Rotten Soul escrita por Sially


Capítulo 9
Origens


Notas iniciais do capítulo

Olá!! Como vocês estão?
Não vou me demorar muito aqui
Eu sei que demorei para postar mas esse capítulo era um completo branco para mim, eu precisei pesquisar bastante para montá-lo. E finalmente consegui o/
Agora que ja acabaram as provas e estou de férias, vou ter mais tempo de escrever e postar. Então vou tentar dar um gás na história.
Por favor, comentem o que estão achando, preciso do feedback de vocês para definir algumas coisas da história.
Obrigada por quem está lendo até aqui.
Boa leitura



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Sam voltou para casa e passou o caminho todo imaginando como seria contar a verdade sobre Alanis para Leanne. Toda imagem que ele havia construído sobre a mãe deveria ser destruído e reconstruído. Não seria fácil mas tinha que começar a dizer a verdade de algum lugar.

Assim que adentrou a casa encontrou Leanne sentada no sofá de braços cruzados como se esperasse o pai.

– Precisamos conversar. - ela disse primeiro.

– Concordo, estava querendo falar com você também. - Sam se aproximou e se sentou ao seu lado no sofá. - pode falar primeiro. - Leanne levantou o braço e mostrou uma foto para Sam.

– Sem mais mentiras, pai. Eu quero saber quem era minha mãe. - Sam entendeu que dessa vez não teria como fugir.

– Eu sei. E vou te contar tudo.. - ele parou e raciocinou um pouco. - Leanne, onde conseguiu essa foto? - Leanne desviou o olhar. - Você entrou no quarto que eu te proibi?

– Se eu não tivesse entrado nunca teria visto isso. - ela virou a foto revelando a mensagem deixada há anos por Alanis.

– Mesmo assim, Leanne, você não pode entrar lá. - Sam aumentou o tom de voz. Ele respirou fundo, não queria brigar com a filha. - eu falo o que você quiser saber só não entre naquele quarto de novo. - Sam temia que ela encontrasse suas coisas de caçador.

– Mas…

– Sem mas. Quer ouvir sobre sua mãe ou não? - ela assentiu. - Vou contar… eu sei que nunca falei mas era doloroso demais falar sobre ela.

– Eu merecia saber mais, ela era minha mãe.

– Eu sei, fiz errado em esconder a memória dela de você. Certo - Sam respirou fundo - vou te contar sobre ela mas não me interrompa. - Leanne concordou. - O nome dela era Alanis, era a mulher mais incrível que já conheci. Ela era muito teimosa e corajosa como você - Sam sorriu com a lembrança. Sam tomou o cuidado para não revelar demais sobre sua origem, deixaria que Kaira cuidasse dessa parte - ela tinha um coração imenso, sempre que podia tentava ajudar todos que precisassem. Eu não sei se fui uma ótima influência na vida dela porque depois que começamos a ficar juntos fugimos para cá.

– Por causa da família dela? - Leanne perguntou

– Sim. - Sam não queria mentir e teoricamente não estava. - Ela não entendia qual era realmente o lugar dela e não se sentia bem perto da família então fugimos e ela se encontrou aqui comigo. Ela não queria aceitar o que a família impunha para seu futuro e como uma rebelde nata largou tudo para vivermos juntos.

– O que aconteceu? - era a pergunta que Leanne mais queria saber porém era a que mais temia perguntar.

– Depois que você nasceu moramos por algum tempo juntos em Lawrense, Kansas mas quando você completou seis meses invadiram a casa e para nos proteger Alanis tentou reagir e acabou morrendo. - Sam deixou algumas lágrimas caírem. - desculpa, é difícil.. - Sam limpou os olhos e Leanne o abraçou.

– Eu sei, pai. Eu também sinto.. é estranho amar tanto alguém que eu nunca conheci. - Leanne também começou a chorar junto ao pai. - Se não se importa, gostaria de guardar essa foto, é a única coisa que tenho dela.

– Pode ficar eu já tenho algo maravilhoso que me lembra ela todos os dias.

– O que?

– Você. - Sam sorriu abraçando a filha. - Às vezes você se parece tanto com ela que até esqueço que ela não está mais aqui.

– Ela era linda. - Leanne disse olhando para a foto novamente.

– Era. A mais bela de todas. Por sorte você puxou a beleza dela e não a minha - os dois riram juntos.

– Você também é bonitão, pai. - Leanne disse.

– Obrigado, filha.

– Sabe, pai, tem uma coisa que eu não entendi. - Sam a olhou curioso - Quem é Sammy? - Sam congelou com a pergunta.

– Hmm.. como assim?

– Aqui, olha. - Leanne mostrou a foto para o pai, onde estava escrito o recado de Alanis.

– Hmmm, era um apelido. - Sam coçou a cabeça. - nada muito importante. - Leanne assentiu.

– Obrigado, pai, por compartilhar um pouco dela.

– Sempre que quiser pode perguntar. Eu gosto de relembrar as memórias boas que tivemos.

Leanne’s POV

As semanas que se seguiram foram muito boas, pelo menos em relação ao meu pai. Nossa relação estava mais forte do que antes. Por outro lado, Serena estava sendo difícil, eu a via algumas vezes e sempre estava com Cristian ao mesmo tempo que sempre parecia pálida e doente. Era algo que me preocupava constantemente. Eu tinha medo que ela estivesse se drogando com ele.

Eu passei vários dias pensando sobre o que ela havia dito e cheguei a conclusão de que talvez ela estivesse certa e estava até pensando em ligar para o médico irmão de Cristian e marcar uma consulta.

Eu estava começando a me acostumar com a ideia de não ter mais minha habilidade de ver as áureas. Era estranho ver tudo só como era, era como se faltasse alguma coisa.

Acordei naquele dia com um objetivo: conversar com Serena. Aquela situação estava indo longe demais e pelo menos se Cristian estivesse fazendo alguma coisa e influenciando ela, eu estaria lá para impedi-lo.

Estava atrasada, como sempre, então sai correndo. Como era a Serena que me dava carona de manhã para a aula, quando brigamos eu precisei achar outra forma de ir então estava indo a pé e isso me fazia levantar mais cedo por isso sempre passava para tomar café em uma padaria no caminho. Era nova e normalmente não era muito frequentada o que fazia o meu café da manhã sempre melhor. Por algum motivo o café de lá era muito bom, era até estranho que não era muito frequentado.

Tomei meu café rápido e segui meu caminho. Enquanto pensava em como conversaria com Serena acabei me perdendo e outra coisa aconteceu. De uma semanas para cá, toda vez que eu me perdia ia parar em uma rua. Sempre a mesma. Não importava onde eu me perdia, eu tinha certeza que sempre pararia naquela rua. De tanto passar por aquela rua já até sabia como sair dela.

No horário do almoço procurei Serena. Ela estava com Cristian, como sempre, por isso chamei ela de lado.

– O que quer, Leanne? Acho que nossa última conversa foi bem esclarecedora. - Serena disse e cruzou os braços.

– Serena - eu ia respondê-la no mesmo nível. Era mais forte do que eu. Me controlei e fiz o que era completamente contra minha natureza, pelo menos para quando eu tinha certeza que estava certa. - Me desculpe, está bem? Eu não gosto de como as coisas estão. - Ela assentiu e vi sua carranca desmanchar.

– Tudo bem, Lee, senti tanto a sua falta. - ela me abraçou - eu te perdoo mas me promete que se você estiver com inveja do meu relacionamento me fale que resolveremos juntas - eu não sei exatamente que cara eu fiz em reação ao que ela falou mas foi algo entre a ironia e nojo. Apenas assenti para não causar outra briga. - Você vai falar com o irmão do Cristian, né? - ela me pressionou.

– Não sei.. eu..

– Nada disso, Lee, você tem que falar com ele. Aceite um conselho de amiga, você está precisando falar com ele e talvez ele possa te ajudar nessa questão da inveja, podemos superar isso - ela dizia como se fosse um obstáculo para nossa amizade. Era ridiculamente mentira mas ela estava tão convicta que não quis discordar. Não naquele momento. Não quando estávamos nos reconciliando.

– Vou pensar. - disse um pouco irritada.

– Venha, sente-se com a gente. - ela me chamou ja puxando meu braço.

Me aproximei e senti algo mudar no ambiente. Era Cristian, eu tinha certeza. Nos outros dias de aula quando ele se sentava estranhamente perto de mim eu não sentia nada mas hoje eu já podia sentir diferença.

Quando eu estava descobrindo minha habilidade de ver áureas, começou assim, eu apenas sentia a energia do ambiente mudar, sem ver nada, apenas sentir e isso ja era o suficiente para eu acreditar em todos os meus instintos. Eu estava feliz que minha habilidade estava voltando aos poucos.

– Olá, Leanne - Cristian disse com um sorriso.

– Cristian. - cumprimentei com um olhar e um sorriso de volta.

– Fiquei sabendo que vai visitar meu irmão, é isso? - tudo o que ele dizia era tão irônico.

– Ainda não sei. Serena falou sobre ele. Psicólogo?

– Sim, um dos melhores. É tão bom que quando você conversa com ele é como se deixasse um pedaço da sua alma lá. - arqueei as sobrancelhas

– Como se tirasse um peso dos ombros, você quis dizer?

– Claro, Leanne, claro. - Algo nele me incomodava muito. Todos os meus sentidos me mandavam fugir mas eu, estupidamente, sempre ignorava para agradar Serena.

Xx

Ficar em casa sozinha sempre era ruim porque fazia meus pensamentos voarem longe. E ás vezes não eram bons. Como nesse momento em que duvidava da minha própria sanidade.

Fiquei encarando o telefone do irmão de Cristian. Talvez ele fosse diferente do irmão, com uma energia melhor e pudesse de fato me ajudar.

Ser capaz de ver a alma das pessoas e sentir tudo o que eu sinto não podia ser nada normal mas ser diferente nunca tinha me incomodado. As alucinações eram importantes e isso era preocupante. Decidi ligar para o psicólogo, talvez ele pudesse me ajudar mesmo.

Levantei para pegar o telefone quando um vento forte começou e ao olhar para trás meu papel com o telefone da única pessoa que podia me ajudar estava voando janela afora.

Peguei meu celular e corri atrás do papel. Podia jurar que tinha corrido quase a rua inteira quando o papel finalmente caiu e ficou no chão. Me agachei ofegante para pegar e quando levantei me deparei com algo que era, mas não era surpreendente: a mesma rua que eu sempre acabava. Todos meus caminhos me levavam a essa rua.

Peguei o papel que estava na frente de uma loja de vidência. Olhei aquela loja estranhamente familiar. De onde eu conhecia aquele lugar?

Vidente era uma boa opção para me ajudar com os problemas, pelo menos eu não teria que me abrir com ninguém, se o vidente fosse bom mesmo, saberia minha vida antes mesmo de eu entrar.

Adentrei a loja.

– Olá?! - chamei fechando a porta. Sem resposta. - Olá? Alguém? - chamei mais uma vez. Sem resposta de novo. Abri a porta decidida a sair de lá. Vidente? A que ponto eu cheguei?

– Leanne. - uma voz ecoou do fundo da loja. Me virei repentinamente me deparando com uma mulher loira de uns 30 anos com uma beleza estonteante. - Você finalmente me encontrou. - ela sorriu marota.

– Quem é você?! - ela parecia muito familiar mas eu não conseguia me lembrar de onde a conhecia.

– Ahh, por favor.. eu sou uma pessoa inesquecível. Não infrinja minha imagem, garota! - aquela voz, aquele tom arrogante…

– Kaira? - eu tentei. Foi o primeiro nome que apareceu em minha cabeça. Depois algumas imagens foram clareando. O sonho, eu me lembrava desse lugar e dela do sonho. - Eu.. eu sonhei com você.

– Ah, minha querida, eu causo isso na maioria das pessoas principalmente em homens - ela riu - mas acho que no seu caso não foi exatamente um sonho. - ela afirmou com convicção.

– Eu tenho certeza que foi um sonho.

– Nem tudo o que parece é o que realmente é. - ela disse e se levantou para pegar algo na cozinha. - você acreditaria se eu dissesse que aquilo não foi um sonho? - ela já estava voltando.

– Não. - como aquilo não poderia ser um sonho? Eu sei o que sonhei.

– Então parece que eu ainda sou muito boa no que faço - ela riu.

– Eu não estou entendendo… - me virei para ir embora.

– Quieta, Leanne - ela se aproximou de mim e assoprou algum tipo de pó no meu rosto murmurando algo ininteligível.

Tudo ficou claro. Não era um sonho. Foi real, tudo foi real.

– Meu Deus! - eu gritei - Você! - a acusei - Você é louca… eu vou embora daqui - me lembrando de tudo, virei bruscamente e abri porta.

– Ah, não vai - Kaira mexeu os dedos no ar e a porta se fechou sozinha sem que eu pudesse abri-la novamente.

– Eu vou ligar para a policia. Você é louca além de caloteira, não é vidente coisa nenhuma e…

– Você não me chamou de caloteira. - de repente vi algo em seu olhar. Raiva? - Ah, Leanne, você não disse isso - ela se aproximou novamente e agora mexendo mãos e braços tudo começou a reverberar na casa/loja.

– Me desculpe.. eu… - foi minha única saída, eu tinha que fugir daquele lugar.

– Você precisa aprender muita coisa e a primeira delas é NUNCA me desafiar. - ela gritou para mim e de repente eu fui levantada do chão e levitada até a poltrona mais próxima. Fui colocada lá e presa sob algum tipo de pressão que me tornava imóvel e muito pesada. - Você já falou o que queria, agora fique quieta que quem vai falar sou eu e você vai ouvir. - ela afirmou. Engoli em seco. Aquela mulher me dava arrepios e muito medo.

– Você vai me agredir de novo? - perguntei me lembrando do sonho que não era um sonho.

– Ah, por favor. Ainda me acusa de ter machucado você? Ja mandei ficar quieta. - de repente minha voz sumiu. - Certo, por onde começamos?! Leanne, você acredita em coisas sobrenaturais? - ela esperava minha resposta. - Ah sim - ela estalou os dedos e minha voz voltou.

– É claro que não, isso é coisa de ficção.

– É, teremos muito trabalho aqui. - ela concluiu e suspirou - acha que o que eu fiz agora foi o que? Ilusionismo?

– Não, acho que é um sonho. Mais um. E daqui alguns minutos vou acordar na minha cama.

– Leanne, pare de ser burra! - ela gritou para mim. - mesmo a verdade estando na sua frente você ignora ela. - não respondi, não tinha o que falar. Ela estava parada de olhos fechados tentando se acalmar. Assim que abriu seus olhos pegou uma faca na bancada ao seu lado e correu até mim mirando a faca. Fechei os olhos e gritei - Isso parece normal pra você? - ela perguntou em tom irritado. A faca tentava perfurar meu pulso mas ela não atravessava, era como se alguma coisa o impedia de atravessar. Embaixo de onde a faca era apontada estava o símbolo da forca que cintilava em vermelho. - Você não parece surpresa. - ela ponderou. - Você ja sabia? - desviei o olhar. Eu não sabia exatamente como funcionava. Mas já tinha tentado me cortar com a faca algumas vezes esperando ver os símbolos. - Parece que não é tão burra quanto eu pensei. - Kaira largou a faca. - Só está em negação.

– Isso não é possível - resmunguei. Kaira pegou uma cadeira e se sentou na minha frente.

– Você não tem ideia de como é possível. Leanne, outro dia quando você veio aqui, me contou que podia ver a alma das pessoas. - Kaira mudou de assunto perguntando e não havia mais motivo para negar. Ela sabia muito mais do que dizia, provavelmente mais do que eu sabia. - não minta para mim. Não vou te machucar.

– Sim, eu via, mas não vejo mais.

– Não se preocupe, vai aprender a usar melhor e poderá ver de novo. O feitiço que eu coloquei em você te protege da sua própria habilidade. - era muita informação para processar.

– Espera… - liguei os pontos - essa habilidade, você tem também? Feitiço? Como assim você colocou um feitiço em mim? Como vou aprender a usar isso.. do que você está falando?

– Finalmente está fazendo as perguntas certas. - ela pensou alto - temos muito a esclarecer. Vamos começar por isso. - Kaira virou o ante-braço e o mostrou para mim demonstrando o mesmo símbolo da forca o qual eu tinha visto pouco minutos antes em mim mesma. - Somos iguais, Leanne - fiz uma careta sem perceber - não faça essa cara, ainda somos muito diferentes, por exemplo eu sou inteligente. - fiz a careta de novo dessa vez de propósito - digo que somos iguais no sentido de espécie, por assim dizer.

– O que você é?

– Ótima pergunta, estou começando a gostar de você. - ela sorriu - Nós somos salezianas.

– Salezianas? Como Salém? Bruxas de Salém?

– Sim. Nossa descendência mais antiga são as bruxas de Salém, mas os filmes e mitos não condizem em nada com a verdadeira Salém. Somos feiticeiras, até mais que isso, somos os mais poderosos em comparação evolutiva entre as espécies sobrenaturais.

– Existe mais de uma espécie?

– É claro. Eu sei que você quer ser especial mas não seja egoísta. Existem vampiros, Ghouls, Wendigos entre outras centenas mas o pior deles eu diria que são os demônios mas falamos deles outro dia.

– Meu pai me falava sobre eles. - me lembrei das histórias de quando era criança.

– Seu pai é.. muito bom - Kaira sorriu doce, foi a primeira expressão que não continha traços rabugentos em seu rosto.

– Vocês se conhecem? - Kaira assentiu - Como?

– Bom, somos velhos amigos. Isso não vem ao caso. Pergunte um dia a ele se quiser. Enfim, Leanne, voltando ao assunto principal, você é uma saleziana como eu e existe tanta coisa que você não sabe que pode fazer.

– Você falou da minha habilidade mas não respondeu minha pergunta. Você também tem?

– Como o seu não. Cada saleziano tem seu próprio dom mas não é todo saleziano que tem um dom, é extremamente raro na verdade. E o seu é bem interessante. É importante para que você consiga ver a verdade nas pessoas e em outros seres.

– Mas às vezes ele não funciona. - contei.

– Todos tem alma, a diferença é que alguns são poderosos o suficiente para conseguir escondê-las normalmente são de outra espécie. Você não é incapaz de vê-las, só precisa treinar essa habilidade e eu posso te ajudar.

– Você disse que eu não estava conseguindo usar essa habilidade porque você jogou algum feitiço…

– Sim, você no momento é fraca demais e chegou quase morta aquele dia, precisei colocar um encantamento de proteção. - assenti. - mas tenha consciência de que quanto mais ele precisar ser usado mais ele enfraquecerá. Mas se o que eu estou planejando der certo, você não precisará mais do encantamento.

– Kaira, por que sua marca está sempre aparecendo e a minha não? - era uma pergunta que estava me incomodando desde que vi a marca dela.

– Porque alguém que se importa muito com você te queria segura e colocou o encantamento te escondendo até de si mesma.

– Minha mãe? - não pude deixar de perguntar. Kaira não respondeu, se virou para encarar o lado de fora da janela.

– Você corre muito mais perigo do que imagina, Leanne.

– Por que eu? - quis saber.

– Por que não você? - eu não tinha uma resposta para aquilo. - as coisas são o que são. Você vai entender. - Era realmente muita informação para absorver.

– Kaira. - chamei e ela se virou para mim - Que planos você tem para mim? Por que está me contando tudo isso?

– Eu quero te tornar a saleziana mais poderosa que alguém já viu. - ela disse séria - mas só a minha vontade não basta, você precisa querer e aceitar. Leanne, eu posso te ensinar a controlar seu poder, te ensinar tudo o que eu sei. - pensei por um tempo. Eu finalmente teria as respostas que queria. Ela estava oferecendo me ensinar tudo sem nenhum preço? Parecia um pouco estranho isso.

– Sem nada em troca? - perguntei

– Leanne, você precisa aprender que nem todo mundo é capitalista, algumas pessoas fazem as coisas por pura e simples solidariedade. - Eu fiquei sem palavras, foi como um soco no estômago. - Você é saleziana como eu, eu tenho o dever e respeito pelo meu povo e acho que todos deveriam ter também. Todo saleziano tem o dever de sempre ajudar o outro. Leanne, preciso da sua resposta. Você precisa estar ciente que se disser sim entrará em um mundo que talvez não goste e não terá volta, conhecerá verdades sobre o mundo que te darão pesadelos à noite; mas se disser não, terá sempre a dúvida sobre o que poderia ter sido e viverá na mentira que é esse mundo. Sua escolha. - Eu não tinha mais o que pensar. Tinha a resposta na ponta da língua.

– Quando começamos?


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Notas finais do capítulo

Eai o que acharam?
Nos próximos capítulos vamos ver um pouco da aula da Kaira.
Não é por nada não, mas eu simplesmente amo a Kaira hahaha
Não deixem de comentar
E até o próximo capitulo :)



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