Rotten Soul escrita por Sially


Capítulo 10
Bônus Sam (1)


Notas iniciais do capítulo

Olá!!! Como vocês estão?
Primeiro quero desejar um Feliz Natal e meu presente especial é um capítulo novo depois de tanto tempo hahaha E esse é um capítulo especial.
Eu escrevi esse Bônus e ficou muito grande então dividi por isso logo logo eu posto a segunda parte do bônus. Provavelmente antes de 2016.
Foi meio difícil escrever esse capítulo porque algumas pessoas ja tinham uma expectativa sobre a Alanis e eu não quis decepcionar ninguém. Espero ter conseguido.
Embora seja mais de uma parte o bônus, eu não consegui reduzir essa primeira parte mais do que isso.
Então espero que gostem
Boa leitura e..
FELIZ NATAL :)



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– Dean, eu tenho certeza que é um Metamorfo.

– Por que você acha isso? - Dean perguntou me encarando confuso. Enquanto conversava com ele procurava qualquer tipo de arma, principalmente a faca de prata.

– Porque faz uns 30 segundos que você conversou comigo e virou para a direita. Agora você acabou de vir da esquerda. - arregalei os olhos. Como saberia se esse é o Dean de verdade?

– Sammy, você não está achando que eu sou o metamorfo, não é? - ele levantou as mãos tentando me acalmar. Não respondi. Ele podia ser o metamorfo, sim. - Sammy, olha, abaixa essa faca - continuei com ela em punho - Sammy, se eu fosse o metamorfo como saberia que… - ele pensou tentando se lembrar - você teve um relacionamento com uma maníaca psicopata demônio? - concluiu se referindo a Ruby

– Com qualquer um que Ruby tenha contado. - me defendi ao mesmo tempo que continuava mirando a faca.

– Tá legal, então como eu saberia que você morre de medo de palhaços? - isso era verdade. Não tinha como um metamorfo saber disso. Assenti e me desarmei.

– Melhor sairmos daqui, o metamorfo já deve ter fugido. - conclui e Dean concordou.

Eu estava na frente e Dean logo atrás de mim. De repente ouvi um ruído vindo de trás e quando me virei pude ver: uma garota magra e alta, estava com as pernas enroscadas em Dean por trás e suas mãos em seu pescoço exercendo força, pude ver seus lábios mexendo como se recitassem alguma coisa em seguida puxou a cabeça de uma vez e eu a vi no chão junto ao resto do corpo de Dean. Foi quando tudo pareceu estar em câmera lenta.

Corri até Dean me preparando para enfrentá-la. Peguei a faca de prata e fui para cima dela. Entretanto ela era mais ágil, quando mirei a faca, a garota girou nos calcanhares com movimento perfeito até estar atrás de mim e com o joelho bateu em minha perna me fazendo perder o equilibro. Em um outro movimento rápido, ela aproveitou meu desequilíbrio e pegou meu braço com a faca e virou atrás das minhas costas quase quebrando-o. Com sua outra mão pegou minha faca e bateu em minhas costas com o cabo e eu cai no chão imobilizado. Foi definitivamente um dos momentos mais humilhantes para um caçador muito bem treinado sendo imobilizado em alguns segundos.

– Pare! - ouvi a voz de Dean ao longe. A garota estava com o pé apoiado nas minhas costas. Não tinha pretensão de me matar.

– Você deveria pelo menos ter me agradecido por salvar sua vida ao invés de tentar me matar. - ela disse próximo a minha orelha.

– Solte ele. - Pude ouvir Dean gritando. Olhei de relance para seu corpo no chão sem cabeça sem entender. Ouvi o barulho da arma de Dean sendo engatilhada. - Solta ele agora ou eu atiro. - Senti sua mão afrouxar o toque ao redor do meu braço. Quando já não senti mais o peso dela sobre mim, me virei rapidamente tentando me levantar.

A garota estava com os braços levantados em rendição. Dean se aproximou dela e esse foi seu erro. Ela rapidamente pegou o pulso do Dean e o virou para cima - ouvi um tiro - com a outra mão ela apertou a mesma mão de Dean até que ele soltasse a arma e ela se apoderasse dela. Com o cotovelo ela bateu na barriga de Dean que cambaleou para trás. Tentei me aproximar com a faca de prata novamente mas ela se abaixou e passou a perna nos meus pé e eu fui para o chão novamente. A faca de prata voou da minha mão direto para a dela e quando me levantei ela apontava a arma para Dean e a faca para mim.

Só nesse momento de impasse que consegui olhá-la melhor. Era magra e alta, tinha os cabelos castanhos claro lisos que iam até o ombro, era um pouco volumoso, além de uma franja que ia até a sobrancelha. Tinha o nariz fino e olhos de um azul profundo que beirava o verde, quase que um verde-água. Pele clara, queixo pontudo e lábios bem rosados. Ela usava uma calça jeans preta, uma camiseta vermelha que deixava parte se sua barriga a mostra e um casaco leve preto por cima. Se ela era uma metamorfo, era uma metamorfo muito bonita.

– O que você quer? Você está com a faca de prata e a arma, estamos desarmados - Ouvi Dean tentando distrair ela enquanto pensávamos em como sairíamos de lá.

– Se eu fosse realmente um monstro que acabou de encurralar vocês, você realmente perguntaria o que eu quero? - Dean fez uma careta de concordância. - Não precisam me enrolar enquanto ele pega a outra faca de prata. - ela disse apontando para Dean que tentava mexer em seu bolso frenéticamente. - peguei ela também - ela sorriu. - Não se preocupem, eu não sou um monstro, pelo menos não o que vocês procuram. - ela girou as armas na mão e as ofereceu de volta.

– Tentamos matar você e você vai nos devolver nossas armas? - Perguntei.

– Sim, se vocês tentarem alguma coisa já sabem que eu consigo pegá-las de volta. - ela tinha razão.

– Dean Winchester. - Dean se apresentou. - Somos caçadores, estávamos atrás desse metamorfo.

– Não é um metamorfo. - ela afirmou. - É um Ghoul, já estou atrás dele há algumas semanas. - Pensei por um momento e fazia mais sentido ser um ghoul porque metamorfos não saberiam que tenho medo de palhaços, muito menos do meu relacionamento com Ruby.

– Por isso arrancou a cabeça dele? - eu perguntei.

– Sim, ele estava indo te matar, por alguns segundos você não morria. - ela sorriu cruzando os braços.

– Obrigada - disse sincero.

– Por nada.

– Acho que terminamos nosso trabalho, o ghoul ja está morto. - Dean concluiu.

– Não, tem mais um. Como eu disse, estou caçando eles a semanas e eles tem um ninho aqui. Matei quatro deles, você matou um agora a pouco e eu acabei de matar esse outro, só falta um. - eles assentiram.

– Você está ficando onde?

– Em um hotel no centro da cidade. Deve ser o mesmo que o de vocês ja que é o único hotel por aqui.

– Vamos, te damos uma carona. - convidei

– Nem conheço vocês, não sei se devo confiar. - ela nos encarou.

– Você acabou de nos desarmar sozinha, acho que está segura. - Dean afirmou.

– Tudo bem. - ela aceitou

– Aliás, sou Sam. - me apresentei.

– É eu sei, os Winchester são famosos, ouço falar bastante de vocês. Vamos? - ela chamou andando em direção ao Impala estacionado.

– Ei, você não nos disse seu nome. - afirmei chamando sua atenção. Olhei para Dean ao meu lado e ele sorria maroto me encarando. Ela se virou e sorriu antes de dizer:

– Alanis, Alanis Louhi.

Xx

– Então, desde quando você é caçadora? - eu quis saber. Ja havíamos conversado sobre bastante coisa no caminho até aqui.

– Não faz tanto tempo. Eu não sou uma caçadora completa por assim dizer. - ela coçou a cabeça - Algumas pessoas na minha… - ela pensou escolhendo a palavra certa - no meu bairro foram atacadas por Ghouls mas ninguém acreditou quando eu descobri e uma das pessoas era minha irmãzinha. Eu quero vingá-la. - eu podia ver o ódio em seu olhar o mesmo que eu vi na maioria dos caçadores principalmente no meu pai - Eu nunca aceitaria a morte de alguém que eu amo sem que ela pagasse. Eu quero que ele sofra assim como eu sofri. - pude ver uma lágrima escorrendo de seus olhos que ela limpou logo em seguida.

– Eu sinto muito. - dei minhas condolências.

Eu conhecia esse tipo de história. Era assim que a maioria dos caçadores havia começado.

– E como você sabe lutar tão bem? - Dean perguntou.

– Meu pai me ensinou bastante e uma amiga também. Ela é muito boa, nunca vi alguém lutar tão bem quanto ela. Ela foi quase uma mentora pra mim. - ela sorriu se lembrando.

– E o que aconteceu com ela? Ela… - eu não terminei a frase.

– Não. Ela sumiu. Depois de vingar o Ghoul vou atrás dela, preciso de um favor dela.

– Mas ela também é caçadora? - Dean perguntou.

– Não, Kaira não gosta disso, pelo menos não desde que eu conheço ela. Kaira prefere ficar na dela. - Alanis terminou.

– Kaira hã? - eu disse. - vou me lembrar desse nome.

– Você não faz ideia - ela disse bem baixinho.

– O que disse?

– Nada não.

– Se quiser podemos te ajudar a procurar essa sua amiga e você pode caçar com a gente. É perigoso ser caçadora sozinha - Dean convidou e eu o encarei incompreendido. Alanis percebeu.

– Podemos pensar - ela não queria nos atrapalhar e sentiu que eu não a queria. - Bom, vamos voltar às pesquisas? - ela mudou de assunto.

– Sam, onde está o computador? - Dean perguntou do outro lado do quarto. - Precisamos rever a pesquisa sobre Ghouls.

– Está embaixo do meu travesseiro. - respondi.

– Por que você guarda seu computador embaixo do travesseiro - ele sorriu malicioso.

– Não, Dean… - dei uma olhada em Alanis com o canto do olho indicando ela.

– Sam, se estiver com vergonha de assumir que vê pornô antes de dormir.. o que é isso? São pêlos na sua mão? - Dean falou se aproximando. Não pude deixar de olhar minhas mãos involuntariamente. Dean começou a rir.

– A minha mão nunca criou pêlos.. - Ouvi a voz feminina de Alanis dar de ombros enquanto pegava uma cerveja no frigobar. Eu fiquei boquiaberto com a confissão assim como Dean. Alanis nos olhou de relance e começou a rir também. - Ué? Achei que o assunto não surpreendia vocês “homens” - Alanis disse fazendo aspas com as mãos. Dean pigarreou.

– Certo, vamos.. - ele tentou mudar de assunto mas não sabia ao certo o que falar. - hmm..

– Dean, a pesquisa. - Alanis disse relembrando-o. Ele assentiu mostrando um jóia com a mão e ligou o computador.

Alanis se aproximou de mim e se sentou ao meu lado na cama oferecendo uma cerveja que aceitei.

– Você se cortou - ela afirmou pegando minha mão e expondo o corte em meu ante braço.

– Não é nada - dei de ombros.

– Não se preocupe, eu sou boa com curativos. - ela sorriu e foi mexer na bolsa. Pegou um vidro de remédio e alguns algodões. - Tente não chorar, Sam - ela brincou.

– Vou ganhar um pirulito no final se não chorar? - brinquei de volta e Alanis riu baixinho. Quando Alanis começou, pareceu toque de um anjo, meu curativo cicatrizou muito rápido e eu podia jurar que a vi murmurando alguma coisa.

Embora Alanis estivesse de agasalho e luvas pretas, o movimento que ela exercia limpando meu ante braço dava visão ao seu pulso. Ela tinha uma tatuagem de forca.

– O que é isso? - perguntei me referindo à tatuagem quando ela acabou de colocar o band-aid.

– Não é nada. - ela disse rapidamente como se tentasse escapar de algo e logo escondeu a tatuagem com a manga do agasalho.

– Você se cortou também. - eu disse olhando para a palma de sua mão.

– Eu ja havia encontrado o líder dos Ghouls e isso foi só uma cicatriz de guerra - ela brincou fazendo referência à luta que ela teve com o líder Ghoul. - Bom, acho que vou voltar para o meu quarto. - Alanis anunciou. - Farei algumas pesquisar de lá mesmo. Se precisarem de alguma coisa estarei no quarto 316. - sua pressa para voltar ao seu quarto pareceu suspeito.

– Boa noite. - eu disse logo depois de Dean. Então ela saiu do quarto.

– Linda, inteligente, gostosa e caçadora? Parece que o chefe do Castiel está sendo gentil demais conosco. - Disse Dean me olhando safado.

– Dean, será que você consegue olhar para alguma mulher sem pensar em sexo? - perguntei censurando-o. Dean fez uma cara de ofendido.

– Vai dizer que você não reparou? - talvez eu tivesse reparado, mas ele não precisava saber disso.

Xx

– ACORDEM!! Vamos, eles estão atacando. - ouvi a voz de Alanis depois de um baque na porta. Alanis tinha arrombado a porta. Dean acordou sobressaltado assim como eu.

– O quê? - Dean perguntou tentando entender o que estava acontecendo.

– Os Ghouls. Eles estão atacando agora. Levanta! - ela gritava e então algo se ligou no meu cérebro e levantei da cama.

– Onde eles estão? - perguntei finalmente compreendendo o que ela estava falando.

– No mesmo lugar de ontem. Eu vou indo e vocês me encontram lá.

– Espera, você não pode ir sozinha lá - eu disse por impulso. Ela sorriu como que dissesse “eu sei me cuidar”. Eu não tinha dúvidas disso.

Alanis fechou a porta e chamei Dean mais uma vez. Colocamos os sapatos e saímos. Não queríamos perder tempo quando Alanis estava lá sozinha mesmo que ela pudesse se proteger sozinha. Por que eu tinha essa necessidade de me preocupar com ela quando acabamos de conhecê-la? Eu não sei, só parecia instintivo. Coisa de caçador.

Chegamos novamente no galpão e nos escondemos atrás dos pilares com as armas prontas. Dean fez o sinal e nós entramos. Nenhum sinal do Ghoul ou Alanis.

– Me solta!!- era a voz gritada de Alanis. Ela devia ter sido pega pelo Ghoul.

– Por aqui. - eu e Dean dissemos ao mesmo tempo cada um apontando para um lado.

– Eu ouvi bem, o grito dela vinha daqui.. - Dean apontou para a esquerda.

– Tudo bem, vamos nos separar. Depois nos encontramos aqui no meio. - Indiquei o salão principal onde estávamos. Dean assentiu.

Segui o caminho pela direita. Andei uns 100 metros antes de ver Alanis perfeitamente bem de braços cruzados vindo em minha direção.

– Não se preocupe, ja matei o Ghoul. - ela disse confiante.

– Mas como?

– Arranquei a cabeça dele ué. - ela disse com desdém.

– Você está bem? - perguntei - afinal, você matou um Ghoul sozinha.

– Eu disse que dava conta. - ela sorriu e se aproximou sussurrando em meu ouvido - talvez devêssemos encontrar o Dean, não acha? - me arrepiei inteiro. Não de uma forma boa. Algo estava errado.

– Nós vamos.

– Antes, nós podíamos.. você sabe.. - Alanis sorriu e colocou as mãos ao redor da minha nuca e começou a beijar meu pescoço. - Eu sei que você quer, Sam… Dean nunca saberá.. - eu queria ir atrás do Dean mas algo me impedia ali. Alanis parecia usar palavras que grudaram meus pés no chão. - Me beije, Sam. - ela sussurrou em meu ouvido e depois mordeu o lóbulo da minha orelha e eu me aproximei dela com nossos lábios quase encostando.

– Sam, encontrei ela. - ouvi Dean gritar. Encontrou ela? Então quem estava ali quase me beijando? Afastei a falsa Alanis e apontei minha arma para ela. - Sam, onde você está? Preciso de ajuda. - ou eu matava Alanis/Ghoul ali ou ela nos mataria.

– Sam, não acredite nele. - ela disse doce. - Eu sou a Alanis. - Algo na voz dela estava me desarmando. Só tinha uma saída: eu tinha que ficar o mais longe possível da voz que queria me controlar. Quando a Alanis/Ghoul falava todo o meu corpo reagia a ela.

Me virei e corri o mais rápido possível. Ouvi a voz verdadeira do Ghoul gritando ou uivando não consegui me decidir.

Achei Dean tentando desamarrar uma Alanis desmaiada presa a uma cadeira. Essa não.

– Alanis? - me aproximei dela vendo seu rosto quase sem vida. De repente paralisei por um momento. Ela estava morta? Eu ja havia enfrentado diversas mortes antes porque essa me abalaria? De repente a imagem da Jess queimando no meu teto apareceu em minha mente. Não sei porquê.

– Sam, me ajude. - Dean gritou e eu sai do transe. Ajudei-o a desamarrar Alanis.

– Ela.. ela está.. - engoli em seco.

– Não sei, mas pude sentir um pulso bem fraco. - olhei seu pulso e era como se sua tatuagem brilhasse de alguma forma. Peguei Alanis no colo e a primeira coisa que faríamos é tirá-la dali. Depois resolveríamos as coisas com o Ghoul. Ela era uma caçadora como nós, havia uma certa empatia de caçador para caçador e nós queríamos salvá-la. - Sam, vamos sair daqui. Depois lidamos com esse Ghoul. - Dean leu meus pensamentos.

Estava com Alanis nos braços e tentei correr para a saída mas o Ghoul com sua aparência e forma de Alanis apareceu na nossa frente. Girei nos calcanhares e Dean passou na minha frente com a arma em punho.

– Acha que isso pode me impedir? - o Ghoul disse com sua voz. - Que refeição deliciosa. - ela/ele lambeu os beiços. - Eu sinto o poder dela querendo explodir. - ela disse com um olhar feroz. - Assim que ela morrer, serei bem mais forte. - Poder? Mais forte? Alanis era caçadora não tinha porquê o ghoul dizer isso a não ser que..

O ghoul gritou algo como “incendia" e de repente todo o estabelecimento a nossa volta explodiu em chamas. Alanis acordou em meus braços puxando o ar ofegante.

– Sam. - ela disse quando nossos olhares se cruzaram. Ela se jogou no chão caindo com um joelho no chão e apoiando com o outro pé. Ela olhou o ghoul e pude ver que o ghoul sentiu medo mas não recuou.

A Alanis falsa correu e as Alanis começaram a lutar.

– Sam, qual é a Alanis? - Dean me cutucou e perguntou pronto para entrar na briga e ajudar.

– Não sei.. acho que é.. - tentei apontar para uma delas, mas elas eram idênticas - não sei. Quer tentar atirar?

– Sem saber qual delas é a Alanis? De jeito nenhum.

Alanis era uma ótima lutadora, provou isso no dia anterior quando derrotou eu e o Dean. Entretanto, depois da pesquisa de Ghouls, sabemos que eles são capazes de copiar as memórias e habilidades. Um clone exato. Ou seja, as duas tinham o mesmo nível de conhecimento de luta.

– Como vamos ajudar? - eu perguntei.

– Alanis! - Dean gritou e uma das Alanis olhou enquanto a outra deu um soco na que tinha olhado.

– Sou eu! Atire nela. - Uma das Alanis disse. O fogo se alastrava pelo galpão. Tínhamos que fazer alguma coisa.

– Você está louco? Não atire em mim, atira no ghoul - a outra disse.

– Quer saber? Atire! - Uma das Alanis disse. O fogo estava derrubando diversos pilares do galpão. Por sorte estávamos bem perto da saída. - Anda, Dean, atira logo. Só espero que atire na certa pelo menos. - Dean estava posicionado para atirar mas um pedaço do teto caiu atrás dele.

– Temos que sair daqui - eu gritei para ele. Olhei para as Alanis e não tinha diferença. Ao lado delas um pedaço da parede estava pronto para cair e detonar as duas, eu tinha que escolher uma pra salvar.

– Atira em alguém logo. - a outra gritou. E a primeira Alanis revirou os olhos, logo depois cruzamos olhares e ela sorriu. Sorriu do mesmo jeito que sorrira antes de sair do nosso quarto então segui meus instintos que gritavam por ela e alguns segundo antes da parede desabar, joguei meu corpo contra o da Alanis do sorriso e a parede caiu.

Caímos já do lado de fora do galpão e o fogo estava se alastrando muito rápido. Corri de volta tentando ajudar Dean que tentava desesperadamente sair de lá mas tinham chamas que impediam seu caminho.

– Tudo bem, Sammy.. - Dean me olhou fundo nos olhos.

– Não, Dean, eu vou te salvar. - tentei esticar meu braço até alcançar o seu.

– Sam, você sabe como é a vida de um caçador - Dean disse tossindo. O fogo só aumentava e ouvimos o teto acima de Dean rachar.

Não sei de onde veio isso mas as chamas baixaram e o calor tinha diminuído permitindo Dean pegar minha mão e eu puxá-lo para fora.

Ouvi o barulho de sirenes, Dean também ouviu e já se levantou com dificuldades mas conseguiu andar até o Impala. Olhei para Alanis que tossia muito por causa da fumaça, presumi. Devia estar fraca de quando o Ghoul se alimentou dela. Dei suporte para ela e fomos arrastados até o Impala. Coloquei-a no banco de trás deitada e dirigi o Impala até sairmos de vista do galpão e dos policias e dos bombeiros.

Parei o carro no estacionamento do hotel em que estávamos e Dean estava tossindo muito por causa da fumaça assim como Alanis também, só que ela tinha o nariz sangrando. Eles estavam melhores do que quando entraram no carro.

Observei atento Alanis que respirou fundo, movimentou os lábios como se recitasse algum tipo de oração ou algo do tipo; observei Dean e ela pararem um pouco de tossir mas seu nariz sangrava mais.

Dean ja estava bem melhor mas Alanis havia piorado consideravelmente e algo me dizia que não era por causa do fogo. Abri a porta de trás e a peguei no colo de novo enquanto ela tossia sangue e a levei para o nosso quarto.

– Dean, ela não está bem. - disse a Dean que bebia água.

– Melhor levarmos ela para o hospital. - ele disse.

– Concordo. E você também. - olhei para ele que estava cheio de fuligem.

– Eu ja estou bem. - ele parecia bem mesmo. Incrivelmente bem. - Parece que o fogo não me afetou, pelo menos não tanto quanto ela. - Ele indicou Alanis. - Eu levo ela no hospital. - Dean anunciou ja pegando as chaves do Impala.

– Não! - Ouvi a voz de Alanis fraca. Ela se esforçou e conseguiu se apoiar nos cotovelos para nos olhar melhor. - Eu já estou melhorando.

– Não, vamos te levar agora pro hospital. Você não vai morrer. - Dean rosnou para ela.

– Dean, por favor - ela tossiu mais sangue - Você curou milagrosamente. - ela afirmou - eu também vou. - Então ela deitou novamente. - só não me levem para o hospital. - ela disse antes de cair no sono.

– Dean, o que fazemos? - perguntei

– Vamos levá-la ao hospital. - ele disse convicto.

– Mas ela disse..

– Eu sei o que ela disse. Assim como também sei o que é melhor para qualquer ser humano que acabou de sair de um incêndio e está tossindo sangue.. Vamos. - Ele se aproximou dela indo carregá-la.

– E se ela não for humana?! - eu disse baixinho. Eu estava tendo essa ideia ja fazia um tempo. O jeito que ela cuidou de mim ontem e o jeito que Dean melhorou rapidamente.

– Como assim? Acha que esse na verdade é o Ghoul e que a Alanis verdadeira ficou no galpão?

– Eu não acho que ela seja aquele Ghoul. - conclui.

– Como assim?

– Talvez, ela seja o líder deles e aquele outro Ghoul era só distração, ou entramos em uma briga de Ghouls, você ouviu como aquele Ghoul falou sobre o tal “poder" dela. - expressei meus pensamentos. - Não devíamos levá-la ao hospital e sim amarrá-la. Pode ser uma armadilha.

– Sammy, não vamos amarrá-la na cama. - Dean disse cruzando os braços e sentando ao lado de Alanis.

– Deveríamos. Como eu disse, pode ser uma armadilha.

– Não é. Ela se sacrificaria para matarmos o Ghoul - Dean disse.

– Era só uma jogada dela.

– Não vou deixar você matar uma caçadora! Muito menos uma gata como ela. - Dean afirmou.

– Tudo bem. Então, nós nos revezamos em vigiar ela até que ela acorde e ai fazemos perguntas. - Dean aceitou o acordo e então esperamos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado da Alanis, eu pessoalmente gosto muito dela.
Não deixem de comentar o que acharam do capítulo
Obrigada por lerem
E até o próximo capítulo :)
De novo FELIZ NATAL!!



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