Temporits Actis escrita por Krika Haruno


Capítulo 18
Capítulo 18:Fortitudine




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Libra

Na porta de Libra, Dohko fitava as casas abaixo preocupado, já conseguia sentir três cosmos perto de sua casa e os outros dois estavam em Leão e Virgem, perto demais para um inimigo estar.

- "Como eles passaram?"

Tomou posição ao perceber que os titãs já estavam a porta da sétima casa.

- Pontos e Iapeto sigam em frente. – disse Temis. – eu me encarrego dele.

- Não vão passar.

- Tentar resistir é inútil cavaleiro, se não quiser sofrer como teus companheiros é melhor deixarmos passar. – Iapeto começou a andar.

- Não vão passar. – a voz saiu fria.

- Saia da frente humano. – com um leve aumentar de cosmo, Pontos arrastou Dohko para longe da entrada.

Ele e Iapeto seguiram.

- "Droga, espero que Kárdia segure-os, sagitário está vazia."

- Serei rápida humano. – Temis não estava com paciência para lutar, terminaria o mais rápido possível aquela batalha.

- Pode vir com todo o seu poder.- o libriano tomou posição.

Leão

- Parece que entendeste. – Créos deu um sorriso diante do corpo imóvel do cavaleiro. – quero o teu poder, assim como suguei o do teu irmão.

Aioria ouvia tudo, mas devido aos ferimentos não conseguia se mexer.

- "Não posso ser derrotado aqui." – reunindo forças ergueu a mão, mas só conseguiu segurar a perna do titã.

- Estas vivo? – sorriu. – por pouco tempo. Desapareça desse mundo. Aster...

- Relâmpago de Plasma!

O titã afastou –se de Aioria evitando o golpe.

O cavaleiro no chão abriu os olhos ao sentir um cosmo. Regulus da entrada de sua casa estava em posição de ataque.

- Quem ousa atrapalhar?

- Regulus cavaleiro de ouro de leão.

Créos o fitou, o mesmo olhar desafiador.

- Hum... – sorriu. – o destino às vezes é engraçado. – voltou à atenção para Aioria. – este garoto se parece muito com ti, naquela época. Já que não posso voltar a aquele tempo e te matar, vou fingir que ele é tu.

- Não se atreva. – com dificuldades Aioria apoiou-se em uma das pernas, sua respiração estava entrecortada.

- Aioria!

- Fique aí. Essa luta é entre mim e ele.

- Mas...

O dourado ficou de pé.

- Ora ficaste de pé.

- Enquanto não te derrotar não cairei.

- Nesse estado? – zombou. – tuas pernas estão feridas, isso significa que não podes correr. – o rosto dele ficou maléfico. – então não conseguirá salva-lo! Aster Blade!

Para o desespero de Aioria Créos lançou seu ataque contra Regulus, ele não conseguiria defender.

- Regulus!

O pequeno leonino não recuou diante do ataque que vinha em sua direção. Se era para morrer morreria dignamente.

- Regulus! – o cosmo de Aioria aumentava. – não vou deixar que o mate.- ele não havia percebido mas sua energia elevava de maneira constante. – Cápsula do Poder!

O poderoso ataque do leonino foi de encontro ao ataque de Créos, os dois se chocaram ofuscando a visão de todos.

- Aioria! – gritou o garoto.

- Idiota. – o titã ficou irritado, ao sentir um corte no rosto.

Quando a luz se dissipou...

- Aioria...?

O dourado estava de pé a frente de Regulus.

- Você está bem?

- Sim.

- Por mais que teu cosmo tenha voltado, nunca irá me vencer! – o cosmo de Créos acendia bruscamente. – nunca! – a voz estava irada. - Vão morrer!

O cosmo dele explodiu de maneira violenta.

- Fique atrás de mim Regulus. – Aioria fitava o titã, não imaginava que seu poder tinha aumentado tanto.

- Não sobrará nada! ASTER CORREIA!

A poderosa energia do deus foi em direção aos dois. Aioria disparou seu golpe, contudo ele fora engolido pela luz negra.

- Regulus!

Aioria o abraçou para protegê-lo do impacto, o que não surtiu muito efeito. Os dois foram atingidos batendo bruscamente no chão. O garoto se feriu bastante.

- A Era leonina acabou.

Créos seguiu seu caminho.

Câncer

Shion, Hasgard corriam na frente, Deuteros ia no meio e os três dourados vinham mais atrás.

- Eles estão mais fortes – disse Aldebaran. – não é atoa que sugaram os cosmos dos nossos companheiros.

- Teremos que ter muito cuidado com eles. – disse Saga com os fixos a frente. – eles ainda não mostraram todo o poder.

- E qual o objetivo deles em nos atacar? – indagou Mu. – não viriam aqui a troco de nada.

- Também pensei nisso. – respondeu Deuteros que apesar da distancia ouvia a conversa. – eles querem alguma coisa. Pensaremos nisso depois, já chegamos a Câncer.

Os seis cavaleiros passaram a caminhar e ficaram surpresos com a destruição da frente da casa.

- MM! – Aldebaran correu ate ele. – MM!

- Caspita... – tirava algumas pedras de cima de si. – o que faz aqui?

- Eu que te pergunto. – indagou Saga.

- Aqueles filhos d.. #$%! Passaram por aqui.

- Todos. – disse Manigold sendo amparado por Hasgard. – devem está agora em Leão ou ate em Virgem.

- Precisamos nos apressar. – disse Shion. – vamos!

- Estou todo quebrado... - MM fitou Mu para depois olhar para Aldebaran. – estão com a armadura?

- Parece que elas equilibraram com nossos cosmos.

- E você Saga?

- Ainda não tive a mesma sorte.

- E quanto a mim?

- A armadura não quer proteger um fracote como você. – disse Mani.

- Ora seu...

- Brigas agora não. – a voz de Shion saiu imperativa. – vamos.

Concordaram partindo para Leão.

Virgem

- Também não quero prolongar.

- Circulo das seis existências!

Asmita não perdeu tempo começando a atacar, apesar do golpe ser poderoso Céos conseguiu desviar facilmente.

- Tens um grande poder, mas não suficiente para mim. – elevou seu cosmo. – Sparkle Rapier!

O titã não poupou com o cavaleiro. Asmita criou uma barreira protegendo-se do ataque.

- Não precisa diminuir seu poder, use-o ao máximo.

- Como queiras. Sparkle Rapier.

O ataque do titã dirigiu-se a ele, Asmita usou seu cosmo para se proteger, contudo acabou sendo atingido, mas ele não foi ao chão, tendo apenas um leve arranhão.

- Tu fostes o primeiro a permanecer de pé depois de levar duas vezes esse ataque.

- Fico lisonjeado. Rendição divina! – Asmita não perdeu tempo.

- É inútil. Velocidade de Relâmpago!

Da mesma forma que o cavaleiro atacou rapidamente o deus devolveu na mesma moeda, contudo Asmita foi acertado em cheio antes de cair ainda recebeu "raio negro" que o perfurou. O cavaleiro foi ao chão.

- Viu como é grande a diferença de nosso poder? Enfrentar-me é antecipar a morte.

- Acha mesmo? – o indiano apoiou nos joelhos.

- Insiste em levantar?

- Pensei que tivesse enfrentado os cavaleiros de Atena.

- Verdade... – deu um sorriso. – mas há uma diferença entre tu e os demais cavaleiros de Atena.

- Como...?

- Tu tens forças, mas não tens um propósito. Está aqui apenas porque é uma obrigação e não pelo sentimento de defender tua deusa, a causa dela ou teus companheiros.

- Isso é o que você acha. – disse com um sorriso nos lábios.

- Isso é o que se passa dentro de ti. Eu posso ver.

- Eu não ligo para suas palavras. – levantou.

- É uma pena. Chegou a hora de dar adeus a esse mundo. – o cosmo do deus aumentou rapidamente. – Ebony Rapier!

O cavaleiro de virgem ainda tentou-se defender, mas foi acertado em cheio batendo de forma violenta contra uma parede antes de ir a chão.

No quarto, Marin sentiu o cosmo de Asmita oscilar, quando olhou para a barreira a viu instável.

- Será que... – a amazona se aproximou conseguindo passar sua mão por ela. – está enfraquecida... Asmita!

A japonesa saiu às pressas indo para o local da batalha, sentiu o coração apertar ao vê-lo no chão, com sangue a volta.

- Asmita! – correu ate ele ajoelhando. – Asmita.

- O que faz aqui Marin? – sua voz saiu fria.

- Eu... – ficou surpresa, ele jamais pronunciou seu nome.

- Sai daqui. – estava de quatro, com o rosto abaixado e gotas de sangue escorrendo por ele.

Céos fitava-os em especial a mulher ao lado dele, já a tinha visto.

- Eu a conheço. – disse o titã.

O virginiano estremeceu ao ouvir aquilo.

- Marin sai logo daqui.

- Eu vou lutar, eu sou uma amazona.

- Lembro de ti. Estavas sempre perto do cavaleiro de leão.

- Tem uma boa memória. – levantou, já tomando posição.

O cavaleiro tentou se levantar, mas o ataque sofrido havia sido forte.

- Em breve se tornará uma memória. – ergueu um pouco a mão concentrando cosmo nela. – adeus.

A amazona nem viu a investida do deus, foi acertada em cheio batendo bruscamente na parede do templo.

- "Tola." – pensou o indiano.

Surpreendendo os dois ela levantou, primeiro apoiando nos joelhos depois ficando de pé.

- "Marin." – Asmita estava surpreso, sempre a julgou com poder limitado, mas reconhecia que ela não era tão fraca assim. Contudo lutar de igual para igual com um titã era loucura e mais um golpe daquele ela não suportaria. – "sua tola."

- És mais resistente que imaginei. Mas é inútil. – o cosmo de Céos voltava a se concentrar.

A amazona respirava ofegante e temerosa, mais um ataque desse não iria suportar.

- Diga adeus a esse mundo. Ebony Rapier

Quando estava prestes a lançar o ataque parou ao sentir um cosmo aumentar rapidamente. Era Asmita. Ele continuava de quatro, mas sua energia emanava ao redor crescendo a cada minuto.

- Não se atreva. – disse com a voz irritada. – não toque nela.

A japonesa o fitou surpresa.

Céos que o fitava suspendeu o ataque.

- "Tem um imenso poder, pode a vir se tornar inconveniente... – pensava. - não tenho tempo para matá-lo, nem posso deixá-lo livremente. Não tenho alternativa a não ser..." És um grande adversário cavaleiro de virgem, mas infelizmente não irei ver teu poder ao máximo. Despeça desse mundo. Ebony Illumination!

O cosmo do titã elevou-se a um nível muito maior, Asmita tinha conseguido ficar de pé, mas sua postura não era firme. Da mão esquerda do deus formou-se uma bola negra que se alastrou em raios. Um deles envolveu o cavaleiro que foi engolido pela sombra.

- Asmita!

- Não preciso de testemunhas. – disse o deus virando-se para Marin.

Foi envolvida da mesma forma que o virginiano.

A casa de Virgem ficou em silencio, como se segundos antes uma batalha não houvesse sido travada ali.

- Terás uma boa vida no meu planeta. – fitou o local que antes havia os defensores de Atena. – se ele conhecia a Megas Depranon é sinal que ela se encontra embaixo da estatua, contudo... – Céos era o mais desconfiado em relação a Pontos. – "talvez seja melhor eu me encarregar de destruir a arma de meu deus, será mais seguro."

Obs: o tempo para Asmita e Marin corre de maneira diferente da do santuário.

Em algum lugar...

Sentia a cabeça zonza, aos poucos foi abrindo os olhos, deparando com um cenário estranho. O pouco de céu que enxergava em meio às copas de arvores estava acinzentado. O ar úmido invadia suas narinas. Ergueu o corpo sentando-se. Piscou algumas vezes antes de ver onde realmente estava. Marin estava sentada em meio a folhas secas, ao seu redor, arvores robustas e altas demonstrando que estava numa mata fechada.

- "Só o que me faltava..." – pensou a amazona levantando. – "fui mandada para fora do santuário."

Começou a andar, se estava perto do santuário, rapidamente estaria lá.

X.x.X.x.X.x.X

O corpo doía, não imaginava que o seu poder era tão fraco em comparação ao do titã.

Estranhou os barulhos perto de si, não parecia que estava na sexta casa, ainda por cima quando passou a mão pelo chão, sentiu terra e folhas. Sentou, passando a meditar para ver onde estava, contudo não sentiu seu cosmo e sua percepção, desenvolvida ao longo dos anos, parecia não funcionar.

- "Preciso voltar." – pensou levantando-se.

Desde pequeno Asmita aprendera a andar mesmo cego, sem um dos seus sentidos, os outros quarto desenvolveram e aliado ao seu cosmo, conseguia se locomover, saber quem estava por perto, como uma pessoa normal.

O cavaleiro deu um passo, quando foi para dar o outro acabou tropeçando numa raiz indo ao chão. O impacto foi forte.

- Ai... – levantou. E deu mais um passo para tropeçar novamente, mas desta vez apoiou-se numa arvore. – alem de ter me mandado para fora do santuário ainda tirou meu cosmo. - Não passava de um homem "normal."

Agora sentia o peso da cegueira, sem saber qual direção tomar e sem conseguir sentir os objetos só lhe restava usar as mãos para tatear e por causa do chão cheio de pedras, raízes expostas, as quedas foram inevitáveis.

Marin já estava andando fazia algum tempo. Estranhava, pois conhecia as matas ao redor do santuário, mas aquela parecia diferente.

- "Não pode ter mudado tanto em duzentos anos, é uma área restrita, não foi tocada."

Olhou para o alto, o céu estava mais escuro e o vento úmido denunciava que uma chuva estava aproximando.

- Preciso sair daqui.

A amazona apertou o passo, ainda sem se dar conta que não usava a mascara, muito menos a armadura de Águia. Seguia por uma direção quando parou ao ver uma cena no mínimo curiosa.

Ela viu o cavaleiro de virgem de quatro, tateando o chão como se estivesse procurando algo, notou que ele não trajava a armadura, mas esse detalhe pouco importou. Cruzou os braços a espera que ele a percebesse.

Asmita estava no chão, por causa de uma queda, tateava o solo em busca de uma raiz que indicasse alguma arvore por perto. Sem cosmo não percebeu a amazona.

Marin já o fitava impaciente, como alguém poderia ser tão insuportável a ponto de fingir que ela não estava ali.

- "Dai-me paciência."

Caminhou ate ele, parando exatamente ao lado. O cavaleiro parecia não notá-la.

- Ate quando vai me ignorar?

O cavaleiro recuou, completamente assustado, não tinha percebido a sua presença.

- O que faz aqui? – indagou com o coração saindo pela boca.

- O mesmo que você. Parece que Céos nos mandou para fora do santuário. Estamos numa mata.

Asmita ficou calado. Como não tinha percebido a presença dela? Estava tão vulnerável a esse ponto?

- Precisamos voltar. – disse em tom firme, não querendo demonstrar o susto. – não devemos está muito longe. – "vendo" que estava perto de uma arvore apoiou-se nela para levantar.

Ela não disse nada indo à frente dele. O cavaleiro esperou um tempo, não demonstraria que estava completamente cego diante dela. Marin seguiu não se importando com o cavaleiro, só tinha em mente chegar ao santuário e deter os titãs. Apenas virou para trás para ver se ele a seguia...

- "O que...?"

Estranhou o comportamento dele, Asmita dava pequenos passos, com as mãos esticadas como se não visse nada a frente, vez ou outra tropeçava.

- "O que ele esta fazendo?" – analisou as atitudes dele. – "será que... não sinto meu cosmo, nem sinto o dele..." – reparou que ele não usava a armadura. –"eu.." – olhou para si, vestia roupas normais, olhou ao redor e para o céu. – "para onde ele nos mandou?"

Marin caminhou ate o cavaleiro, parando ao seu lado.

- Asmita.

- O que foi? – novamente assustou-se, mas continuou com a expressão impassível.

- Céos não nos mandou para perto do santuário. Creio que ele nos jogou bem mais distante e pior sem armadura e cosmos.

- É o que parece. – disse. – precisamos descobrir onde estamos.

- Vamos continuar a andar.

Sem que ele esperasse a amazona pegou o braço dele passando pelo dela.

- O que está fazendo?

- Te ajudando. – respondeu simplesmente.

- Eu não preciso de ajuda para andar. Nunca precisei, não vai ser agora que vou precisar ainda mais de você. – puxou o braço bruscamente.

- Como quiser. – não se importou, sabia que virginianos eram meio orgulhosos. – é melhor irmos depressa, parece que vai chover.

- Como se isso fosse o problema.

Asmita passou a frente dela de forma prepotente, entretanto no passo seguinte foi ao chão ao tropeçar numa pedra. Marin teve vontade de rir, pois a situação era cômica, a prepotência em pessoa, não conseguindo andar, mas sabia que o motivo era delicado.

- Deixe de ser arrogante. – o ajudou a levantar.

- Eu não preciso da sua ajuda!

- Não estou ajudando, apenas quero chegar mais rápido ao santuário, alem do mais daqui a pouco vai chover, não quero ficar molhada. Agora vamos.

Abriu para fechar a boca, seguindo calado.

Andaram por mais de dez minutos num profundo silencio, ambos pensando onde estavam e como fariam para voltar. Marin conduzia Asmita pelo braço, e ele sentia-se completamente humilhado, por depender de alguém, ainda mais dela, mas por horas não tinha outra alternativa, já que seu cosmo tinha sumido conseqüentemente sua destreza em andar. O cavaleiro "olhava" de maneira discreta para amazona, bem mais baixa que ele, apesar do tamanho tinha que reconhecer que ela era forte, e apesar dos anos de treinamento conservava o corpo bem feminino e a pele macia.

Marin sentia o cheiro de incenso, vez ou outra fitava as mechas douradas que desciam pelo seu braço, apesar de toda a arrogância, Asmita era um homem bonito.

- "Que droga de incenso é esse?" - respirava cada vez mais fundo, aquele cheiro mexia com ela. – "nem nesse lugar estou livre dele?" Você deve tomar banho de incenso.

- Como?

- Esse incenso que usa é forte, está acabando com meu nariz.

- Problema seu.

- Não sei como consegue.

- Já disse problema seu. Se não gosta, eu não tenho nada com isso. E esta me levando porque quer. Eu não te pedi.

- Então vai sozinho.

Soltou-o, andando a passos rápidos.

O cavaleiro continuou com a postura indiferente. Passou todos esses anos sem depender de ninguém não seria agora, contudo ao dar um passo foi ao chão.

- "Merda."

Marin continuava a passos firmes.

- "Quem ele acha que é? A quinta essência?" – reclamava. – "pois agora vai sozinho!"

Continuou a andar, entretanto diminuiu o passo ate parar.

- "Eu também poderia ter ficado calada."

Ao virar para trás deparou com uma cena que a deixou mal. Asmita estava no chão tateando-o.

A amazona soltou um suspiro, voltando para perto dele.

- Vem. – agachou pegando no braço dele.

- Resolveu voltar? – indagou com a voz debochada, mas no fundo tinha se assustado novamente.

- É melhor irmos.

- Não preciso da sua ajuda. Não disse que o meu cheiro a enjoa?

- Disse não! – disse autoritária, para depois se arrepender. – desculpe, é porque é uma fragrância um pouco forte.

Ele ficou calado.

- Podemos ir? Daqui a pouco vai chover.

Continuou calado, deixando-se ser levado por ela. Caminharam por dez minutos ate os primeiros pingos serem sentidos, logo uma forte chuva caia naquele local. A medida do possível apertavam o passo e depois de alguns minutos expostos a chuva encontraram uma fenda numa rocha que serviria de esconderijo.

- Pelo menos ate a chuva passar, aqui servirá. – a amazona ajudou-o a sentar.

- Onde estamos?

- Numa rocha com uma fenda, tipo uma caverna. – sentou a frente dele. – daqui a pouco vai escurecer. – fitou o céu escuro por causa das nuvens.

Asmita não disse nada, estava "cego", sem cosmo, perdido, com uma companhia desagradável, molhado e com muito frio. O que mais poderia acontecer?

- Estou com frio. – disse a amazona passando as mãos pelo braço molhado, às roupas que usavam estavam encharcadas. – para onde Céos nos mandou?

- Não faço idéia. – tremia.

- Precisamos voltar.

- Eu sei. – disse seco.

- Será que nossa armadura está por perto.

- Não sei. – respondeu ríspido.

- É melhor eu ficar calada, já que não quer estabelecer um dialogo.

- Não quero mesmo.

Marin silenciou-se voltando a atenção para o céu. Talvez a chuva não parasse tão cedo.

Durante todo o cair da tarde ao principio da noite, a chuva não parou e os dois permaneceram num profundo silencio. Asmita encolhia-se cada vez mais, com Marin não era diferente, já que as roupas molhadas mais o vento úmido contribuíam para diminuir a sensação térmica.

- "Se ao menos tivesse meu cosmo..." A luta já deve ter acabado no santuário... o que será que eles fizeram? – fitou o virginiano, para vê-lo encolhido tremendo muito. – você está bem?

Ficou calado. Ela deu nos ombros, se ele não queria conversar problema dele. Sua atenção voltou para o santuário, o que teria acontecido? Como estaria todos?

Aos poucos foi escurecendo, Marin ainda procurou por algo que pudesse fazer uma fogueira, mas não tinha o principal, uma maneira de fazer fogo.

- "Vou ficar eternamente esfregando gravetos e nada de fogo." – desistiu, passando as mãos pelos braços, a cada minuto ficava mais frio. Fitou o cavaleiro, ele estava quieto, quieto ate demais. – Asmita. Asmita.

Não respondeu.

- Asmita.

Aproximou-se, ele tremia e os lábios estavam roxos.

- Desse jeito vai ficar com hipotermia.

Sentou ao lado dele ficando bem próxima.

- O que esta fazendo? – indagou ríspido. – por acaso tem medo do escuro.

- Se ainda não percebeu estamos molhados e expostos ao vento.

- Bobagem.

- Continuei calado está bem?

Sem que ele esperasse, ela o abraçou.

- O que es-ta fazen-do?

- Nos protegendo do frio. Agora fique calado.

- Quem pen-sa que é para...

- Já chega Asmita, fica quieto.

Ele calou-se. Estava prestes a reclamar, mas estava com frio e bem ou mal estava se aquecendo ao lado dela.

A chuva caiu a noite toda, iluminada apenas por raios vermelhos que cortavam o céu.

Libra

- Sou contra bater em mulher, mas se tratando de uma inimiga... não serei brando.

- Como se fosse encostar em mim.

- É o que veremos.

Dohko partiu em direção a ela dando socos e chutes, contudo parecia que ao redor da titã havia uma barreira.

- Perda de tempo. – com um leve erguer da mão Temis mandou o cavaleiro para longe indo ao chão. – darei um jeito para que nunca mais erga teu punho contra mim. – caminhou ate ele. – insolente. – liberou pouco cosmo.

Dohko ainda tentou levantar, mas a cada tentativa afundava ainda mais no chão, como se algo o pressionasse contra o solo.

- "Não posso ser derrotado." – elevou seu cosmo. – cólera do dragão!

- Cavaleiro insolente. – a titã segurou o pulso dele pressionando-o. – acabarei com a tua mão. – usando uma força fora do comum, Temis feriu o punho do cavaleiro de forma que ele não conseguisse disparar qualquer ataque.

O libriano recuou.

- Não o culpo por ser tão fraco, já que no futuro conta com a experiência de mais de dois séculos.

- Do que esta falando?

- Uma informação que não mudará teu futuro. Brabeus Blade!

O ataque foi em direção a ele, contudo...

- O que...? – indagou incrédula.

Dohko estava de posse do escudo.

- Não me subestime. A luta ainda não acabou.

- Nada podes fazer com o punho machucado.

- Posso. – Dohko acendeu seu cosmo. – posso sim. – mesmo sentindo muita dor, o cavaleiro fechou o punho, este sangrou, para disparar seu ataque. – Cólera dos cem dragões!

- Como ousas?

Temis elevou seu cosmo, o golpe de Dohko bateu contra uma barreira, criada por ela e voltou na mesma intensidade acertando-o em cheio. O escudo foi atirado longe.

- Vais pagar pelos teus pecados cometidos contra nós, deuses. Brabeus Talanton!

O libriano nem teve tempo de levantar sendo atingido pelo ataque. Estava de quatro segurando a bola de energia nas costas.

- "Desse jeito vou ser derrotado."

A pressão exercida no cavaleiro aumentava cada vez mais. O pulso que já estava ferido, sangrava ainda mais.

- Tu e o cavaleiro de Áries carregam o mesmo numero de pecados. Ele não sobreviveu, também não terá a mesma sorte.

- Shion não morreria tão fácil.

- Vós sois insignificantes perante nós. Aceite tua condição.

- Nunca. – esforçava-se para tentar levantar, mas a cada minuto o fardo se tornava mais pesado. – não acredito que Shion tenha morrido e nem eu morrerei aqui, enquanto não derrotá-los.

- Já esgotaste toda a minha paciência. – o cosmo elevou, de uma maneira mais forte. – desapareça desse mundo.

Quando ia atacar, parou ao sentir um cosmo. Era Céos que acabava de chegar de Virgem.

- Já o derrotaste? – indagou a titã a ele.

- Tive que mandá-lo para o meu planeta. – respondeu com os olhos fixos em Dohko.

- "Ele derrotou Asmita?" – pensou.

- Por que? Manchar teu planeta com um misero humano?

- Foi necessário. E ele? – apontou para o libriano.

- Já estou me encarregando.

- Não suje mais tuas mãos com ele. – Céos liberou sem cosmo. – Sparkle Rapier.

Dohko foi atingido em cheio, indo ao chão semi consciente.

- Está acabado. Agora precisamos alcançar Pontos.

- Ele seguiu com Créos e Iapeto. – disse a deusa.

- Quero está presente quando ele pegar a arma do nosso deus.

- Acha que ele pretende algo?

- Não sei, mas quero eu mesmo encarregar de destruí-la. Vamos.

Os dois deuses prosseguiram.

Virgem

Sentiu a face aquecida, apesar da visão está escurecida. Somente alguns segundos depois é que percebeu onde estava.

- "Ainda estou preso nesse lugar... e já se passou um dia..."

Tentou se mexer, mas sentiu algo agarrado a ele.

- "Marin?"

Ficou surpreso, a amazona dormia tranqüilamente em cima do braço dele.

- "Ela... passou a noite aqui?" – agora se lembrava do que tinha acontecido. – Acorda. – tentou puxar o braço.

- Me deixe dormir... Touma... – murmurou aconchegando-se ainda mais.

- "Touma?" – o rosto endureceu. – "quem é ele?"

- Marin.

- Touma... eu vou contar para a mamãe que não quer me deixar dormir...

- "É o irmão dela?" – o rosto ora contrariado dera lugar ao surpreso. – Touma é o nome dele. – Marin... – não resistindo apalpou o rosto dela. Sentia com os dedos a textura de sua pele e o contorno da face, claro de maneira delicada para não acordá-la. Ficou por um bom tempo imaginando como seria sua expressão. – Acorda. Ei, acorda. – cutucou.

- Hum...

- Acorda logo. – puxou seu braço bruscamente. – não é hora para dormir.

- Grosso. – ajeitou os cabelos. – pessoas dão "bom dia". Mas isso você nem deve saber. – levantou sentido o corpo todo doer. – ai...

- Para inicio de conversa você que dormiu em cima do meu braço.

- Deveria tê-lo deixado morrer de frio! Não faria a menor falta.

- Isso é o que você pensa.

- Isso é o que todos queriam.

Asmita silenciou, no fundo aquilo era verdade.

- E quem se importa? – revidou. – vamos embora daqui, já ficamos um dia fora do santuário. – tateando a parede levantou. – vamos.

- Pode ir na frente. – não diria aquilo, mas ele a irritava a tal ponto que falava sem pensar.

- Quando recuperar meu cosmo eu te mato.

- Idem. Vamos logo.

Pegou a mão dele, puxando-o. Asmita ia ralhar, mas deixou-se levar pelo toque dela.

Os dois caminharam por cerca de uma hora, a sorte que o tempo não estava tão quente.

- Vamos descansar um pouco. – a amazona encostou num tronco.

- Ainda não chegamos ao santuário.

- Sei disso, mas estou cansada. Alem do mais não adianta ficar andando sem saber qual direção tomar.

- E o que sugere? – indagou irônico.

Marin olhou para os lados a procura de uma resposta, voltou o olhar para o céu.

- Já sei.

Procurou por uma arvore que desse condições de subir.

- Fique aqui.

- Aonde vai?

- Já volto.

Esfregando terra nas mãos, começou a subir, apesar de facilitada, a escalada era perigosa por causa da altura. Tomando todos os cuidados a amazona chegou ao topo da arvore.

- Santuário onde está? – olhou ao redor. – Zeus... – murmurou assustada.

No chão, Asmita estava impaciente. A sensação de está sozinho era agoniante.

- Más noticias. – disse a amazona.

- Por quê? – novamente se assustou.

- Estamos numa floresta, e ao que parece bem longe do santuário.

- Mas pelo menos viu em qual direção ele está?

- Essa é a má noticia. Não há mais nada que floresta no horizonte. Girei 360º graus e só vi arvores. Céos fez questão de nos mandar para bem longe. Nem qual rumo tomar faço idéia, estamos perdidos.

Escorpião

- Eu vou lutar. – disse Kárdia segurando a camisa de Miro. – a casa é minha, a armadura é minha, portanto eu luto!

- Acha que vai conseguir fazer algo contra os titãs? Você? – tentava se soltar.

- Vou derrotá-los.

Desde que sentiram a entrada dos deuses nas doze casas os dois brigavam para ver quem iria lutar.

- Não seja ridículo, vai lutar contra titãs! Não perdeu diante de Céos?Quer me soltar?

- Aquilo foi um equivoco.

- Kárdia me solta! Ou...

- Ou o que? – estreitou o olhar.

- Eu vou... – Miro silenciou-se.

- Vai o que?

- Silencio... – a expressão ficou séria. – eles chegaram.

Kárdia mal esperou Miro concluir para sair correndo para a entrada.

- Como alguém pode ser tão burro assim? – o dourado foi atrás.

Pontos, Iapeto e Créos estavam parados na porta de Escorpião.

- Iapeto e eu seguiremos. Encarregue-se do resto.- disse Pontos.

- Sim.

- Não vão passar.

Os dois voltaram o olhar para onde ouviram a voz. Era Kárdia.

- O cavaleiro de Escorpião em pessoa. – Pontos deu um sorriso. – queria te conhecer.

- Pois aqui estou. – devolveu o sorriso.

- Infelizmente não poderei conversar com ti, agora. Faço um convite a ir aos meus domínios. – virou para Créos dizendo baixo. – não o mate. – voltando a atenção para o grego. – espero que o nosso encontro seja breve.

- Será.

- Não vai passar tão facilmente Pontos. – Miro apareceu.

Pontos não disse nada e apenas elevando o cosmo passou pelos dois, o mesmo aconteceu com Iapeto.

- Como? – antes que desse um passo sentiu uma forte dor na altura do pescoço. – o que...

O cavaleiro do futuro foi ao chão desmaiando. Créos e Pontos ficaram surpresos. Kárdia tinha dado um golpe por trás.

- Pronto. – limpava as mãos. – agora ficará quietinho.

- Admiro teus métodos. – disse o deus do mar. – ate breve cavaleiro.

- Até. – e voltando-se para Créos. – podemos começar? – a unha ficava escarlate.

Leão

O grupo do passado seguia na frente. Manigold era amparado por Hasgard.

- Esses caras não estão de brincadeira. – disse o canceriano. – provavelmente já chegaram a Virgem.

- Asmita vai pará-los. – Deuteros fitava a frente.

- Tenho minhas duvidas. – Hasgard disse com desdém. – vai deixá-los passar.

- Tenha mais confiança nele.

Os dourados seguiam atrás em profundo silencio. Saga vez ou outra fitava Mu e Aldebaran, mesmo com as armaduras estavam feridos. E a julgar pelo cosmo dos titãs eles certamente já estavam a muitas casas acima.

Quando o grupo chegou a Leão levaram o susto, não sobrara muito da frente da quinta casa.

- Aioria! – gritou Deba. – Regulus!

- Sinto o cosmo deles ali. – apontou Mu.

Correram ate um amontoado de pedras ficando surpresos ao verem o estado deles.

- Aioria!

- Regulus!

Os dois estavam bastante feridos.

- A luta foi feia. – disse Deba.

- Estão desacordados. Vamos levá-los para dentro.

Aldebaran carregou Aioria e Hasgard Regulus. O restante da casa por sorte estava de pé.

- Vamos levá-los para o quarto.

- Shion?

- Áurea?

A garota apareceu no corredor.

- O que aconteceu? Ouvi explosões. – fitou os cavaleiros no colo. – Regulus? Aioria? – ficou apavorada.

- Como você está? – indagou o ariano mais novo.

- Não me aconteceu nada... – notou os ferimentos de Shion.

- Áurea, - pediu Saga. – tome conta dos dois, por favor.

- Sim.

Os dois taurinos os levaram para o quarto e sob os cuidados da grega partiram, antes porem... Áurea reteve Shion.

- Tome cuidado. – pediu solicita. – por favor.

- Vou ficar bem. – disse sério. – fique aqui e não saia por nada.

- Está bem.

O grupo partiu em direção a sexta casa.

Capricórnio

Shura e El Cid estavam a porta de suas casas, haviam sentido explosões de cosmos e estavam preocupados pela aproximação dos titãs. O espanhol do passado tentava permanecer tranqüilo, mas estava preocupado com Marin. Não a tinha visto desde o episodio do dia anterior. Queria conversar com ela e perguntar o que realmente aconteceu, pois ela parecia extremamente nervosa com Asmita. O que quer que ele tivesse feito o puniria. Não gostava dele ainda mais quando estava perto dela.

- El Cid.

- Sim? – indagou sem olhá-lo.

- O que terá acontecido? Os titãs estão perto demais. Não acredito que eles tenham derrotado todos.

- Apesar de menor numero são mais fortes. – disse. – é melhor você entrar, está sem armadura e cosmo.

- Vou ficar aqui. É meu dever proteger a casa de Capricórnio mesmo que seja com a minha vida.

O espanhol do passado não disse nada, voltando o olhar para as escadarias.

Escorpião

Créos observava o cavaleiro que teria que poupar a vida, não via nada de especial nele, mas se eram ordens de Pontos acataria.

- Não vou me prolongar com ti. Vou apenas colocar-ti para dormir.

- Será? – sorriu com escárnio.

- Prepotente. – ergueu sua cimitarra.

Kárdia mal ligou para as palavras partindo para cima dele.

- É inútil. – Créos elevou seu cosmo.

O escorpião cerrou o punho dando um soco nele, contudo seu ataque parou na barreira feita de cosmo. Kárdia não se intimidou e com a outra mão tentou socá-lo, não obteve sorte, mas surpreendendo o titã deu-lhe um chute que o acertou.

- Seu humano desprezível. – bufou.

- Te acertei. – disse afastando-se. – você é muito lento.

- Ora... – o cosmo dele aumentou. – não vou te matar, mas vou te deixar mutilado. Aster Cyclo!

O poderoso ataque do titã partiu para cima do cavaleiro, Kárdia não se intimidou preparando sua defesa. O golpe chocou-se contra ele provocando uma onda de destruição, parte da frente da oitava casa foi ao chão levantando uma cortina de poeira.

- Pronto. – Créos abaixou sua espada.

- Não tenha tanta certeza.

Do meio da poeira Kárdia surgiu intacto.

- Co-mo?

- Agulha escarlate!

Três raios vermelhos partiram em direção ao deus que surpreso pela rapidez acabou sendo acertado por um deles, no braço, entre a ombreira da sohma e a proteção do braço.

- Inseto desprezível. – o rosto dele ficou em cólera. – como ousaste me atingir!

- Achou que eu fosse como os outros? – sorriu cinicamente. – está lutando com um caçador. Você vai cair diante das minhas garras.

Créos o observou, ele não era como os outros, era por isso o interesse de Pontos por ele?

Virgem

Depois de andarem por mais de duas horas acharam uma gruta. Marin entrou primeiro para ver se não havia algum perigo.

- Parece que está limpa. – disse aproximando de Asmita. – podemos ficar aqui.

- Tínhamos que voltar para o santuário.

- Estamos andando sem rumo. Precisamos de um plano.

- Ficar dentro de uma caverna não vai adiantar.

- Pelo menos podemos descansar.

- Eu não preciso de descanso.

- Estamos andando há horas e esse sol está forte, podemos desidratar.

- Estou acostumado.

- Pois vá sozinho! – gritou entrando. – "como alguém pode ser tão insuportável?"

Procurou por um lugar que pudesse sentar e pensar. Encontraria o santuário sozinha, não precisava da ajuda dele.

Do lado de fora Asmita continuava de pé. Estava embaixo de uma arvore, mas o calor que fazia era sufocante, não gostava de admitir, mas Marin tinha razão, contudo não daria o braço a torcer. Escorando na arvore sentou-se. Estava muito abafado e as frutas que tinha comido não sustentavam mais.

- Teimoso.

Tudo que Asmita sentiu foi a água fria em sua cabeça.

- Sua louca! – deu um salto.

- Sou louca mesmo, por perder meu tempo preocupando com um ingrato. – deu um pano a ele.

- Onde achou água? – passava o pano no rosto.

- Escorrendo pela parede da gruta.

- E onde arrumou esse pano?

Marin corou.

- Não interessa! – pegou o "pano". – entra logo antes que desmaie, não quero ser obrigada a te carregar.

Sem opção teve que obedecer. Apoiou na arvore levantando, Marin teve que ajudá-lo ela só não contava que na hora de apoiar ele a segurasse pela cintura.

- Tire as mãos de mim! – gritou afastando, colocando a blusa.

- Ficou louca de novo? Só estava apoiando.

- Segure na minha mão. – disse vermelha.

A amazona havia encontrado água, mas não tinha como transportá-la, lembrando que Asmita era cego e não tendo outra alternativa tirou a blusa usando-a, ficando por alguns momentos sem ela na frente dele. E no toque Asmita percebeu, pois sentira a pele dela.

- Já entendi. – deu um sorriso falso. – alem de não usar máscara na frente de um cavaleiro ainda tem a coragem de ficar nua? Realmente as amazonas de Atena deixam a desejar.

A amazona ficou calada, fizera aquilo para ajudá-lo e ele ainda tinha coragem de falar aquilo?

- Me pergunto se é realmente amazona? Para fazer tais coisas... só pode ser...

Tudo que foi ouvido foi o som de uma mão indo contra um rosto. Asmita ficou com a face vermelha.

- Idiota... – os olhos estavam marejados.

- Sua petulante, como ousa? – Asmita ficou possesso.

- Me pergunto se é realmente um cavaleiro.

Apenas disse isso para sair correndo.

- Agora corre. Mulher idiota.

Andando a passos lentos rumou em direção à caverna, claro antes de ir ao chão algumas vezes, sentando um pouco afastado da entrada por causa do sol que já começava a bater.

- "Se de o respeito antes de ficar ofendida."

Floresta

Kanon e Lara para chegarem mais rápido ao templo passavam por uma estreita passagem nos penhascos. Andavam bem devagar, pois qualquer deslize poderia ser fatal.

- Não tinha um caminho melhor? – indagou Kanon olhando o precipício abaixo.

- Se quisermos chegar rápido não. – Lara parecia não se importar com o trajeto. – esse caminho vai dar atrás da ultima casa.

- Eu prefiro as escadas.

- Não reclama e continue andando.

- Como a senhorita quiser. – Kanon deu um sorriso.

A amazona rolou os olhos.

- Eu mereço.

- Por que estava chorando? – a voz outrora brincalhona ficou séria. – você não me disse.

- Não foi nada. – Lara não ousou olhá-lo.

- Claro que foi, mas se não quiser me falar tudo bem.

- Vamos depressa.

Kanon não disse mais nada, em outro momento perguntaria novamente.

Capricórnio

El Cid que estava encostado numa pilastra endireitou o corpo.

- Eles chegaram. – disse o que fez com que Shura levantasse. – esteja preparado.

- Sim.

Aos poucos o cosmo negro foi tomando conta do local e não demorou para a figura de Pontos surgir.

- Tenho que admitir que os cavaleiros de Atena são bem educados. A cada casa sou recepcionado.

- Onde está os outros três?

- Estão se livrando de teus amigos. – disse Iapeto.

- Ora... – Shura cerrou o punho.

- Shura. – El Cid o parou e voltando a atenção para Pontos. – quero lhe perguntar algo.

- Pergunte.

- Quem derrotou Asmita?

- Eu não sei, mas creio que foi Céos.

- Asmita nunca seria derrotado. – novamente Shura exaltou.

- Mas foi.

- O que os trás aqui?

- Já chega de perguntas. – disse Iapeto empunhando sua espada.

- Espere nobre titã. – Pontos o deteu. – é uma simples pergunta. – olhou para Cid. – vim atrás de algo.

- Algo? – estranhou.

- Sim. Uma arma. – sorriu.

Escorpião

- Ate que tu mereces meus parabéns, conseguiu evitar meu ataque e me contra atacar.

Kárdia apenas sorriu, havia conseguido enganá-lo, já que usava a capa para encobrir o ferimento do braço, não desviara totalmente do golpe.

- "Preciso matá-lo rápido."

- Vou lutar um pouco mais sério com tu. Vale à pena.

- Não esperava menos.

Créos começou a liberar seu cosmo que foi tomando conta do local. O escorpião sorriu de satisfação, pois enfrentava um inimigo forte, bem do jeito que queria.

- Perfeito.

Nem esperou o titã lançar seu ataque partiu para cima dele com o punho erguido.

- Agulha escarlate!

- Não terás a mesma sorte! Aster Blade!

O ataque em espiral partiu para cima de Kárdia. Não longe dali Miro despertava.

- Ai... – levou a mão a nuca. – Kárdia idiota.

Ao sentir o cosmo de Créos virou-se para trás.

- O que...

Kárdia recebeu o ataque de Créos diretamente e mesmo o corpo sendo retalhado não recuou.

- Seu louco! – gritou Miro. – vai morrer!

- Ate parece... – murmurou Kárdia erguendo ainda mais o punho, dele saíram seis raios vermelhos.

- Não vais me atingir dessa vez.

O deus deu um soco no estomago do cavaleiro que foi jogado longe. Com o impacto quebrou uma pilastra indo ao chão.

- Kárdia!

- Fique no chão dessa vez. – Créos deu um passo, mas sentiu uma dor na perna, mais especificamente num lugar sem proteção. – mas como?

Miro o fitava impressionado, Kárdia o havia acertado duas vezes.

- Não queria que descobrisse. – apoiando-se Kárdia levantou, estava bem machucado, mas a expressão do rosto continuava confiante. – vai dificultar meu plano.

- Tinha planejado?

- Diante de uma presa grande devemos mudar a tática.

- Ate que pensas. – o deus sorriu. – apenas lamento que teu plano fracassou.

- Será?

- Como te falei vou deixar teu corpo mutilado.

O cosmo elevou-se mais uma vez.

- Seu inconseqüente.

Kárdia olhou para o lado vendo Miro.

- A bela já acordou?

- Foi golpe sujo o que fez!

- Numa batalha vale tudo, - o fitou cinicamente. – ate derrubar os "companheiros".

Miro ficou pasmo.

- Não vai conseguir derrotá-lo.

- Quer apostar? Senta e assista como um verdadeiro escorpião age. – mesmo sangrando deu alguns passos. – Meu ferrão não vai se acalmar ate conseguir derrubá-lo. – ele sentia seu ser vibrar, a cada minuto a emoção de aumentar ao maximo seu cosmo o consumia. Seu coração começou a bater mais rápido.

- Vamos atacar juntos.

- Eu não preciso da sua ajuda aranha de parede. Apenas assista.

- Muito me admira a tua confiança. Pena que apenas isso não basta para ganhar de mim.

- Você fala demais. Vamos lutar?

- Como queiras.

Virgem

O grupo rapidamente alcançou a sexta casa. Estranharam a casa está vazia.

- Eu não disse? – Hasgard trazia o rosto grave. – aposto que fugiu.

- Asmita jamais faria isso. – disse Deuteros olhando ao redor.

- Então onde ele está? – o taurino cruzou os braços contrariado.

- Houve uma luta aqui. – Saga aproximou de uma pilastra rachada e olhando para o chão viu sangue. – ele lutou. – apontou para o chão.

- Ele foi derrotado? – indagou Mani.

- Não sei. – respondeu Saga. – vamos continuar? – fitou Shion.

- Sim. – Shion trazia a expressão séria. – vamos.

Continuaram a andar, o ariano estava tenso, já estavam na sexta casa e sem sinal do cavaleiro de virgem, mostrava que a situação estava contra eles.

Capricórnio

- Arma?

- Terão a chance de ver. Iapeto cuide deles, seguirei direto para o templo cansei dessas escadas.

- Não vai passar! – Shura elevou seu cosmo.

- Khora Temnein!

O golpe de Iapeto partiu para cima dos cavaleiros que tendo que se defender deixaram o caminho livre para Pontos que usando seu cosmo passou por Aquario e Peixes.

- Pronto. – sorriu o deus. – somos só nós tres.

Virgem

A tarde passou rapidamente, sem saber onde estava exatamente Asmita preferiu permanecer na caverna meditando, já tinha algumas horas que Marin tinha saído e ainda não tinha voltado, coisa que a principio não o preocupou, contudo com a ameaça do cair da noite começou a incomodar.

Andava de um lado para o outro, claro escorando na parede, nervoso e arrependido.

- "Não vou me perdoar se algo te acontecer." – pensou.

Os raios solares quase já não iluminavam, o barulho da noite começava a tocar. Asmita já estava impaciente.

Marin andava a passos lentos, tinha saído sem rumo, contudo o sumiço fora proveitoso. Achara um riacho perto e algo para comer. Ele não merecia, mas trazia algo para ele também, em tempos de guerra, a perda de um cavaleiro poderia mudar o rumo da batalha. Aproximou calmamente da entrada, não queria fazer barulho e alertá-lo de sua presença, isso se ele ainda estivesse lá.

- "Mais essa..." – suspirou.

Parou surpresa ao vê-lo de pé. Sem fazer qualquer ruído passou a observá-lo. Ele era um grosso, sem educação, alem de ser inconveniente, mas tinha que admitir que ele era bonito. E que a cegueira ao contrario que se podia pensar, não era um empecilho ou algo que remetesse a pena, e sim um grande atrativo.

A amazona balançou a cabeça negativamente, não deveria pensar nisso, mas pensava ainda mais quando se lembrava do toque dele e dos beijos.

- "Ele é um cavaleiro." – dizia a si mesma.

Respirando bem fundo entrou.

- Asmita.

O cavaleiro levou um grande susto.

- Você faz isso é de propósito! – estava mais branco que papel.

- Então quer dizer que fica assustado. – sorriu. – é bom saber.

- Idiota. – virou o corpo.

- Grosso.

- Por onde andou?

- Não é da sua conta. – ajoelhou colocando as frutas no chão.

- "Claro que é da minha conta." Por acaso achou algum caminho?

- Não. Só encontrei um riacho e coisas para comer. Tome. – jogou perto dele.

- Não estou com fome.

- Faça como quiser. – levantou. – arrumei outro lugar para dormir.

Ele virou-se imediatamente.

- "Ela ainda está com raiva?" O que disse?

- Estou indo dormir em outro lugar.

- Você não pode ir. – disse indignado.

- Posso e vou. Não sou obrigada a ouvir seus desaforos. Poderia ser educado como os demais cavaleiros ao menos uma vez.

- Educado como El Cid? – zombou.

- Sim como ele.

- Sempre ele. – o rosto ficou contrariado. – quer saber vocês dois se merecem. Dois sem propósitos algum. Aproveita que ele não viu o beijo que te dei, às vezes ainda tem chances.

- Veja como fala comigo.

- Eu falo como eu quiser! E vai mesmo, não dou a mínima para o que possa te acontecer, afinal é uma reles amazona.

- Não sou obrigada a isso... – pegou algumas frutas que estavam no chão. – saia desse mundo sozinho!

Deu as costas saindo, contudo teve seu corpo retido, Asmita a segurava pelo braço.

- Quer me soltar? – disse depois do momento de surpresa.

- Não vou. – a voz saiu baixa, o que deixou a amazona sem entender. – não vou deixar você sozinha num lugar como esse.

- Deu crise de consciência agora? – zombou. – espírito humanitário? Quer me soltar!

- Me desculpe. Fui grosseiro.

- Não precisa pedir desculpas, eu sei que não é sincero.

- É sim. E fiquei preocupado.

- Pare de brincar comigo! Me solta!

- Estou me desculpando.

- Não quero suas desculpas. – o empurrou. – adeus.

- Marin. – a reteu novamente.

Os dois se encararam por um tempo. Marin ficou temerosa, aquela aproximação era perigosa e sabia que não conseguiria resistir por muito tempo. E sendo mais rápido que seus pensamentos o virginiano a beijou, mas não foi como nas outras vezes. Foi um beijo calmo e envolvente, contudo antes que aprofundasse Asmita a empurrou.

- Sua idiota. – disse confuso e estava, nas outras vezes percebia que apenas sentia atração por ela, mas esse beijo foi diferente, havia sentimento. – saia daqui.

- Como?

- Faz isso de propósito. Some da minha frente.

O rosto outrora surpreso da amazona encheu-se de cólera.

- Patife.

Saiu. O cavaleiro ainda ficou por muito tempo parado, ate deixar-se cair no chão. Era para ser apenas um divertimento, uma brincadeira, contudo depois daquela hora sabia que não.

- "Eu não posso está apaixonado." – passou a mão de forma nervosa pelo cabelo.

Escorpião

O cosmo de Kárdia aumentava, não poderia usar a "agulha escarlate", portanto tinha que dá o seu golpe mais mortal, não dava a mínima pela passagem dos demais titãs, tudo que queria era usar seu cosmo ao maximo e não perderia sua chance. Apostaria todas as suas fichas, apenas rezava para seu coração agüentar. Miro assistia a tudo abismado, como alguém poderia ser como ele?

- Muito bem cavaleiro de Atena, prepare-se. – Créos ergueu sua cimitarra. – será o ultimo golpe. Que vença o melhor.

- Obrigado por me felicitar. – sorriu, mas começava a sentir os efeitos da doença. – "tenho que ser rápido."

Miro fitou o companheiro de signo ficando intrigado, ele respirava com dificuldade e estava pálido.

- "O que ele tem?"

- Aster Correia!

Com uma intensidade muito maior o ataque partiu. Kárdia continuou parado.

- Kárdia cuidado!

Ele não ligou para o poder do titã, apenas continuou a concentrar seu cosmo.

- "É agora..."

Ergueu o punho, contudo... a dor no peito aumentou a ponto de paralisá-lo.

- "Droga."

Por onde passava o cosmo negro provocava destruição e seria inevitável o choque contra o cavaleiro.

- O que foi? – Créos sorriu. – não consegue se mexer? – riu.

O punho estava erguido, mas não tinha forças para disparar.

- Kárdia seu idiota!

Com o impacto o restante da frente da casa cedeu. Uma onda de tremor alastrou-se pela redondeza.

- Pontos ficará com raiva por causa disso. – deu nos ombros. – pena que morreu.

Andando calmamente passou por Escorpião.

Minutos mais tarde, Kárdia saía do meio dos escombros, estava ferido mas sem gravidade. Miro havia tentado parar o ataque, mas não conseguiu.

- Droga. – olhou ao redor, o titã não estava mais lá. Quando levantou voltou a cair de joelhos a dor não passara. – droga. – respirava ofegante. – foi por pouco. Cadê aquele inútil. – virou o rosto para o lado vendo Miro. – inútil ate que serve para alguma coisa, porcaria estou devendo a ele...

Parou de falar, sentiu dois cosmos aproximarem e pelo visto eram os titãs. Continuou parado fitando o final das escadarias. Viu dois seres aproximarem.

Eles passariam direto, mas Céos reconheceu o cavaleiro.

- É um milagre estares vivo.

- Veio para lutar? – levantou para ir de joelhos novamente.

- Não luto com doente. Por que não desiste? Poderá viver um pouco mais. Pelo menos não forçara teu coração fraco.

- Desistir é uma palavra que não faz parte do meu vocabulário.

- Agradeça ao outro cavaleiro, se não fosse por ele teria morrido.

Kárdia ficou calado.

- Temis, Créos está perto de Aquário será que podias cuidar da ultima casa? Quero ficar perto de Pontos.

- Como quiseres.

A deusa apenas acenou recomeçando a andar. Kárdia teve vontade de dar uma surra nele, mas no estado que estava mal daria um passo.

- Droga.

Virando para o lado retirou algumas pedras que estavam em cima de Miro. Ele estava ferido.

- Não gosto de ficar devendo ainda mais para você.

- Eu digo o mesmo. – a voz saiu num sussurro e sem abrir os olhos.

- Estava acordado? – temeu que ele tivesse escutado a conversa.

- Temis e Céos passaram por nós. – continuou com os olhos fechados.

Kárdia engoliu seco, tinha certeza que Miro escutara.

- É melhor descansar. – disse o grego do futuro.

- Eu não preciso de descanso! – gritou e com isso a dor apertou. – eu não preciso...

Foi perdendo os sentidos caindo ao lado de Miro. O dourado continuou com os olhos fechados, sentia seu corpo todo doer, mas apesar disso estava preocupado.

- "Kárdia sofre do coração?" – indagou-se mentalmente antes de desmaiar.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Fortitudine - Fortaleza



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