus rostinhos, de quem herdarão o cabelo, a boca...
Está tão perto e ao mesmo tempo tão longe.
Um mês é uma eternidade pra quem tem pressa.
Me deito ao lado de Du e a abraço.
É assim que durmo todos os dias agora, agarrado ao seu corpo. Não consigo mais pegar no sono sem sentir seu calor,o seu cheiro...
Em pouco tempo consigo adormecer. Estou na terra dos sonhos, mas quero sair o mais rápido possível dela. Nunca tenho pesadelos, mas mesmo assim, gosto de acordar logo, afinal de contas, o meu melhor sonho é vivido enquanto estou acordado!


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