Temporits Actis escrita por Krika Haruno


Capítulo 6
Capítulo 6: Novum Personas I


Notas iniciais do capítulo

Julies Sama - Obrigada por comentar!



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Em Leão, dispostos ao redor da sala, Aioria e os demais contavam para Kanon e Lithos sobre o que tinha acontecido desde o momento que chegaram ao antigo santuário. E os comentários não pararam apenas nas impressões sobre o lugar, o que eles tinham achado dos santos do passado também estava em pauta, claro com certa moderação: Regulus estava presente.

- E foi isso.

- Mas quem serão as outras pessoas?

- Tirando Kanon que nem participou da guerra....

- Mas quem estava na festa e participou da luta? – indagou Deba. – não lembro mais de ninguém.

- Marin e Shina. – disse Shura. – principalmente a Marin.

- Você só esqueceu de um detalhe Shurinha. – MM o fitou. – Shina não estava no salão. Vocês brigaram esqueceu? Ela foi para a casa mais cedo. E Marin depois de certo tempo foi atrás dela, portanto não estavam presentes quando Cronos apareceu.

- Tem lógica. – disse Dite.

- São só suposições. – Aioria deu um sorriso. – já que está aqui podia fazer algo para comermos, estou com fome.

- Cozinhe você.

- Você é a mulher.

- E daí? – cruzou os braços contrariada. – ainda mais num fogão de lenha, nem morta que chego perto.

- O que tem meu fogão? – Regulus fez beiço.

- A lenha. Vai encher meu cabelo de fumaça. To fora.

- Então vai passar fome. – disse o leonino. – em parte alguma vai encontrar fogão a gás.

A garota o olhou feio, detestava quando ele tinha razão.

- Não garanto nada. – levantou. – Regulus pode me ajudar?

- Claro.

Os dois partiram para a cozinha. Kanon só esperou o leonino mais novo dá as costas....

- Pessoal esquisito.

- E olha que nem viu o tal Albafica quase matar o Dite. – disse Shura. – fora que Hasgard bateu no Shaka.

- Bateu? – arregalou os olhos.

- Bateu. – disse Miro. – quero só ver ele sair todo quebrado. Fora a surra que MM quase levou. – o escorpião não poderia deixar de comentar.

- Foi ele que levou! – MM protestou. – nem vem.

- Mudando de assunto... – iniciou Mu. – será que aquela amazona pode nos ajudar?

- Ela deve ser forte. Ouvi dizer que poucos conseguiram usar a armadura de Taça. – Dite observou.

- Ela tem um grande poder.

- Não deveria usar mascara? – indagou Aioria.

- Lara é uma sacerdotisa. - Disse Kamus. – já ouvi falar que nos tempos mitológicos algumas sacerdotisas também eram amazonas e devido a isso o uso de mascara era obrigatório apenas em batalha. Talvez Lara seja a ultima sacerdotisa de Atena.

Kanon pensou nela, realmente sentira um grande cosmo vindo dela, alem de ser forte era bonita.

- Ela é linda. – comentou.

- É uma gata! – exclamou Miro.

Saga voltou os pensamentos para ela, o que tinha de beleza tinha de poder.

Enquanto isso na cozinha....

- E assim que se acende.

- Ainda bem que nasci no futuro. – riu. – coisa complicada.

- Aioria me disse que usam microfondas.

- Microondas. É algo mágico. Se não se importar farei as refeiçoes.

- Não precisa se incomodar eu faço. Vai sujar suas mãos.

- Estou de hospede, é o mínimo e não é incomodo algum e não leve a minha aparência em consideração, já peguei muito no pesado.

- Para falar a verdade eu agradeço, não cozinho muito bem.

- Não se preocupe a partir de hoje eu faço as refeições.

- Obrigado. – sorriu.

- Tirando os bons modos que possui você se parece muito quando o mestre era garoto. – brincou com os cabelos dele.

Regulus corou com o toque, nunca tinha recebido esse tipo de carinho a não ser de sua irmã.

- Vou... voltar para sala.

Saiu de lá rapidamente. Lithos o acompanhou com olhar e voltando a atenção para o fogão...

- Céus....

Na sala, as discussões começaram, tinha ate sobrado para Regulus que entrou para defender o amigo de signo. De volta a cozinha a grega a muito custo conseguira assar um bolo.

- Perfeito para o primeiro dia. – limpava as mãos. – se eles quiserem que façam algo diferente.

Teve sua atenção chamada por batidas na porta.

- Sim? – abriu a porta deparando com uma moça.

- Senhorita Lithos?

- Sim.

- Sou Selinsa e vim da parte da senhorita Lara. Ela me pediu que lhe entregasse essas roupas. – entregou-lhe um cesto.

- Nem tinha pensado nisso...obrigada.

- As ordens.

- Onde ela está?

- Na casa dela.

- Pode me levar ate lá? Queria agradecer.

- Tudo bem.

- Preciso avisar meu mestre....

Mask entrara naquela hora. Apesar do tempo que havia se passado Lithos ainda era cismada com ele.

- Diga a Aioria que fui a casa da Lara, tem bolo no forno.

Deu nos ombros.

As duas iniciaram o caminho em silencio.

- Também é do futuro?

- Sim. Mas não sou amazona. Morava com meu pai antes do santuário ser atacado. Acabei ficando sozinha e Aioria me acolheu. E você? Pela mascara é uma amazona.

- Aspirante. Quero ser a amazona de Coroa do Norte. Meu mestre é o senhor Hasgard.

- O mais alto?

- Ele mesmo.

- Tenho certeza que vai conseguir.

- Como era sua vida?

Lithos contou tudo desde o momento que chegara ao santuário ate o reencontro com irmão. Estavam tão entretidas na conversa que rapidamente chegaram à casa da sacerdotisa.

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- COMO ASSIM SAIU? - deu um berro com Mask.

- Saiu. – deu nos ombros.

- E NEM ME AVISOU!!!

- Calma Aioria. – disse Regulus.

- Ela saiu com aquela garota do Touro. – MM sentou com um prato na mão.

- Vou atrás dela. – preparava para sair.

- Fique aí leão. – disse Deba. – para que esse estresse todo? Não vai acontecer nada. – virando para Mask. – o que esta comendo?

- Bolo.

- SAIU E FEZ BOLO?!

- Não reclama Aioria. – Saga foi se servir. – poderia está comendo a comida de um de nós.

- Não vai brigar com ela. – Regulus o olhou feio. – ela fez na maior boa vontade. Se falar qualquer coisa te coloco para fora.

Ficaram atônicos, principalmente Aioria, não pensou que Regulus a defenderia desse jeito.

- Ela é minha irmã! – protestou.

- E agora também minha. Está avisado.

- É melhor irmos comer. – Kanon levantou.

X.x.X.x.X.x.X

Lara terminava de arrumar suas coisas, não queria deixar sua casa, mas as ordens do mestre eram taxativas, alem do mais como sacerdotisa seu lugar era no templo auxiliando Sísifo na procura da deusa. Antes que batessem à porta mandou entrar.

- Como sabia que estávamos aqui? – Lithos ficou surpresa.

- Sou um pouco sensitiva. Por favor, sentem-se.

- Desculpe vim sem avisar, mas queria agradecer pelas roupas.

- Imaginei que precisaria.

- Tudo tem acontecido tão rapidamente que nem nos apresentamos direito. Sou Lithos. – estendeu a mão.

- Lara. – retribuiu. – aceita um chá?

- Não vou incomodar?

- De forma alguma. E você também Selinsa, depois me acerto com Hasgard.

- Sim. - disse timidamente.

Depois de alguns minutos um chá de camomila era servido.

- Pensei que fosse amazona. – disse Lara passando uma xícara para a grega loira.

- Não, sou apenas uma serva. Na guerra contra os titãs, mestre Aioria me acolheu.

- Entendo.

- Acha que voltaremos para o futuro?

- Não vou mentir. – a sacerdotisa levou a xícara a boca tomando um gole. – eu não conheço um meio, talvez se Atena estivesse aqui...

- É verdade que não a encontraram?

- Estamos a procura. Estranhamente ela não nasceu nesse solo.

- É o senhor Sísifo que está encarregado disso não é? – indagou Selinsa, falando pela primeira vez.

- Sim. Mestre Sage o incumbiu dessa missão.

- Compreendo. E o festival?

- Que festival? – Lithos fitou a amazona.

- Todo ano nessa época fazemos uma comemoração em honra a Atena. Essa comemoração é finalizada com uma grande festa em Rodorio. Eu que comando a festividade.

- Serio? Eu posso ir? Lembro que meu pai me levou algumas vezes, mas depois da guerra a festividade acabou.

- Acho que não tem problema.

- Você também vai. – olhou para Selinsa.

- Não posso, meu mestre não permite.

- Por quê?

- Vou falar com ele. – Lara a cortou. – pelo menos uma vez ele tem que ceder.

- Vai te causar problemas. – sua voz saiu num fiapo.

- Vai nada.

- Todos vão?

- Não Lithos. Normalmente apenas um dos cavaleiros de ouro participa. As doze casas não podem ficar sem ninguém. O mestre aparece só no inicio para abrir a cerimônia.

- Que pena.

- Naquelas roupas que te mandei, tem um vestido, deve te servir. Selinsa eu tenho um que está apertado em mim, vai usá-lo. Venha se arrumar aqui.

- Tudo bem...

- Lithos, Selinsa vai te esperar na porta da vila tudo bem?

- Claro. – levantou. – então já vou indo, deve esta muito ocupada, nos vemos mais tarde.

- Nós vamos com você. Irei a Touro.

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Dégel depois de preparar o discurso que Sage diria no festival, desceu para ir ate a casa da sacerdotisa, não passou por templo algum, seguindo em frente.

Entre Touro e Áries encontrou com Lara, Selinsa e Lithos.

- Boa tarde senhoritas.

- Boa tarde. – respondeu Lithos, achando- o um charme com óculos. – vou subindo, ate mais tarde. Dégel, posso passar pelas escadas laterais?

- Sem problema.

Despediu.

- Estava indo atrás de mim? – o aquariano indagou a Lara.

- Não exatamente. Vim procurar por Hasgard, mas já que te encontrei... tudo está pronto?

- Sim.

- Bom. Algum cavaleiro alem de você vai?

- Que eu saiba não.

- Por que não saem do sol?

Olharam para o alto, o taurino estava parado no final da escada.

- Boa idéia.

Os três subiram.

- O que devo a honra da sacerdotisa na minha humilde casa? – beijou a mão dela.

- Te pedir um favor, senhor galanteador. – sorriu. – pode me emprestar sua discípula por esta noite? Preciso dela para o festival.

- Não vejo problema, se estiver sobre sua responsabilidade, é claro.

- Cuidarei dela. – olhando para a garota. – te espero as sete na porta da vila. Não se esqueça de trazer a Lithos.

- Sim.

- A garota do futuro também vai?

- A convidei.

- Se ela vai aposto que eles.... – não gostou nada daquilo.

- Você é muito desconfiado Hasgard. – disse Dégel.

- Sei não....

- Já vou indo. Ate mais tarde. – disse Lara.

- Também já vou subir, preciso revisar mais uma vez o discurso.

- Como sempre, o homem mais culto do santuário entrando em ação. – o touro deu uma gargalhada.

- Faço o que mandam. – também riu.

Despediram com cada um tomando seu rumo.

Quando Lithos chegou em casa não estranhou o pandemônio que ali se instalara.

- Nem no passado eles ficam quietos. – murmurou desanimada.

- Onde a senhorita esteve? – a expressão de Aioria não era muito boa.

- Fui a casa da Lara. – disse ignorando-o passando o recolher os pratos e copos espalhados. – nem para levarem para a cozinha.

- Eu levei o meu. – disse Regulus também não gostando da bagunça.

- Foi mal Lithos. – Miro a entregou um copo.

- Cambada de abusados. Vou reclamar para Atena quando voltarmos.

- Eu te ajudo Lithos. – o leonino mais novo prontificou-se.

- Você é um fofo. Deveria aprender com ele. – olhou para Aioria.

- Ainda não me disse onde estava! – ralhou.

- Na casa da Lara. Já falei!

- Fazendo o que?

- Agradecendo pelas roupas emprestadas. Ah! Vou sair hoje à noite.

- O QUE?! – quase enfartou.

- Vou ao festival de Atena junto com Selinsa.

- É verdade.... a comemoração é hoje. – disse Regulus.

- Festa? – o quarteto pervertido animou.

- Comemoração em honra a Atena.

- Eu quero ir. – disse Dite.

- Se o mestre deixar.... – Lithos deu um sorriso.

- Não vamos. – Saga cortou. – não queremos encrenca.

- Deixa essa parte comigo. – Miro levantou. – tenho meus meios para irmos.

- E posso saber quais? – Saga não gostara do sorriso dele.

- Meu amigo cubo de gelo. – olhou para Kamus. – vou ate Aquário.

- Ele não está lá. Está em Touro.

- Sem problema.

Saiu deixando um aquariano invocado.

- Sem chances. – disse Regulus. – não podemos sair das doze casas, nem o mestre vai.

Miro pacientemente sentou a porta de Leão. Não demorou muito para avistar o aquariano.

- Oi Dégel! – estranhou-o de óculos. – ficou bem em você. – apontou para o objeto.

- Boa tarde Miro. O que faz aqui?

- Olhando a vista. E você?

- Cuidar dos preparativos do festival. Eu auxilio a Lara.

- É verdade.... – fez cara de surpreso. – já fui em alguns, mas depois das guerras que tivemos infelizmente não pudemos repeti-los. Eram bons.

- São divertidos e os moradores de Rodória aproveitam para homenagear Atena.

- Seria bom se fizemos isso, afinal se estamos vivos é graças a ela.

Dégel o encarou seriamente.

- Está me chamando de ingênuo?

- Como?

- Você é previsível, como todo Escorpião. Quer ir para farrear.

- Eu?! – fez cara de espantado. – imagina.

- Miro....

- Serio!

- Miro....

- "Por que todos os aquarianos não caem na minha lábia..." está bem, confesso, queríamos ir.

- Não será possível. – ajeitou os óculos. – não podemos deixar as doze casas e isso inclui vocês, apesar de não estarem em seu tempo são cavaleiros de ouro.

- Esqueci desse detalhe....

- Mas falarei com o mestre Sage, mas adianto que a resposta será não.

- Tudo bem. Não quer entrar? Tem bolo.

Dégel deu nos ombros, se fosse Kárdia retrucaria ate o ultimo momento, Miro aceitara rápido demais, aí tinha coisa.

Na sala só se falavam do festival. Kanon, Shura e MM faziam planos.

- Diversão.

- Não se esqueceu de nada Mask? – indagou Mu. – não estamos no "nosso santuário."

- Portanto não vão aprontar nada. – Saga estava preocupado. – somos visitantes, não queremos transtornos.

- Se preocupa demais irmãozinho. Relaxa.

- Saga tem razão. – disse Kamus. – é melhor ficarmos.

- Pois que você fique então. – disse Shura.

Dégel e Miro apareceram na porta.

- Boa tarde rapazes.

Ficaram olhando para o aquariano, era incomum um cavaleiro que usava óculos.

- Algum problema?

- Nada. - disse Aldebaran. – vamos poder ir ao festival?

- Como disse a Miro. – tirou o objeto pendurando-o na gola da camisa, os olhares curiosos estavam demais. – nós nunca saímos dos templos, nem no festival, se Sage autorizar.... mas acho difícil.

- Dégel vai pedir para nós. – Miro adiantou.

- De jeito nenhum. – Kamus tomou a palavra. – não há necessidade disso. Se é proibido não há porque irmos. É futilidade sua Miro.

- Kamus tem razão. É melhor ficarmos. – Mu ratificou.

- Conversarei com ele mesmo assim, mas não criem expectativas. Já vou indo. Boa tarde para todos.

Só lhe restavam esperar.

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Dégel não tinha a intenção de conversar com o mestre sobre esse assunto, entretanto achou melhor comentar, caso acontecesse algo. O mestre estava em seu trono meditando.

- Mestre. – o aquariano fez uma leve reverencia.

- Algum problema Dégel?

- Não senhor. Aqui está o discurso para hoje a noite. – entregou-lhe um papel.

- Obrigado.

- Mestre.

- Sim.

- Os cavaleiros querem ir ao festival. – disse a queima a roupa.

- De jeito nenhum. – disse taxativo.

- Por que não? – uma terceira pessoa apareceu. – seria bom.

- Senhor Hakurei. – Dégel o cumprimentou.

- Por que diz isso? – Sage o fitou.

- Seria uma forma de ver o comportamento deles. Como agem em momentos de descontração e se estiverem tramando algo poderemos descobrir.

- Seria arriscado.

- Mande alguns de nossos cavaleiros com eles.

- Mas senhor Hakurei.... – murmurou o aquariano. – deixar os templos.

- Por pouco tempo. Se ele forem uma ameaça, conosco aqui ou no festival estaremos correndo perigo.

Sage pensava, em certa parte o irmão estava certo, era arriscado, mas antes correr um risco agora do que ser pego de surpresa.

- Tudo bem. Quem quiser ir que vá, mas Dohko e Asmita devem permanecer aqui na minha ausência. – olhou para Hakurei. – você também.

- Como quiser. – o lemuriano fez uma leve reverencia.

- Comunique a todos.

- Sim mestre. – Dégel o reverenciou antes de sair.

Não concordava muito com Hakurei, mas era o mais prudente a se fazer.

Parou em Peixes encontrando seu morador no jardim.

- Boa tarde Albafica.

- Oi. – respondeu sem se virar. – o que foi?

- Um recado do mestre. Está liberado para ir ao festival. Alias, nós estamos.

- O festival de Atena? – indagou surpreso.

- Sim.

Calou-se então estava completando cinco anos que nutria aquele sentimento por ela, cinco longos anos....

- Não vou. – disse pensando que era melhor não vê-la.

- Como quiser. Vou avisar aos outros.

- E os do futuro?

- Vão todos. Por isso o mestre nos liberou.

Albafica não gostou do que ouviu, se ele ia, também iria.

- Mudei de idéia. A que horas?

- Seis e meia na primeira casa.

- Estarei lá.

Dégel deu nos ombros, o pisciano raramente saia de casa e tinha certeza que estava indo porque Afrodite iria. Sem demora partiu para a próxima casa, Capricórnio.

Assim como o pisciano, El Cid a principio não ia, mas quando soube que os dourados iam mudou de opinião rapidamente.

Parou na próxima casa, Sagitário.

Oi Dégel.

- Boa tarde Sísifo.

- O que o trás aqui?

- Comunicado do mestre. Os nossos convidados querem ir ao festival, o mestre encontrou nisso uma forma para conhecê-los melhor. Ele pediu que também fossemos com exceção de Asmita e Dohko.

- Será uma boa forma de vigiá-los.

- Sim.

- Dégel.... vão todos? Inclusive a menina?

- Lara a convidou. – respondeu sem dá a devida importância a informação.

- Ah sim.... – abafou o sorriso. – estarei às seis e meia em ponto.

- Vou indo porque falta avisar aos demais.

Não foi muito difícil convencer Kárdia a ir, principalmente quando ele soube que Miro ia. Dohko não gostou de saber que ele ficaria de vigília, mas acatou as ordens. A próxima casa foi Virgem encontrando seus moradores na sala conversando.

- Boa tarde.

- Boa tarde Dégel. – disse Shaka.

Asmita apenas acenou.

- Tenho um recado para vocês. Shaka hoje teremos uma festa em honra a Atena, mestre Sage os liberou, se quiserem ir.

- Não gosto de comemorações.... quem vai?

- Seus amigos.

- Vou ter que ir.... – suspirou desanimado. – aqueles quatro juntos são bem capazes de aprontar. A que horas?

- Seis e meia na porta de Áries.

- Estarei lá.

- Quanto a você, Asmita, o mestre pediu que ficasse para tomar conta do santuário.

- Como ele quiser.

- Aguardo-o mais tarde.

Mal Dégel chegou a Leão e Miro estava a sua espreita.

- E aí? Ele deixou?

- Sim.

- Ótimo. – comemorou. – liberados.

- O mestre não fez bem.... – disse Mu prevendo que o pior ia acontecer.

- Estaremos aguardando-os as seis e meia na porta de Áries.

- Estaremos? – indagou Afrodite, não entendo o verbo no plural.

- Sage também liberou a todos. Com exceção de Dohko e Asmita que ficaram vigiando as doze casas.

- Isso é mal.... – murmurou Kanon.

- Isso é ótimo. – disse Saga. – estaremos nesse horário.

De Câncer a Áries receberam a noticia com surpresa. Manigold disse logo de cara que ia, Hasgard só estava indo para vigiá-los assim como Shion que achou absurdo a atitude do mestre, mas não questionou. E às seis e meia todos os cavaleiros estavam a porta de Áries, bem os cavaleiros por que os dourados....

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Rodória estava em festa, as varias tochas espalhadas pelas ruelas deixavam a vila iluminada, na praça central varias barracas vendiam comidas e bebidas típicas, uma pequena banda de musica tocava as musicas mais tradicionais.

- Papai, estamos atrasados!

- Já estou indo Athina.

- Eu não quero perder nada. Ouvir dizer que o Grande Mestre fará um discurso.

- Será uma ocasião única. – o homem ajeitava a camisa. – estou bem?

- Lindo. E eu?

- Está tão bonita quanto Afrodite. – sorriu.

- Papai....

- E a garota?

- Não queria deixá-la sozinha, mas.... parece que não vai acordar tão cedo, mais tarde eu venho aqui. Agora vamos, não quero me atrasar.

A garota pegou no braço do pai o puxando para fora.

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Shion já fitava de forma impaciente para entrada da sua casa, já haviam se passado dez minutos e nada dos "futuro" chegarem.

- Que demora.... – murmurou.

- Acabaram de chegar. – Mani apontou para a entrada.

E como sempre....

- Você que parece uma noiva! – exclamou Kanon.

- Repete! – Miro o enfrentou.

- Você demorou mesmo Miro.

- Cala a boca Shura!

- Como?!

Lithos atrás de todos revirava os olhos. Saga, Kamus e Mu tentavam separar os três, enquanto os demais ouviam o bate boca. A grega desistindo passou a frente deles indo de encontro aos cavaleiros.

- Boa noite rapazes.

Alguns responderam.

- Não dá para congelar eles? – indagou a Dégel. – eu não agüento isso mais.

- Eles não pararam de brigar um minuto. – disse Regulus.

- Sempre foi assim desde que eu cheguei ao santuário... – murmurou desanimada. – peço desculpas por eles.

- Tudo bem Lithos. – disse Sísifo. – já acostumamos.

A garota lhe sorriu deixando o corado. Aproveitando, reparou bem nele. Aqueles trajes antigos combinavam com o rosto dele.

- "Ele é lindo." – pensou.

- Não podemos ir? – Manigold estava ficando impaciente.

- É melhor sairmos daqui antes que Shaka fique nervoso. – disse a grega andando. – é capaz de tirar os sentidos de todos.

- Ele é tão bravo assim?

- Nem queira o ver bravo, Regulus. Nem queira.

Hasgard ouvia atentamente. E como de fato, foi apenas uma elevada de cosmo do virginiano para os nervos se acalmarem. Durante a caminhada ate a entrada da vila, Aioria, Lithos e Regulus conversavam, sobre o olhar e ouvido atentos de Sísifo. O quarteto pervertido fazia planos, Kamus e Dite conversavam a parte, assim como Mu, Deba, Saga e Shaka. Pelo lado dos cavaleiros, Shion, Albafica e El Cid seguiam calados, Kárdia e Dégel conversavam, assim como Hasgard e Manigold.

A caminhada não durou mais que dez minutos, de longe já podiam ouvir o burburinho vindo da vila.

- Selinsa! – Lithos gritou acenando assim que a viu. – ate mais tarde Aioria.

O leonino tentou impedir, mas a garota já tinha ido correndo de encontro com a amiga, as duas rapidamente sumiram das vistas deles.

- Parece que tem dez anos. – bufou cruzando os braços.

- Selinsa vai cuidar dela. – disse Hasgard. – não se preocupe.

- Preocupo mais com a Selinsa do que com ela. Conheço aquela mente.

- Deixa as duas se divertirem. – Miro sorriu. – vamos.

Os dourados acharam que ficariam a "solta" pela vila, mas Sísifo e Shion os mantiveram perto deles dizendo que teriam que esperar o discurso do mestre para saírem. Alguns contrariados fecharam a cara, mas Saga, Mu, Dite e Kamus acharam providencial e assim foram para uma parte reservada a eles.

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Abriu lentamente os olhos, a cabeça rodava e com dificuldades sentou na cama. O quarto estava iluminado por uma fraca lamparina que não a deixava enxergar nada. Levantou começando a tatear as paredes atrás de um interruptor, apenas achou a maçaneta da porta. Quando a abriu deu de cara com uma sala simples, de poucos moveis e apenas com a iluminação de duas lamparinas.

- Deve ter acabado a luz... – murmurou. – mas onde estou?

Procurou pela saída indo direito para a rua. Percebeu que estava em Rodória, mas a julgar pelas tochas que iluminavam o caminho supôs que a luz tinha acabado na vila toda e aquilo era algo emergencial.

Ainda se sentindo um pouco zonza pos se a andar.

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A medida que os dez cavaleiros avançavam os moradores os fitavam com curiosidade, afinal não era todo dia que a vila recebia tão ilustres presenças. A cada momento eram saudados desde crianças a idosos.

- São populares. – disse Deba a Dite.

- Os moradores da vila sempre tiveram respeito pelos cavaleiros de Atena, ainda mais nessa época. Devem está animados, nem na nossa época era possível os cavaleiros reunidos num só lugar sem ser na sala do mestre.

- É o que parece.

Acomodaram, com os cavaleiros a frente e os dourados atrás. O quarteto pervertido estava impaciente, via as pessoas andarem de um lado para o outro e nem podiam levantar. Aioria esticava o pescoço atrás de Lithos que havia desaparecido. Dégel que tinha despedido deles na entrada voltou.

- O mestre já chegou. Deve subir no palco daqui a pouco.

- Os moradores estão radiantes. – disse Regulus. – é tão raro nos ver todos juntos.

- Dohko que ia gostar. – Hasgard riu.

- Deve ter ficado com raiva. – disse Manigold. – aposto que queria vir. Ele gosta de uma farra.

- Temos que acatar ordens. – Shion observava o vai e vem das pessoas.

- Eu quero sair daqui. – Kárdia levantou. – se fosse para ficar sentado tinha ficado em casa.

- Impaciente.

- Culpe a eles. – El Cid apontou para trás. – não sei para que vieram.

- O mestre não se importou. – disse Sísifo. – alem do mais podemos ver como eles se comportam.

- Os quatro não são de confiança. – Albafica manifestou.

- Que quatro?

- Capricórnio, Gêmeos, Câncer e Escorpião.

- Também não gostei. – disse El Cid.

- Está com inveja, Cid. – Kárdia alfinetou. – inveja do Shura ser mais sociável que você.

O capricorniano o olhou de maneira fria.

- Isso ele tem razão. – Manigold jogou mais lenha. – e olha que ele joga muito bem. Vou convidá-lo qualquer dia.

- Não temos tempo para isso. – Shion o cortou. – o que eles fazem ou não, não é da nossa conta, temos que preocupar com o santuário.

No grupo de trás...

- Estão falando de nós de novo. – MM escutava apenas seus nomes sendo pronunciados e o dedo de El Cid para eles.

- Isso tudo é inveja por sermos melhores. – disse Miro.

- Fiquem calados. – Shaka abriu os olhos. – estamos na condição de visitantes.

- Eu quero andar! – Shura brincava com o pé. – com esse monte de mulher....

Shura apenas sentiu o olhar frio do virginiano sobre ele.

- Brincadeira.

- Não vão a parte alguma. – disse Saga. – não queremos confusão.

Aioria num canto estava alheio à conversa.

- Não se preocupe com ela, leão. – Aldebaran tocou no ombro dele. – Selinsa é uma boa menina.

- Eu conheço aquela encrenca. Tenho que ficar de olho.

Calando a todos sentiram o cosmo de mestre surgir. Ele estava num pequeno palanque improvisado, dourados e cavaleiros levantaram. A banda de musica silenciou para ouvir a voz da autoridade máxima abaixo apenas de Atena.

- Boa noite a todos. É com grande prazer que estou aqui para abrir mais uma comemoração a nossa deusa....

Sage discursava tranquilamente a platéia ouvia com atenção emocionando a cada palavra dele. Ao final houve uma intensa salva de palmas.

- Continua escrevendo bem Dégel. – disse Sísifo.

- São palavras que qualquer um diria. Só a verdade.

- Vou escoltar o mestre ate o santuário. – Shion passou por eles. – vigi-os.

A banda logo assumiu tocando musicas animadas. Ao centro da praça pessoas dançavam num total clima de festa e o quarteto continuava no mesmo lugar...

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Como nos anos anteriores, o mestre assim que terminava seu discurso voltava imediatamente para o santuário. Em sua escolta dois cavaleiros de prata, mas Shion insistira em acompanhá-lo ate a primeira casa.

- Mestre suas ordens são incontestáveis, entretanto acha prudente eles na vila?

- Precisamos ter certeza com quem estamos lidando e encontrei nesse festival uma boa maneira. Como eles estão se comportando?

- Mu, Aldebaran, Saga, Aioria, Afrodite e Kamus comportam-se bem. Tem atitude de cavaleiros, mas os outros... o outro geminiano, Câncer, Capricórnio e Escorpião são um caso perdido.

- Entendo. E Shaka?

- De certa forma ele coloca ordem neles. Ao que parece todos tem respeito por ele. Olhando por esse lado.... mas a questão dele professar outra fé...

- Veremos isso mais tarde. – parou a escadaria da primeira casa. – volte para lá.

- Como quiser. – fez uma leve reverencia.

Não muito longe dali....

Não via uma alma viva na rua, apenas escutava ao longe som de musica e risos. A iluminação com as tochas tornara-se mais escassa e mesmo com a lua cheia que brilhava no céu pouco podia-se enxergar.

Os fios prateados cobriam as costas poupando-lhe do vento frio. Andava ate de certa forma despreocupada quando notou três pessoas vindo em sua direção.

- Olha uma menina....

A garota parou ao escutar o comentário.

X.x.X.x.X.x.X

Com a ajuda de Selinsa e Lithos, Lara terminara os preparativos da dança. Era um dos grandes momentos do festival e tudo teria que sair de forma perfeita.

- Acho que esta bom. – disse a sacerdotisa. – trocarei de roupa, obrigada pela ajuda.

- Não foi nada.

- Disponha.

- Aproveitem a festa, nos veremos mais tarde.

As duas voltaram parando perto de uma barraca de doces.

- Seli?

A amazona virou o rosto.

- Thina?!

As duas deram um forte abraço.

- Não pensei que viria.

- Estou ajudando a sacerdotisa. Oi tio Marco.

- Como vai Selinsa?

- Muito bem. Que bom vê-los.

Lithos acompanhava o dialogo. Selinsa tratou de apresentá-la.

- Lithos, essa é minha prima Athina e meu tio Marco.

- Oi.

- Ola.

- Você é amazona? – indagou o homem.

- Não, sou uma serva.

- Ela veio do futuro.

- Como?! – exclamaram os dois.

Selinsa contou rapidamente a historia deixando os surpresos.

- A garota.... – Athina olhou para o pai.

- Também deve ser do futuro. – completou.

- Que garota?

- Ontem por volta da hora do almoço achei desacordada uma garota. A roupa dela era diferente das que usamos aqui.

- E onde ela está?

- Na nossa casa. – disse o pai. – leve-as ate lá filha.

- Sim. Venham comigo.

X.x.X.x.X.x.X

Receosa deu um passo para trás, mas era tarde os três a tinham cercado.

- Será uma boa diversão.

- Não se aproximem de mim.

- Ninguém vai salva-la. – um deles a pegou pelo braço mobilizando-a. Quando ela ia gritar, tampou-lhe a boca.

- Eu quero ser o primeiro.

A garota foi arrastada para um beco escuro. Tentava se libertar, mas todas as suas tentativas foram em vão. O homem que a segurava a jogou no chão, ficando por cima dela. Debatia-se sujando completamente o vestido azul claro que usava.

- Socorro! Alguém me ajude!

- Ninguém virá ajudá-la.

- Ratos.

A ação tinha sido rápida e os dois que assistiam estavam no chão. A garota olhava assustada para a expressão em pânico do homem. Num movimento rápido ele estava longe dela. Nem querendo saber o que tinha acontecido ela arrastou ate uma parede encolhendo-se.

- Escorias como vocês não merecem perdão. – uma figura imponente apareceu na entrada do beco.

- Senhor nos perdoe. – disse um reconhecendo-o logo de cara. – agimos sem pensar.

- O mestre os julgará. Por enquanto sumam.

Nem precisaram ouvir de novo, os três saíram correndo. A garota continuava encolhida, tremendo. Seu "salvador" a passos lentos foi ate ela parando na sua frente.

- Você está bem?

Nem conseguiu dizer nada tamanho o susto.

- Venha.

O homem a ajudou a levantar, não viu seu rosto, mas a julgar pela voz confiou nele. Levando-a para fora pararam no meio da rua. Ela trazia o rosto baixo.

- Tome.

Ele ofereceu lhe um lenço. Ao erguer o rosto para encará-lo, arregalou os olhos. Por causa da escuridão não pode ver seu rosto, mas naquela hora a lua incidia seus raios sobre a face dele.

- "Shion...?"

Era ele mesmo, apesar da expressão está mais nova e ate a voz mais fina.

- Aceite. – mostrou o lenço.

Desta vez foi ele que viu o rosto dela.

- Sou Shion. – disse admirado.

Ficou calada. Ele não se lembrava de quem ela era?

- Áurea.

- Te levo ate a sua casa, estas ruas estão muito escuras.

- Eu....

Apesar de está confusa, as imagens dos homens tentando agarrá-la vieram na mente. As lagrimas antes contidas logo vieram.

- Tenha calma, já passou. – Shion tocou lhe nos ombros.

As três seguiam falantes ate que Selinsa notou um cosmo conhecido, olhando mais a frente notou duas pessoas.

- Senhor Shion?

Ao ter o nome pronunciado tanto ele como Áurea olharam para trás.

- Lithos?!

- Áurea?!

A duas deram um forte abraço, nos braços da amiga Áurea recomeçou a chorar.

- O que foi Áurea?

- Eles...eles...eles...

- Alguns homens tentaram contra ela. – Shion aproximou. – pelo jeito ela é do futuro.

- Futuro? – a própria estranhou.

- Longa historia. Áurea essa é Selinsa e Athina, a menina que te encontrou.

- Não estamos em Rodória?

- Sim e não.

- Você precisa de roupas limpas. – disse Athina. – vamos ate a minha casa e Lithos te conta tudo.

- Vou com vocês, as ruas estão escuras e Hasgard me mata se algo acontecer a Selinsa. – a olhou sorrindo.

- Obrigado Shion.

Durante o trajeto Lithos contou a amiga que escutava impressionada. Na casa de Athina ela trocou de roupa e juntos voltaram para a festa.

- Eles vão levar um susto.

- Imagino.

Os dourados continuavam no mesmo lugar, também sobre o olhar torto de Shaka nem se atreveram a levantar.

- Ate que enfim apareceu! – Aioria colocou a mão na cintura.

- Tenho uma surpresa. A 13º sombra.

Ela deu passagem.

- AUREA? – exclamaram os onze incrédulos.

- O que faz aqui?

- Por que ela?

- Também não faço idéia, fui encontrada perto da floresta.

- Cronos ficou louco? – indagou Kanon. – acho que levou choque demais de Zeus e de Aioria. O que eu, o que ela, está fazendo aqui?

- A previsão de Lara estava correta. – Dégel aproximou do grupo. – sou Dégel cavaleiro de aquário. Prazer.

- Prazer.

- Áurea, deixe eu te apresentar. Esses são os cavaleiros de ouro desta época. – falou o nome de um por um. – pessoal essa é Áurea.

Apenas El Cid e Albafica não acenaram. Principalmente o pisciano que tinha os olhos fixos numa pessoa.

- Pessoal, - Lithos virou para os dourados. – essa é Athina, prima da Selinsa.

Todos simplesmente cumprimentaram, mas...

- Obrigado por ter ajudado a Áurea.

Afrodite fez aparecer uma rosa branca entregando a Athina que o fitava surpresa.

- 'Ele também usa rosas...." obrigada. – sorriu.

Albafica acompanhava a cena com ódio. Como ele se atrevia a dar-lhe uma rosa e pior o leve toque dele nela na hora da entrega.

As coisas só não evoluíram para o pior por causa de uma musica mais animada começou a tocar.

- Vão ficar aí paradas? – Lara aproximou. – boa noite a todos. Quando me contaram não pensei que fosse verdade.

- Lara!

- Que cena rara ver os cavaleiros de ouro no festival. Eu te conheço? – apontou para Áurea.

- Cheguei agora. Sou Áurea.

- Ela também veio do futuro, a 13º pessoa. – disse Sísifo.

- Então você...

- Está boa na adivinhação Larinha. – Manigold a fitou com um sorriso debochado.

- É o que parece. – devolveu o sorriso. - Vamos dançar, hoje é um dia de festa.

- Vamos. – Lithos se animou e sem demoras puxou as outras três. – vamos, meninas.

Aioria quase enfartou.

- Você não vem? - a sacerdotisa indagou ao restante.

- Claro que vamos ver a dança. – Miro aproveitando a brecha puxou MM, Shura e Kanon.

Deba, Aioria e Dite não perderam tempo. Mu, Shaka, Kamus e Saga foram para vigiá-los. Os cavaleiros os seguiram, era melhor ficar de olho neles.

Uma grande roda foi formada, ao centro as pessoas dançavam animadas ao som das musicas típicas.

- Lembra de quando aprendemos a dançar? – indagou Lithos. – éramos crianças.

- Lembro sim. – Áurea sorriu. - Vivia pisando no pé.

- Mas agora não piso mais.

Áurea e Lithos começaram a dançar os passos da canção, Lara se animou entrando no meio, logo uma roda abriu-se para elas e as pessoas batiam palmas no ritmo da melodia.

Kanon não perdia um lance sequer. A sacerdotisa parecia uma deusa naquele vestido branco adornado por peças em ouro. O cabelo preso apenas por um arranjo simples bailava a cada movimento, o sorriso estampado só lhe aumentava a beleza. O geminiano a fitava hipnotizado.

Outro que a olhava admirado era Saga, ela era de uma beleza singular e seu poderoso cosmo a deixava ainda mais atraente.

Num dado momento a sacerdotisa olhou para a direção deles. Ainda esta impressionada com a semelhança. Não podia negar que eram homens atrativos, contudo o que mais chamava lhe a atenção era a aparência deles com certa pessoa. Sentiu o coração pular ao se lembrar de seu rosto, mas tratou de desvencilhar de tais pensamentos. Era uma sacerdotisa e acima de tudo uma amazona. Tinha as suas obrigações.

Áurea se divertia, como há muito não fazia. Virando de costas para executar um passo deu de cara com Shion que a fitava.

O rosto estava mais infantil, mas a aura de grande mestre permanecia. Mesmo sendo apenas um cavaleiro de ouro, trazia o porte imponente. Achou-o lindo em trajes normais, no estilo tibetano, mas entendia que aquilo era o maximo. Se antes era impossível aproximar intimamente dele, a situação não mudara muito, sendo uma missão quase impossível, ele era um cavaleiro e comportava-se como tal. Sabia como era esse mundo e como as chances de algo acontecer serem mínimas. Tinha que se contentar apenas em tê-lo como amigo.

Minutos antes, Shion acompanhava a dança. Era natural que os moradores se divertissem, mas na qualidade de guardião tinha que manter a vigília ainda mais que novas pessoas haviam aparecido. O ariano passou a fitar a grega que conhecera há pouco. Não podia negar que ela era linda com seus cabelos prateados descendo ate as costas e os olhos num excêntrico cinza. O vestido seguindo os moldes das jovens da vila lhe caíra muito bem, simples, mas bonito. Achou estranho reparar em detalhes assim, era um cavaleiro e aquilo eram pensamentos de um homem livre. Tratou logo de dissipá-los. Sua missão, sua vida era apenas para Atena e nada mais.

Um pouco mais atrás certo virginiano observava atentamente uma das meninas. Normalmente estaria de olhos fechados, mas eles estavam abertos revelando os orbes azuis que fitavam a jovem amazona. Achara a uma graça e vê-la usando um vestido, mas de mascara aguçava a sua mente, como seria o rosto, como seriam seus olhos? Já notara que ela tinha um cosmo bastante desenvolvido e com mais uns anos de treinamento seria uma excelente amazona.

- "Selinsa...." – disse em pensamento, gostara do nome dela, gostava da presença dela, entretanto policiou-se. Ele era um dos cavaleiros de Atena, não poderia deixar os pensamentos, numa garota de no maximo quinze anos, alem do mais existia o mestre dela. Hasgard não fora com sua cara e uma possível aproximação só poderia trazer problemas para ela e não queria isso. Manteria a distancia.

Mesmo não usando vestido Selinsa executava de forma primorosa os passos, desde que começara o treinamento, não se divertia tanto. Fitou as pessoas ao redor, era raro tempos de tranqüilidade como aqueles e estava feliz por todos. Seu olhar parou em uma íris azul, a mascara a salvou do rosto totalmente ruborizado. Não entendia porque aquele cavaleiro a deixava daquele jeito, toda desconcertada, alias tinha uma leve desconfiança. Desde a primeira vez que o viu, percebeu que algo novo surgia em seu peito e aquilo era ruim. Ela era uma amazona e como tal tinha que suprimir esse tipo de sentimento, somado a isso a apatia que seu mestre nutria por ele. Era melhor se manter afastada para evitar problemas aos dois.

Athina no meio das três dançava de maneira primorosa, lembrava de todos os passos que a mãe lhe ensinara ainda criança, segurando a barra da saia, deu uma volta ao redor de si mesma. Quando ergueu o olhar , seus olhos foram tomados pela visão de Albafica, o pisciano estava ao longe, observando a multidão de maneira vaga. A jovem grega abaixou o rosto, virando-se. Não sabia por que ainda mantinha esperanças, não havia chance entre eles, idade, ele ser um cavaleiro e a determinação em se manter afastado das pessoas. Não ligava se seu sangue era venenoso tudo que queria era tocar-lhe, mas isso nunca seria possível. Só lhe restava guardar o sentimento que tinha por ele.

Athina pensou que ele mal a notara, mas aquilo não era verdade. Desde que a viu na companhia das outras seus olhos castanhos estavam pousados nela. Achava tudo uma loucura, depois de tantos anos ainda sentir seu coração bater mais forte quando a via, entretanto a cada ano, sua vontade transformava-se em um sonho distante. Já não era um aspirante e sim um cavaleiro. Seu sangue não era mais normal e um simples toque poderia matá-la. Às vezes chegava a se odiar por ter um destino como aquele. A fitou, estava linda naquele vestido verde claro e os cabelos adornados por uma rosa branca.

Como odiava Afrodite, mesmo utilizando as rosas como arma, podia tocar nas pessoas, podia tocar nela, podia dá o que ele não podia. O ciúme apoderou-se dele e por alguns momentos perderia a cabeça, contudo ponderou. Não tinha porque ficar assim, ela era livre.

- "É minha sina..."

Sísifo batia palmas no ritmo da musica, era gratificante ver os moradores tão felizes e na qualidade de cavaleiro faria o possível para que eles tivessem sempre paz. Correu os olhos pela roda, parando-os em Lithos. Observava atentamente cada movimento dela, cada rodopio que a saia dava, cada balanço que os cabelos castanhos davam, caindo de maneira graciosa. Não podia negar que a grega mexia com ele, deixando seu coração mais caloroso, entretanto não poderia ser levado por tais sensações. Antes de tudo era um combatente de Atena e o santuário deveria vir em primeiro lugar.

Lithos sentindo-se observava virou-se deparando com Sísifo. Realmente ele era um belo homem ainda mais naqueles trajes antigos deixando-o ainda mais charmoso. A franja castanha clara cobrindo parte dos olhos azuis.

- "Ele é um deus." – pensou, todavia tinha a certeza que aquele era o limite. Conhecia muito bem como era a vida dos cavaleiros e que não havia espaço para mais nada a não ser a missão de proteger Atena. Não seria diferente naquela época, alias seria pior, pois o sentimento de dever era ainda mais enraizado. Tudo que podia fazer era apenas achá-lo bonito e simpático.

A primeira sessão de dança chegara ao fim, uma grande salva de palmas alastrou-se pelo local.

- Vocês dançam muito bem. – disse Lara aproximando.

- Aprendemos ainda crianças. – disse Lithos, referindo a ela e Áurea.

- Eu cansei. – Athina procurou um lugar para sentar.

- Eu também. – Selinsa sentou ao seu lado.

- Mas já?

As duas balançaram a cabeça afirmando.

- Estou com sede. – Lithos procurava algo para beber.

- Vamos buscar....

O som vindo dos instrumentos fez Áurea parar.

- Não é... – Lithos a olhou imediatamente.

- Aquela musica! – Áurea se animou.

- A água espera.

As duas foram para o meio. Aioria há essa hora estava vermelho.

- Ela não para?

- Esquece dela leão. – Dite tocou o ombro dele. – eu não perco essa.

Afrodite passou por todos indo na direção das meninas. Albafica o fitava, se ele fizesse qualquer coisa.... o pisciano do futuro passou por Athina parando na frente de Áurea.

- Me concede essa dança?

- Claro.

Aproveitando a brecha, o quarteto pervertido foi para a roda, Manigold, Kárdia e Regulus foram atrás.

- Ei vocês três. - Shion tentou dete-los.

- Deixe-os Shion, só por hoje. – disse Sísifo olhando discretamente para alguém.

- Vamos dançar?

O sagitariano virou para onde ouvira a voz. Lithos estava com a mão estendida para ele. Surpreso não conseguira dizer nada, a garota simplesmente o pegou pelo braço arrastando-o.

Os dois posicionaram-se frente a frente, quando a musica teve reinicio, o sagitariano lhe estendeu a mão como manda a dança. Lithos aceitou, sentindo aquela mão macia segurar a sua. Bailavam numa perfeita sincronia, deixando os cavaleiros impressionados, pois não sabiam que Sísifo dançava tão bem. No solo dos homens, não decepcionou executando muito bem os passos, isso sem tirar os olhos dela. Sorriam um para o outro, num dado momento aproximaram os corpos, como a musica mandava, a grega por pouco não ruborizou ao sentir Sísifo encostar nela.

Ao final....

- Você dança muito bem. – disse.

- A parceira que é boa. – pegou a mão dando-lhe um beijo. – obrigado.

Lithos nem teve tempo de agradecer, sentiu sendo puxada para trás quando deu por si viu Aioria parado a sua frente.

- Já dançou demais. – encarava friamente o sagitariano. – vamos embora.

- Mas Aioria....

- Agora. – disse seco.

Questionaria mais ao julgar a expressão dele era melhor acatar.

- Está bem.

- Então vão. – MM os empurrou, quando eles se afastaram... – é um cavaleiro, sabe dos seus deveres, mas cuidado viu? – disse sem fitar o sagitariano. – quando se trata dela, Aioria pode virar um demônio. – o olhou.

Sísifo apenas olhou para os dois se afastando. No fundo o canceriano tinha razão, não por medo de Aioria e sim por causa do seu dever. Não era prudente aproximar muito dela, apesar de saber que isso seria difícil. Lithos já tinha um lugar em seu coração.

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