Temporits Actis escrita por Krika Haruno


Capítulo 5
Capítulo 5: Novum Personas




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No templo de Atena Sage e Hakurei discutiam uma forma de ajudar os cavaleiros do futuro.

- E então? – o grande mestre perguntou ao ajudante.

- Nada. – fechou um velho livro. – isso vai ser mais difícil que parece.

- E Lara?

- Chega hoje a tarde, ou no maximo amanha.

- Acha que eles estão dizendo a verdade?

- Você deve saber. – Hakurei o encarou. – já que colocou alguém para vigiá-los.

- Já descobriu....

- Não sou tão velho assim. Mentindo ou não eles estão se arriscando, estão em minoria.

- Muito bem. – o grande mestre levantou indo ate a janela. – vamos esperar por Lara, aí julgaremos se eles são uma ameaça ou não.

Hakurei o fitou, realmente ainda não dava para confiar cem por cento neles.

O.o.O.o.O.o.O

Manigold sentado com a cara emburrada encarava o “rival”.

- Eu sei que sou lindo, mas não sou bi e muito menos gay. – disse com um sorriso cínico.

- Como desviou? – indagou de maneira fria.

- Desviando, sou mais esperto que você, mais ágil, inteligente.... – sorriu.

- Ora...

- MM, já chega. – Shaka chamou a atenção.

Emburrado fechou a cara.

- É melhor nos preparar é a nossa vez. – Saga levantou. – Aldebaran e Mu, eu e Kamus, MM e Shura, Miro e Shaka, Afrodite e Aioria.

- O que? – o escorpião deu um berro.

- Algum problema? – Shaka o fitou com um leve sorriso nos lábios.

- O Kamus pode ficar chateado.

- Imagine. – o aquariano levantou indo para a arena. – fique a vontade.

Kárdia rachou de rir.

- Eu juro que te mato. – Miro estreitou o olhar.

- Vamos logo e não reclame. – o virginiano o puxava pelo braço.

- Isso vai ser interessante. – o humor de Manigold melhorou.

Foram para a arena. Regulus e Sísifo retornaram sentando perto dos companheiros.

- Pode começar. – disse Shaka.

- Eu admito, desculpa, não deveria ter falado daquele jeito, o erro foi meu, não deveria ter saído às escondidas, me desculpe.

- Isso tudo é medo? – Shaka sabia ser bem cruel.

- Dá ultima vez fiquei uma semana sem falar.

Shura e MM que ouviam a conversa começaram a rir.

- É um frouxo!

- Sou realista. – disse contrariado. – eu nunca vou ganhar dele. E falem baixo não quero que eles escutem. – apontou para o grupo do passado.

- Vai pedir ajuda para o “senhor gelo”. – disse Kamus.

O foco da conversa mudou bruscamente. Mu e os outros fitaram Kamus sem entender. Ate Shaka o olhou curioso.

- Quem é “o senhor gelo”? – indagou Deba. – não é você?

- É o outro. – disse Miro. – ao contrario de certas pessoas ele não se importa com os apelidos. – alfinetou, ainda não tinha engolido a conversa dele com Kárdia.

- Vai me fazer um favor se parar de me chamar assim.

- Não seja por isso senhor Kamus retiro todos os apelidos.

Os dourados olhavam incrédulos para os dois.

- Por acaso eles estão brigando? – Dite não acreditava.

- Kamus deve ter acordado ele “daquele jeito.” – disse Aioria. - Sabe como fica o humor do escorpião.

- Obrigado Miro. – disse frio. – vamos Saga.

- Sim. – o geminiano ainda estava sem entender.

Na arquibancada os cavaleiros se esforçavam para escutar.

- Pelo jeito estão brigando de novo. – disse Regulus.

- Eles só brigam. – Albafica os analisava.

Kamus afastou-se com Saga, enquanto Miro virou a cara.

- Vamos Shaka.

O virginiano apenas sorriu. Não acreditava que Kamus estava com ciúmes de Miro por causa de Dégel. Logo Kamus, o homem sem sentimentos.

- Do que está rindo?

- Nada.

O treino teve inicio e como era de se esperar Shaka deu uma leve quebrada no escorpião, mas ele estava com tanta raiva de Kamus que nem percebeu a pequena surra para o delírio de Kárdia que a cada golpe do virginiano comemorava.

Os cavaleiros observavam atentamente as ações dos dourados não achando nada de especial neles. Ao final de uma hora prepararam para a troca.

Miro sentou, sentindo-se todo moído.

- Você está bem? – Dégel aproximou preocupado.

- Ele até que me quebrou pouco. – riu. – costuma ser pior.

- Ele sempre é assim? – indagou de forma baixa.

- Na maioria do tempo.

- Hum...

Kamus que olhava de longe estreitou o olhar. Saga notou.

- Vou começar a achar que você corta para o outro lado. – disse para só ele ouvir.

- Não me amole.

- Não acha natural eles se darem bem? Afinal escorpião com aquário...

- Ele dá dando meus apelidos para ele! Só falta chamá-lo de iceberg.

- Pensei que não gostava. – riu.

- Cala boca! – notou que falava demais.

Kárdia também queria pular no pescoço do escorpião.

- Se quiser te mostro onde é a enfermaria.

- Obrigado... – o fitou. - senhor Iceberg.

Foi a gota d’agua, Kamus ouvira.

- Não sou obrigado a escutar isso. Vou para casa.

- Pera aí Kamus. – Saga tentou detê-lo.

- Kamus. – o ariano o chamou. – o que deu nele?

Afrodite ficou olhando para Dégel e Miro.

- “Não é possível.... eu não acredito.”

Miro viu o amigo se afastar, mas não disse nada.

- Aonde ele vai? – disse Dégel na maior inocência.

- Vou descobrir enquanto você faz companhia para ele. – Kárdia passou pelos dois indo embora.

- Ei Kárdia! – Regulus o chamou.

- Kárdia! – Shion o chamou. – o treino ainda não acabou.

- Que se dane! – gritou de longe.

Os dourados olharam incrédulos para Shion.

- Queria ver se fosse daqui alguns anos. – MM comentou. – Kárdia estaria morto.

- Com certeza. – Shura concordou.

Shion ficou com ódio.

- É um moleque.

- Sabe do gênio difícil dele Shion. – disse Dohko.

- É um cavaleiro não um menino!

- Acalma-se Shion. – disse Sísifo. – Kárdia é imaturo.

- Nota-se.

Albafica acompanhava a discussão, mas com os olhos fixos em Afrodite.

- Por que não treinamos contra eles? – indagou.

- Seria bom. – disse Manigold. – terei minha revanche.

- Irei falar com eles. – Sísifo afastou.

Aproveitando o momento que tinham parado Salo pediu ao seu mestre que lhes mostrasse os cavaleiros do futuro. De longe Hasgard mostrou aos três, quem eram e seus nomes, claro que nem citou sobre o virginiano. Depois das apresentações Teone e Salo foram treinar num local a parte. Selinsa voltou a se sentar.

Enquanto discutiam Shaka havia sentado num dos degraus da arena, olhava desanimado para o grupo de amigos quando teve sua atenção chamada. Não muito longe dele uma amazona assistia o impasse. O virginiano não era dado a reparar em nada, mas particularmente deteu sua atenção nela. Não deveria ter mais que quinze anos e a julgar pelas roupas era uma aspirante. A garota notando-se observada virou o rosto para a direção, corando por debaixo da mascara.

Uma brisa soprava suavemente, os dois se olhavam fixamente. Nos pensamentos de Shaka tentava imaginar como seria o rosto dela, já que nunca o veria por causa da lei que regia as amazonas, mas talvez a julgar pela cor dos cabelos deveriam ser negros. Selinsa olhava encantada o azul-céu que a fitava. Não entendia, mas o coração batia descompassado. Virou o rosto tentando aplacar tal sensação.

O cavaleiro de Aquário desistindo de defender Kárdia rumou para a arquibancada sentando perto de Selinsa.

- Como vai Selinsa?

- Bem senhor Dégel.

- Eles são meio confusos. – sorriu.

- Parecem ser pessoas boas. – olhou para o grupo.

- Parecem sim.

O aquário olhou para o virginiano.

- Já conhece todos? – indagou a ela.

- Só os que meu mestre apresentou.

- De certo ele ficou de fora.

Selinsa acompanhou o olhar de Dégel corando.

- Sim... o mestre....

- Eu sei. Vem cá. – pegou na mão dela.

- Senhor Dégel não...

A amazona sabia que seu mestre não iria gostar.

- Shaka. – Dégel parou a frente dele.

- Sim?

- Essa é Selinsa, discípula de Hasgard.

Ela queria desaparecer, Hasgard a mataria por isso, alem do mais tremia, nem conseguia olhá-lo.

- Shaka, prazer. – estendeu a mão a ela.

- Se...Se-Selinsa... – devolveu o cumprimento.

- Tem um bonito nome.

Foi o bastante para ficar escarlate, sorte que a mascara ocultava tudo.

- Obriga-da...

Apesar do constrangimento não tinha reparado que ele ainda lhe segurava a mão. Shaka nem tinha intenção de soltar, mas lembrou quem era o mestre dela e para não causar problemas...

- Eu preciso ir. – levantou. – foi um prazer conhecê-la.

- Igualmente...

Só não sabia que a apresentação tinha sido vista. Hasgard queria matá-lo e ao aquariano também. Dohko que estava perto notou.

- Calma Hasgard.

- Como ele teve o atrevimento de segurar a mão dela!

- Foi só uma apresentação infeliz. Sabe como Dégel é, todo educado.

- Devia matá-lo.

- Conhece o jeito dele, alem do mais isso não vai voltar a acontecer. Os dois não vão se ver.

- Assim espero. – estava com ódio.

Saga e Sísifo tinham acertado tudo. O treino ficaria assim. Shion e Mu, Hasgard e Shaka, Saga e Sísifo, MM e Manigold, Regulus e Aioria, Asmita e Aldebaran, Miro e Dégel, Shura e El Cid, Albafica e Afrodite com Dohko presidindo.

Shion não se incomodou pelo fato do oponente conhecer suas técnicas, ao contrario, atacou com todas as forças, o que deixou o ariano de cabelos lilás numa situação complicada, afinal aquele era seu “mestre” e não poderia feri-lo. Esses pensamentos causaram alguns arranhões e rosto empoeirado.

Saga e Sísifo analisavam-se, indo para um combate corpo a corpo, seguiam empatados.

Manigold ainda não tinha engolido a “derrota” para o rival, atacando-o com tudo, MM por sua vez, tomava mais cuidado com ele, não sabia quais truques ele ainda tinha.

Aioria e Regulus pareciam se divertir e em alguns momentos o leonino mais velho dava dicas ao mais novo.

Asmita continuava com a expressão impassível, estava ali apenas por obrigação e achava que uma meditação seria mais útil que lutar contra Aldebaran. No final ele deveria ser com Hasgard. O touro olhava com respeito para o indiano afinal ele deveria ser tão forte como Shaka, entretanto não gostara da sua postura arrogante.

Miro e Dégel mais conversavam do que treinavam, definitivamente os dois deram muito certo.

Shura tinha dificuldade em acompanhar o companheiro de signo, El Cid era muito veloz e quase não dava brechas para o ataque.

Mas nada se comparava as lutas de Shaka e Afrodite. Os cavaleiros não viam o menor problema em pegar pesado com eles.

Hasgard encarava Shaka que o olhava de maneira tranqüila. O taurino estava possesso pela apresentação de mais cedo e também pelo fato dele está de olhos fechados.

- Por que não abre os olhos?

- Faz parte do meu treinamento. – disse seco, o que deixou Hasgard ainda mais irritado.

- Para mim é uma maneira de esconder os verdadeiros propósitos. Não gosto de gente que se esconde.

- Não estou me escondendo.

Partiu para cima dele com toda a sua força, claro sem feri-lo, pois Shaka desviava com maestria. Quanto mais errava, mais raiva sentia do virginiano.

- Por que não ataca? Vai ficar se esquivando?

- Não tenho a intenção de machucar você.

- É muito convencido Shaka de Virgem. – disse com desprezo. – Buda...

- Minha religião o incomoda? – deu um sorriso.

- É um ultraje! – o socou.

Shaka simplesmente desviou.

- Sou tão leal quanto você Hasgard.

- Não é o que parece.

Selinsa que assistia a batalha não sabia se temia pelo mestre ou pelo virginiano, mas conhecendo a força de seu tutor temeu por Shaka que era visivelmente menor.

- Vamos ver o tão quão é leal.

Hasgard elevou seu cosmo, disparando um ataque contra o virginiano, Shaka preparava para erguer sua barreira, contudo, teve sua atenção desviada pelo grito de Selinsa dizendo o nome do mestre. O golpe dele o atingiu em cheio.

- Shaka?! – Mu não acreditava que ele tinha sido acertado.

- Xi... Hasgard agora está perdido. – Miro parou sua luta. – Shaka vai quebrar ele.

- Sem a visão e o tato. – MM olhava para a dupla.

- Sem a audição. – apostou Shura, limpando um filete de sangue.

O taurino sorria, finalmente tinha acertado aquele “herege”. Shaka estava apoiado num joelho só. O rosto fitava o chão.

- Pensei que o homem mais próximo de Deus fosse mais difícil de acertar, no entanto....coitado do Asmita, tem um Deus fraco.

- “Pare de provocá-lo Hasgard.” – Deba temia.

- Muito bom Hasgard, não é atoa que é um cavaleiro de ouro. É um touro. Parece que não vai muito com a minha cara.

- Não.

- É uma pena. – o olhou. – seriamos bons aliados. – abriu os olhos.

Tanto Hasgard quanto os demais sentiram o aumento significativo no poder de Shaka. Ate Asmita ficara impressionado.

- “Esse cara é realmente um deus?” – estava perplexo.

- “Como ele pode ter tanto poder?” – Dohko se perguntava.

- “Agora entendo os olhos fechados... – Sísifo pensava consigo mesmo. – para acumular cosmo.”

Shaka não estava disposto a deixar a afronta contra Buda passar em brancas nuvens, entretanto uma explosão de cosmo chamou a atenção de todos. Era Albafica.

Voltemos minutos antes, numa pequena luta que ocorria numa área afastada.

Albafica e Afrodite estavam apenas no olho no olho.

- Vamos terminar logo com isso.

O cavaleiro partiu para cima de Dite numa seqüência de socos e chutes. O pisciano se defendia como podia devido à voracidade dos ataques.

- O que tem contra mim? – indagou parando um soco.

- Tudo.

Deu uma rasteira derrubando Afrodite, mas ele não deixou por menos atacando em seguida. Não tinha nada contra Albafica, mas não deixaria agressão gratuita.

- Esse é seu real poder? - Provocou. – pensei que os cavaleiros do futuro fossem mais fortes.

- Não tenho a intenção de usar força contra você.

- Tem medo de encostar em mim? – sorriu cinicamente.

- Não.

- Então se prepara.

Novamente Albafica investiu contra ele. Afrodite recebeu alguns ataques, sendo arrastado. Num gesto rápido levantou conseguindo atingir o cavaleiro provocando um corte na testa dele. Um filete de sangue escorreu.

- Cretino.... – Albafica limpava.

O cosmo dele aumentou, chamando a atenção de todos.

- Esse povo leva o treino muito a sério. – disse Deba.

- Albafica vai matá-lo. – o virginiano disse frio.

- Como?

- Albafica pare. – Sísifo parou a luta contra Saga.

- Espinho carmesin.

Mas era tarde. O que antes era algumas gotas de sangue havia se transformado em espinhos, não eram muitos, mas o suficiente para cortar Afrodite em varias partes.

Dite caiu de joelhos.

- Já chega Albafica. – Dohko posicionou-se entre ele e o pisciano ferido.

Ficaram espantados com a forma que ele tinha lutado. Albafica simplesmente deu as costas indo embora. Dite foi ajudado por Deba e Shura.

Sísifo achou melhor dar fim aos treinos. Como de costume os dourados com exceção de Kamus reuniram-se me Gêmeos, mesmo com a advertência de Shion. Dégel e Regulus foram os únicos a aceitarem o convite.

Depois de deixarem Sísifo em Sagitário, El Cid e Albafica seguiram calados. O pisciano trazia arranhões, mas nada que fosse grave, na porta de capricórnio....

- Foi de propósito não foi? – indagou. –queria mesmo feri-lo.

- Estávamos em combate. – disse seguindo para Peixes.

O.o.O.o.O.o.O

A vila Rodória, girava em torno do santuário, onde a maioria de seus moradores, pessoas simples, exerciam funções no local. As habitações eram modestas quase sem luxo algum.

Carregando um balde de madeira uma garota entrou apressada em casa.

- Demorou. – disse um homem que consertava uma mesa.

- Havia muitas pessoas na fonte papai. E ela?

- Na mesma Athina.

- Vou vê-la.

A garota foi para seu quarto. Um cômodo com apenas uma cama e um velho baú. No leito uma jovem jazia deitada.

- Quem é você....? – murmurou, olhando as vestes estranhas dela.

Ficou mais alguns minutos saindo em seguida.

O.o.O.o.O.o.O

Colinas próximas ao santuário....

Uma jovem olhava fixamente para o complexo de templos pouco adiante.

- Enfim em casa. – disse com os olhos saudosos. Ajeitando a urna prateada nas costas seguiu o caminho.

Apressava o passo, estava muito ansiosa depois de tantos meses afastada. Durante esse tempo só tivera contato com Hakurei quando lhe falara sobre a previsão que a armadura fizera. Ganhou rapidamente o bosque. Breve chegaria em casa onde descansaria antes de se reunir com o Grande Mestre.

O.o.O.o.O.o.O

A bola da vez era de Saga que foi para a cozinha reclamando, afinal ele emprestava a casa. Na sala, conversavam sobre o treino nem um pouco amistoso, Afrodite num canto examinava os cortes. Não imaginava que o companheiro de signo tinha tanto poder.

- Não quer ir ate a enfermaria? – Dégel estava preocupado.

- Não foi nada.

- Mesmo assim. – disse Regulus. – é melhor tomar antídoto ou algo parecido.

- Anh? – estranhou

Regulus e Dégel olharam entre si.

- Conta para eles. – disse o leonino.

- Contar o que?

- O motivo que o Albafica é arredio com as pessoas. Ele passou por um treinamento difícil. – iniciou o aquariano. – e por ficar tantos anos exposto ao veneno das rosas, seu sangue tornou-se venenoso. Ele não se aproxima por medo de machucar os outros.

Silenciaram. Então era por isso que ele parecia tão distante. Afrodite sentiu-se mal por julgá-lo. Achava-o de temperamento igual ao seu, no entanto eram opostos. Ele era orgulhoso e cheio de si, mantinha-se afastado dos outros, pois julgava-se superior, mas Albafica fazia isso por segurança. Temia ferir o semelhante.

- Tenho certeza que ele ficará com raiva se souber que vocês me contaram sobre o “segredo” dele.

- Sim.

- Tudo bem. – sorriu. - Não se preocupem, não fui envenenado e nem poderia. Sou o cavaleiro de Peixes esqueceram? Cresci em meio às rosas.

- Então seu sangue.... – Miro arregalou os olhos. – é igual ao dele?

- Não da mesma forma. Pouco tempo atrás descobri que meu sangue de tanto tempo exposto adquiriu anticorpos para o veneno. Sou imune. Albafica tem o sangue, o meu tem anticorpos. Ele não pode me ferir, mas o contrario...

- Como assim?

- Sabem daquela situação da mãe de RH negativo que gera um filho de RH positivo.

- Aquele papo todo de anticorpos da mãe que atacam as hemácias do filho?Blá, blá.

- Isso mesmo Mask. O principio é o mesmo.

Dégel e Regulus não entendiam.

- O que é RH?

- Vou resumir: se Albafica entrar em contato com meu sangue ele morre.

O.o.O.o.O.o.O

Hasgard andava de um lado para o outro tentando se acalmar. A aspirante com o rosto baixo aguardava a represaria.

- Salo e Teone, vão para a vila. Selinsa os alcança depois.

- Sim mestre. – Teone puxou o companheiro sem tirar os olhos da garota.

A futura amazona ficou com ainda mais medo, sabia o quanto o mestre poderia ser bravo.

- Explique-se.

- Eu estava no meu canto... foi o senhor Dégel que me levou....

- E não poderia ter dito não?

- Seria uma desfeita para com o senhor Dégel, é um cavaleiro e devo respeitar. – nem ousava erguer o rosto.

- Dégel e seu excesso de gentileza. Desta vez passa, mas a quero longe dele. Não fica bem uma amazona de Atena andar com um herege.

- Sim senhor.

- Estamos entendidos?

- Sim.

- Dispensada.

- Com licença.

Saiu dali o mais rápido que pode, não imaginava que seu mestre ficaria tão nervoso. A imagem de Shaka veio lhe na mente. Corou por debaixo da mascara.

- “Para o bem de todos é melhor eu me afastar.” – pensou resoluta.

Em touro Hasgard tentava se acalmar. Deveria vigiar os discípulos ao maximo. Nenhum dos hereges chegaria perto de seus “meninos.”

O.o.O.o.O.o.O

Kamus era o único que não participava do almoço coletivo. Não estava muito a fim de agüentar Miro e Dégel preferindo ficar em Aquário. Foi para a cozinha preparar alguma coisa. Fez um prato rápido sentando por ali mesmo. Comia distraído quando sentiu um cosmo conhecido.

- “Ate os cosmos se parecem....” – pensou. – estou na cozinha.

Kárdia chegou à porta com uma expressão descontraída.

- Oi.

- Oi.

- Dégel não está aqui? – indagou de olhos fixos nas panelas sobre o fogão.

- Não chegou.

- Hum...volto outra hora.

- Não quer almoçar? – perguntou, era claro que ele tinha ido atrás de comida, Dégel tinha que passar por escorpião.

- Não estou com fome.

- É uma pena, está bom. – sabia do orgulho.

Kárdia olhou para o prato, sentindo o estomago rodar, estava com muita fome, mas não daria o braço a torcer. Aceitar comida daqueles caras? Mesmo um deles sendo aquariano? De jeito nenhum.

- Não estou com fome.

- Que pena. – voltou a comer.

O escorpião acenou saindo, Kamus segurou o riso, não daria nem um minuto para ele voltar e com uma desculpa esfarrapada e sorriso irônico nos lábios. Dito e feito.

- Desculpe a minha educação Kamus. – puxou uma cadeira sentando. – você foi tão gentil em me convidar, o mínimo que posso fazer é aceitar. – deu o sorriso mais lavado do mundo.

- Sei... – levantou pegando mais um prato. – pode comer a vontade.

- E vou mesmo!

O.o.O.o.O.o.O

O mestre estava sentado no trono lendo alguns relatórios. Sentiu uma presença atrás da cortina que separava aquele salão do restante do templo.

- Diga. – continuou na mesma posição. – como foi?

- Tirando Manigold, Albafica e Hasgard que quase perderam a cabeça foi tranqüilo.

- O que achou deles?

- Ainda não dá para saber. Os cosmos deles ainda oscilam, possivelmente por causa do ocorrido, mas são fortes.

- E o cavaleiro da sexta casa?

- Seu cosmo é excepcional.

- Continue o trabalho.

- Sim senhor.

A presença desapareceu. Sage deixou os papeis de lado. Estava preocupado, não com eles, mas sim de uma possível ameaça. Um inimigo poderia surgir.

O.o.O.o.O.o.O

Albafica se encarava no espelho, o corte não deixaria marcas, mas não era isso o que deixava com ódio, era o fato que Afrodite poderia feri-lo. Mesmo sendo, na maioria das vezes, subestimado por sua beleza, fizera o mesmo com o pisciano. Ele era forte.

O.o.O.o.O.o.O

Shaka olhava o céu de maneira distraída.

- Algum problema amigo? – Mu sentou perto dele.

- Nenhum.

- Por que Hasgard pegou pesado? Tive a sensação que ele queria te matar.

- Ele não gosta de mim. – disse simplesmente.

- E você não se importa. – conhecia muito bem o jeito do amigo.

- Não, desde que não atrapalhe numa batalha.

Subitamente lembrou-se de Selinsa.

- Desde que não a coloque em perigo... – murmurou para si mesmo.

- O que disse?

- Nada.

O.o.O.o.O.o.O

Sísifo almoçou rapidamente, saindo. Tinha alguns afazeres e os faria antes de ir para o treino da tarde. Treino esse que o deixava preocupado. Se bem conhecia os amigos sabia que Hasgard e Albafica não estavam brincando, era bem capaz de os dois ferir os dourados de maneira grave, ainda tinha o treino de Regulus contra Aioria, não podia negar que ele era forte, mas talvez não fosse uma boa influencia para o discípulo. Eram tantas coisas a se resolver que estava quase esquecendo do assunto principal: achar pistas da futura Atena.

Andava distraído pela floresta que levava a outra entrada pelas doze casas.

- Aquilo é...

Viu em meio a relva uma garota desacordada.

- Ei, acorde. – ajoelhou ao lado dela e delicadamente ergueu sua cabeça.

A garota apenas abriu os olhos. Fitou a figura a frente, mas só conseguiu murmurar...

- Santuário...

O.o.O.o.O.o.O

Andava de modo despreocupado em direção a sua casa. A viagem tinha sido longa e quando chegasse teria seu merecido descanso. Olhava sorridente para as flores que nasciam naquele lado do bosque quando viu um homem encostado numa arvore. Tomou posição, mas logo percebeu que ele não estava bem.

- Ei você. – mexeu com ele. – acorde.

O homem abriu os olhos para fechá-los em seguida. A garota tocou a fronte dele.

- Está ardendo em febre!

Apoiou o braço dele no ombro e com um pouco de dificuldade o levou ate sua casa que não estava longe. Chegando, depositou a armadura na sala seguindo para o quarto. Com todo o cuidado deitou-o, voltando para a cozinha para preparar alguns remédios. Enquanto ferviam no fogão, a jovem de posse de uma toalha limpava o rosto e os braços cobertos de ferimentos. Depois de alguns minutos os remédios tinham ficado prontos.

- Beba isso.

Ergueu um pouco o rosto, obrigando-o a beber, a careta foi inevitável.

- É ruim, mas vai te fazer bem.

- Obrigado... – a voz saiu num sussurro. Voltou a deitar, mas desta vez abriu novamente os olhos. O rosto antes febril mostrava-se com cores.

A jovem o observou. Era alguém de porte, provavelmente um guerreiro, os cabelos desciam longos num intenso azul e os olhos verdes e firmes. Ele também a observava.

Os cabelos castanhos claros presos num rabo, a face morena de sol e os olhos azuis.

- Qual o seu nome...?

- Lara.

- Kanon...- Sentiu as pálpebras pesadas, caindo num sono profundo.

Lara recolheu tudo e saiu voltando minutos depois, havia mandado uma mensagem ao mestre dizendo que dali algumas horas estaria com ele.

O.o.O.o.O.o.O

Desde a visita de mais cedo, Sage continuava na sala do trono.

- Com licença, grande mestre. – um soldado fez uma leve reverencia.

- Sim?

- Para o senhor.

Entregou-lhe um envelope amarelado com o emblema de Atena.

- Obrigado.

- Com licença. – retirou.

Sage abriu o lacre lendo com atenção a mensagem ali escrita.

- Finalmente... – murmurou. – Vivara.

- Sim mestre. – como se brotado da terra um soldado apareceu ao lado do trono.

- Diga a Hakurei que Lara chegou. Peça-o que reúne os cavaleiros, o mais rápido possível.

- Sim senhor. – da mesma forma que apareceu, sumiu.

- Agora as coisas serão explicadas.

Rapidamente Hakurei e os outros tomaram ciência da convocação do grande mestre.

O.o.O.o.O.o.O

Sentiu a claridade ofuscar sua visão. As pálpebras abriram lentamente e as imagens aos poucos foram se formando.

- Onde...?

Notou que estava num quarto, havia poucos moveis, mas era aconchegante. Tentou identificar onde era, contudo a única coisa que conseguiu foi sentar-se na beirada da cama.

- Estou em leão...?

A porta abriu, assustando-a, um rapaz entrou trazendo uma bandeja nas mãos.

- Já acordou? – sorriu.

A garota o fitou ficando um pouco sem ação. O rapaz trajava roupas tradicionais gregas, era alto, com cabelos castanhos claros quase dourados, a pele levemente rosada e os olhos extremamente azuis.

- “Ele é lindo.” – pensou.

- Trouxe algo para você comer.

Ate então Sísifo não a tinha reparado direito, afinal achara a moça jogada e com o rosto sujo de terra. Os cabelos desciam lisos em tom acobreado, os olhos âmbar que o fitavam confusos, os lábios rosados, a roupa diferente.

- Você é.... – deixou as palavras escaparem.

Os dois se encararam por longos minutos, quebrado apenas por um jarro indo de encontro a ele.

- Quem é você?! – preparou outro ataque. – afaste-se de mim tarado.

- Fique calma. – deu um passo.

- Não se aproxime de mim ou eu grito.

- Eu...

- Socorro! – lançou um objeto de madeira.

- Cuidado!

Aproveitando que ele desviava saiu correndo. Percebeu que estava num dos templos do santuário, mas não conseguia dizer em qual deles. Ao ver uma claridade ao final do corredor partiu para lá. Olhava para trás para ver se não era seguida que nem viu que trombara de frente com alguém.

- Me solta! – gritou se debatendo.

- LITHOS?!?

Ergueu o rosto.

- Mestre Aioria?! – o abraçou. – graças a Zeus!

- Como?! Onde?! – Aioria estava chocado.

Lithos olhou para o lado vendo os demais dourados e outras pessoas que não conheciam.

- Estou no santuário.

- O que está fazendo aqui?

- Ora eu moro aqui, alias tem um homem atrás de mim. – agarrou no braço dele. – ele está lá dentro. – apontou para a entrada da casa.

Aioria olhou para a direção, estreitando o olhar ao ver Sísifo na porta.

- O que fez a ela? – passou na frente.

- Nada. Encontrei-a a pouco nos arredores. Estava desacordada.

- Quem é ele?

- Sísifo. – disse sem tirar o olhar dele. – você viu Cronos no templo? – voltou a fita-la.

- Sim. Estava na varanda com Aiolos quando ele nos atacou. Uma sombra apareceu, ele tentou me ajudar, mas acabei sendo pega. Cadê ele? Ele está bem?

- Não sabemos Lithos. – Miro aproximou. – e você está tudo bem?

- Sim... por que não sabem? – olhou ao redor. – quem são....

Lithos parou o olhar em Dohko. Ele estava diferente, mas não conseguia dizer em que. Desviou o olhar para Shion que estava ao lado dele.

- Zeus! – deu grito. – Mest...

- Calada. – Aioria tampou a boca dela. – sem comentários.

- Mas... mas... – apontava para o ariano que fitava intrigado.

- Presta atenção. – disse no ouvido dela. – não pergunte nada, não fale nada. Depois te explico tudo.

Ela o olhou indignada, mas ao perceber o olhar sério dele consentiu.

- Tudo bem.

- Explicaremos depois. – disse Saga.

- Ela também é do futuro? – indagou Dégel.

- Sim. É melhor irmos ver o que mestre quer conosco. – disse Shaka.

Lithos tentava entender o que se passava ali.

- Como te disse, - Aioria voltou a olhar para a entrada da nona casa. – ele é Sísifo, cavaleiro de sagitário.

A garota virou-se.

- Oi. – ele cumprimentou.

- Então foi você que me achou... sou Lithos, desculpe me pelos objetos.

- Que objetos?

- Bom Aioria... ela jogou algumas coisas em mim para se defender. – sorriu.

- Hum... “Bem feito!”

- Desculpe-me. Não tive a intenção.

- Não se preocupe. Seja bem vinda Lithos. – sorriu.

- Obrigada. – sorriu de volta deixando certo leonino ressabiado.

- É melhor irmos. – Shion passou a frente. – estamos atrasados.

Lithos o fitou achando-o estranho, mas não comentou nada.

O.o.O.o.O.o.O

Lara acabava de se arrumar. Tinha preparado uma refeição para hospede caso ele tivesse fome. Foi ate o quarto verificar se ele estava dormindo, para a sua surpresa estava acordado.

- Pensei que estava dormindo.

- O remédio que me deu foi muito bom. Obrigado.

- O que fazia no bosque? É morador de Rodória?

- Não, eu sou... – viu a urna da armadura. – é uma amazona?

- De Taça.

Kanon estranhou, mas ficou calado.

- O que eu tive?

- Não se lembra? Febre. Fora os arranhados. Foi batalha?

- Estava andando, quando parei para descansar. Senti algo me picar e quando vi era uma aranha. Não dei muita importância, mas meu corpo ficou pesado, os arranhados devem ser pelos arbustos que não desviei. Passei a noite naquele local. Preciso achar o Saga... – murmurou.

- Entendo, - fingiu que não ouviu a ultima observação. - alguns insetos dessa região são venenosos, sorte que não era letal. Eu tenho que sair, não devo demorar, na volta levo ate sua casa.

- Aonde vai?

- Compromisso. Tem uma sopa no fogão caso tenha fome. – saia. – ate mais tarde.

- Lara.

- Sim?

- Muito obrigado. – sorriu.

- As ordens.

O.o.O.o.O.o.O

Passaram por Capricórnio sem problemas. A divisão entre água e óleo continuava, com olhares tortos para a mais nova pessoa do futuro, o único que mantinha o olhar diferente em Lithos era Sísifo. Observava cada detalhe da moça e tentava escutar o que ela conversava com Aioria, pareciam que os dois eram muito íntimos e isso o deixou um pouco nervoso.

Chegando em Aquário sentiram dois cosmos conhecidos. Dégel ao ver a cena sorriu de satisfação, quem não gostou nada foi Miro.

Kamus e Kárdia no meio da sala jogavam uma emocionante partida de xadrez.

- Oi Dégel. – disse Kamus. – espero que me perdoe por ter pegado seu jogo.

- Claro que não. – aproximou. – que proeza é essa? - apontou para Kárdia.

- Ele resolveu me ensinar. – disse o próprio. – mas não tenho paciência. Isso é muito difícil.

- Claro para um cérebro de ervilha como seu. – Miro olhava com ódio para Kamus.

- Pelo menos sei jogar dama. – sorriu.

O sangue do escorpião ferveu, então Kamus tinha contado para Kárdia que ele não sabia jogar damas.

- Oi Kamus. – Lithos nem se importou com a troca de carinhos entre eles.

- Lithos? O que faz aqui?

- Longa historia Kamus. Sage está no convocando. – disse Afrodite.

Kárdia que olhava para Miro desviou o olhar para a garota.

- Oi, eu sou o Kárdia. – sorriu.

- Oi. – simpatizara com ele. – Lithos.

- Vamos embora. – Miro pegou a mão da grega arrastando-a para fora, não a deixaria ir para o lado do impostor.

- Miro tire as mãos da Lithos!

- Ele não vai fazer nada com ela, seu leão ciumento. – Deba o segurou. – se bem que...

- Eu mato aquele escorpião! – foi atrás.

Sísifo ouvia calado, de certo que os dois tinham algo.

- Ela é bonita. – Kárdia disse por acaso, causando estranheza nos conterrâneos. Ele jamais fizera esse tipo de comentário. Jamais. Já os do futuro, não ficaram tanto assim, sabiam que todo escorpião eram igual.

- Não se transforme. – Kamus tocou o ombro dele. – outro pervertido não.

Seguiram em frente. Ao chegarem perto de Peixes olharam para Afrodite. Ele simplesmente ignorou seguindo em frente. Para a surpresa deles, Albafica não estava em casa.

Passaram pelas escadarias adentrando no templo. O pisciano já se encontrava lá, inclusive Hakurei. Lithos andava colada em Miro, achou tudo diferente, principalmente ao ver uma outra pessoa sentada no trono sem ser Shion.

- Miro. – o chamou baixinho.

- Sim.

- Cadê a Atena?

- Já vai entender.

- Mandou nos chamar mestre?

Shion e os outros fizeram uma reverencia assim como os dourados. Lithos a cada minuto ficava sem entender.

- Sim. – Sage viu a garota. – quem é ela?

- Lithos, mestre. – disse Sísifo. – também veio do futuro, a encontrei no bosque.

- Veio mais um? - Hakurei a olhou curioso. – é uma amazona?

- Eu? – riu. – não tenho capacidade para isso. Sou irmã desse daí. – apontou para Aioria, Sísifo deu um largo sorriso – pode começar a explicar. Quem são essas pessoas? Cadê Atena? Por que ele, - apontou para Sísifo. – é o cavaleiro de sagitário? Porque falam que somos do futuro? Por que ele está sentado na cadeira do mestre? – apontou para Sage. – por que o mestre Shion está tão novo?

- Lithos! – Aioria tampou a boca dela. – falei para ficar calada.

- Eu quero saber!

- Vai entender Lithos. – uma voz se fez presente.

Sentiram um cosmo poderoso entrar no salão. Os cabelos presos no alto desciam em ondas douradas, trajava um fino vestido em linho branco a molde grego, nos pés uma sandália de tiras bege. Nos punhos dois braceletes em ouro.

- Mestre Sage. – reverenciou-o.

- Como vai Lara?

- Bem Hakurei. – o fitou. – vejo que a previsão não falhou. – levantou passando a fitar os dourados.

Olhou um a um porem....

- O que faz aqui? Deveria está na cama. – apontou para Saga.

- Eu te conheço?

- O que foi Lara? – indagou Sage.

- O achei caído perto do bosque. Você me seguiu!

- Eu? – Saga não entendia nada.

- Foi para me enganar. – elevou o cosmo.

- Saga o que você aprontou? – Shura o olhou feio.

- Nada.

- Saga? – o cosmo serenou. – então... Kanon é seu irmão. – concluiu.

- Kanon? – adiantou. – você viu meu irmão?

- Está na minha casa.

- Shion vai buscá-lo. – disse Sage.

- Mestre. – Mu o interrompeu. – desculpe, mas não seria uma boa idéia ele ir. Kanon também mora no santuário.

A principio Sage não tinha entendido, mas logo percebeu.

- Tem razão. Lara passe a localização da sua casa para ele.

Shion indignou-se.

- As ordens eram para mim.

- É melhor ele ir Shion, para evitar problemas. Vá logo Mu.

- Sim.

Assim que descobriu a localização o ariano partiu.

Shion fechou a cara, não gostava de ser contrariado ainda mais na frente dos outros.

Casa da amazona...

Kanon olhava distraído a paisagem pela janela quando foi surpreendido por Mu.

- Oi Kanon.

- Mu? Que bom vê-lo.

- Vem, apóie-se em mim precisamos ir.

- Para onde?

- Para o templo.

Em segundos Mu e Kanon estavam no templo.

- Kanon!

- Saga!

Os dois deram um forte abraço.

- O que houve? Cadê Cronos?

- Não sabemos.

Sage, Hakurei, Lara e os outros observavam os dois e como eram idênticos.

- Agora vamos nos divertir. – Miro aproximou seguido por Shura e MM.

- Esse lugar estava sem graça e com a mala do seu irmão junto... – MM apontou para Saga.

- Obrigado pelo elogio Mask.

- Eu sei que sou uma pessoa importante.

- Menos Kanon. – Deba sorriu. – apesar do seu convencimento é bom vê-lo.

El Cid,Kárdia e Manigold olhavam para o quarteto dourado.

- Parece que há mais pessoas do futuro. – disse Sage chamando a atenção de todos.

- Sou Kanon, dragão marinho, um dos marinas de Poseidon.

- Um marina entre os cavaleiros? – Hakurei ficou surpreso.

- É uma longa história. Não sou inimigo e apesar de servir ao deus do mar sou totalmente leal a Atena. E por falar nela... – olhava para os lados.

Kanon parou os olhos em Dohko e Shion.

- ZEUS!! –exclamou. – o que houve com vocês?? Foi Cronos? – fitou o irmão.

- Não Kanon. Estávamos esperando sua chegada para esclarecer a você e a Lithos o que está acontecendo. Mestre Sage prossiga, por favor.

- Passo a palavra a Lara.

Todos os olhares dirigiam para a amazona que ainda tinha os olhos fixos nos gêmeos.

- Meu nome é Lara. Sou sacerdotisa de Atena e amazona de Taça. A minha armadura tem a capacidade de cura alem de certos casos prever o futuro. Há alguns dias enquanto realizava meus treinamentos a armadura me mostrou uma visão. Era a entrada do santuário, mais precisamente as escadarias que levavam a primeira casa. Diante dela quatorze sombras que tentavam subi-las, mas sempre permaneciam no mesmo lugar.

- Isso não prova nada Larinha. – disse Manigold. – quatorze sombras eles são doze.

- Como sempre interrompedo Manigold, pensei que fosse só o Kárdia que fazia isso.

- Continue Lara. – Sísifo estava interressado na historia.

- Obrigada. Algumas sombras foram trocadas por dez armaduras de ouro e outras duas que não consegui identificar. Para a minha surpresa, essas armaduras de ouro apareceram duplicadas, então comecei a sentir um cosmo maligno que em poucos segundos destruiu todas as armaduras e por cima delas surgiu a ampulheta dourada, que tenho certeza se tratar do símbolo de Cronos.

- Como pode afirmar que as sombras são do futuro? – indagou Shaka.

- Por três motivos. O primeiro: pela duplicação das armaduras, com exceção de sagitário e libra. Segundo: a ampulheta dourada é o símbolo de Cronos, quando queremos retratar uma passagem de tempo fazemos desse modo e terceiro e o mais importante: Atena.

- Como?

- Poderiam me dizer como ela é no mundo de vocês?

- Seu nome mortal é Saori Kido, é jovem, cabelos lilás e olhos verdes.

- Era ela... antes das armaduras serem destruídas a imagem de Atena apareceu ao lado delas e como nessa Era ainda não a conhecemos....

- E o final? – perguntou Saga.

- Não há final. A visão acaba com a destruição delas.

- Afinal de contas do que estão falando? – Kanon e Lithos não entendiam nada.

- Quando Cronos nos atacou, nos mandou para uma época passada. – disse Shaka. – estamos em 1740 e estes aqui são os cavaleiros do passado.

Kanon fitou Shion....

- Quer dizer que aquele miserável nos mandou para....

- Isso mesmo. – disse Saga cortando-o antes que dissesse coisa que não devia.

- E como faremos para voltar?

- Não encontramos um meio.

- Infelizmente ainda não sabemos disso dragão marinho. – disse Hakurei. – imagina algum modo Lara?

- Se estamos lidando com Cronos, somente ele ou um outro deus, talvez Atena. Fora isso... eu sinto muito.

- Estamos presos.... – Aioria murmurou de modo desanimado.

- Espera. – disse Lithos chamando a atenção para si. – se ela viu quatorze sombras... quem são as outras duas?

- Devem ser alguém relacionado ao deus. – disse Mu.

- Mas o que eu e a Lithos temos haver? – indagou Kanon.

- Você eu não sei, mas ela... – MM apontou. – o leão aqui a achou na época de Cronos, alem do mais foi por causa dela que foram parar no palácio do deus.

- Ele tem razão. – disse Dite.

- Mas e eu? Eu estava no templo submarino.

- Deve ter sido por engano, algum erro.

- Mas e as outras duas pessoas?

- Aiolos não poderia ser. – disse Shura. – ele estava morto. Mestre ancião estava em Rozan e o mestre....

- Não sobram muitas pessoas....

- Áurea. – disse Deba.

- Ela?

- Estava junto comigo, se Kanon veio....

Lithos sentou no chão desanimada.

- No que me meti....

- Tenho certeza que encontraremos um meio Lithos. – disse Sísifo.

- Espero que sim. Onde estão ficando?

- Nas “nossas casas.” – Dite colocou entre aspas.

- Kanon pode ficar em Gêmeos, - disse Sage, - enquanto a você... – olhou para Lithos.

- Por favor, - juntou as mãos. – deixe-me ficar com meu mestre, prometo que não dou trabalho.

Regulus arregalou os olhos.

- Não temos mulheres nas casas.... – Sage pensava alto. – por hoje pode ficar ate arrumamos um lugar para você.

- Obrigada. – sorriu.

- Estão dispensados, com exceção de Lara e Sísifo.

Os cavaleiros e os dourados dispersaram.

- O que me diz Lara?

- Parece que a previsão se confirmou, não há duvidas que sejam eles.

- E quanto ao marina?

- Encontrei-o debilitado, mas pude senti seu cosmo.

- Bom... quero que se mude para o templo, pois tenho duas missões para você. A primeira é encontrar um modo de ajudá-los e o segundo é achar Atena ao lado de Sísifo.

- Como ela é? – indagou o sagitariano referindo-se a Atena da visão.

- Um cosmo poderoso e pacifico, os olhos alternavam entre verdes e azuis. Possuía na mão direita Niké.

- Não se aflige cavaleiro. – disse Hakurei. – nós vamos encontrá-la.

- Assim espero.

- Estão dispensados.

Sísifo e Lara atravessaram o salão ganhando a entrada do templo.

- Nos despedimos.

- Vai para onde?

- Pegar algumas coisas em casa. Vou voltar para o templo. – Lara sorriu.

- Seja bem vinda.

- Obrigada. – tocou no ombro dele. – é bom está em casa. Parecem que as coisas continuam as mesmas. Manigold falando demais enquanto El Cid no seu silencio.

- Eu sei.

- Conte com minha ajuda.

- Obrigado.

Seguiu alguns segundos de silencio.

- Pode perguntar Lara. – Sísifo não conteve o riso. – te conheço muito bem.

- Onde ele está?

- Ilha Canon.

- Gosta de isolar. – torceu a cara.

- Você ainda....

- Não. Sou uma sacerdotisa esqueceu? E amazona. Somos apenas companheiros de causa.

- Se diz...ate porque se gostasse dele deveria matá-lo, pois sei que não abandonaria seu posto.

- Preciso ir, hoje é o festival e preciso me preparar. Pode pedir para o Dégel me procurar?

- Peço.

- Ate mais tarde.

Durante a descida Kanon e Lithos não estranharam muito as casas. Os cavaleiros ficavam cada um na sua enquanto o cortejo seguia para Leão. Shaka foi o único a permanecer em Virgem.

Depois de passar por Gêmeos, Hasgard e Shion trocaram impressões.

- Essas pessoas não param de chegar.

- Pelo menos a garota não oferece risco. – disse Hasgard.

- Espero que o mestre encontre uma maneira deles voltarem.

- Lara está aqui, pode ser de grande valia.

- Que assim seja. Algo me diz que a situação vai piorar.

- Pare de pensar que o mundo é só problemas Shion.

- E não são? – riu.

---------

Continua....

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Notas finais do capítulo

n/a: Novum Personas – Novas Pessoas.

Lithos e Kanon apareceram, mas são quatorze sombras, ainda faltam duas pessoas e com elas a trama vai fechar e aguarde confusões, amores e ciúmes... o povo ciumento!



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