Temporits Actis escrita por Krika Haruno


Capítulo 13
Capítulo 13: Novelli perdas




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No salão do mestre o silencio imperava, o grande mestre sentado em seu trono só aguardava a chegada de Dégel para iniciar a reunião o que não tardou. Sentando no seu lugar de direito, Sage ergueu a voz.

- Já sabem o motivo da reunião. O que me dizem? – olhou para o grupo que tinha saído em missão.

- São adversários poderosos. – iniciou Cid. – a batalha será feroz.

- Seus cosmos estão mais fortes. – disse Aldebaran, Aioria concordou.

- E você Kamus? – indagou o mestre. – está sem ferimento.

- Meu adversário foi Céos. De todos o menos explosivo.

- O que deixou Kárdia irritado, suponho. – Mani deu nos ombros.

- Isso mesmo. Mas antes do confronto tivemos uma conversa, o que foi a resposta de algumas indagações.

Todos o fitaram curiosos.

- Meus companheiros e eu desconfiávamos que os titãs tinham ganhado fácil de mais a batalha contra o santuário e que haveria um por quê disto. Perguntei a Céos e ele me disse que usaram uma arma titânica.

- A Aster Blade. – saiu da boca de Mu fazendo todo sentido.

- Temis mencionou isso. – disse Aioria. – então ele a usou? – fitou Kamus.

- Sim.

- Mas qual é o poder dessa arma? – Dohko ficou interessado.

- Ela tem o poder de cortar tudo. – Shura fitou os ferimentos de Cid, - corpo ate o cosmo, reduzindo. Na maioria das vezes ele suga seu cosmo.

- Então foi isso que aconteceu. – disse Saga. – ele a usou em todos.

- Isso mesmo. Dessa forma alcançou a vitoria tão facilmente.

- Precisamos tomar cuidado com ele. – observou Hasgard.

- Muita.

Deuteros num canto não prestava atenção na conversa. Seus pensamentos estavam na fortaleza mais precisamente na pessoa que encontrara lá. Ainda se perguntava o que ele fazia ao lado dos titãs.

Asmita fitou o geminiano, conhecia o bem, sabendo que algo o incomodava. Deuteros percebeu o olhar, desviando rapidamente.

- E Atena? – indagou o ariano do passado. – ela é uma deusa.

Olharam para Kamus, que abaixou o rosto. Aquele assunto era delicado ainda mais por envolver muitas pessoas, mas não poderia deixá-los sem resposta.

- A adaga dourada.

Os dourados olharam assustados para o aquariano.

- Ele a usou? – Shaka não acreditava.

- Somente uma arma divina poder matar um deus. – disse Saga de maneira automática, chocado demais por saber que aquele objeto novamente entrara em cena.

- Essa adaga é a mesma que se encontra aqui? – indagou Dégel.

- Sim.

- Então faz sentindo quando eles a entregaram para Saga. – disse Sísifo. – foi usado por eles. Uma arma titânica.

- Sim.

Os dourados ficaram em silencio, com olhares uns para os outros. Sage que os observava teve certeza que havia mais alguma coisa por trás daquela adaga e que Saga estava envolvido, pela expressão melancólica dele. Mas por enquanto não perguntaria nada.

- Precisamos ficar em alerta. – sua voz fez presente. – Deuteros algo a comentar?

- Não... – respondeu evasivamente.

- "Ele também esconde algo." – pensou. – ainda temos feridos, quero que Mu, Saga, MM, Shaka e Afrodite vão para a vila. Os demais voltem para suas casas e mantenham-se em alerta.

 

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Terminada a reunião, o antigo cavaleiro de câncer recolheu-se. A idade já o afetava impedindo-o de permanecer por horas sem um repouso.

Em seus aposentos sentou numa confortável poltrona de veludo carmesim, tirou a mascara que escondia seu rosto e afrouxou um botão da túnica. Respirou profundamente fixando o olhar em dois objetos: os báculos de Atena e a adaga dourada.

Por precaução resolveu colocar a personificação da deusa da vitoria ao lado do mesmo do passado.

- "Dois báculos na mesma Era... – fitou a adaga dourada, aquele objeto fora o responsável pela morte da deusa, mas achava que havia mais segredos por de trás dele. – Saga esconde algo... mas o que?"

Afundou na poltrona meditando sobre isso.

 

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Como o combinado, Lara ficou cuidando de Kanon, Dégel de Kárdia, Marin e Lithos de Aioria e Regulus, Mu, Saga, MM, Shaka e Afrodite seguiram para a vila os demais voltaram para suas casas.

Depois da turbulência da manha, achavam que teriam a calmaria desejada para continuarem com os trabalhos na vila.

Na enfermaria os feridos não paravam de chegar.

- Saga. – Áurea aproximou. – como está o Aioria?

- Bem. E aqui?

- Eu e Athina estamos cuidando de tudo.

- Seria bom se Lara estivesse aqui. – disse o geminiano. – é melhor chamá-la.

- Estou indo.

- Ah Áurea cadê a Athina? – indagou Afrodite.

- No segundo piso junto com a Selinsa. Eu não demoro.

- Bom, rapazes temos trabalho. Mu e Mask quero que vão para a vila, talvez há mais feridos.

- Sim.

Os dois cavaleiros saíram.

- Shaka e Afrodite me ajudem.

Os três dirigiram-se para o segundo piso. Afrodite procurou logo por Athina.

- Oi.

- Gustav. – sorriu.

- Vim para ajudá-la.

- Que bom, pois temos muita coisa a fazer. – fitou a figura um pouco atrás. – oi Shaka.

- Oi. – respondeu olhando ao redor. – cadê a...

- Eu trouxe o que me pediu prima. – Selinsa acabava de entrar com um balde nas mãos, por pouco não deixou cair ao ver o virginiano. – aqui está... – depositou o objeto sobre uma mesa.

- Eles vieram para nos ajudar.

A grega fitou o indiano, era embaraçoso a presença dele, mas precisavam de ajuda.

 

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No templo, Lithos velava pelo sono de Regulus e Marin trocava os curativos de Aioria, tudo num profundo silencio. O leonino se sentia culpado pelo o que ocorrera com jovem cavaleiro.

No quarto ao lado Dégel lia um livro.

No outro Lara preparava alguns remédios para levar a enfermaria, vez ou outra fitava o geminiano.

- "É um insuportável, mas prefiro ele assim do que neste estado." – pensou fechando um pote. Limpando as mãos num pano foi ate ele. – vejamos. – tocou a testa do cavaleiro vendo que ele não tinha febre.

A amazona parou o olhar na face dele, delicadamente tirou alguns fios azuis que caiam nela. A imagem do cavaleiro se misturava a outra que também possuía cabelos daquela cor. Sentimentos ocultos afloraram, fazendo-a lembrar de um passado longínquo...

 

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Na área dedicada aos treinos das amazonas, uma treinava solitária, seu mestre tinha saído em missão e restava-lhe apenas seguir as ordens expressas por ele. Treinava concentrada tanto que nem percebeu um par de olhos a observá-la, só passado algum tempo que sentiu, mas fingiu não perceber. Depois de uma seqüência de socos parou para recuperar o fôlego.

- Sei que está aí.

A pessoa que estava atrás de uma pedra assustou ao se ver descoberta.

- Venha logo.

- Como me descobriu? – um garoto de no maximo 13 anos trajando uma mascara revelou-se.

- Seu cosmo Deuteros. – o fitou.

- Ah... – murmurou. – atrapalho?

- Claro que não. – sentou no chão. – não teria que esta treinando?

- Não quero. – virou o rosto. – não tenho aptidão. – cruzou os braços sobre o peito.

- Vem cá. – indicou um lugar ao lado dela para que sentasse.

Ele obedeceu sentando na frente dela.

- Repete.

- Não tenho aptidão.

- Idiota. – aproximou tocando o rosto dele.

- O que vai fazer? – indagou assustado.

- Tirar sua mascara. – disse como se fosse a coisa mais obvia.

- Não pode! Esqueceu? Sou um demônio.

- Idiota. – tirou rapidamente o objeto que cobria a face dele. – é um garoto.

Deuteros arregalou os olhos, alem de ficar corado.

- Muito melhor assim. – depositou o objeto no chão. – gosto de ver seu rosto.

- Vão brigar com você.

- Ninguém precisa ficar sabendo. Alem do mais sou sua amiga. – sorriu. – ou não sou?

- Claro que é. – sorriu. – minha única amiga.

- E enquanto eu for, vai mostrar seu rosto para mim e treinar muito para ser um cavaleiro.

- Eu não posso.... eu sou uma copia.

- Deuteros....

- Nunca serei um cavaleiro. – abaixou o rosto.

- Eu sei que será. – ergueu o rosto dele. – será um grande cavaleiro de Atena. – sorriu para receber outro de volta.

 

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Soltou um suspiro.

- "Nossa missão nos separou." – fitou Kanon. – ele poderia voltar a ser como você. – murmurou.

 

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Na terceira casa, o cavaleiro de gêmeos fitava o céu da porta de casa. Estava num grande dilema, se contava ou não o que tinha acontecido na fortaleza dos titãs. Subitamente lembrou-se de Lara e do olhar que ela lançara a Kanon. Era o mesmo olhar que ela o lançara tantas vezes...

 

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- Nunca serei um cavaleiro. – abaixou o rosto.

- Eu sei que será. – ergueu o rosto dele. – será um grande cavaleiro de Atena. – sorriu para receber outro de volta.

Deuteros adorava a companhia a dela, a única em todo o santuário que o tratava como uma pessoa normal. Desde que a conhecera nutria um sentimento de carinho, contudo com o tempo descobriu que ia alem disso, mas para ele era impossível. Ela era uma sacerdotisa de Atena e ele um demônio.

- Vem, vamos treinar juntos. – a garota lhe estendeu a mão.

Aceitou.

 

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- "Passado que precisa ficar no passado." – pensou entrando em casa.

 

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Sísifo andava de um lado para o outro, estava impaciente por seu pupilo ainda não ter acordado, mesmo sabendo que Lithos estava ao lado dele, queria conferir de perto. Abandonando seu posto seguiu rumo ao templo de Atena.

 

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Os cinco titãs mais a sexta pessoa estavam reunidos.

- Eu não entendo este teu plano Pontos. – disse Céos. – atacar uma simples vila?

- Meu caro ainda não entendeste? – Pontos o fitou. – lembra-te que no passado eles faziam de tudo para proteger aqueles humanos? Nesta Era não é diferente.

- E daí? – Créos colocou os pés sobre a mesa.

- Quero desestabilizá-los, deixá-los aflitos diante da impotência em proteger uma misera vila. Nosso erro foi subestimá-los. Então precisamos abalar a confiança deles. Todos notaram que os cosmos deles estão anormais, não podendo encarar uma batalha de frente e os cavaleiros dessa época são inexperientes.

- Totalmente. – disse a sexta pessoa.

- Sua opinião não faz diferença. – disse Iapeto.

- Por mim... – deu nos ombros.

- Vá direto ao assunto, Pontos. – Temis cortou os dois.

- Conhecidos como os cavaleiros da esperança. – ironizou essa ultima parte. – é capaz de a perderem se não conseguem ao menos proteger uma vila. Somado a isso, vamos cansá-los. O tempo está a nosso favor.

- Ainda acho perda de tempo, mas... – Iapeto levantou. – faremos o que dizes. Eu faço as honras.

Temis iria protestar, não achava esse método justo, mas por pensar assim que a ultima guerra acabou vitoriosa para Atena, estava na hora de dar um voto de confiança a esse tipo de pensamento.

- Como quiseres. Faças o que achar melhor.

 

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Na enfermaria os trabalhos continuavam, Saga, Shaka e Afrodite usavam os remédios feitos pela sacerdotisa já que estavam sem seus cosmos.

- Somos apenas homens comuns. – disse Afrodite enfaixando o braço de um garoto.

- Precisamos recuperar os nossos cosmos o quanto antes. – Saga trazia um balde com água. – precisamos de mais água.

- Eu busco. – disse Selinsa, era a chance que queria para não ficar perto de Shaka.

- Precisamos de muita água. – Saga a fitou sabendo que ela traria no maximo dois. – Shaka pode ir com ela?

- O que? – os dois disseram ao mesmo tempo.

- Afrodite está me ajudando e precisamos de uma grande quantidade. – disse não entendendo a cara de espanto dos dois.

- Tudo bem. – o virginiano passou a mão em dois grandes vasilhames. – venha Selinsa.

A grega ainda ficou um pouco receosa antes de segui-lo.

 

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Áurea seguia em direção a doze casas, andava rápido, tanto que nem percebeu uma figura parada a frente, apenas a uma pouca distancia que notou. Achou que se tratava de algum cavaleiro, mas a armadura negra não conduzia com os defensores de Atena.

- Quem é você? – indagou parando.

- Uma humana. – sorriu. – hoje não é teu dia de sorte.

- Quem é você? – deu um passo para trás.

- Não és digna de saber quem eu sou, mas... – ergueu um pouco sua mão o que fez com Áurea fosse erguida do chão.

- Me solta!

- Os defensores de Atena se dizem importar com todas as pessoas. – sorriu de maneira vil. – talvez fiquem sentidos se algo te acontecer.

- Você é um dos malditos titãs! Saiba que vai perder como daquela vez!

- Como sabe... também veio do futuro. Isso torna as coisas mais divertidas. – elevou a mão para em seguida abaixá-la bruscamente.

A grega seguiu o mesmo movimento, soltou um grito de angustia ao ver que seria lançada ao chão, contudo parou a poucos centímetros do solo.

- Que divertido. – gargalhou. – venha cá. – a trouxe para si.

- Eu não tenho medo de você!

- Deveria. – aproximou do rosto dela. – será a primeira vitima do meu ataque.

Áurea encolheu fechando os olhos.

- "Shion!" – chamou em pensamento.

- Vamos ver o que eles vão fazer.

Na primeira casa o cavaleiro de Áries andava de um lado para o outro quando sentiu alguém chamá-lo.

- Quem...? – olhou para trás. – "pensei que tivesse escutado meu nome."

Na vila as pessoas continuavam o trabalho de reconstrução, achavam que teriam tempo de recuperar de tamanha tragédia, mas aquele silencio, aquela paz momentânea só era prenuncio de uma grande tempestade que chegou na forma de um cosmo titânico.

Do alto de uma torre Iapeto observava os danos causados por Créos.

- Sempre brincando... – voltou o olhar para Áurea em seus braços. – está na hora de deixar minha marca. – Kekaton Kheir Kalein!

O ser mitológico foi invocado e com a força de seus cem braços provocou um forte tremor. O que se seguiu foi um cenário de destruição, a terra partiu-se ao meio engolindo tudo a frente, apavorados os moradores tentavam se salvar, mas muitos acabaram tragados. As construções que tinham resistidos ao ataque anterior ruíram de vez. A área afetada, alem da já devastada de manha, englobou mais uma parte incluindo onde ficava a enfermaria. (obs: cenas ocorrem simultaneamente)

Naquele recinto Athina, Saga e Afrodite continuavam seus trabalhos...

Athina saía do cômodo quando sentiu o chão tremer.

- O que... – segurou na porta para não cair.

Os dourados nem tiveram tempo de mandar todos saírem, o teto começou a desabar e em seguida as paredes soterrando-os.

 

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Não muito longe dali MM e Mu ajudavam alguns moradores, também sendo pegos de surpresa.

- Sentiu esse cosmo? – o canceriano o fitou.

Mu nem respondeu erguendo a parede de cristal entorno deles e das pessoas próximas. Foi a conta das casas virem abaixo.

- O que está acontecendo?

O tremor parou, Mu desfez a parede fitando ao redor.

- Estão todos bem?

Os moradores assustados nem responderam.

- Giovanni me ajude... – calou-se ao ver o canceriano ajoelhado. – Mask o que foi?

- Na-da... – tossiu, cuspindo sangue. – na-da... – foi perdendo os sentidos ate ir ao chão.

- Mask?

 

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O trajeto mais rápido para o rio que passava próximo era passar pela parte mais antiga da vila, a única construção que resistira aos anos era um muro que servia de proteção contra ataques. E era por ali que Shaka e Selinsa passavam. Desde que saíram da enfermaria não tinham trocado palavra alguma. A aspirante o olhava de rabo de olho e tentava sentir o cosmo dele.

- Se continuarmos com o cosmo instável teremos problemas. – disse quebrando o silencio.

- É por isso que não estou sentindo?

- Sim Sel. Não passo de um homem comum.

A garota não disse nada, era inacreditável que uma pessoa com tamanho poder como ele, naquela hora não passava de um humano normal.

- Vocês vão se recuperar em breve.

- Assim espero.

A conversa foi interrompida por um forte tremor.

- Terremoto? – Selinsa tentava se equilibrar.

- Não. – Shaka procurava por algo. – é um ataque.

- Outro?

Tudo foi muito rápido, o muro, sem muita resistência, trincou desmoronando.

- Selinsa cuidado!

Shaka a empurrou a tempo, mas devido à ausência de reflexos rápidos acabou sendo atingido. Devido a queda a futura amazona caiu desacordada e o virginiano soterrado ate o peito.

Iapeto contemplava o cenário.

- Fiz um bom trabalho. Posso descansar. – fitou Áurea ficando surpreso. – não me lembro de tê-la ferido. – referia-se ao ferimento na barriga dela que sangrava. – uma humana a menos na Terra.

 

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Recluso em seus aposentos Sage fitava de forma enigmática o báculo que pertencera a Atena do futuro e a adaga dourada dada pelos titãs. Ao lado deles o báculo da Atena atual.

- "O que devemos fazer?" – indagava-se quando sentiu um leve tremor.

- Mestre Sage! – a porta foi aberta violentamente por um soldado. – desculpe, mas temos problemas.

Sage colocou sua mascara saindo.

A passos rápidos caminhou ate a porta do templo encontrando seu irmão, Lara, Dégel e Sísifo.

- O que houve? – tinha um mau pressentimento.

- Titãs... – saiu da boca da sacerdotisa que olhava estarrecida para a vila.

O grande mestre seguiu o olhar dela, prendendo a respiração. Sua tão querida vila estava novamente tomada por uma cortinha de poeira.

- Esses titãs não têm escrúpulos! – Sísifo cerrou o punho. – atacam pessoas inocentes.

- Lara! – ecoou.

- Marin?

A amazona de águia a olhava angustiada.

- Lithos... o Aioria... eles...

- O que aconteceu com a Lithos? – o cavaleiro de sagitariano temeu o pior.

- Venha rápido.

Os cinco acompanharam a japonesa. Ao chegarem ao quarto levaram um susto.

- O que aconteceu? – Dégel correu ate o leonino do futuro que estava caído no chão.

- Eu não sei... estávamos conversando.... de repente a Lithos desmaiou, fui para ajudá-la e o Aioria também desmaiou.

- Coloquem-os na cama.

Sísifo pegou a grega com todo o cuidado colocando-a na cama. Estava preocupado, pois seus ferimentos principalmente nos braços eram graves.

Dégel pegou Aioria, também surpreso pelos ferimentos dele, os punhos, braços, pernas e as marcas nas costas.

- Hakurei, por favor, me ajude. – Lara elevou seu cosmo. – temos trabalho.

- Sísifo e Dégel venham comigo, precisamos ver o que aconteceu na vila. Marin fique aqui, Lara assim que cuidar deles vá para a vila. Temo que algo ruim tenha acontecido.

O tremor de terra foi sentido por todos colocando os cavaleiros em alerta. Shion, que estava na porta de sua casa, viu a uma cortina de poeira subir aos céus.

- A vila!

Não pensou duas vezes indo para o local, no caminho foi alcançado por Hasgard.

- São eles novamente. – o taurino corria.

- Dois ataques no mesmo dia é muita audácia.

Logo Sage ditou as ordens escalando Deuteros, Manigold, Dohko, Miro, Shura e Albafica. Deixou Asmita e Kamus para uma possível defesa, os demais estavam feridos para lutar.

Em aquário, Kamus fitava a cortina de poeira, o estrago parecia ser grande, mas não era só isso que o preocupava e sim o sumiço repentino de seu cosmo.

- "Novamente aquilo..." – tentou congelar a parede, mas nada aconteceu.

Aumentando a velocidade Áries e Touro chegaram a vila, ou pelo menos o que restou dela. O cenário era muito pior do que o de manha, dificilmente encontrariam sobreviventes.

- Por que atacaram...? – Hasgard olhava tudo com horror. – eram pessoas inocentes.

Shion não disse nada, seus olhos acompanhavam o rastro de destruição, arregalando-os quando viu ate onde a vila tinha sido atingida.

- "A enfermaria....Áurea!"

Ensaiou dois passos, certamente era a voz dela que tinha escutado mais cedo.

- Onde pensa que vai Shion?

O ariano fitou Hasgard incrédulo.

- Precisamos achar sobreviventes, não pode sair agora. É nosso dever de cavaleiros ajudar.

- Mas... – murmurou.

Hasgard tinha razão, antes de tudo ele era um cavaleiro e a prioridade eram as pessoas ali presentes, não poderia ignorar-los para salva-la, por mais que seu coração estivesse apertado, sua obrigação era permanecer ali.

- Está certo. Vamos começar.

O grupo descia as pressas, principalmente quando o boato que a enfermaria tinha sido atingida chegou aos seus ouvidos. Albafica tentava permanecer frio, entretanto o simples fato de Athina está no meio o atormentada.

- "Se ele tiver deixado algo acontecer a ela eu o mato" – referia-se a Afrodite.

 

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O silencio naquela parte da vila era mórbido. Uma brisa soprava levando o pó que um dia era um muro.

Abriu os olhos lentamente, para em seguida erguer o corpo. O braço direito doía pela pancada na hora da queda. Fitou ao redor ficando assustada pela destruição.

- Não sobrou nada. – disse sentindo o gosto de sangue na boca, por sorte era apenas um arranhão.

Ainda meio zonza, Selinsa levantou. Fitou a frente, levando a mão a boca diante do susto que levou.

- Shaka!

Ele estava caído com apenas um braço e a cabeça a mostra. Sobre ele vários pedaços do muro.

- Shaka. – aproximou puxando-o pela mão na tentativa de arrastá-lo. – esta preso... Shaka. – ajoelhou ao lado dele. – Shaka acorde. – tirou uma mexa de cabelo do rosto ficando apavorada por ver um corte profundo. – Zeus!

Apressou-se e usando toda força que possuía tentou retirar o pedaço maior de pedra que estava sobre ele, porem em vão.

- É muito pesado... alguém! – olhou ao redor. – Alguém me ajude!

Só teve o silencio como resposta.

- "Ele deve está muito ferido." – pensou aflita. – alguém, por favor.

Tentou novamente e nada.

- Eu não consigo... – agachou diante do virginiano. – Shaka acorde, por favor. Shaka.

Os olhos marejaram.

- Por que não pulou... – as lagrimas escorriam. – por que quis me proteger.... Shaka acorda.

Levantou e tentou de novo, a pedra não moveu um centímetro.

- É muita pesada... eu não consigo sozinha... eu não consigo fazer nada...

Fitou o cavaleiro desacordado, na certa seus ferimentos eram graves e quanto mais tempo se passava pior eles ficavam. Temeu que algo de ruim lhe acontecesse.

- Não vou deixar que morra. – segurou com força a pedra. – sou uma amazona de Atena, - aumentou a força. – meu dever é proteger as pessoas, principalmente as pessoas que gosto. - fitou Shaka. – vou te proteger.

Uma cosmo energia azulada queimava ao redor dela, Selinsa segurou com mais força a rocha a ponto de conseguir levantá-la um pouco.

- " Mestre Hasgard confia em mim, Shaka confia em mim e não vou desapontá-los.

Seu cosmo aumentou e com a força aplicada jogou a pedra longe.

- Consegui. – caiu sentada, respirando ofegante. – eu consegui.

Levantou depressa, acabando de retirar o restante das pedras sobre ele, com dificuldade o virou de barriga para cima.

- Zeus... – os ferimentos das pernas pareciam graves. – Shaka. – agachou diante dele. – Shaka acorde.

Para seu alivio o virginiano abriu vagarosamente os olhos.

- Graças a Zeus. Como está? Onde dói?

Em silencio, Shaka virou o rosto passando a fita-la.

- Você está bem? – indagou diante do silencio dele.

- Não te aconteceu nada?

- Não... você me salvou.... – os olhos encheram d'água. – como você está?

Ele não respondeu o que a deixou aflita, ao mesmo tempo chorava por vê-lo acordado e nesse estado que nem reparou que estava sem sua mascara.

Shaka continuou a fita-la, seu rosto estava coberto por poeira e com alguns arranhões nada que fosse grave. Soltou um longo suspiro o que fez seu corpo todo doer. O fato de estar sem cosmo, fez com que os ferimentos ficassem mais graves. O pior de todos eram os das pernas, nem as sentias direito, tamanha dor. Voltou o olhar para o céu, estava límpido sem uma nuvem sequer.

Lembrou-se que a aquela hora estaria provavelmente na porta de seu templo observando esse mesmo céu. Como, por uma ação de um deus estava num passado longínquo, ao lado de uma pessoa que jamais pensou em conhecer e que em poucos dias, o fez perceber que também era capaz de desenvolver sentimentos mais profundos por alguém.

- "Destino...? – indagou-se. – talvez." Aquilo era contraditório e proibido. As leis nesse tempo eram rigorosas e qualquer relacionamento entre cavaleiros e amazonas a condenação era a pior possível. Ele não ligava pelo que podia lhe acontecer, mas temia por Selinsa. Ela não tinha nada haver com isso e sofreria uma retaliação injusta.

- "Volte para a realidade." – disse a si mesmo, sentindo a dor apertar.

- Shaka.

Voltou o olhar para ela, as lagrimas ainda escorriam, de certo por compaixão.

- Procure por ajuda.

- Você consegue se levantar? – limpava o rosto.

- Não se preocupe comigo. Deve haver outros feridos, Sage já deve ter enviado ajuda, vá procurá-los.

- E você?

- Ficarei aqui.

- Ficar aqui? – olhou ao redor, o cenário era desolador.

- Vá Selinsa, Hasgard deve está preocupado, alem do mais se ele nos encontra juntos...

- "E daí?" – pensou.

- Vá logo. – sua voz saiu fria, voltando o olhar para o céu.

Selinsa esboçou uma resposta, mas fechou a boca. Levantando, saiu às pressas.

Shaka fechou os olhos, a dor estava a níveis insuportáveis.

A futura amazona corria na medida que os obstáculos permitiam. Precisava chegar rápido a enfermaria para poder ajudar Shaka. Estava com os pensamentos a mil que não viu um obstáculo tropeçando nele. Na queda ralou o joelho.

- Ai... – disse a medida que o liquido vermelho escorria. – não posso perder tempo. – rasgou um pouco da sua roupa envolvendo o local.

Aquele ferimento não poderia pará-la, não depois de tudo que o cavaleiro fizera por ela. Poderia ter morrido na queda do muro. Levantou ensaiando alguns passos, contudo parou. Era certo que precisava de conseguir ajuda, mas deixá-lo daquele jeito não era o melhor, o tremor poderia voltar a acontecer e sozinho ele estaria desprotegido.

- "Isso não." – pensou dando meia volta, entretanto Shaka estava certo a respeito de haver outros feridos, sua obrigação de amazona de Atena era ajudar a todos de maneira impessoal, contudo no fundo sabia que ele tinha um lugar de destaque em seu coração, era errado, não poderia ter esses sentimentos, mas os tinha.

- "É errado, mas não posso abandoná-lo."

Deu meia volta.

 

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Hasgard e Shion continuavam o trabalho de resgate, infelizmente muitas pessoas tinham perecido no ataque.

- Farei questão de mandá-los para o inferno. – o cavaleiro de touro cerrou o punho. – ordinários.

Shion mal o escutou, não parava de pensar em Áurea.

- Shion.

O ariano ao escutar seu nome virou-se deparando com Mu que trazia MM nos braços.

- Como você está? – Hasgard aproximou. – ele foi atingido?

- Sim. Foi muito rápido, pelo menos consegui salvar algumas pessoas. Sabem quem nos atacou?

- Os titãs. – Shion parou ao lado dele. – estava na enfermaria?

- Não. Saí pouco antes. Creio que Saga, Afrodite, Shaka, e Athina estejam lá.

- E a Áurea?

- Saiu antes de nós com certeza está em alguma parte da vila.

Shion preocupou-se ainda mais.

- Hasgard! Shion!

Olharam vendo o grupo escalado por Sage aparecer. Os seis ficaram perplexos pela destruição.

- Rodoria não existe mais... – murmurou Mani.

- O que houve com ele? – Shura aproximou do ariano do futuro.

- Acho que foi atingido.

- Ferimento estranho... – disse Miro. – esse pequeno orifício... – tocou no braço do canceriano sentindo gelado. – céus!

- O que foi Miro?

- Ele está mal.

Dohko aproximou segurando o pulso dele.

- Os batimentos estão baixos, ele precisa de ajuda. A enfermaria...

- Não sabemos. – respondeu o taurino.

- Leve-o então para o templo, Lara está lá. Manigold acompanhe o Mu.

Os dois já estavam saindo...

Os cavaleiros tiveram seus movimentos bloqueados, Albafica que fizera menção de ir atrás de Athina parou ao sentir uma grande cosmo energia ficando assustado.

- Esse cosmo...

- São eles...

Os olhares dirigiram-se para onde sentiam, do alto do que restou de uma construção, Iapeto trazia um sorriso nos lábios.

- Cretino... – Shion cerrou os punhos, mas perdeu toda raiva quando reparou em quem ele trazia nos braços. – Áurea?

- Como estas cavaleiros de Atena?

- Seu cretino, como pode atacar a vila. – Hasgard o fitava furioso.

- Simples humanos.

- O que faz com ela? – bradou o ariano.

- Refere-se a essa mortal? – a fitou. – foi só brinquedo.

- Patife. – o cosmo dele elevava-se.

- Pode ficar, não me interessa mais.

Iapeto a soltou, a queda seria brusca se Shion não tivesse pegado-a.

- Áurea! Áurea! – a chamava desesperado ainda mais quando viu o ferimento na barriga. – o que fez a ela? – o fitou com ódio.

- Já disse só brinquei. Por hoje encerro minha diversão.

Sumiu em meio a luz negra.

- Volte aqui! – gritou Dohko em vão. – estão brincando conosco....

- Áurea! – Shion a deitou no chão. – Áurea!

- Leve-a. – a voz de Albafica saiu mais fria do que a habitual.

- Mas... as pessoas.

- No seu estado não poderá ajudá-las.

Os dois se olharam, o ariano entendera muito bem o significado daquelas palavras. Sua preocupação excessiva transparecia.

- Está bem. – a tomou nos braços. – volto para ajudá-los.

- Vocês vão com eles. – Albafica disse a Mani e Mu. – voltem mais tarde.

E assim foi feito, o restante correu para a área onde ficava a enfermaria, por causa do ataque anterior lá estava repleto de pessoas.

 

X.x.X.x.X.x.X

 

Shaka estava na mesma posição desde a hora que ela partiu, tentou erguer o corpo usando as mãos mas não conseguiu. A pena esquerda doía muito, certamente quebrada e a direita, não estava melhor. Fechou novamente os olhos. Sentia os pensamentos embaralhados não tardando em perder os sentidos, pelo menos ela estava a salvo.

Selinsa corria, não entendia porque o deixara sozinho. Pulando os obstáculos chegou ao local do acidente. Parou respirando ofegante, mas sem tirar os olhos do cavaleiro no chão. Ele estava quieto e isso a preocupou.

- Shaka...

O virginiano abriu os olhos imediatamente, não acreditando no que tinha ouvido. Virou o rosto lentamente deparando com a amazona a poucos metros dele.

- Selinsa...

Ela caminhou lentamente ate ele ajoelhando ao seu lado. Shaka a fitava confuso.

- Por que voltou?

- Consegue ficar de pé?

Balançou a cabeça negativamente.

Levantou saindo a procura de algo que ele pudesse apoiar, arrumou um pedaço de madeira que serviria de muleta.

- Vou te levantar, apóie-se nisso.

- Eu sou pesado, não se preocupe comigo.

- Preocupo sim! – disse num tom mais alto para silenciar-se.

- Por quê?

Sem dizer nada rasgou um pedaço de sua roupa amarrando na mão esquerda dele.

- Apóie-se.

Pegou o braço esquerdo dele passando pelo pescoço, ainda surpreso, usou o pedaço de madeira como apoio para levantar-se. Teve que segurar o gemido de dor.

- Vamos bem devagar.

- Sim. – Shaka segurou firme a "muleta."

Andavam bem devagar e em silencio, Shaka engolia a dor para não preocupá-la, vez ou outra fitava seu rosto descoberto.

- Desse jeito vamos chegar só amanha. – brincou para quebrar o silencio e mascarar a dor.

- Desculpe, tudo é por minha culpa. Não queria te trazer problemas.

- Você não é um problema, é uma solução.

A garota ruborizou.

- Talvez seja melhor colocar algo para cobrir seu rosto.

Selinsa parou na hora arregalando os olhos. Levou a mão a face.

- Minha mascara!

- Não percebeu que estava sem?

- Meu rosto, você viu de novo? – ficou desesperada.

- Felizmente. Vai querer me matar? – deu um sorriso.

Selinsa o fitou com os olhos rasos.

- Selinsa... desculpe... eu não queria.... – arrependeu-se da brincadeira. – pode me deixar aqui.

Ela abaixou o rosto.

- Me desculpe. – Shaka de forma delicada ergueu o rosto dela. – eu sei como é a lei das amazonas. Não é a primeira vez que vejo sua face... Prometo me afastar de você.

Soltou-se dos braços dela, contudo por pouco não caiu. Selinsa correu a tempo de segura-lo.

- Não quero que se afaste de mim. – disse num fiapo de voz.

- Não...?

- Precisamos chegar a enfermaria. – recomeçou a andar.

Sem que ela esperasse Shaka colou seus lábios nos dela, o beijo não durou muito, pois Selinsa se afastou-se.

- Sabe que não podemos. Somos defensores de Atena.

- Eu gosto de você.

- Não gosta. Não passo de uma menina, não pode gostar de mim.

- Posso. – disse sério. – estou apaixonado por você. Sei que não sente o mesmo por mim, ate bom pois nossa situação é complicada, mas não vou negar isso.

Ficaram em silencio, usando a muleta Shaka sentou no chão, rasgou um pedaço da sua roupa.

- É melhor você ir. – mostrou o pano. - Hasgard já deve está te procurando. Use isso para tampar seu rosto.

Sem dizer nada a garota pegou o objeto deixando apenas os olhos a mostra, passou o braço por Shaka erguendo-o, recomeçando a andar.

- Vamos. – disse séria.

Shaka não fez objeção.

 

X.x.X.x.X.x.X

 

Mu carregava MM, num profundo silencio. Estava preocupado com os outros.

- Deixe que eu carrego. – Mani tirou-o dos braços do ariano. – deve está cansado.

- Um pouco.

Manigold fitou o ferimento do amigo de signo.

- Com que ele se machucou?

- Não vi.

- Ferimento estranho... parece um orifício.... igual aquela vez na arena.

- Também tinha reparado nisso.

- Algo o perfurou.

- Lara saberá nos dizer o que é.

Mais a frente Shion apertou o passo, o estado de Áurea não era bom e temia que algo lhe acontecesse.

 

X.x.X.x.X.x.X

 

Os seis seguiam correndo para a enfermaria, temiam que os estragos fossem piores e estavam certos, o que antes era uma construção de dois pavimentos não passava de escombros.

- Saga! – Miro gritou na tentativa de achá-lo.

- Teremos que cavar. – disse o taurino.

Logo a ajuda enviada por Sage, formada por cavaleiros de bronze e soldados rasos, não demorou a chegar auxiliando nos trabalhos. Albafica afastou-se procurando a grega por conta própria.

Vê o que restou da edificação o deixava apreensivo.

- "Onde você está?" – retirava com cuidado as pedras com medo de feri-la. Pedia mentalmente para que Athina não estivesse ali, que na hora do ataque estivesse a milhas da vila. Suportava a dor de não poder tocá-la, mas perde-la, jamais.

- Athina. Athina.

Ouviu um gemido, parando de se mexer para ouvir de onde vinha. Escutou novamente, pouco adiante de onde estava. Sem perder tempo dirigiu-se para lá, retirando as pedras rapidamente. Sua respiração parou ao vê-la em meio aos escombros.

- Zeus... – saiu de seus lábios.

Ela estava bastante machucada.

- Athina. – fez menção de tocá-la, mas parou, ela sangrava e o menor contato...achou um pedaço de pano empoeirado, certamente um lençol do que antes era uma cama, e sem hesitar a envolveu.

- Como ela está? – Deuteros aproximou.

- Vou levá-la. – disse frio. – estou indo.

Enquanto isso Miro e Shura procuravam por Saga, Afrodite e Shaka.

- Será que estavam sem cosmo na hora? – indagou o capricorniano. – teriam facilmente saído dos escombros.

- Devemos procurar.

Hasgard não se cabia de preocupação, não tinha certeza se Selinsa estava naquele local rezando para que não estivesse.

- Achei! – o grito de um dos guardas ecoou pelo local.

Correram certificando que era Afrodite. O pisciano não parecia gravemente ferido, mas estava inconsciente.

- Afrodite! – Shura o chamou.

- Precisam levá-lo. – disse Dohko.

- Eu vou. – Miro o pegou nos braços. – volto assim que puder.

A procura continuou sendo Saga o próximo a ser achado, ao contrario de Afrodite, o geminiano trazia ferimentos sérios.

- Ele machucou muito. – disse Hasgard.

- Deveria está sem cosmo. – Deuteros o fitou. - Vou levá-lo. Ainda resta Shaka?

- Sim.

- E a Selinsa? – Dohko indagou ao taurino.

- Não sei se ela estava aqui. – estava agoniado.

Começariam a procurar quando sentiram um cosmo muito fraco aproximando, voltaram o olhar para onde a energia emanava.

- Sel... – o cavaleiro da segunda casa, soltou um suspiro aliviado.

A aspirante auxiliando o cavaleiro de virgem aproximava a passos lentos. Shura correu para alcançá-los.

- Eu assumo. – o dourado apoiou Shaka.

Selinsa deu um longo suspiro.

- Como você está?

- Vivo. – respondeu o virginiano de olhos fixos em Hasgard.

- O que aconteceu? Porque esta machucado assim?

- Eu...

- Ele me salvou. – disse a grega. – o muro, na parte antiga da cidade, desabaria sobre mim e ele impediu. – fitou seu mestre.

Realmente estava invocado pela pupila esta na companhia dele, mas diante da explicação e dos ferimentos bem visíveis, teve que reconhecê-lo.

- Obrigado.

- De nada.

- Precisa de cuidados mocinha. Vou te levar ate a Lara.

- Eu estou bem mestre. Posso ajudar.

- Então venha, Shura leve-o.

Selinsa virou para Shaka.

- Cuide-se.

- Obrigado por me ajudar.

- Sei que faria o mesmo por mim. – fixou o olhar nele. – essa muleta vai cair. – aproximou ajeitando-a, mas antes de se afastar-se sussurrou no ouvido dele. – também gosto de você.

Shaka a fitou incrédulo, mas nem teve tempo de dizer nada, Selinsa já estava perto de seu mestre.

- Está bem mesmo? – ele tocou nos ombros dela.

- Estou.

- Fiquei preocupado com você. – a abraçou.

- Shura e Deuteros leve-os. – disse Dohko. – cuidaremos de tudo aqui.

 

X.x.X.x.X.x.X

 

Sentindo o corpo um pouco dormente, levantou. Não reconheceu de imediato onde estava.

- Estou no santuário...? – Kanon murmurou indo ate a janela. – o que houve?

Saiu do quarto, notando a estranha movimentação no templo. Guiado pelo cosmo da sacerdotisa dirigiu-se para onde ela estava.

- Lara?

Ela não escutou tamanha concentração. Kanon correu o olho pelo quarto, vendo Regulus, Aioria e Lithos deitados. Sísifo e Marin ajudavam a sacerdotisa e Dégel, Sage e Hakurei conversavam.

- O que houve? – a voz saiu mais firme fazendo-se notar.

- Como você está? – Dégel aproximou.

- Estou bem... mas... – fitou os ferimentos de Aioria. – ele se feriu assim?

- Não. – disse Lara. – como se sente?

- Bem. – notou o rosto tenso dela. – o que foi? Por que a Lithos está machucada?

- Ainda não sabemos, mas os titãs atacaram novamente. – disse Marin. – destruíram outra parte da vila.

- De novo? Como tiveram coragem? Vou ajudar.

- Toda ajuda é bem vinda Kanon. – disse o mestre.

- Meu irmão?

- Está na vila ele e...

- LARA!

O grito de Shion assustou a todos.

- Shion o que foi? – indagou Hakurei. – Zeus! – exclamou ao ver Áurea nos braços dele.

- Ela precisa de ajuda.

- Deixe-me levá-la.

Hakurei tentou pega-la, mas Shion recuou. O cavaleiro de altar estranhou o fato, mas preferiu deixar passar.

- Leve-a.

O ariano nem escutou o pedido, indo colocá-la ao lado de Lithos.

- O que aconteceu Shion? – Lara começou os cuidados.

- Iapeto. – a voz saiu endurecida. – destruiu a metade da vila, ate a enfermaria foi afetada.

- COMO? – exclamaram os presentes.

- Ela estava com ele. – cerrou o punho estava com ódio.

- E Saga e o restante? – indagou o aquariano.

- Eu não sei.

- Ainda não tivemos noticias. – a voz de Manigold fez-se presente. – sacerdotisa. – fitou-a.

- Mu como você está? – Marin veio ao seu encontro.

- Estou bem. Por sorte não me feri.

- E meu irmão?

- Eu não sei Kanon, ele, Shaka, Afrodite, Athina e Selinsa estavam na enfermaria. Não os vi deste o ataque.

- Venha precisa de cuidados. – Marin o conduziu ate uma cadeira próxima.

- Mani deite-o aqui. – Lara referia-se a Mask. – senhor Hakurei.

- Claro. – pensou em auxiliar Áurea, mas com o estado de Shion resolveu não contrariá-lo. – cuidarei dele.

- Dégel, Mani, Kanon, Sísifo, Shion e senhor Sage, poderiam sair, por favor?

- Sim.

Shion não concordou muito, mas precisavam mais deles na vila do que ali, apesar de querer permanecer ao lado de Áurea.

- Pronto Mu.

- Obrigado Marin. – o ariano teve apenas alguns arranhões. – precisam da minha ajuda?

- Preciso. – Lara examinava o ferimento do canceriano. – pode me dizer como ele se machucou?

- Havia criado a barreira de cristal, na hora do tremor. Quando terminou, MM foi perdendo os sentidos, não sei o que pode tê-lo atingido.

- Esse ferimento é igual ao outro. – disse se lembrando de dias atrás.

- Também notei. – Hakurei examinou Aioria. – os dele e das meninas também se parecem.

- Será que tem haver com o fato dos titãs? – indagou o amazona de Águia.

- Talvez. – o cavaleiro de Altar tocou a fronte de Áurea. – podem está interligados.

Do lado de fora Sage ministrava as próximas ordens.

- Dégel, Manigold, Kanon e Sísifo para a vila. Shion coloque os soldados em alerta máxima.

- Sim senhor.

Estavam saindo quando Shura, Shaka e Deuteros carregando Saga chegaram.

- Saga? – Kanon aproximou apreensivo, não sentia o cosmo do irmão e julgar pelos ferimentos...

- Ele não está bem. – Deuteros o fitou. – é melhor levá-lo.

- Shaka você está bem? – o aquariano assustou-se com o estado dele.

- Sim... – respondeu num fiapo de voz. Seu corpo suava frio, desde a primeira casa não enxergava muito e só não pediu para Shura carregá-lo porque não queria preocupá-lo, entretanto havia chegado ao limite. Sentiu o corpo amolecer e só não foi ao chão, pois o dourado o segurou.

- Shaka!

- Levem-no rápido. – ordenou Sage.

Os quatro saíram apressados.

- Eles não deveriam ser mais resistentes? – Manigold esfregava os cabelos.

- Sentiu o cosmo deles? – indagou o mestre.

- Não... quer dizer...

- Certamente na hora do ataque não passavam de homens comuns. – disse Dégel.

- Precisamos encontrar uma solução. – fitou o mestre. – se eles continuarem assim, não poderão batalhar.

 

X.x.X.x.X.x.X

 

Temis reclusa em seu aposento olhava ao longe a fumaça de poeira que ser erguia ao céu. Não gostava dos métodos empregados por Pontos, mas se queriam uma vitoria infelizmente teriam que ser estes.

- O que te aflige?

A titã arrepiou-se ao sentir uma mão fria em seus ombros, estava tão concentrada que nem percebeu a entrada dele.

- Não deverias bater a porta? Não és assim que manda a etiqueta?

- Desculpe. – soltou-se, passando a fitar a paisagem. – Iapeto é irracional.

- Ele e Créos. – virou para a pessoa que o tocara. – o que queres?

O titã a olhou, tão pequena, mas de temperamento forte.

- Só queria ver como estas.

- Bem... – andou lentamente ate a cama sentando na beirada.

- Com o que está preocupada?

- Esses métodos de Pontos, não concordo com eles, mas temo perder a vitoria se não o utilizá-los. Aconteceu uma vez.

- Eu sei, mas não é só isso que te preocupas.

- Talvez as intenções dele sejam outras. Às vezes me pergunto por que me aliei a ele novamente.

- Para restaurarmos nosso reinado.

- Depois da nossa morte... (obs: os Episódios G não chegaram ao fim, então não faço idéia de como seja o final da historia, quem teve a oportunidade de ler os capítulos lançados no Brasil viu que o propósito de Pontos não era dá a Terra a Cronos e sim a outra pessoa. No ponto de vista da minha fic, Iapeto, Céos e Créos, Temis foram mortos antes de Pontos revelar sua verdadeira intenção.) – deu uma pausa. – acho que os motivos de Pontos podem ser outros. E que nós não passamos de iscas.

- Não acredito nisso. – Céos sentou ao lado dela. – ele quer tanto quanto nós que o mundo seja governado pelos titãs.

- Será mesmo?

- Entendo tuas duvidas e a não aceitação dos métodos empregados por ele, mas esse teu pensamento é errôneo. Pontos jamais faria algo contra nós ou contra nosso senhor. Não foi ele mesmo que tirou as amarras que prendiam nosso deus?

- Foi... – a deusa da justiça abaixou o rosto. – talvez tenhas razão. Excesso de preocupação. – o fitou sorrindo.

- A vitoria será nossa Temis. – deu lhe um beijo nos lábios. – a nossa Era chegou.

O beijo que deveria ter sido presenciado apenas pelas paredes havia sido visto por alguém.

No salão principal, Pontos estava sentando em seu "trono", trazia uma taça nas mãos e os olhos perdidos em algum ponto. Pensava em seus planos.

- O que queres? - indagou levando a taça cheia de um liquido vermelho a boca.

- Não vai me oferecer? – a sexta pessoa encostou na parede cruzando os braços.

- Este vinho não é para mortais, cavaleiro de Atena. – o fitou com um sorriso.

- Ex cavaleiro.

- Que sejas. O que queres Aspros de Gêmeos?

- Nada de mais. – os olhos azuis brilhavam cinicamente. – só mostrar a minha lealdade a você. – fez uma meia reverencia em tom de deboche, as mechas azuis vieram ao rosto.

- Diga.

- Realmente Céos e Temis tem certa intimidade. – sorriu maliciosamente. – estavam juntos.

- O que diziam?

- Que não concordam com o seu modo de resolver as coisas. – caminhava lentamente ate o titã.

- Desconfiados como sempre. – depositou a taça sobre uma mesinha ao lado. – no passado tive problemas com eles principalmente com Temis. Creio que preciso me precaver.

- É só eliminá-los. – Aspros pegou a taça levando o restante do conteúdo a boca. – excelente qualidade.

- És abusado.

- Mas precisa de mim.

- Infelizmente. – levantou. – ainda não tenho poder suficiente para eliminá-los. Alem do mais preciso da força deles para conseguir meus objetivos. Quando estiver encaminhado e a minha vitoria certa, aí sim os mandarei para o Tártaro.

- Continuo vigiando-os?

- Sim. Iapeto e Créos são fácies de controlar, mas aqueles dois não. Seria péssimo eles contra mim.


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Notas finais do capítulo

Novelli perdas – Novas Perdas

Mais um capitulo, os inimigos tomam a rédeas, deixando os dourados sem ação. Aguardem novos acontecimentos. Inté.



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