Temporits Actis escrita por Krika Haruno


Capítulo 24
Capítulo 24: Sol lucet omnibus




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Os primeiros raios de sol atingiam-lhe a face. Incomodado com a claridade abriu os olhos. Murmurou alguma coisa, tentando se mexer, contudo sentiu que algo o prendia.

- Lithos...? – deixou escapar.

A jovem dormia tranquilamente nos braços dele. Deu um leve sorriso lembrando-se da noite anterior. Por mais que desejasse não queria apressar as coisas, mas foi inevitável. Tê-la tão perto o fez querer aumentar a intimidade. Observou o corpo coberto apenas por um fino lençol. Delicadamente beijou –lhe a mão.

- "Você me fez o homem mais feliz do mundo." – sentia a temperatura do corpo dela. – mas ainda... – deu um sorriso travesso.

- Bom dia... – a grega abriu lentamente os olhos.

- Bom dia. – Sísifo beijou-lhe o ombro. – que bom que acordou, pois temos uma coisa para resolver. – sentou na cama.

- Aioria... – suspirou desanimada.

- Não. – o cavaleiro vestia uma calça. – Dele trataremos depois.

- E o que seria? – a grega sentou, enrolando-se no lençol.

- Vá ao templo e peça a Áurea para nos encontrar dentro de uma hora na cabana de Lara.

- Para que? – o fitou curiosa.

- Vamos nos casar.

- O QUE?

- Lara é uma sacerdotisa, pode abençoar nossa união. Quero que Áurea e Regulus sejam meus padrinhos.

A grega o fitava pasma.

- O que foi? – indagou diante do silencio dela.

- Está brincando não esta?

- Nunca falei tão sério. Ainda mais depois dessa noite. – aproximou. – vou conversar com Regulus a respeito da nossa situação. Ele vai entender.

- E se ele reagir como Aioria?

- Não vai. – afastou. – conheço meu sobrinho.

- Eu sei que... – Lithos parou de falar. – seu o que?

- Ilíada, pai de Regulus, era meu irmão mais velho.

Lithos piscou algumas vezes.

- Isso te faz tia dele. – Sísifo sorriu. – temos que ser rápidos, não vai demorar para mestre Sage nos convocar oficialmente para a batalha.

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Acordou com a claridade nos olhos, o corpo estava um pouco dolorido devido o mau jeito. Sentou na cama, olhando ao redor, o que fazia na sua cabana?

A amazona olhou para o lado ficando surpresa. Sentado, totalmente torto, Kanon estava num sono pesado. A grega sorriu. Enrolando-se no roupão, aproximou do geminiano depositando um beijo na fronte dele, seguindo para a cozinha.

Apenas algum tempo depois Kanon acordou assustado. Não viu a jovem na cama saindo a sua procura.

- Bom dia. – parou no marco da porta da cozinha.

- Bom dia. – o fitou. – desculpe se o acordei.

- Você me acorda muito melhor que meu irmão. – riu.

- Senta, o café já esta pronto.

- Como você esta? – indagou enquanto puxava uma cadeira.

- Melhor. – depositou a chaleira sobre a mesa. – tem leite se preferir. Vou me arrumar e já volto.

O geminiano provou um pouco de tudo, estava com fome ainda mais por dormir de mau jeito. Minutos depois a amazona voltou. Kanon prendeu a respiração ao vê-la: ela estava vestida com longo vestido branco, usado quando assume sua função de sacerdotisa, contudo os cabelos estavam soltos e desciam lisos ate as costas. A garota sentou-se em frente a ele.

- A água estava tão fria. – reclamou pegando um quitute. – nem deu tempo da serpentina esquentar.

- Eu sei como é. – desanimou. – as vezes esqueço que estou no passado e não tem chuveiro. Que saudade tenho da minha ducha!

- No futuro devem existir muitas coisas interessantes.

- Chuveiro, microondas, telefone, televisão, que saudade da minha.

- O santuário deve ser bem diferente.

Kanon a encarou. Ela parecia bem mais calma do que na noite anterior em que teve que usar seu cosmo para fazê-la dormir.

- Sente falta do futuro?

- Um pouco. – voltou a realidade. – mas...

- Mas...

- Não trocaria o conforto daquela época por este lugar. – pegou a mão dela. – aqui se tornou muito importante para mim.

Lara sorriu.

- Enquanto você se trocava fiquei imaginando como seria a nossa vida aqui nessa cabana. Acordaria com o sol nascendo, trabalharia em alguma coisa e ao final da tarde traria lenha para casa. Enquanto preparamos o jantar conversaríamos sobre como foi nosso dia.

A amazona começou a imaginar.

- Os dias seguiriam tranqüilos, viriam nossos filhos e depois nossos netos... seria perfeito.

- Seria perfeito mesmo...

- Estaria disposta a viver uma vida simples? Ao meu lado?

Ela o fitou.

- Isso é possível?

- Se quisermos sim. Você quer?

Lara desviou o olhar, olhando sua cozinha, depois passou a fitar a janela, devido ao silencio ouvia o som dos pássaros. Sempre desejara uma vida tranqüila, tendo alguém ao seu lado. Fitou o cavaleiro que a olhava sorridente. Eles sabiam que poderiam morrer no minuto seguinte, mas naquela hora, naquele minuto poderiam se permitir sonhar.

- Sim. – levantou, aproximando seu rosto do cavaleiro. – quero muito.

O beijou.

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Áurea, acordada já há algum tempo, observava o nascer do dia no santuário. Da janela de seu quarto via ao longe as fumaças vinda do acampamento.

- "Já estão de pé." – referia-se aos moradores.

Lembrou-se de sua família, se estivessem vivos a essa hora, já estariam acordados prontos para as atividades diárias. Era triste pensar que eles não estavam mais ali. O pensamento voltou-se para Shion no dia em que o conheceu. De certa forma ele também tinha morrido.

- Entre. – respondeu ao ouvir batidas a porta.

- Bom dia Áurea.

- Bom dia e onde esteve? – a fitou sorrindo. – estava no quarto de Marin?

- Não... – a grega corou. – dormir em Sagitário.

- O que? Conte-me tudo. – puxou a amiga sentando-se na cama.

- Ah... – estava sem graça. – nós ficamos juntos.

- Sério? E como foi? Me conta!

- Foi lindo. – sorriu. – Sísifo foi muito gentil, me sinto nas nuvens.

- Ele é genro que toda mãe pediu. – riu.

- Tirando essa parte foi perfeito, porque... Aioria nos viu juntos.

- Ele te pegou na cama com ele? – arregalou os olhos.

- Ficou louca? Acha que isso tivesse acontecido eu estaria viva?

- É... se tratando do Aioria...

- Ele nos viu beijando. Deu um escândalo, falou que não aceitava, enfim... – deu um suspiro desanimado.

- Ele vai acabar entendendo. – pegou na mão dela. – dê ele um tempo.

- É... – deu um grande sorriso. – troque de roupa vamos a um casamento.

- Como?

- Sísifo vai pedir a Lara que nos abençoe e você e Regulus são os padrinhos dele.

- Repete.

- Nós vamos nos casar.

Áurea a encarou perplexa.

- Ele é um homem de atitude e de coragem. Aioria sabe?

- Vai saber depois que casarmos.

- Parabéns! – Áurea a abraçou. – que vocês sejam muito felizes.

- Obrigada. O mesmo digo para você e Shion.

- Isso não vai acontecer. – suspirou. – ele deixou claro que aquilo foi um erro. Vivemos em mundos diferentes.

- Quem sabe...

- Esse meu amor é utópico Lithos. Era quando ele era mestre, não mudou agora. Mas chega de falar em mim, você vai se casar. – sorriu. – precisamos arrumar uma roupa.

- Não ligo para isso.

- Mas eu ligo. Vem, já sei onde vamos arrumar, alem da roupa, uma dama de honra.

Áurea deu um grande sorriso.

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Sísifo encontrou o pequeno leonino na cozinha.

- Bom dia Regulus.

- Bom dia. Quer? – ofereceu uma cesta de pães.

- Não obrigado. E Aioria?

- Sumiu. Fui ao quarto dele de manha, mas não estava. Deve está por aí.

- Regulus, - sentou em frente a ele. – precisamos conversar. Dois assuntos importantes.

- Eu não fiz na-da. – disse com boca cheia.

- Não estou te acusando. – riu. – é sobre a batalha de hoje.

O rosto do pequeno ficou sério.

- Vou ter que ficar de novo. – disse emburrado. – mestre Sage não confia em mim.

- Ele precisa que você defenda Leão.

- Sei... – torceu a cara.

- Eu disse que quando fosse o momento aplicaria um teste em você, não disse?

- Quer dizer que... – animou-se. – quando será? Agora?

- Sente-se.

Sentou.

- Essa batalha que teremos agora não será a final.

- Não?

- Não. Acho que os titãs estão armando algo, portanto...

- Sim...

- Na próxima batalha, que será a final, - disse convicto. – mesmo que Sage não queira você vai conosco. Se mostrar que está preparado, lhe entrego a armadura.

- Sério? – os olhos brilharam.

- Sim. Mas não depende só de mim, também tem que ser o desejo da armadura. Se ela sentir que está preparado ela virá naturalmente.

- Eu vou conseguir. – disse convicto. – eu vou conseguir!

Sísifo o fitou, ele tinha a mesma determinação do irmão e sabia que ele seria um grande cavaleiro, prova disso seu enorme potencial. Regulus não tinha noção o quanto era forte.

- Qual é o outro assunto?

- Bem...você tem guardar segredo por enquanto.

- Guardo. – aproximou com o rosto curioso, adorava segredos. – me conta.

- Eu vou me casar.

- Legal, não vou contar para ninguém. – disse, mas... – o que? – se deu conta arregalando os olhos. – Casar? Quando?

- Hoje.. – corou.

Regulus o encarou estático, o que deixou o sagitariano envergonhado.

- Você vai sair do santuário?

- Por quê?

- Eu fiz meu pai sair do santuário e ele...

- Ele cumpriu a missão dele. Não vou sair do santuário. – brincou com os cabelos loiros. – por isso estou pedindo que guarde segredo.

- Guardarei. – sorriu. – você e Lithos não precisam se preocupar.

- Como sabe que é ela?

- Só um idiota não veria o jeito que olha para ela. Está estampado na sua cara.

- Não exagera... – corou.

- Eu ainda não sei como o Aioria não descobriu. É um cego.

- Ele nos viu ontem.

- E você ainda está vivo? – zombou.

- Não brinque. Nós brigamos e ele saiu nervoso.

- Que coisa idiota, - maneou a cabeça. – brigando por causa de mulher, se bem que a Lithos cozinha muito bem, você não vai passar fome.

- Regulus...

- Não se preocupe com o Aioria. – a voz saiu séria. – ele vai entender.

Sísifo ficou surpreso com a seriedade dele, as vezes nem parecia que ele tinha doze anos.

- Espero que sejam felizes. E espero que eu seja o padrinho.

- Junto com a Áurea.

- Eu posso ir morar com vocês? Prometo que não atrapalho.

- Regulus...

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Desde que presenciara a cena entre a irmã e o cavaleiro, Aioria estava andando sem rumo, passando a noite assim. Amanheceu nos arredores da vila. Pensou e repensou sobre tudo que tinha acontecido tomando uma decisão. Passaria em Leão e depois tomaria o rumo de Sagitário.

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Kanon ainda ficara por algum tempo na cabana para depois voltar para sua casa, Lara ainda permaneceu. Sentiu os cosmos de Sísifo e Regulus aproximando.

- Bom dia. – abriu a porta.

- Bom dia Lara. – Regulus correu ate ela.

- Tão cedo e está de pé? – brincou com os cabelos.

- É que temos uma novidade. – sorriu.

- Fofoqueiro. – Sísifo fingiu irritação. – bom dia Lara.

- Bom dia. Pelo jeito é segredo.

- Você não pode contar para ninguém. – disse o pequeno.

- E o que seria?

- Pode contar Regulus. – o sagitariano abafou o riso.

- Posso? – os olhos brilharam. – Sísifo quer que faça o casamento dele.

Lara olhou para o leonino para depois voltar à atenção para o outro.

- O que?

- Sísifo vai se casar com a Lithos.

A sacerdotisa ficou em silencio passando a encarar o sagitariano.

- Isso é verdade?
- Sim.

- Sabe que uma união entre um cavaleiro é... tem consciência disso?
- Eu sei das conseqüências.

- Mestre Sage sabe disso?
- Saberá quando for o momento. Sei que estou agindo errado, mas quero me unir a Lithos. Ao longo desses anos, dediquei-me inteiramente ao santuário, mas descobrir outra razão para viver. Jamais vou abandonar minha missão, contudo, pelo menos uma vez quero ter uma vida normal. Com a mulher que eu amo.

Lara continuou a fita-lo, tirando Ilíada, não conhecia outro cavaleiro que tomara aquela decisão. Pensou em Kanon e em tudo que ele lhe dissera. Não poderia condenar Sísifo, pois no fundo ela também queria uma vida normal, no fundo achava que todos queriam uma vida normal.

- A noiva está atrasada. – brincou.

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Áurea e Lithos desciam as pressas, a essa hora Sísifo já estava conversando com Lara. Áurea dera a idéia de chamar Athina para ser a dama, mas ainda faltava quem seriam os padrinhos da amiga. Problema esse que não demoraria a ser resolvido.

Depois do encontro Shaka, Selinsa voltou para o acampamento. Não procurou pela prima, pois ela voltara tarde e não queria acordá-la. Não conseguiu pregar o olho, pois pensava na proposta do virginiano. Seria perfeito se as coisas acontecessem daquele modo, mas tinha consciência que aquilo talvez não fosse possível. Mal amanheceu o dia tomou o rumo para Touro, precisava treinar. Estava tão distraída que não notou a aproximação de Lithos e Áurea.

- Bom dia Sel.

- Bom di-a. – respondeu assustada.

- Desculpe se a assustamos.

- Tudo bem. – sorriu. – estava distraída.

- Você viu a Athina?
- Está em casa, mas ainda não a vi. Algum problema?
Áurea e Lithos trocaram olhares.

- Vou te contar algo, mas preciso que guarde segredo. – disse Lithos.

- Pode confiar.

A loira contou sobre ela, o cavaleiro e o casamento.

- Estou surpresa e feliz por você. – sorriu.

- Será que Athina vai nos ajudar?

- Tenho certeza Áurea. Ela vai se sentir muito honrada.

Selinsa calou-se. Estava feliz por Lithos, mas sentiu uma pontada de inveja. Como gostaria de ser ela a se casar com Shaka.

- Algum problema Sel? – indagou Lithos.

- Não... – deu um meio sorriso. – só queria que acontecesse o mesmo comigo, mas eu e o Sh... – calou-se.

- Você e quem? – Áurea a fitou.

- Também está apaixonada? – indagou Lithos.

A aspirante deu um suspiro desanimado.

- Shaka.

As duas amigas arregalaram os olhos.

- Você e o Shaka? Sério?

- Sim. E coincidentemente ele fez o mesmo pedido. Ontem a noite.

As duas ficaram surpresas, como não suspeitaram de nada? Também tratava-se da pessoa mais reservada do santuário, ele nunca daria bandeira.

- Você tem sorte por ser uma pessoa comum, meu caso é bem mais complicado. Não há meio...

- Vocês serão meus padrinhos. – disse Lithos cortando-a.

- Como?

- Você e Shaka serão meus padrinhos. Chame-o, por favor.

- Mas Lithos...

- Tenho certeza que ele vai aceitar, e não se preocupe guardaremos o seu segredo.

- Não perca as esperanças. – disse Áurea. – quem sabe vocês dois também não se casam.

- Seria perfeito.

E foi com esse pensamento que a grega subiu por fora das casas rumo a Virgem. Não aproximaria do templo, tentaria chamar o cavaleiro pelo cosmo. E funcionou, minutos depois Shaka estava diante dela.

- Aconteceu alguma coisa? – indagou, para Selinsa ir ate lá...

- Precisamos conversar. – o fitou, ele ainda usava suas roupas tradicionais, sinal que ainda não estava se preparando para a batalha. - Pode vir comigo? Será rápido. No caminho te conto tudo.

Shaka estranhou, mas seguiu com ela.

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Áurea e Lithos encontraram Athina do lado de fora da casa, varrendo o chão. A jovem, ao contrario que Selinsa achava, não tinha pregado o olho, seus pensamentos estavam em Albafica.

- Bom dia meninas.

- Bom dia Athina.

- Quero te propor algo e não aceito um não como resposta. – disse Lithos.

- E o que seria?

- Você vai ser minha dama de honra.

Athina piscou os olhos algumas vezes antes de voltar a atenção para Áurea.

- O que ela disse?

- Lithos vai se casar com Sísifo, mas é segredo.

A garota ainda não acreditava. Diante disso a loira contou toda a historia que ouvia perplexa.

- Aceita ou não aceita?

- Claro que aceito, será uma honra.

- Não podemos perder tempo. – disse Áurea. – pensei num vestido de Athina, mas vai ficar pequeno.

- A senhorita Lara deve ter algum. – sugeriu a menina.

- Tem razão. No caminho ate a cabana dela tem muitas flores podemos fazer um boquê.

- E eu um arranjo de flores. – Athina estava empolgada. – para por no cabelo.

- Perfeito.

- E quem são os padrinhos? – indagou a morena.

- Eu e Regulus, Selinsa e ... – calou-se dando um sorriso. – será surpresa.

- Pelo jeito que sorriu estou ate imaginando.

- Vamos logo meninas. – Lithos começava a ficar impaciente. – não vai demorar para o mestre convocar todos e aí meu casamento...

- Vamos logo.

As três partiram em direção a floresta.

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- Os dois o que? – Shaka abriu os olhos, o que fez Selinsa abafar o riso.

- Isso mesmo o que ouviu. E Lara vai presidir a cerimônia.

- Tinha notado que os dois... – estava surpreso. - mas achei que fosse apenas impressão.

- Não era..

- Mas por que eles me chamaram...? – apontou para si sem entender.

- Por que... – corou. – eu disse sobre nós.

Shaka que andava parou. Selinsa ficou apreensiva.

- Fiz mal? É que...ao menos para eles queria assumir os meus sentimentos... – abaixou o rosto. – sinto muito.

Shaka deu um leve sorriso e aproximando tocou a face dela.

- Não tem porque pedir desculpas...isso mostra que você se importa com nós.

- Me importo muito. Queria que fossemos nós a nos casar.

Shaka não disse nada tendo uma idéia.

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Lara preparava a cerimônia. Regulus e Sísifo do lado de fora aguardavam. Do lado de dentro da cabana Athina e Áurea ajudavam Lithos a se arrumar. Felizmente a sacerdotisa havia alguns vestidos brancos que caíram perfeitamente na garota.

- Estou nervosa. – Lithos estava sentada na cadeira, enquanto Athina arrumava seus cabelos.

- Não sei por que. – disse Áurea enquanto fazia o buquê. – vai se casar com o homem perfeito.

- Eu sei...

- Áurea tem razão Lithos. Você será muito feliz.

- Espero que sim.

- E Aioria? – indagou a grega de melanes prateadas.

- Ele vai saber, só espero que me compreenda.

- Terminei. – Athina afastara.

- Você esta linda. – disse Áurea.

Lithos mirou-se no espelho ficando surpresa. Usava um vestido branco na altura dos joelhos, sandálias trançadas e no cabelo uma coroa de flores.

- Está perfeita. – Áurea tocou no ombro dela.

- Vamos? – Athina aproximou do outro lado.

- Obrigada. – Lithos segurava as lagrimas. – por tudo.

Do lado de fora... Sísifo andava de um lado para o outro.

- Fica quieto. – Regulus sentou impaciente.

- Estou nervoso.

- Nota-se. Estou vendo que casar é pior que uma batalha.

- Como é...

- Bom dia.

Os dois olharam para onde vinha a voz.

- Shaka? – os dois estranharam ainda mais por ele estar junto de Selinsa.

- Oi senhor Sísifo, oi Regulus.

- Oi. – o leonino acenou.

- Deve está se perguntando do porque estarmos aqui. É que somos os padrinhos de Lithos.

- Vocês?

- É estranho eu sei.. mas ela nos convidou e quero te desejar toda a felicidade do mundo.

- Obrigado. – sorriu, não esperava aquela atitude dele mas viu que era sincero.

- Que vocês sejam muito felizes. – disse Sel.

- Obrigado. – o sagitariano os fitou, eles estavam próximos, será que... – posso perguntar algo?

Os dois acenaram positivamente.

- Vocês...

- Sim. – respondeu Shaka deixando a aspirante envergonhada.

- Desejo o mesmo. – Sísifo estendeu a mão para o dourado. – que com o fim dessa batalha nossa vida seja de paz.

- Assim espero. – retribuiu o cumprimento.

Escutaram o barulho da porta se abrindo, primeiro saiu Athina, seguida de Áurea e Lara, que usava suas vestimentas cerimoniais.

- Vamos ao casamento. – a amazona fitou Shaka e Selinsa. – o que...

- Eles são os padrinhos de Lithos. – disse Áurea.

A sacerdotisa os olhou intrigada, contudo vê-los juntos a fez chegar a conclusão que eles também...

- Vamos começar.

Dentro da cabana Lithos aguardava a hora de sair, ela sempre quis que no seu casamento Aioria entrasse com ela, era uma pena que ele não estava ali. Escutou o pronunciamento de Lara para que saísse e foi com o coração disparado que abriu a porta. Viu Regulus, Áurea, Athina a sua direita e Shaka e Selinsa a sua esquerda, ao centro viu Sísifo. Achou-o lindo naquelas roupas daquele século.

- "Me sinto num filme."

O cavaleiro a fitava boquiaberto, ela estava linda.

Lithos aproximava a passos lentos, sendo contemplada por todos, a certa altura Sísifo a buscou dando lhe um terno beijo na tez. Eles pararam diante de Lara.

A jovem iniciou os ritos, pedindo a proteção de Atena, passando a dizer palavras sobre o matrimonio. Áurea ouvia atentamente, como queria que ela e Shion estivessem na presença de Lara para selar a união, contudo sabia que a realidade mostrava-se mais fria, aquilo jamais aconteceria entre ela e o ariano.

Athina imaginava-se com Albafica, era claro que uma união entre os dois jamais seria possível, mas saber que era correspondida dava-lhe animo para aceitar a situação. Mesmo que não pudesse tocá-lo estaria sempre ao seu lado em qualquer situação.

Regulus ouvia tudo, estava feliz pelos dois e torcia para que eles fossem felizes.

Selinsa observava o vestido de Lithos, ele era lindo e pensava se um dia poderia usá-lo. Discretamente olhou para Shaka, quando o vira pela primeira vez, não pensava que dias depois estaria ao lado dele e que seria correspondida em seus sentimentos.

Shaka prestava atenção, mas estava ansioso para o final da cerimônia, o que não tardou.

- Seria bom se tivesse alianças. – disse Lara.

- Tenho dama de honra, mas não tenho alianças. – brincou Lithos.

- Não seja por isso. – disse o sagitariano tirando do bolso uma caixinha. – espero que tenha acertado no tamanho.

Todos ficaram surpresos ao ver um par de anéis prateado.

- Eu sei que deveria ser dourado, mas na vila que passei não havia ouro.

- Como? – Lithos o fitava espantada.

- Aproveitei a missão e comprei. – deu um sorriso.

- Você tinha planejado. – fingiu indignação.

- Lógico. – deu um sorriso lavado. - Athina. – olhou para a menina. – por favor.

- Claro.

A grega segurou a caixinha, enquanto Lara dizia algumas palavras em grego antigo. No auge, os dois trocaram alianças e sem se importar trocaram um beijo apaixonado.

- Lithos, - Lara tomou a palavra. – ser mulher de um cavaleiro incluiu muitas tarefas e resignação. Sempre ficará em Sagitário rezando pela volta dele.

- Ele sempre voltará para mim. – disse fitando-o.

Sísifo a abraçou.

- Eu sempre estarei com você. – cochichou no ouvido dela. - Não importa o que aconteça, meu amor por você vai me guiar de volta.

- Lara. – chamou Shaka.

- Sim?

- Seria abuso se realizar mais uma cerimônia?

- O que? – Selinsa assustou. – mas Shaka...

- Não quer?

- Não é isso...

Athina fitou a prima assustada, ela também estava apaixonada por um cavaleiro?

- Claro que Lara não vai se importar. – disse Áurea que estava adorando o clima. – diz que não importa. – a fitou.

- Claro que não. Fico muito feliz em participar.

- Áurea. – Regulus a chamou.

- Sim?

- Não quer casar comigo?

- Regulus! – disse Sísifo.

- É brincadeira...

Começaram a rir.

- Vamos a cerimônia. – disse Lara.

- Não antes... – Lithos passou o buquê para Selinsa. – finja que eu joguei e que pegou. – sorriu.

- Obrigada. – estava envergonhada.

- E os padrinhos? – indagou a amazona.

- Eu e Athina seremos da Athina. – disse Regulus prontamente. – eu, por que a conheço há muito tempo e Athina é a prima dela.

- E nós. – disse Lithos abraçada ao marido.

- Eu sou a dama de honra. – brincou Áurea. – sempre quis ser. Shaka as alianças. – estendeu a mão.

O virginiano corou, pensara tanto em se casar, mas esquecera esse detalhe, logo esse detalhe.

- Eu...

- Não me importo com isso. – Selinsa pegou na mão dele. – o que importa é o nosso sentimento.

- Já resolvi. – Lara tirou dois braceletes de ouro que usava. – isso será a aliança. Selinsa a usará como bracelete e Shaka como pulseira. Pode ser?

- Claro. – disseram os dois ao mesmo tempo.

- Antes... – Selinsa tirou a mascara, Regulus fechou os olhos.

- Não precisa fechar os olhos Regulus. – Lara o fitou. – Selinsa já ama Shaka, aquela proibição não faz sentido, não agora.

Com exceção de Athina e Shaka, os demais ficaram surpresos pela beleza da garota.

- Você é linda! – exclamou Lithos.

- Obrigada. – o rosto corou.

Dando inicio a cerimônia a sacerdotisa repetiu os ritos e abençoou os braceletes. No momento esperado, Shaka colocou o objeto em Selinsa e como Lara havia previsto ele virou um bracelete. Sendo a vez da aspirante, esta colocou-o em Shaka no que se transformou em uma pulseira.

- Pode beijar a noiva.

Shaka aproximou de uma rubra aspirante, delicadamente passou a mão pelo rosto dela e lentamente a beijou. Selinsa, com vergonha, afinal todos olhavam, travou, contudo Shaka mexia tanto com ela que aos poucos foi se soltando...

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Dégel já estava de pé assim que o dia clareou. Fez sua higiene matinal, tomou seu desejun e foi para a biblioteca. Dentro em breve estaria rumando em direção a fortaleza dos titãs e queria mais informações sobre o local. Infelizmente não encontrou muita coisa o que reforçou o sentimento preocupação. Caminhou ate a janela passando a fitar as casas abaixo. Estava apreensivo com a batalha, mas aliviado por Kárdia não ir. Temia que algo acontecesse ao amigo e ele não estivesse perto. Por mais que apoiasse-o na decisão de continuar um defensor de Atena temia por sua vida. Importava-se com todas as pessoas, mas três tinham uma cadeira cativa: Kárdia, Unity e Seraphina. Lembrou-se dos dois que estavam em Bluegaard. Fazia algum tempo que não os via e pegava-se pensando em como eles estariam, principalmente como Seraphina estaria. Quando retornou para o santuário mal teve tempo de despedir dela.

- "Será que ainda verei vocês? Será que ainda verei-te?"

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Shion passara a noite em claro, tivera vários sonhos em que seu mestre e outro homem de armadura negra brigavam entre si. Isso quando não sonhava que um dos titãs feriam Áurea. Do ultimo sonho que tivera acordara banhado de suor. Levantou-se passando a se sentar num lugar próximo a Áries, esperando o raiar do dia. Procurou deixar a mente fazia, pois a batalha estava próxima, contudo a imagem de Áurea sempre via-lhe na mente. Depois daquele beijo, mesmo que tentasse não conseguia parar de pensar nela. Mesmo a tratando com indiferença a imagem dela estava presente.

- "Quando tudo isso acabar, vou me retirar para Jamir, aí sim vou esquecê-la."

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Miro, por milagre, acordara cedo. A verdade é que não tinha dormido muito bem, estava com remorso pelo jeito que tratara Kárdia. Eles poderiam ter suas desavenças, mas não tinha necessidade de perturbá-lo com aquele problema.

Sentado a mesa da cozinha observava o tempo pela janela, tirando-o de seus devaneios sentiu o cosmo de Kárdia aproximando.

O escorpião do passado entrou na cozinha sem ao menos olhá-lo e Miro entendera o porque.

- Bom dia Kárdia.

Ele não respondeu. Diante disso Miro calou-se, realmente havia pegado pesado. Sabia como escorpianos guardavam magoas e quando sentiam isso normalmente eram vingativos e não perdoavam.

- "Ele vai revidar."

Kárdia pegou um pedaço de pão e um copo de leite, comeu em pé, ignorando totalmente a presença do outro, era como se na cozinha só houvesse ele. Assim que terminou a refeição, deu as costas saindo. Miro soltou um suspiro.

- "Ele não vai me perdoar."

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A mente trabalhava intensamente, não dormira a noite só pensando na sua vingança. "Aquele maledito me paga" ecoava em sua mente. Antes do nascer do sol foi ate a sala e espalhou diversas rosas por ela, claro ocultando-as. Fez a mesma coisa na cozinha e no banheiro. Com aquela iluminação feita por lamparinas Manigold jamais desconfiaria.

Dito e feito. O canceriano do passado levantou, foi ao banheiro e começou espirrar, não deu muita importância julgando ser um espirro comum. Foi a cozinha para colocar a água para esquentar, voltando a espirrar. Estranhou mas não desconfiou. Foi ate a sala e aí sua crise começou, espirrava sem parar.

- Bom dia. – MM apareceu na porta com um sorriso nos lábios.

- O que.. – espirrou. – tem de bom? – espirrou.

- Quanta educação. – sentou no sofá.

- Não – espirrou. - me – de novo. - amole. - e de novo. O nariz já estava vermelho. – caspita que – espirrou. – chei-ro é esse?

- Cheiro? – MM fez de desentendido, - não sinto nenhum.

Mani mal o escutou, não parava de espirrar. Giovanni engolia o riso, dera certo.

- "Ate que Dite serve para alguma coisa." – na noite anterior havia encontrado o pisciano em Câncer, ele voltava da casa de Athina, e em troca de não contar a Saga e Shaka que ele dava voltinhas o fez fazer inúmeras rosas e como vingança é um prato que se come frio, esperou o raiar do dia para espalha-lhas pela casa.

Dava dó ver as lagrimas escorrendo pelo rosto do canceriano enquanto se acabava de espirrar.

- Preci-so res-pirar.

Saiu em disparada, MM aproveitando juntou todas as rosas escondidas pelos cômodos e as colocou debaixo do colchão do outro.

- Se sobreviver a batalha, vai não vai dormir a noite. – gargalhou.

X.x.X.x.X.x.X

Apesar do corpo esta doendo, estava feliz. Passar a noite ao lado de Lara, mesmo sem ter feito nada, e desfrutar do café da manha o deixava feliz. Entrou em casa sorrindo e foi direto para a cozinha onde os outros dois geminianos se encontravam.

- Bom dia. – disse sorrindo.

- Bom dia. – respondeu seu gêmeo. Deuteros continuou calado. – pensei que não voltaria para casa.

- Desculpe. – respondeu simplesmente, olhando discretamente para Deuteros. Apesar dele ter dito que não a queria, aquele assunto era constrangedor.

Sentou a mesa ao lado do irmão. Comiam em silencio e hora alguma Deuteros abriu a boca. Aquele silencio era terrível e Kanon não se conteve.

- Se estiver arrependido... eu entenderei...

- Não estou arrependido. – disse sem olhá-lo. – foi uma fase importante mas que já passou. – o fitou.

Kanon o encarou, queria ver se realmente ele dizia a verdade, contudo o olhar de Deuteros não demonstrava nada.

- Como queira. – respondeu.

- Com licença. – o geminiano do passado levantou saindo.

Ao se ver sozinhos...

- Você passou a noite com ela? – indagou Saga.

- Passei, mas não do modo que está pensado. Lara chorou ate dormir. É claro que ela o ama.

- E você?

- Saberei esperar. – sorriu. – sinto ciúmes dos dois, mas... quem sabe um dia ela me amará, quem sabe poderemos ser felizes. Enquanto isso não acontecer permanecerei ao lado dela como um amigo dedicado.

Saga o fitava atônico, percebido por Kanon.

- Por que esta me olhando assim? – arqueou a sobrancelha.

- Está dizendo coisas coerentes e agindo de forma madura. Ate parece que é eu.

- Idiota. – deu um pedala nele.

- Kanon!

- Você que começou!

- Você me bateu!

Deuteros ouvia a conversa. Estava feliz por ele cuidar dela. Kanon lhe daria tudo que ele não poderia ofertá-la.

-FB-

Área de treinamento das amazonas...

- É um bobo! – um garoto deu um pedala em outro que estava escondido atrás das pilastras.

- Ai!

- Está feito bobo olhando para a Larinha. Está apaixonado. – disse zombeteiro.

- Eu não! – corou por debaixo da mascara.

- Ah não. – sorriu. – por que não conversa com ela Deuteros? Acho que também ela gosta de você.

- Imaginação sua. – rebateu. – nós nunca poderíamos ter algo. Ela será uma amazona e é sacerdotisa de Atena e eu... não tenho muito a oferecer. Não quero prejudicá-la em nada.

Aspros o fitava atônico.

- Por que esta me olhando assim? – murmurou constrangido.

- Está dizendo coisas sensatas – deu nos ombros. – não sei porque estou surpreso, você sempre foi mais sensato do que eu. Idiota apaixonado. – deu um pedala nele.

- Aspros!

- Você que começou!

- Você que me bateu!

-FFB-

Deuteros deu um meio sorriso, tinha que se conformar com sua sina. Seu destino era seguir sozinho.

- "Primeiro Aspros... e agora ela..."

X.x.X.x.X.x.X

El Cid acordara cedo assim como Shura. Os dois tomaram o café junto, mas sem trocar palavra alguma. O espanhol do passado ao terminar levantou indo para o quarto, aguardaria ali as ordens do grande mestre. Seu pensamento, contudo estava na noite anterior. Ainda não entendia porque abraçara a amazona daquela forma e na frente de Asmita. Pelo que sabia os dois não se davam bem, prova disso era as diversas vezes que escutara Marin reclamar dele.

- "É bom mesmo eles se odiarem." – pensou na amazona. "quando tudo acabar ela e eu..." – sorriu.

X.x.X.x.X.x.X

Como havia decido, estava recluso no jardim das arvores gêmeas, passara a noite em claro passando e repassando todas as vezes que vira Marin. Era fato que desde que vira pela primeira vez no salão do mestre, ela não lhe era indiferente, contudo achou que fosse algo sem importância e passageiro, mas com o passar do tempo, viu que não seria passageiro muito menos sem importância. Amava aquela mulher mesmo ela pertencendo a outro e por isso ao final da batalha retiraria-se para a Índia por uns tempos.

X.x.X.x.X.x.X

O clima continuava descontraído, de um lado as meninas falando sobre o futuro e do outro os cavaleiros falando sobre a batalha que aproximava. Tudo ia tranqüilo quando sentiram um cosmo aproximar. Lithos que conversava com Athina sentiu um olhar sobre si.

- "Aioria..." – intuitivamente foi para perto de Sísifo.

O leonino que estava nas mediações sentiu o cosmo de Sísifo, certamente Lithos estaria com ele e precisava colocar um ponto final na historia.

- Aioria...

Ele sequer a olhou, sua visão estava focada nas mãos deles. Aquele anel... Fitou Regulus, certamente ele já sabia de tudo, mas estava mais surpreso era com Shaka, ate ele?

- Desde quando sabia? – olhou pra o virginiano, o rosto estava sério. – e você Regulus?

- Eles ficaram sabendo agora. – disse Sísifo. – a única que sabia sobre nós era Áurea, os demais souberam agora.

- Não deveria ser dourada? – indagou ríspido.

- Na vila que pernoitei não havia ouro.

- Aioria. – Lithos tomou a palavra. – sei que se preocupa comigo e agradeço muito, mas amo o Sísifo. Sei que a vida de um cavaleiro é incerta mas quero correr esse risco.

Ele continuou calado, com a expressão séria. Vendo a expressão dele Regulus sentiu-se culpado, era claro que Aioria pensara que ele havia mentido.

- Aioria não fique com raiva da Lithos ela...

- Eu sei. – disse cortando-o. – sempre te considerei como uma irmãzinha. – ele a fitava. – e como tal faria de tudo para protegê-la, mas parece que... você não é mais aquela menina chorona, falando mestre Aioria toda hora... – a voz ainda saia séria. – você é adulta sabe o que é melhor para você.

-Aioria...

- Eu não terminei.

Lithos ficou calada, assim como os demais que não se atreveram a dizer nada, nem mesmo Shaka.

- Pelo fato de ser dona de sua vida eu... – respirou fundo. – está tudo bem para mim. Se você o ama e ele corresponde quem sou eu para impedir. – a voz saiu mais suave. – torço sinceramente para que seja feliz. – deu um sorriso tímido.

- Aioria.. – os olhos marejaram, correu ate ele abraçando. – obrigada por me compreender.

- Não tem porque agradecer, eu é que tenho que pedir desculpas. O ciúme falou mais alto.

- Fico feliz que sinta ciúme, é sinal que gosta de mim. – o fitou.

- Boba sempre gostei de você, mesmo quando era uma criança chata. – brincou.

- E você um adolescente insuportável. – sorriu.

- Seja feliz. – acariciou lhe os cabelos.

- Aioria. – Sísifo aproximou.

O leonino fitou seriamente.

- Prometo cuidar dela.

- Se eu souber que a fez sofrer, que a fez chorar, usarei o golpe dos fótons em você sem nenhuma piedade.

- Não me esquecerei disso. – ficou nervoso.

- Seja feliz. – estendeu-lhe a mão.

- Obrigado e a partir de agora espero que me considere um irmão, pois sempre seremos ligados.

Apertaram as mãos.

O clima ficou ameno contudo...

O cosmo de Sage espalhou-se pelo santuário, todos sabiam que a hora havia chegado e como ordenado reuniram-se todos a porta do templo.

Sage estava no alto da escadaria, tendo seu irmão ao seu lado. Os cavaleiros do passado conservam-se a sua direita e os do futuro a esquerda, Marin e Lara atrás deles. Com exceção de Regulus e os que não tinham recuperado a armadura, todos trajavam a proteção.

- È chegada hora, conto com vocês e que Atena os proteja.

Os primeiros a assumirem seus postos foram os piscianos que pararam em Peixes, Kamus em Aquário.

- Boa sorte. – disse o francês ao companheiro de signo.

- Obrigado. Cuide de Kárdia, por favor.

- Cuidarei.

Shura ficou em Capricórnio, El Cid não trocaram nenhuma palavra. Sagitário ficaria vazia, em Escorpião...

- Miro, - Dégel o chamou num canto. – vigie-o, por favor.

- Pode deixar. Boa sorte.

- Obrigado.

Assim como a nona casa Libra ficaria vazia, Shaka permaneceria em Virgem, Regulus em Leão, MM em Câncer, Saga e Deuteros em Gêmeos.

- Não vai bancar o herói. – disse Saga.

- Preocupado comigo? - fingiu comoção. – me dê um abraço. – Kanon o abraçou.

- Pare de brincadeiras. – o empurrou.

- Voltarei. – disse sério e olhando para Deuteros. – darei um jeito nele.

O geminiano não disse nada. Em Touro e Áries foi a mesma coisa. O grupo que iria para a fortaleza continuou o caminho parando, contudo no acampamento, onde Lara e Marin ficariam. Selinsa, Lithos e Áurea estavam lá. Hakurei achou melhor permanecer no templo.

- Boa sorte rapazes. – disse a sacerdotisa.

- Obrigado. – disse Sísifo por todos. O cavaleiro aproximou das outras duas. – tomem cuidado. – olhou para Áurea para depois fixar o olhar em Lithos.

- Tomaremos. – respondeu a loira.

- Selinsa obedeça a Lara. – pediu Hasgard.

- Sim mestre. Tome cuidado.

- Sim. – brincou com os cabelos dela.

Kanon aproximou do grupo fingindo conversar com Marin e as meninas.

- Garotas tomem cuidado.

- Não se preocupe Kanon. – disse Marin.

- Você também Lara. – a fitou.

- Pode deixar. – deu um leve sorriso. – você também.

A amazona de Águia que acompanhava o dialogo, não percebeu a aproximação de Cid.

- Todas vocês tenham cuidado. – olhou todas para depois fitar a amazona. – cuide-se.

- Você também.

O cavaleiro deu um sorriso saindo. Discretamente a amazona procurou com os olhos Asmita, este, estava afastado.

- "Tenha cuidado, por favor." – pensou.

Como se sentisse o pensamento dela Asmita a olhou. Foram apenas segundos, mas que para os dois pareceram horas.

Outro que aparentava indiferença era Shion, que sequer olhava para Áurea, mas no fundo queria abraçá-la e dizer para que tomasse cuidado. Sentimento parecido era compartilhado pela grega. Mesmo o ariano sendo tão duro com ela, rezava pela sua proteção. Olhou o discretamente.

- Chega de despedidas. – disse Dohko. – vamos a batalha.

E com determinação partiram.

X.x.X.x.X.x.X

Do alto de uma das torres Pontos observava a paisagem.

- Pontos. – Créos fez uma reverencia. – estamos prontos.

- Conhecendo-os, é bem capaz de vir ate nós os cavaleiros dessa época, espere eles chegarem aqui para partir, depois façam o que quiser com o santuário.

- Sim senhor.

Pontos deu um largo sorriso.

Não demorou muito para o grupo chegar à fortaleza. Como alguns sabiam como entrar logo estavam no salão principal.

- Parece ser uma armadilha. – disse Cid. – muito silencioso.

- Armadilha ou não, não perderemos tempo. – disse Kanon.

- Ele está certo. – Sísifo tomou a frente.

- Fico feliz que tenham aceitado o meu convite.

Trajando sua Ars Magna Pontos surgiu diante deles.

- Viemos colocar um ponto final nisso. – Dohko avançou alguns passos.

- Eu sei que sim libriano. Só peço desculpas pela ausência de três dos nobres titãs, eles resolveram fazer uma visitinha.

A expressão deles alarmou, era uma cilada.

- Foram para o santuário? – indagou Shion.

- Sim. – deu um sorriso cínico. – surpresos?

- Seu miserável. – Mani cerrou o punho. – nos enganou.

- Não enganei, eu fiz o convite, não eles.

- Vai pagar por isso. – o cosmo dele elevou.

- Terei o enorme prazer de lutar contra ti e com quem mais desejares.

E dizendo isso sumiu.

- Patife. – disse Dohko.

- Kanon e eu cuidaremos de Aspros. – disse Asmita para o espanto de todos.

A principio Kanon tinha a intenção de lutar sozinho, mas Asmita conhecia o geminiano e talvez pudesse ser útil.

- Como sabe que ele esta aqui?

- Eu sinto.

- Tudo bem, nos lutaremos. Tudo bem Sísifo?

- Sim.

Alguns cavaleiros não viram com bons olhos.

- Manigold vá com eles. – disse Shion.

Tanto Asmita quanto Kanon perceberam claramente que a intenção de Shion era vigiá-los, não entrariam em desacordo.

- Vamos. – disse o geminiano tomando um corredor, para ser seguido pelo virginiano.

- Vigie-os. – Hasgard falou baixinho.

- Não se preocupe cuidarei dos traidores e do herege.

- Dégel, Hasgard, Dohko e Cid, cuidem do outro titã. Aioria, Shion e eu cuidaremos de Pontos.

- E o santuário?

- Meus amigos vão protegê-lo, - Aioria começou a andar. – querem uma prova se somos traidores ou não? Terão essa prova.

Pegou o corredor central, Sísifo foi atrás e Shion depois de trocar olhares com os demais seguiu-os.

X.x.X.x.X.x.X

Kanon e Asmita seguiam lado a lado, Manigold atrás não tirava o olhar dos dois. Num dado momento o virginiano segurou o braço do grego para que ele parasse. Kanon primeiro o olhou para depois voltar a atenção para frente. Havia um homem sentado numa espécie de trono.

- Bem vindos. – disse homem.

- Pontos te deu este trono como retribuição da lealdade? – zombou Kanon. - ate que ele não é muito feio, mas não chega aos pés do trono do mestre Sage.

- Você tem senso de humor irmão menor. – o homem levantou. – posso te chamar assim?

- Não. – disse frio. – só Saga pode falar isso.

- Como queira.

- Chega de conversas. – Manigold passou a frente deles. – vou te mandar de volta para o inferno.

- Será?

Aspros deu um sorriso cínico, o cosmo dele começou a elevar, pela sala puderam ver a formação de galáxias para em seguida aparecer fendas dimensionais.

- Desapareça.

Sem dar chance de reação a Manigold ele foi sugado desaparecendo.

- Pronto um a menos. – Aspros tirou o manto que cobria seu corpo revelando a armadura de gêmeos, porem negra. – agora a luta será interessante. Dois contra um.

- Errado.

Ficaram surpresos por ouvirem a voz. Um cosmo preencheu o local e de uma fenda que se formou surgiu o cavaleiro de câncer.

- Acha que vou perder a festa? – deu um sorriso.

X.x.X.x.X.x.X

Hasgard seguia ao lado de Dohko, Cid e Dégel estavam mais atrás.

- Foi tudo planejado. – disse o libriano. – precisamos derrotá-los o quanto antes ou será o fim do santuário.

- Os cavaleiros do futuro o protegeram. – disse Dégel.

- Duvido. – Hasgard cruzou os braços. – é bem capaz deles se aliarem aos titãs.

- Não creio. – Dégel o fitou. – estive pensando, e se aquelas imagens não forem uma armação de Pontos?

- Se fosse negariam veemente. – disse Dohko. – no entanto...

O aquariano ficou calado.

- Vamos derrotar esses ordinários e depois vamos mandá-los para Shounion. – o taurino estava irredutível.

- Parem. – a voz de Cid saiu fria.

- O que foi?

- Não estamos sozinhos.

Os três olharam para onde ele dirigia o olhar, ao final do corredor havia uma enorme sala e de lá emanava um poderoso cosmo.

- Sejam bem vindos. – a voz ecoou de lá. – terão o prazer de lutar com o deus das dimensões.

X.x.X.x.X.x.X

Sísifo seguia ao lado de Aioria. Desde o casamento o relacionamento dos dois tinha melhorado o que intrigava o ariano ainda mais por ter notado que o sagitariano usava um anel.

- Shion mantenha-se em alerta, em bem provável que enfrentaremos Pontos.

- Sim Sísifo.

E foi a conta do sagitariano falar sentiram um poderoso cosmo circundar o local.

- Será um prazer lutar contra vós. O dominador de raios, o cavaleiro de sagitário nessa época e o líder dos guerreiros de Atena.

Aioria e Sísifo temeram que Shion entendesse a frase, mas...

- Suas palavras não me dizem nada. – o ariano acendeu seu cosmo. – Pontos.

X.x.X.x.X.x.X

Estavam parados diante da primeira casa.

- Faremos como da outra vez. Só quero que os piscianos sejam meus. – disse Céos.

- Eu quero o dragão marinho. – disse Créos.

Temis não disse nada.

Nas doze casas e no acampamento apesar da apreensão, sequer imaginavam que sofreriam um ataque...

- Vamos anunciar a nossa chegada. – Créos ergueu sua arma. – Aster Blade!

Novamente a casa de Áries foi almejada.

Dela ate o templo sentiram a explosão de cosmo.

- Estão aqui. – Sage levantou de seu trono.

- Não passou de uma cilada. – Hakurei ficou preocupado. – que Atena nos proteja.


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Notas finais do capítulo

Sol lucet omnibus - "O sol nasce para todos"



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