Just Listen escrita por Lenora


Capítulo 16
Capítulo 14 - Caixa de Pandora


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá!
Poxa, quantos acompanhamentos e favoritos! Muito obrigada pessoal! Nem preciso dizer que estou pulando de alegria por ver que muitas pessoas estão lendo JL e, ainda por cima, gostando!

Porém, como nem tudo são rosas, quero pedir desculpas pela demora. Esse ano pra mim não está sendo fácil, então é provável que as atualizações demorem um pouco (mais ou menos como já vem acontecendo). Não vou conseguir postar tão rápido por conta dos estudos, então peço paciência e compreensão de vocês .
Além disso, gostaria de dizer um SUPER, MEGA, MASTER obrigada a Blue Lungs que recomendou a fanfic por aqui. Nem sei como agradecer! Eu pulei, chorei e comemorei!
Dedico o capítulo especialmente a você!
Bom, acho que é isso, nos vemos lá embaixo!
Boa leitura!



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Sakura ainda ficou uns instantes parada, pensando em qualquer desculpa que pudesse arrumar. Sempre dava certo com a sua mãe.

— Acho que o bolo me fez mal — disse em um tom falso de dor, enquanto espalmava uma das mãos sobre a barriga, fazendo uma careta. Mikoto continuou a encará-la com a mesma expressão, como se não acreditasse em sua mentira.

— Você pode mentir para Kushina e até para sua mãe, Sakura, mas para mim você não pode — a mulher entrou no banheiro em poucos passos e parou em frente a garota — Estava provocando vômito logo após ter comido, isso não é passar mal, é uma doença!

— Você não sabe de nada! — já que sua primeira estratégia não funcionara, Sakura passou para o tom ignorante e estúpido. Não tinha nada contra Mikoto, muito pelo contrário, mas ela estava se metendo em algo que não entendia.

— Sei muito mais do que você — ela então lhe tomou as mãos com certa brutalidade, fazendo com que a garota encarasse os próprios dedos — A ponta de seus dedos estão machucadas, suas unhas estão quebradiças e sua pele está ressecada, assim como seu cabelo.

— Deveria pedir desculpas por não ser um melhor exemplo de beleza? — perguntou sarcástica, puxando as mãos de volta.

— Você É uma garota bonita, Sakura — disse a Uchiha, amenizando seu tom de voz, tocando de leve a pele do braço da menor — Não precisa disso.

— Você não entende, não é? — afastou-se novamente da morena e se prostrou em frente a pia, de onde já era possível ver o monstro — Olha pra isso, eu nunca fui bonita e nem nunca vou ser — as lágrimas que antes prendia escorriam livres pelo rosto enquanto ela tentava tirá-las do caminho com as mãos. Aquela conversa estava trazendo pensamentos dolorosos.

— Quer saber o que eu vejo? — Mikoto se colocou atrás da garota e, sutilmente, ergueu o rosto desta, fazendo com que os olhos verdes ficassem frente a frente àquela figura que tanto lhe causava asco — Uma menina bonita que está se perdendo para um bando de vozes que só querem estilhaçá-la.

— Dizer palavras bonitas não as tornam reais — respondeu encarando os olhos negros através do espelho. Não suportava encarar a si mesma, a voz sempre tornava a gritar com ela quando tentava.

Feia. Feia. Feia. Feia. Feia. Feia. Feia. Feia. Feia. Feia. Feia. Feia. Feia. Feia. Feia.

Gorda. Gorda. Gorda. Gorda. Gorda. Gorda. Gorda. Gorda. Gorda. Gorda. Gorda

— Isso é verdade, mas não são só palavras bonitas — ela lhe virou para que a encarasse — Você tem que parar de fazer isso, está se machucando para alcançar uma beleza que não existe. Você não precisa disso.

— O que é que você entende? — se afastou de forma abrupta, a raiva lhe fervendo sob a pele — É uma mulher perfeita, linda, e que nunca teve problemas com pessoas estúpidas que não queriam ficar por perto porque era gorda!

— Ser magra ou bonita não significa que vai ter amigos, amizades verdadeiras não se importam com esse tipo de coisa.

— Qualquer coisa é melhor do que ficar sozinho — rebateu baixo enquanto cruzava os braços sobre o abdômen, em uma clara postura de proteção. Os soluços já lhe sufocavam a garganta e lágrimas transbordavam em desespero ­— Não precisa ser sincero — completou baixinho.

Mikoto encarou a figura destruída a sua frente. Era doloroso ver os olhos tão sem vida em um corpo tão jovem, ver o quão longe poderia chegar uma pessoa em busca por atenção. E então depois sentiu raiva, onde estavam aqueles que deveriam segurá-la em um abraço, quando tudo o que a menina buscava era um pouco de conforto e aceitação?

A mulher se aproximou novamente e encaixou os braços em torno dos pedaços da garota quebradiça. Sentiu os braços da menina se moverem, por um momento temeu uma rejeição, porém Sakura a prendeu em um agarre firme, enterrando o rosto em sua roupa, que a cada forte soluço tornava-se mais encharcada.

Apertou os braços com mais força, sentindo os ossos sobre a pele alva, de forma que teve a impressão que a garota se partiria se não tivesse cuidado. Apoiou o queixo por sobre sua cabeça, distribuindo leves beijos por seu cabelo de vez em quando.

— Eu não quero mais ficar sozinha — disse ela uma vez, quando Mikoto tentou se afastar um pouco, a apertando com mais força contra seu corpo. A mulher não rebateu, apenas a segurou em seus braços enquanto a menina reunia forças para se juntar novamente.

— Então não fique — sussurrou a mulher com os olhos banhados de tristeza perante ao desespero da garota em mantê-la perto.

Depois de mais alguns minutos, quando a garota pareceu se acalmar, a Uchiha se afastou lentamente e ergueu o rosto que a garota abaixou, com vergonha de ter exposto um medo tão particular, escondendo as lágrimas do rosto.

— Quero que pare de fazer o que fez hoje, tudo bem? Se machucar dessa forma não vai fazer com que as pessoas gostem de você — A Haruno negou com a cabeça.

— Você não entende — repetiu. Mikoto respirou fundo e, prevendo que seria difícil convencer a garota a fazer qualquer coisa, puxou-a do banheiro pela mão até seu quarto no andar superior. Quando chegaram, a matriarca deixou a menina sentada na cama enquanto seguiu até o armário, procurando a grande caixa que já não via há tempos.

Encontrando o que procurava, Mikoto retornou até Sakura e pôs a caixa entre as duas e abriu sua tampa. A garota cor-de-rosa não entendeu o que a mulher queria com aquilo até ela puxar uma fotografia e mostrar-lhe.

A mulher da foto era uma das pessoas mais bonitas que ela já vira. Alta e magérrima como era, logo reconheceu-a como modelo. Também pôde perceber outro fato através da fotografia, aquela mulher era Mikoto, um pouco mais jovem, mas os belos traços elegantes ainda estavam estampados na beleza da morena.

— Eu deveria ter uns dezenove anos nessa foto — contou-lhe ela, observando a garota olhar para o papel com um misto de admiração e amargura, Mikoto sabia exatamente o que se passava na cabeça da menina — Tinha tudo o que uma mulher poderia querer. Era famosa, bonita e estava no começo de uma carreira de ouro.

— O que aconteceu? — perguntou Sakura tornando a encarar a mulher cujos olhos estavam perdidos entre as imagens, relembrando um passado longínquo.

— Eu me perdi na busca do inalcançável — revelou e, percebendo a expressão de dúvida da menor, continuou — É normal que esperem que uma modelo seja bonita e perfeita o tempo todo, certo? O que as pessoas não entendem é que isso não existe. A perfeição não existe, e eu quase me perdi nesse caminho de mentiras.

“Começou com uma dieta aparentemente inofensiva. O problema foi quando isso deixou de ser o bastante, e comer significava que eu havia falhado. A saída que eu encontrei foi algo simples, me esforçaria ao máximo para comer o mínimo e quando sentisse que havia extrapolado, vomitaria tudo e as coisas voltariam a ficar bem. O problema é que elas não voltavam.

Eu sempre quis ser modelo e para isso eu precisava de um corpo perfeito, não me importava o que precisava fazer para conseguir isso, era meu sonho afinal. E então, de somente recorrer ao banheiro por emergências, todas as vezes em que eu comia alguma coisa passou a se tornar uma emergência. E de ir ao banheiro para vomitar uma ou duas vezes por semana, passou a ser duas ou três vezes por dia.

Mas isso não era o bastante. Eu ainda via no espelho aquela pele sobressalente na barriga e encontrei uma nova solução: não comeria nada até sentir que desmaiaria de fome. ”

— E deu certo? — perguntou Sakura, um pouco estática por toda a informação que ouvia. Nunca conseguiria imaginar que aquela mulher tão bela passou pelos mesmos problemas que ela. Não fazia sentido uma pessoa tão bonita se enxergar de qualquer outra maneira no espelho.

— No começo, sim — respondeu — Ganhei novos trabalhos, fiz muito sucesso e minha carreia era uma subida constante, mas o corpo tem um limite e nós não temos o direito de forçá-lo — ela segurou as mãos ossudas e frias — Fiz todas as loucuras que a voz na minha cabeça ordenava, comi algodão na tentativa de silenciar o estômago, tomei chás que eram um verdadeiro veneno e por um fio não perdi a minha vida. Quando decidi largar a minha carreira e enfim procurar ajuda, conheci Fugaku e ele me devolveu a alegria de abrir os olhos todas as manhãs ao me dar Itachi e depois Sasuke. Não deixe que essa doença tome sua vida como quase ela fez com a minha. Prometa para mim que vai tentar!

Sakura sentiu os olhos se inundarem novamente, assim como os de Mikoto, e assentiu em concordância.

— Então você tinha bulimia — constatou ela após alguns minutos em silêncio.

— Não. Eu tenho bulimia — a mulher corrigiu — E anorexia também. Fui internada um milhão de vezes.

— O que fez você querer... você sabe... se tratar? — perguntou a menina.

— Cheguei muito perto de morrer e percebi que não era aquilo que eu queria — tirou uma mecha de cabelo negro do rosto, colocando-o atrás da orelha — Mas acho que comecei a me tratar de verdade quando meu teste de gravidez deu positivo. Foi uma gravidez de risco, mas meu médico disse que minha determinação manteve Itachi vivo e saudável.

Mikoto respirou fundo e se levantou, arrumando de leve o vestido que usava. Já tinha feito o que estivera ao seu alcance. Deveria ligar para Kushina e confirmar as dúvidas da amiga, mesmo que isso atrapalhasse suas férias.

— Estarei lá em baixo caso precise de mim — disse antes de dar uma última olhada na garota, que ainda olhava as fotos da caixa.

Agora era só pedir aos céus, rezando para que aquela conversa tivesse sido o bastante.

Precisava ser. Não conseguia nem ao menos pensar em outra pessoa passando por tudo aquilo que ela uma vez enfrentara.

Não. Tinha certeza que bastaria.

No quarto, a garota apenas continuava a observar as figuras da moça em diversas revistas e álbuns, enquanto a voz em sua cabeça continuava a sussurrar.

Feia.




Karin estava deitada, encarando a outra garota desacordada e embolada em seu edredom na cama ao lado.

Sentia-se estranhamente culpada por beijar Sasuke,a deixando preocupada ao ponto de não conseguir dormir, mesmo que, na verdade, fizesse isso até que com certa periodicidade antes. Mas dessa vez apenas não pareceu certo.

Sasuke estava alheio demais e ela estava se sentindo culpada demais.

Não deixava de se perguntar por que tudo isso não os tinha impedido. Ela sabia a resposta.

Teimosia. De ambos, talvez.

Ela era teimosa demais para aceitar que as coisas já não eram mais as mesmas. Quando ela chamou o garoto para saírem, foram ao cinema, lugar que Karin sabia que Sasuke adorava, mas ao invés de darem uns amassos como qualquer casal adolescente faria, o moreno ficou com os olhos grudados na tela durante todo o filme enquanto ela acabou tirando um cochilo.

Isso estava ridículo.

Já não existiam mais centelhas para reviver. E se tinha uma pessoa em que poderia jogar toda a culpa, essa era Suigetsu. Bem, e Sakura.

Karin sabia que era algo imperdoável, mas ora ou outra ela comparava Sasuke e Suigetsu. Chegara à conclusão que se fosse o outro no lugar do namorado, as coisas teriam sido completamente diferentes. Ela e Suigetsu eram impulsivos e intensos juntos, diferente da calmaria que era com o Uchiha, e somente pensar isso a afogava em culpa. Como poderia cogitar algo assim?

Suspirou e, antes que virasse para o outro lado para finalmente dormir, viu a tela do celular acender e iluminar o ambiente. Esticou a mão por sobre a cômoda e pegou o aparelho. Ao enxergar o que era exibido na tela brilhante, um sorriso de lábios colados nasceu em seu rosto.

Suigetsu: Já está sentindo saudades?

Suigetsu: Eu mal posso esperar pra ver você de novo

Suigetsu: E suas pernas, já disse o quanto gosto delas?

Karin riu baixinho e respondeu.

Karin: Deu pra ser um pervertido agora?

Poucos segundos depois, a informação de que mais uma mensagem chegara foi exibida.

Suigetsu: Respondeu rápido, vou considerar que está louquinha pra me ver

Suigetsu: Me encontra depois da aula no estacionamento

Karin: Sem chance

Suigetsu: Já tivemos essa discussão uma vez, ruiva

Suigetsu: Já sabemos o final

Suigetsu: Vou ficar esperando

Suigetsu: Boa noite e não sonhe com os anjos, sonhe comigo

Suigetsu: Sonhos molhados de preferência ;)

Karin revirou os olhos e se virou para a parede afim de dormir, porém não antes de redigir uma curta mensagem para o garoto que, de uns tempos para cá, passara a ocupar seus sonhos, porém estes não eram molhados, para a infelicidade do rapaz.

Mas ele não precisava saber disso.

Karin: Boa noite

Karin: Te encontro amanhã

Amanhã. Prolongaria mais até o próximo dia e então poderia dormir sem sentir a culpa pesar nos ombros.

Estava mais do que na hora de libertar não só a Sasuke, mas a si mesma.

Amanhã.




— Ela disse o que? — Sakura perguntou à Hinata quando pousou sua bandeja na mesa e puxou uma cadeira para si ao lado da morena.

— Que precisamos de mais músicas, principalmente românticas, já que é isso que é popular e, consequentemente, vende mais — repetiu a frase que Kurenai havia soltado quando se reuniram para tomar café-da-manhã na cozinha — Ela acha que, já que vamos fazer algumas apresentações na lanchonete Ichiraku, poderíamos tocar algo nosso.

— Ela acha que é fácil assim criar uma música — Ino estalou os dedos, fingindo indignação.

— Mas acho que ela tem razão nesse ponto — opinou Tenten, atraindo todos os olhares para si e, por isso, apressou-se em se explicar — É óbvio que as músicas que tocam nas rádios falam sobre o que as pessoas querem ouvir, mesmo que isso não seja necessariamente o que as pessoas que as escreveram querem dizer.

— Quer que mudemos todo nosso foco por dinheiro? — perguntou Ino. Tenten deu de ombros.

— Só estou dizendo para reconsiderar, não precisamos mudar de foco, só precisamos escrever mais. Quer dizer, qual a música realmente boa que nós temos? Eu gosto da ideia de levarmos isso mais a sério.

Hinata pensou por um instante. A ideia de tocar em grandes shows nunca fizera parte de seus planos, muito menos ficar famosa por isso, até porque dinheiro não era problema para si. Por isso, não haviam grandes motivos que a impulsionava a continuar de brincar de fazer música, como dizia seu pai, mas gostava sim de passar aquele tempo com as amigas.

Além disso, sabia que, mais que todas, Tenten realmente precisava de dinheiro. O gasto que a mãe tivera com o tempo que ela ficara no hospital fora realmente alto e só não havia se afogado em empréstimos devido à ajuda que os pais ofereceram. E a filha sabia que Hana estava no vermelho, porque a mulher vivia passando os olhos nos classificados e sites de emprego antes de ser admitida como garçonete no Ichiraku, mas se recusava a pedir um centavo a qualquer pessoa.

E se fosse para ajudar, achava que não custava nada continuar com o passatempo que até a divertia.

— Por mim tudo bem, acho que posso tentar escrever mais coisas — a Hyuuga deu de ombros.

— Claro que sim, até porque inspiração é o que não anda em falta, não é? — comentou a loira, fazendo com que as bochechas da outra se tingissem de vermelho.

— N-não é verdade! — a Yamanaka abriu um sorriso malicioso.

— Claro que não, estou pegando a cegueira do Kiba, não enxergo nada olha só — disse Ino enquanto tateava ao seu redor com ambas as palmas abertas, assim como Kiba, se fazendo de cega.

Sakura revirou os olhos diante de tal conversa, para depois sorrir minimamente; sentia falta desses momentos com as garotas, parecia fazer uma eternidade desde que elas estavam afastadas, mesmo que fisicamente perto uma das outras.

— Por mim tudo bem, ainda é quarta-feira, temos tempo até sábado — deu de ombros a rosada.

— Eu só fico com Kiba nas sextas, então acho que posso tentar também — sorriu a loira.

— Então acho que isso significa que vamos precisar fazer mais reuniões — todas assentiram diante da constatação da Hyuuga — Sakura, preciso que traga a pasta com as letras que já temos. Se tiver escrito algo, traga também.

— Não acho que está muito boa — a rosada sugou seu suco de frutas pelo canudo antes de continuar — está incompleto e sem graça, não vale a pena.

— Traga mesmo assim — a morena lhe sorriu para depois levantar-se ao ver a luz vermelha piscante que indicava o final do intervalo — Nos vemos depois.

Quando estava juntando suas coisas, Tenten percebeu seu celular vibrando e o alcançou antes de colocá-lo na mochila, esperando ser Neji pedindo desculpas. Porém se surpreendeu devido ao número indicado ter sido dado como desconhecido.

Desconhecido: Preciso te ver




Momentos antes do sinal indicar o final das aulas do dia, Karin olhou para a janela e pôde ver uma cabeça loira encostada na moto gigante no estacionamento. Como se sentisse seu olhar, o garoto ergueu o rosto e a encarou, para poucos segundo depois lhe sorrir atrevido e lhe chamar com os dedos.

Revirando os olhos, voltou-se para a frente, encarando a professora, que terminava de explicar as diferentes nomenclaturas dos compostos orgânicos formados por átomos de carbono.

— Façam essa lista de exercícios para a próxima aula, valerá nota — disse a professora, Karin constatou pelo interprete. Mesmo que a maior parte dos alunos do Instituto fosse surda, não eram todos os professores que conheciam a língua de sinais, e por isso os interpretes estavam presentes em quase todas as salas de aula.

Pegou o celular para mandar Suigetsu ir se danar, porém parou quando quando viu a resposta de Sasuke para a pergunta que ela fizera mais cedo para ver se eles podiam se encontrar para conversar. Antes de abrir a conversa, torceu internamente para que ele desmarcasse o encontro.

Diga não. Diga não. Diga não. Diga não. Diga não. Diga não. Diga não. Diga não. Diga não.

Sasuke: Foi mal, minha última prova é amanhã. Pode ser na quinta ou na sexta?

Karin soltou o fôlego que nem percebera estar segurando.

Karin: Td bem

A ruiva então juntou suas coisas e colocou a alça da bolsa por sobre o ombro, saindo depois da sala. Andou pelos corredores e, perdida em pensamentos, acabou tropeçando em Sakura, que lhe encarou em dúvida.

— Trabalho de biologia, avise ao Sasuke para não me esperar para estudar — disse antes que a outra tivesse a chance de perguntar algo, e se encaminhou em direção a moto de Suigetsu, que logo que a garota se aconchegou atrás de si, lhe entregou um capacete.




If you

If you could return

Don't let it burn

Don't let it fade

(Se você

Se você pudesse voltar

Não deixar isso queimar

Não deixar isso desaparecer)

Os instrumentos cantando em seus ouvidos pareciam enviar a força necessária para fazer seus dedos dançarem sobre o papel por si só, manchando a superfície clara com palavras que lhe vinham facilmente da cabeça à ponta da caneta.

Quando por fim terminou, desligou o aparelho que continuava a reproduzir uma melodia qualquer e colocou-se a ler. No final, não fora assim tão difícil escrever algo mais romântico, porém quando terminou de ler tudo, amaçou o papel e o jogou do outro lado da sala.

Amor não correspondido.

Pegou outra folha e encostou a caneta no papel.

Nada.

A única coisa que saíra eram pequenos círculos tortos e rabiscados. Sua vontade era de bater a cabeça na parede até extrair de sua mente algo realmente decente. Por que ela tinha aquele bloqueio para escrever palavras bonitas? Por que nada positivo lhe vinha facilmente?

Help, I have done it again

I have been here many times before

Hurt myself again today

And the worst part is there's no one else to blame

(Me ajude, eu fiz isso de novo

Já estive aqui muitas vezes antes

Me machuquei de novo hoje

E o pior é que não há ninguém para culpar)

Be my friend

Hold me, wrap me up

Unfold me, I am small and needy

Warm me up and breathe me

(Seja meu amigo

Me segure, me proteja

Me descubra, eu sou pequena e necessitada

Me aqueça e me respire)

Amaçou outra folha com as novas palavras e jogou-a para perto do pequeno monte que já se formava. Não adiantava, tudo o que lhe vinha à mente eram palavras de desespero e rejeição. Estava cansada disso. Talvez devesse pedir desculpas às garotas e deixar que elas escrevessem os rascunhos

Encostou a cabeça no sofá atrás de si e fechou os olhos. Já faziam mais de duas horas que estava lá embaixo na sala, no meio da noite, tentando fazer o que lhe fora pedido, mas era apenas tão difícil.

Quando sentiu algo lhe tocar suavemente a pele, abriu os olhos subitamente em resposta, encarando o garoto ajoelhado ao seu lado, que apontava para o seu celular. Respirou fundo, tentando acalmar seu coração disparado pelo susto, e pegou o aparelho abandonado sobre o tapete felpudo. A tela indicava uma mensagem não lida.

Sasuke: O que está fazendo?

Sakura: Dever de casa, não estava conseguindo dormir.

Ele apenas digitou uma resposta rapidamente. Ela apenas ficou olhando aqueles dedos correrem sobre a tela numa velocidade impressionante. Era difícil encontrar algo que não era impressionante em Sasuke. Isso era injusto em tantos sentidos, que não valia a pena parar para contar todos.

Sasuke: Eu também não

Sasuke: Estava indo para a cozinha para procurar algo para comer, mas vi a luz acesa e vim checar se não era Naruto tentando nos envenenar de novo

Ela sorriu brevemente com aquilo, esquecendo-se de sua promessa interior de manter o garoto afastado.

Sakura: Parece que ainda temos mais alguns dias de vida

Sasuke assentiu e olhou a bagunça de papeis que ela fizera em torno de si. Haviam folhas de caderno e sulfites por todo o lado, além de uma pasta aberta com diversos tipos de papel saindo de dentro.

Alcançou uma mais próxima e passou os olhos pelas linhas escritas em uma caligrafia bonita.

Slipped Away

Sasuke: Parece música

Sakura: É a intenção

Ele arqueou uma sobrancelha e se aconchegou melhor no tapete.

Sasuke: Estou atrapalhando o processo criativo?

Ela balançou a cabeça, para logo digitar novamente.

Sakura: Não. Estou com um bloqueio terrível

Sakura: Não consigo escrever nada há meses

Sasuke: De acordo com a professora de literatura, é só encontrar algo que se queira dizer

Sakura: Então acho que não tenho muito para contar

Ele a encarou e a rosada engoliu a seco. Ele estava fazendo aquilo de novo, a encarando com aqueles olhos escuros que lhe pareciam decifrar tudo o que guardava somente para si.

Sasuke: Está brincando? Você deve ser a pessoa mais intrigante que já conheci na minha vida

Sakura: Estou triste por você não conhecer muitas pessoas então

Ele deu de ombros lhe sorrindo de canto.

Sasuke: Deve ser um extra de ser surdo

Ela deu de ombros e fechou os olhos novamente, tentando encontrar sua concentração, que, pelo visto, saíra correndo pela porta da frente no mesmo instante em que Sasuke resolvera se sentar ao seu lado.

Por ter colocado seu celular no colo, Sakura sentiu a vibração quando mais uma mensagem chegara.

Sasuke: Essa não parece tão ruim

Olhou para o papel amaçado nas mãos dele e percebeu ser aquele penúltimo que ela transformara em uma bolinha de papel com destino para a lixeira.

Balançou a cabeça negando.

Sasuke: Por que não? Parece ter algo pra dizer aqui

Sasuke: Deveria terminar

Ela o encarou e puxou a folha das mãos dele, passando os olhos pelas linhas examinadas minutos antes, porém, com a presença do Uchiha ao lado, percebeu algo que antes não era clara. Não era simplesmente um amor não correspondido, era sobre seu amor não correspondido.

And I swore I swore I would be true

And honey so did you

So why were you holding her hand?

(Eu jurei, eu jurei que seria verdadeira

E, querido, você também jurou

Então por que você estava segurando a mão dela?)



Agora que parara para pensar, escrevera aquela letra com a cabeça povoada por inumeráveis dúvidas que lhe rondavam a cabeça há tempos. Sentiu seu rosto esquentando ao ler a última palavra escrita, isso era quase como gritar o que pensava na cara do garoto - tirando que desse jeito ele compreenderia melhor, porque não a ouviria gritar, claro.

Is that the way we stand?

Were you lying all the time?

Was it just a game to you?

(É assim que ficamos?

Você estava mentindo o tempo todo?

Foi só um jogo para você?)

Aterrorizada por suas próprias palavras, Sakura amaçou o papel novamente e continuou a fazê-lo, até transformar a folha em uma minúscula bolinha de papel, como se diminuísse também seus sentimentos.

Sakura: Está errado

Sakura: Eu devo estar apenas cansada ou com a cabeça cheia

Sasuke já se sentira um invasor ao espiar rascunhos que Sakura escrevera, mas por estar em sua presença, a culpa não pesou tanto como na última vez. Não havia mentido para ela afinal, Sakura era realmente uma das pessoas mais intrigantes que ele já conhecera.

Mas a letra que ele tinha em mãos não era como um pedido de ajuda, como as duas que ele lera antes, era quase como se fosse...

Bem, sobre ele.

Sasuke: Você ficaria brava se eu pegasse essa última de novo?

Sasuke: Não acho que esteja tão ruim

Não era como se ele estivesse realmente interessado em ajudá-la, até estava, mas queria saber o que ela pensava, conhecer Sakura, pois sabia que ela não se mostrava para qualquer pessoa, e isso só o instigava a ir mais fundo.

Não esperando por sua resposta, levantou-se até a pequena bola de papel e desdobrou o melhor que conseguiu até ser possível enxergar as frases corridas. Leu as duas estrofes atentamente e entregou o papel à Sakura, que o pegou incerta.

Sasuke: Tente de novo

A garota bufou e passou a letra para um papel diferente, mudando uma palavra ou outra, para que ficasse melhor. Podia agora enxergar Sasuke em cada maldita sílaba, e ela sabia que ele podia vê-lo também, mas decidiu continuar, não perderia muita coisa por chegar até o fim.

Oh, I thought the world of you

I thought nothing could go wrong

But I was wrong

I was wrong

(Oh, eu pensei tudo de você

Achei que nada pudesse dar errado

Mas eu estava errada

Eu estava errada)

Buscou sua concentração de volta e por fim conseguiu completar algumas frases incompletas e corrigir outras que estavam sobrando. Depois de riscar por quase todo o espaço em branco, pegou uma nova folha e passou tudo a limpo, deixando seu rascunho mais legível.

Antes que pudesse ter qualquer reação, Sasuke se aconchegou melhor a seu lado e puxou a folha, que lhe escapou pelos dedos.

Linger

If you, if you could return

Don't let it burn, don't let it fade

I'm sure I'm not being rude

But it's just your attitude

It's tearing me apart

It's ruining everything

And I swore I swore I would be true

And honey so did you

So why were you holding her hand?

Is that the way we stand?

Were you lying all the time?

Was it just a game to you?

But I'm in so deep

You know I'm such a fool for you

You got me wrapped around your finger

Do you have to let it linger?

Do you have to, do you have to

do you have to let it linger?

Oh, I thought the world of you

I thought nothing could go wrong

But I was wrong

I was wrong

If you, if you could get by

Trying not to lie

Things wouldn't be so confused

And I wouldn't feel so used

But you always really knew

I just wanna be with you

And I'm in so deep

You know I'm such a fool for you

You got me wrapped around your finger

Do you have to let it linger?

Do you have to. do you have to

do you have to let it linger?

And I'm in so deep

You know I'm such a fool for you

You got me wrapped around your finger

Do you have to let it linger?

Do you have to, do you have to

do you have to let it linger?

You know I'm such a fool for you

You got me wrapped around your finger

Do you have to let it linger?

Do you have to, do you have to

do you have to let it linger?

(Prolongar

Se você, se você pudesse voltar

Não deixe queimar, não deixe desaparecer

Tenho certeza de que não estou sendo rude

Mas é apenas sua atitude

Que está acabando comigo

Está arruinando tudo

Eu jurei, eu jurei que seria verdadeira

E, querido, você também jurou

Então por que você estava segurando a mão dela?

É assim que ficamos?

Você estava mentindo o tempo todo?

Foi só um jogo para você?



Mas eu estou tão envolvida

Você sabe o quanto sou uma tola por você

Você me tem atada entre seus dedos

Você tem que deixar isso se prolongar?

Você tem que deixar. Você tem que deixar

Você tem que deixar isso se prolongar?



Oh, eu pensei tudo de você

Achei que nada pudesse dar errado

Mas eu estava errada

Eu estava errada

Se você, se você pudesse dar um jeito

De tentar não mentir

As coisas não seriam tão confusas

E eu não me sentiria tão usada

Mas você sempre soube

Que eu gostaria de estar com você!



Mas eu estou tão envolvida

Você sabe o quanto sou uma tola por você

Você me tem atada entre seus dedos

Você tem que deixar isso se prolongar?

Você tem que deixar. Você tem que deixar

Você tem que deixar isso se prolongar?



Mas eu estou tão envolvida

Você sabe o quanto sou uma tola por você

Você me tem atada entre seus dedos

Você tem que deixar isso se prolongar?

Você tem que deixar. Você tem que deixar

Você tem que deixar isso se prolongar?

Você sabe o quanto sou uma tola por você

Você me tem atada entre seus dedos

Você tem que deixar isso se prolongar?

Você tem que deixar. Você tem que deixar

Você tem que deixar isso se prolongar?)

Saber que Sasuke podia enxergar claramente as letras a deixou em pânico e com as mãos geladas. Ela agora podia sentir todo o seu lado pressionado contra o dela, assim como a respiração quente batendo em sua bochecha esquerda, sabia que ele também sentiria a dela, caso ela respirasse no momento.

Sasuke engoliu a seco ao ler até última frase. Era isso que ela sentia? Era isso que queria dizer? Aquele bolo que nascera em sua garganta nunca estivera tão pesado, poderia facilmente pesar cem toneladas.

Sakura: Não está boa, não é?

Sakura: Kurenai pediu algo mais bonitinho, mas eu simplesmente não consigo

Ele lembrou da primeira música dela que vira. Nela transbordava desespero e por isso acreditou que aquilo que o papel mostrava era o que a garota sentia. Porém, agora, ao ter aquelas palavras debaixo de seus dedos, que passeavam pelo papel, não queria acreditar que a garota pensava daquela forma.

Que pensava daquela forma sobre si.

Sasuke: Não, parece bom

Sasuke: Acho que você deveria guardar

Sakura pegou a folha que ele lhe estendia e guardou na pasta. Após isso, colocou-se a juntar toda a bagunça que fizera, juntando as bolas de papel para o lixo e guardando alguns rascunhos que julgara bons. Era uma forma de disfarçar a vergonha de olhar para o garoto.

Sasuke então deu um jeito de chamar a atenção dela e ergueu a pasta, perguntando se poderia ver, Sakura deu de ombros e continuou com sua tarefa. O que ele poderia ver de pior do que a letra que acabara de escrever?

Sasuke passou os olhos pelas diversas letras que estavam organizadas na pasta e se surpreendeu. Não tinha nada da melosidade que achava que teria quando viu Naruto comentar que as garotas tinham uma banda, na verdade as letras eram apenas um pouco melancólicas e algumas falavam de coisas não tão boas, mas nada mais que isso.

Sasuke: De onde tira inspiração pra escrever?

A garota voltou para seu lado após terminar de juntar sua bagunça e alcançou o telefone para responder.

Sakura: Depende. Às vezes ouço instrumentais ou apenas fico pensando em alguma coisa

Sakura: Algumas lembranças me renderam alguns rascunhos

Ele voltou seus olhos para a pasta em suas mãos, lendo o título da música.

Pity Party

(Festa de Lástimas)

Sasuke: Pity Party?

Sakura acenou em concordância.

Sakura: Quando eu tinha uns nove anos eu dei uma festa de aniversário com tudo o que uma garota tem direito

Sasuke: Festa dos sonhos?

Ela assentiu.

Sakura: Eu tinha tudo. Bonecas, jogos, pelúcias, menos convidados

Sakura: Ninguém apareceu

Ao escrever aquela letra, ela sentia-se como no dia em que passara horas escrevendo vários cartões para as pessoas que considerava como amigos. E quando enfim terminou de redigi-los, colocou-os no correio, para enfim terminar de planejar todos os detalhes.

Teria de ser tudo perfeito, já que era a primeira vez que receberia tantos amigos em sua casa, além de, claro, não poder se fazer nove anos duas vezes na vida.

Quando o dia 28 de março chegou, colocou-se a trabalhar. Enquanto enxia bexigas, Sasori corria de um lado para o outro, entregando as bolas coloridas à Mebuki, que pendurava-as em toda a sala. Logo uma mesa cheia de doces rodeando o bonito bolo foi montada pela avó e tudo estava perfeito. Uma verdadeira festa dos sonhos.

Porém conforme os ponteiros corriam, seu sonhos foram se desmanchando aos poucos.

Ninguém aparecia.

Did my invitations disappear?

Why'd I put my heart on every cursive letter?

(Meus convites desapareceram?
Por que eu coloquei meu coração em cada letra cursiva?)

Ela se sentou em sua poltrona cor-de-rosa, olhando para o relógio de minuto a minuto, enquanto apurava os ouvidos na esperança de ouvir o soar da campainha.

Mas isso não aconteceu.

Tell me why the hell no one is here
Tell me what to do to make it all feel better

(Me diga por que diabos ninguém está aqui
Me diga o que fazer para tudo ficar melhor)

— Pra você — sua atenção desviou-se para o ruivo a sua frente, que lhe estendia um doce embrulhado no papel cor-de-rosa.

— Não posso comer doce agora, Sasori, vou sujar meu vestido — indicou o tecido rosa claro que vestia. O garotinho apenas colocou tudo na boca diante da recusa.

E ela tornou a esperar.

Os minutos se transformaram em horas e o pequeno pássaro que aparecia após cada volta em torno do círculo do relógio retornou apenas para zombar dela.

Maybe it's a cruel joke on me

(Talvez estejam fazendo uma piada cruel de mim)

— Sakura, não acha que está na hora de cortar o bolo? — sua mãe abaixou-se em sua frente — Sua tia não pode chegar muito tarde em casa.

— E se meus amigos chegarem e eu já tiver cortado o bolo? — os olhos verdes de sua mãe a olharam apreensiva — Podemos esperar mais alguns minutinhos? Por favor?

E a mulher assentiu com a cabeça, sorrindo de lábios colados.

Levantou de onde estava, com Sasori à sua sombra, e pegou o telefone, discando os números de uma de suas amigas.

Ela não poderia ir.

E nem a outra ou a outra.

Ninguém.

Vendo a garota desanimada, Mebuki a chamou novamente, colocando-a em frente a mesa a qual passaram a tarde inteira enfeitando, e o parabéns foi cantado pelo irmão, que berrava batendo as mãos, pelos pais, a tia e a avó.

Mas nenhum de seus amigos a vista, disputando o lugar em frente a mesa para assoprar a vela antes dela.

— Bolo! Bolo! — berrava Sasori no colo do pai.

— Pra quem vai o primeiro pedaço? — perguntou a avó animada, fazendo Sasori gritar ainda mais alto.

Whatever, whatever
Just means there's way more cake for me
Forever, forever

(Tanto faz, tanto faz

Pelo menos significa que tem mais bolo para mim

Para sempre, para sempre)

A garota apenas encarava o doce a sua frente, sentindo a raiva tomar conta. Em um momento estava encarando o bolo com tristeza, ouvindo todos gritarem ao seu redor, e, de repente, suas mãos esmagavam a massa coberta de glacê.

It's my party and I'll cry if I want to
Cry if I want to, cry cry cry

(É a minha festa e eu vou chorar se eu quiser

Chorar se eu quiser, chorar, chorar, chorar, chorar, chorar)

Aos gritos, a pequena garota apenas jogou todos os doces no chão, saltando do banco onde estava, descendo ao chão para jogar os ursinhos e bonecas que enfeitavam a sala, rasgando o crepom que encontrava pelo caminho em frustração, destruindo sua festa assim como haviam destruído suas fantasias.

Eles haviam dito que iriam à sua festa! Estavam animados para o dia!

I'll cry until the candles burn down this place
I'll cry until my pity party's in flames

(Eu vou chorar até as velas queimarem este lugar

Eu vou chorar até que minha festa de lastimas esteja em chamas)

Sasuke: Um pouco trágico para uma criança

Sakura: Você não sabe o quanto

Ele passou mais algumas folhas até chegar em uma outra a qual se encontrava com o envelope de antes no mesmo plástico.

You Were Mine

(Você era Meu)

Quando terminou de ler a letra, Sasuke olhou nos olhos verdes que se encontravam brilhantes pelas lágrimas que ela lutava para segurar.

Sasuke: Por isso não queria abrir?

Sabendo a que o garoto se referia, passou a mão por entre o plástico e tomou o envelope em mãos, destacando o adesivo da ponta, o abrindo. Ao retirar o papel cartão que se encontrava dentro, trouxe-o para fora, já sabendo do que se tratava.

Sakura: É do casamento do meu pai

Sakura: Não tem necessidade de abrir se eu não vou

Engraçado como apenas um envelope tinha o poder para trazer todas as suas dores mais antigas de volta à tona, mais ainda que qualquer letra falando sobre uma festa besta qualquer. Aquele convite estúpido apenas trazia uma desgraça atrás da outra, mas diferente da Caixa de Pandora, não havia a esperança guardada para o final.


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Notas finais do capítulo

Então é isso. O que acharam? Bom? Ruim? Alguma sugestão?
Aqui apareceram bastante músicas e, como vocês sabem, elas NÃO me pertencem. Aqui segue os links que eu utilizei, para vocês darem uma bisbilhotada ou ouvi-las ;)
Linger: http://www.vagalume.com.br/the-cranberries/linger-traducao.html
Slipped Away (mesmo que tenha sido somente citada): http://www.vagalume.com.br/avril-lavigne/slipped-away-traducao.html
Breathe Me: http://www.vagalume.com.br/sia/breathe-me-traducao.html
Pity Party: http://www.vagalume.com.br/melanie-martinez/pity-party-traducao.html
You Were Mine (essa letra vai aparecer mais para frente com algumas modificações, mas caso queiram ver, vou colocá-la): http://www.vagalume.com.br/dixie-chicks/you-were-mine-traducao.html
You Were Mine (versão AVril Lavigne. É, acho que gosto dela hihi. Essa foi a versão que eu conheci a música, então nada mais justo, certo?): http://www.vagalume.com.br/avril-lavigne/you-were-mine-traducao.html

Bom, em comemoração aos mais de cem favoritos, vou soltar uma pequena curiosidade, só pra ver como vocês reagem. Estava pensando esses dias, que a fic anda muito tranquila, mas vou deixar uma coisinha aqui, só por maldade. Quem não quiser saber sobre o futuro da fanfic, passe direto, ok (mesmo não sendo um spoiler)?
Estão avisados então
Inicialmente, a fanfic tinha um total de 4 mortes (mas relaxem, não vou dizer quais são), porém agora, depois de pensar muito sobre o assunto, cheguei num total de 2 mortes praticamente confirmadas
O que acham disso? Digam pra mim ;)
Caso gostem, vou soltando mais algumas curiosidades ou cenas que eu acabei cortando. Digam pra mim se querem algo do tipo, adoro conversar com vocês ;)

Até o próximo então
Beijos!