Rotten Soul escrita por Sially


Capítulo 7
Símbolos


Notas iniciais do capítulo

Oláaa... como vocês estão?
Esse capitulo tem algumas respostas e algumas perguntas novas também, espero que consigam entender tudo. Qualquer dúvida podem me perguntar nos comentários ou MP.
E não deixem de comentar o que estão achando da história :)

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Queria agradecer muito as duas recomendações que recebi, quando eu li devo dizer que parecia uma criança quando ganha um doce hahaha fiquei muito feliz. Muito obrigada mesmo, vocês tem um lugar reservado no meu heart
Boa leitura :)



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Narrador's POV

Ted estava inquieto. Quem teria colocado a marca em Leanne? Ninguém os acharia lá, ele tomou todo tipo de precaução. A garota ja estava dormindo mas Ted não conseguiria voltar ao sono, não depois de ter visto a tatuagem da armadilha do diabo.

Sem saber exatamente o que fazer preparou uma xícara de café e ficou pensando em o que fazer até que teve uma ideia, não era genial mas era o melhor que podia fazer. Subiu até o terraço do prédio que estava vazio por causa da hora. Ted olhou para cima e gritou com toda força que pôde.

– CASTIEL!! - ele respirou fundo e tentou novamente. - CASTIEL, APAREÇA! - Ted arranjaria fôlego para gritar até que fosse suficiente para o anjo aparecer nem que demorasse horas. Aquele anjo idiota pagaria pelo que fez a sua filha.

– O que quer? - o anjo apareceu finalmente atrás de Ted.

– Castiel. - disse Ted respirando ofegante e recuperando a voz depois de gritar tantas vezes. - Pode começar a se explicar.

– Explicar o quê? - Disse o anjo sem alteração na voz.

– Você!! - Ted apontou o dedo no peito do anjo. - Você colocou aquela marca na minha filha. Você não tinha esse direito!

– Eu não sei de que marca você está falando, mas eu não fiz nada. - se defendeu com indiferença.

– Ah, por favor, Castiel, você mesmo disse que “protegeria ela”. - Ted fez aspas com as mãos. - com o tal poder angelical.

– Mas você me proibiu. - Ted falava gesticulando mas o anjo nem sequer se mexia. - Deixei por sua conta. - Ted contestaria mas pareceu verdade.

– Se não foi você, então quem foi? - Ted estava realmente começando a se desesperar. Algum ser sobrenatural mexeu com sua filha bem embaixo do seu nariz.

– Se você quiser, posso entrar na sua casa e tentar captar alguma energia deixada lá. - Ted fez uma careta.

– Você quer minha ajuda ou não? Eu nem deveria estar te ajudando depois de como você me tratou. - o anjo tinha razão e Ted precisava mesmo de ajuda.

– Tudo bem, só espere que eu preciso desfazer alguns símbolos. - o anjo assentiu e sumiu.

Ted voltou ao apartamento, de selo em selo foi riscando e cancelando. Depois de meia hora tirando todos os selos contra anjos, Castiel apareceu.

– Vou deixar claro que é só dessa vez. - Ted quis explicar. Castiel andou de um lado a outro na sala.

– Ele encobriu bem a essência dele. - concluiu Castiel.

– Então não tem como descobrir?

– Shhh.. estou trabalhando. Não é demônio. Se fosse eu teria conseguido sentir. - Ted pareceu suspirar. O anjo foi para a parte dos quartos. - Posso entrar? - perguntou indicando o quarto de Leanne.

– Não. - disse Ted rapidamente.

– Eu não vou machuca-la. - Ted pensou se permitia ou não e acabou por permitir. Castiel entrou e sentiu uma essência estranha o invadir. Não era uma essência longe, era perto. Estava naquele quarto. Era Leanne.

– O que é ela? - Castiel perguntou demonstrando uma mistura de espanto e curiosidade.

– Como assim?

– Ela.. eu acho que ela não é humana. - concluiu.

– Acha que tem algum demônio dentro dela? - perguntou ja quase gritando.

– Quieto, ela está dormindo. - repreendeu - o Castiel. - É estranho, parece ser uma essência conhecida mas nova. Renovada. Não é ruim. Só diferente. - explicou o anjo.

– Mas ela tinha que ser normal. - Ted protestou.

– Você esperava mesmo que ela nascesse normal considerando sua família e seu histórico de garotas? - ironizou o anjo.

– Concerte ela. - Ted mandou.

– Eu não posso conserta-la. Ela nasceu assim, apenas aceite. - Ted discutiria mas a garota se remexeu na cama e os dois prenderam a respiração.

– Castiel, foco. Quem colocou a marca nela? - Ted sussurrou. Por sorte, Leanne tinha se virado de costas na cama sendo possível enxergar a marca. Castiel esticou a mão até tocar na marca. - O que está fazendo? Ela vai acordar. - sussurrou bravo. Castiel afastou a mão e sorriu. - O quê? Quem é ele? Vou mata-lo! - Castiel riu baixo e os dois saíram do quarto. - Anda, Castiel, me diz quem é o idiota.

– Não é ele. - Ted não entendeu. - É ela. - Castiel sorriu de novo. Pegou um papel em cima da escrivaninha e com uma caneta anotou um endereço. - Ela não é dificil de se encontrar. Acho que vai gostar da surpresa. - ele riu de novo e entregou o papel a Ted.

– Surpresa? Que surpresa? Para mim ou para ela? Qual o nome dela?

– Acho que para vocês dois - ele deu uma risada, depois não disse mais nada e simplesmente sumiu.

– Castiel? Castiel?! Droga!! - Ted xingou.

Ted olhou o endereço e considerou ir até la naquele momento mas não queria deixar Leanne sozinha. Ela estava desprotegida. Depois de muito pensar correu para o único lugar que considerava mesmo seguro dentro da casa. O quarto de seu irmão. Destrancou a porta, que era muito bem protegida para que Leanne não a descobrisse, e entrou observando tudo sobre as antigas caças lá. Toda vez que entrava nesse quarto sentia falta de ser um caçador. Pegou a foto em cima da mesinha ao lado da cama e só a observou. Era sua família. Na verdade só uma parte dela. Ted sorriu com a lembrança. Ao mesmo tempo que relembrava as coisas boas, se lembrou das ruins. Todos os amigos que morreram, não valia a pena ser vitima de uma profissão, agora só se dedicava a cuidar de Leanne.

Ted conferiu se todas as armas estavam lá e separou algumas para espalhar pela casa caso precisasse. Talvez fosse muito precipitado e desesperado mas mesmo que fosse uma armadilha contra demônios, onde tinha a armadilha tinham de fato os demônios.

Ted saiu do quarto e decidiu que dormiria e pela manha logo cedo procuraria a pessoa do endereço. Ao passar pelo quarto de Leanne apenas para conferir como a filha estava ouviu-a murmurar algo no sonho. Entrou no quarto para poder ouvir melhor.

– ira.. Kaira… Não, Kaira… - ela resmungou durante o sono. Ted não havia entendido embora reconhecesse esse nome de algum lugar. Kaira. Não era um nome comum.

Saiu do quarto da filha e foi para o seu próprio dormir.

Xx

Na manhã seguinte, Ted acordou com cheiro de panqueca rodeando a casa toda. Levantou e foi para a cozinha.

– Bom dia, pai. - Leanne disse colocando as panquecas no prato. - Eu quis fazer um café da manhã especial porque não gosto quando brigamos. - ela disse um pouco desconcertada.

– Tudo bem, filha, eu acabei perdendo a cabeça também. - Ted disse dando um beijo na cabeça dela. - Você sabe que panquecas curam tudo, não é? - ele perguntou brincando. - Mas, Lee, guarde para mim, preciso sair. - Leanne arqueou as sobrancelhas.

– Onde vai?

– Preciso resolver umas coisas. - generalizou tentando evitar mais perguntas.

– Seu compromisso não pode esperar para você apreciar minhas panquecas? - a garota pediu.

– Acho que não. É muito importante mas prometo que assim que voltar vou comer todas e ainda repetir. - Sorriu e a garota assentiu.

– Tudo bem, Nala pode comer comigo.- A cachorrinha ja despertou com seu nome. - boa sorte, seja lá o que vai fazer.

– Obrigada. Se cuida. - Ted agradeceu por não ter uma filha tão curiosa. Deu mais um beijo na filha e saiu de casa com o endereço em mãos.

Leanne`s POV

Eu normalmente tentaria descobrir ao máximo sobre o que meu pai estava fazendo. Nada passava despercebido para mim. Eu estava assustada demais com tudo o que estava acontecendo.

Assim que meu pai saiu, dei graças a Deus primeiro, porque ele não podia ver o que eu pretendia fazer. Corri para o meu quarto e tirei minha blusa as pressas. Olhei no espelho pela milésima vez para a marca destacada na minha pele clara atrás do meu ombro. O que era aquilo? Passei meus dedos na marca e parecia quase parte da pele. Não estava em alto relevo nem nada. Tive uma ideia, um pouco macabra, mas era uma ideia.

Peguei uma faca na cozinha e tentei cortar a marca porque, afinal, era uma tatuagem então deveria ter alguma cicatriz. Mirei a faca para a marca e fechando os olhos com força pressionei, e o inesperado aconteceu. Com uma mini explosão vinda da marca a faca voou para longe e eu também, por sorte minha cama estava perto então cai em cima dela.

Cai com os braços suportando meu peso. Abri meus olhos e esperei alguns segundos para focar as imagens e foi então que vi: uma outra marca em meu pulso que já estava sumindo. A marca era diferente.

O que diabos era aquilo?

O símbolo era formado por três círculos em espiral interligados.

Antes que sumisse completamente peguei o lápis e papel mais próximo e o desenhei.

Encarei por algum tempo aquela imagem tentando me lembrar se ja tinha visto em algum lugar mas nada.

Tirei uma foto do meu desenho e fui pesquisar por imagem na internet.

Fui no primeiro link e li o que falava.

“ Triskle Celta ou triplo circulo é relacionado a natureza e aos elementos. Representa também e principalmente o corpo, mente e alma; evocam uma aura de mistério e magia. Indica a trindade, especificamente o numero três, muito importante para o povo celta. Na cultura deles, o Triskle Celta é dedicado à Manannán Mac Lir, o Senhor dos Portais entre os mundos.

Portanto, as três pontas do Triskle eram associadas aos Três Reinos ou aos Três Mundos e ao fluxo das estações. E, numa versão moderna, às três fases da Lua vistas no céu: Crescente, Cheia e Minguante.”

Fechei meu notebook com força rapidamente, eu não queria mais ler aquilo. O que era esse símbolo? E por que eu o tinha?

Magia? Isso explicaria tudo o que estava acontecendo comigo mas não explicava uma coisa: a lógica. Magia não existe, só em livros e filmes, certo?!

Olhei meu pulso novamente e o símbolo ja não estava mais lá. Apertei meu pulso para ver se reaparecia mas nada.

Bom, o símbolo apareceu quando eu tentei cortar o pentágono em minhas costas talvez se eu tentasse de novo esse triplo circulo reapareceria.

Peguei a faca e posicionei no mesmo lugar e pressionei com força observando meu pulso. Novamente a faca foi lançada longe e eu na cama.

O triplo circulo estava lá em preto e parecia cintilar por um tempo até que ele foi sumindo igual a ultima vez porém reparei que um dos círculos demorou bem mais para sumir e antes de sumir ficou uma mistura de preto com roxo e assim como os outros sumiu.

Respirei fundo tentando entender tudo aquilo. Comecei a andar de um lado a outro no meu quarto como sempre fazia quando precisava pensar.

Estava muito distraída e em uma das caminhadas bati com o dedo mindinho na quina da cama e cai com meu peso apoiando no meu armário. Xinguei baixo e segurei meu pé machucado. Enquanto o segurava vi uma caixa cair do compartimento de cima do meu armário e esparramar tudo no chão.

– Droga. - xinguei de novo. Nala apareceu na porta do meu quarto provavelmente por causa do barulho que a caixa fez quando caiu. - Culpa sua, Nala. - sorri e fiz carinho nela.

Me agachei e comecei a juntar as coisas da caixa. Eram em sua maioria alguns papéis, trabalhos e provas de escola. Olhei a caixa e no fundo tinha uma caixinha. Peguei-a e chacoalhei para ver se tinha algo dentro e tinha. Eu deixaria lá mas a curiosidade me mataria.

A caixa tinha um cadeado com chave e não estava destrancada como eu desejei que estivesse. Sai pela casa procurando alguma ferramenta para abrir a caixa. Não consegui encontrar nada. Não era possível que meu pai não tinha sequer uma caixa de ferramentas. Bufei e me joguei no sofá da sala.

De repente meu olhos focaram uma porta em especial. A porta que sempre estivera trancada e era meio que área restrita para mim. Meu pai sempre dissera que esse quarto era de um parente que vez ou outra aparecia, ele já disse que era um quarto para me deixar de castigo entre outras coisas. Talvez meu pai dissesse isso porque tinham ferramentas que uma criança não deveria mexer. Eu apostaria nisso.

Fui até a porta e girei a maçaneta. Pela primeira vez ela estava aberta. Destino? Eu não sei e nem pensaria nisso, só procuraria a ferramenta que abrisse aquela bendita caixa.

Assim que abri a porta apertei o interruptor mas não estava funcionando. Aguçando minha visão vi um abajur ao fundo e andando devagar tateado tudo ao meu redor consegui chegar lá e acender o abajur. Bem embaixo havia uma foto do meu pai e um outro homem um pouco parecido com ele. Do lado havia outra também do meu pai ao lado de um carro antigo, eu sabia o nome daquele carro só não conseguia lembrar. Era alguma coisa com “i”. Fui vendo as outras fotos e bem ao fundo havia uma foto já gasta pelo tempo. Um homem de uns 40 anos ao lado de uma mulher loira muito bonita, logo em sua frente havia uma criança de uns 4 anos que tentava segurar um bebê para foto. Por algum motivo eu sorri vendo aquela foto, eles pareciam tão felizes.

Uma outra foto tinha apenas uma mulher sorrindo tímida. Era uma foto pequena. Eu a olhava e mesmo nunca tendo conhecido minha mãe eu tive certeza que era ela. Uma lágrima desceu de meus olhos e eu peguei a foto. Ela tinha cabelos castanho claros, bem mais que os meus. Bochechas rosadas e um nariz que era idêntico ao meu. Eu não era idêntica a ela, sou muito mais parecida com meu pai mas eu podia ver a semelhança, nos detalhes principalmente.

Dobrei a foto e a guardei no meu bolso. De repente me lembrei que estava no “quarto secreto” e meu pai poderia aparecer a qualquer momento. Limpei as lágrimas e segui minha busca pelas ferramentas. Vi umas gavetas e tentei abri-las, algumas estavam trancadas e a ultima abriu, la tinha um alicate grande. Peguei e voltei para o meu quarto, abri a caixa e me surpreendi ao ver o que tinha dentro.

Um pequeno pote de sal, uma pulseira com pingente de ferro e um colar com um pentágono igual ao símbolo em minhas costas. Arqueei as sobrancelhas. Não podia ser, será que tinha algo a ver? Mexi mais na caixa e no fundo havia um papel com um texto em latim. Pelo menos para mim parecia latim, se as aulas que meu pai me obrigou a fazer me ensinaram certo aquilo de fato era latim. Estava escrito algo como "Exorcizamus te, omnis immundus spiritus, omnis satanica potestas…”. Fui traduzindo enquanto lia e deu até um arrepio. Aquelas palavras eram muito fortes.

Olhei a caixa de novo e lá tinha um diário, eu reconheceria aquele diário em qualquer lugar. Então todas as memórias da minha infância foram voltando. Desde as histórias do meu pai até o momento que ele me mandou esquecê-las por completo.

Se magia existia, não dizendo que existe, mas se existisse seria possível que as histórias fossem reais? Esse pensamento passou voando pela minha mente mas não foi despercebido. Eu não retornaria a essas histórias, elas já haviam causado problemas demais.

Coloquei tudo de volta na caixa e tranquei com um novo cadeado que eu tinha a chave. Guardei a caixa em um lugar que só eu conhecia. Muita coisa estava passando em minha cabeça por isso decidi andar com Nala pelo bairro. Seria bom dar uma volta para espairecer e também eu adorava ver as auras das pessoas.

Narrador`s POV

Kaira não parava de pensar naquele símbolo que havia visto no braço da garota: Leanne. O da forca ela já conhecia mas o triplo circulo era estranho. Na verdade até familiar. Já o tinha visto em algum lugar e sabia que ele simbolizava alguma trindade poderosa, mas onde tinha visto?

Decidiu que faria de novo o feitiço. Faziam 10 anos que não fazia. Estava na hora de reviver todo o passado. Preparou tudo e como ainda era o meio da noite até a manhã seguinte estaria de volta em si. Algo dizia que ela teria uma visita inesperada, não tão inesperada assim.

Xx

Ainda era dificil reviver tudo, perder Ulisses de novo e de novo. Kaira já estava acostumada por causa do feitiço mas reviver tudo aquilo sempre fora dificil. Não importava, tinha valido a pena não só por ter visto Ulisses mas porque viu o triplo circulo e se lembrou de onde o tinha visto. Estava no livro da primeira Saleziana quando ela tentara quebrar o feitiço. Entre a maldição e o contra feitiço quase apagado e de fundo, estava o triplo circulo bem a mostra para quem procurasse com cuidado.

Kaira teria pesquisado mais mas sua visita inesperada chegou escancarando a porta.

– Kaira! - ele disse, com uma mistura de fúria e surpresa. Kaira sorriu maliciosa. Não poderia esperar por uma visita tão sexy.

– Olá, Sam Winchester.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, próximo capítulo veremos como será a conversa dos dois, como acham que vai ser?
Novamente, obrigada pelas recomendações e até mais :)



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