Rotten Soul escrita por Sially


Capítulo 5
De mal a pior


Notas iniciais do capítulo

Olaa gente, tudo bem?
Me desculpem a demora, era um capitulo importante então queria me certificar que estava tudo como eu queria por isso o capitulo ficou mais longo.
Obrigada a quem ja está comentando e mesmo quem começou a ler agora; obrigada por estarem acompanhando.
Não deixem de comentar e sem mais delongas..
Boa leitura
Xx



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Narrador`s POV

Kaira estava lendo seu livro favorito, de novo. Nunca se cansava de lê-lo. Ja era de madrugada, era o melhor momento para ler e era bom estar sempre acordada a essa hora pois é nessa hora que todas as criaturas obscuras saem e ela ficava mais poderosa.

Depois de fechar a loja de clarividência e algumas horas de leitura pesada começou a ouvir gritos baixos. Kaira achou que eram apenas os bêbados de sempre então ignorou. Os gritos voltaram e não paravam; ela iria ignorá-los mas um objeto em sua prateleira na dispensa começou a brilhar e aumentava a intensidade proporcionalmente aos gritos e então ela soube que precisava ajudar quem quer que fosse.

Saiu para a rua em busca da pessoa dos gritos e se assustou ao se deparar com uma garota caída no meio da rua convulsionando e aos gritos, que pareciam, de dor.

Ela correu até a garota e apoiou o corpo em seus braços.

– Ó criança, o que fizeram com você? - ela pensou alto enquanto passava os dedos no sangue que escorria de seus olhos fechados. Kaira tentou levantar a pálpebra da garota para averiguar o que tinha acontecido, segundo ela os olhos eram o espelho da alma e se os olhos estavam daquele jeito a alma devia estar quase destruída. Levantou as pálpebras e viu que estavam escurecidas como se fosse de fato um demônio, mas Kaira sabia que ela não era. A garota em seus braços lutou bravamente contra os demônios em sua mente.

Kaira carregou a garota até sua casa/loja e a apoiou no sofá. Recitou algo em latim e de repente a garota não gritava mais. Kaira correu para seu depósito secreto e pegou tudo o que precisaria, inclusive o objeto que brilhara por causa da garota.

A garota não estava mais gritando mas continuava com espasmos, reflexo das convulsões. Kaira rasgou sua blusa e colocou o objeto em cima de seu umbigo, ponto espiritual que um dia a ligou a sua mãe e a todos seus ancestrais. O objeto reluziu e formou uma imagem conhecida para Kaira: a lua tripla; ela sabia o que aquilo significava, era estranho que aquela garota tivesse esse símbolo em seu cerne; um símbolo que remetia ao ciclo de vida de um tipo de criatura que conhecia bem. Ela não teve muito tempo para pensar sobre pois tinha de agir rápido ou a garota morreria.

Kaira retirou o objeto e com uma adaga de prata cortou sua própria mão derramando um pouco de sangue dentro de um cálice que havia separado. Pegou uma pétala de milefólio, flor rara usada por seus ancestrais e antigos povos para cura, encantamento e proteção, jogou junto ao sangue; por ultimo cortou a mão da garota, que começara a tremer por conta das infecções e doenças, deixou pingando algumas gotas de seu próprio sangue à mistura junto de algumas pedras de sal grosso. Levantou o cálice acima da garota e recitou lendo no livro:

– "Sanguis quoque sanguem, animam pro anima concordiam reducit” - Então Kaira apoiou o cálice nos lábios da garota e a fez tomar o liquido deixando algumas gotas finais para que ela pudesse desenhar um pentagrama na testa da mesma, que logo depois de alguns segundos foi absorvido pela pele e não se via mais sangue algum.

Em alguns segundos as feridas que haviam em seu corpo foram sumindo e Kaira suspirou de alivio por tudo ter saído como o planejado. Kaira teria apenas alguns minutos até que a garota acordasse então começou a estudar aquela garota estranha procurando marcas em sua pele, que eram comuns de sua linhagem. Olhou em todos os cantos mas não encontrou nada. Era impossível, Kaira pensou, a família dela, se o objeto apontou certo, era a que mais marcava seus descendentes. Seria possível que tivessem escondido uma criança todo esse tempo? Não! Kaira tentava se convencer, isso é impossível, continuava a debater internamente.

Antes que a garota acordasse teve uma ideia. Se ela fosse quem era, seu passado a entregaria. Kaira não fazia esse tipo de coisa há anos mas não tinha perdido o jeito ainda. Com o corte ainda fresco nas mãos da garota, ela apertou com as unhas as almofadas da mão até que expelisse o sangue novamente. Começou a recitar outro encantamento enquanto o sangue tomava seu rumo, assim como era esperado, o liquido formou primeiramente um laço, como se fosse uma corda. Uma corda, como uma forca. Depois o sangue se mexeu novamente e começou a formar um arabesco com círculos incompletos mas antes que se formasse por completo a garota acordou em um pulo e Kaira não pôde definir o ultimo símbolo, tinha uma ideia, mas tinha que ter certeza. Parecia ser um dos símbolos mais importantes que ja vira em sua vida, mas ficou na incerteza.

– Onde eu estou? O que está acontecendo? Quem é você? - A garota jogava perguntas conforme ia tomando mais a consciência do que estava acontecendo. Ela colocou as mãos nos olhos. - Eu consigo enxergar novamente! - ela disse entusiasmada. - Ou será que aquilo era só uma visão? - pensou alto.

– Não se mexa, criança - Kaira alertou se levantando para pegar mais um ultimo ingrediente de sua dispensa. - Você ainda está sendo curada. - A garota olhou suas próprias mãos e viu sangue nelas. Com um grito de susto quis saber o porquê de ter sangue nas mãos achando que Kaira havia a machucado. - Quando te encontrei você estava com os olhos pretos e tinha sangue escorrendo no seu rosto. Não tive tempo para limpar isso. - A garota assentiu tentando entender tudo o que estava acontecendo. Kaira lhe entregou um lencinho para que limasse o rosto.

– Minhas roupas.. o que aconteceu com minha blusa? - ela perguntou vendo sua blusa rasgada ao meio.

– Precisei tirá-la rápido para conseguir te curar. Se não fosses por mim, garota, estarias morta. Você tem muita sorte de eu estar perto - Kaira afirmou.

– Obrigada, eu acho. - a garota disse baixinho.

– Pode me agradecer falando seu nome completo. - Kaira disse voltando com o saquinho que continha o que queria.

– Leanne Nugent. - disse convicta. Kaira arqueou as sobrancelhas. Foi até a cozinha pegar uma xícara de chá para as duas. Voltou para o cômodo e entregou uma das xícaras a Leanne.

– Conte me mais sobre você, sua família ou sua vida por exemplo. - Pediu.

– Por que quer saber? - Leanne desconfiou. Seu pai sempre dizia para não confiar em ninguém.

– Porque eu acabei de salvar sua vida, se eu quisesse te matar teria te deixado morrer la fora. - Leanne pensou um pouco e acabou por concordar. - Esses jovens, se fosse como antigamente você teria se tornado minha serva só por eu ter salvo sua vida. - remangou Kaira bebericando seu chá.

– Bom, não há muito o que contar, sou uma garota comum. - Leanne negaria até a morte seu dom especial.

– E seus pais, quem são?

– Meu pai se chama Ted Nugent e minha mãe… não sei ao certo, é um assunto que evitamos falar em casa. - Leanne não entendia o porquê, mas sentia a necessidade de contar tudo para essa mulher.

– Mas você nunca teve curiosidade? - Leanne se lembrou de uma única vez em que brigou feio com seu pai. Quando encontrou o diário de sua mãe e seu pai havia lhe proibido de tocar nele de novo, nunca viu tanta dor nos olhos do pai ao lembrar da mãe falecida. Seu pai usou a oportunidade também para contar que a mãe morreu em um assalto á casa antiga. Os dois choraram muito naquele dia e Leanne se prometeu nunca mais fazer o pai chorar daquela forma.

– Não. - mentiu - Só sei que ela morreu quando eu tinha apenas 6 meses. - 6 meses?!, ponderou Kaira. Ela conhecia as marcas e elas estavam la para serem analisadas.

– Você tem olhos bonitos, Leanne. - observou Kaira. - parecem tão familiares. - Kaira comentou quase em provocação para ter confirmação se ela sabia quem era. Kaira sabia muito bem a quem aqueles olhos pertenciam.

– Acho que eram da minha mãe porque meu pai não tem olhos verdes como os meus. - A garota sorriu. - mas obrigada. - concluiu que ela não sabia. - Ei, você não disse o porquê de eu estar aqui! - Leanne comentou irritada por só ela estar falando. - Quem é você? Por que eu estou te contando tudo isso? - Kaira suspirou e respondeu.

– Porque coloquei uma erva em seu chá que te faria responder tudo o que eu perguntasse, não te obrigando mas te tornando mais suscetível. - explicou Kaira com simplicidade.

– Você, o quê? - ela jogou a xícara no chão e cuspiu o resto de chá que havia em sua boca. - Você é maluca. - disse Leanne se levantando para correr daquele lugar.

– Leanne, você não quer respostas? - Kaira perguntou, ela sabia muito bem onde e como pressionar, com um mexer de mãos tudo começou a vibrar e tremer dentro da casa. Leanne se voltou para Kaira e esperou ficando com medo da mulher.

– Você não se acha normal, acha querida? - Kaira perguntou sorrindo como se soubesse mais que a própria garota e de fato sabia. Kaira riu - Veja, eu te conheço a poucas horas e sei mais sobre você do que você mesma descobriu em 18 anos. - Leanne a encarou completamente sem reação. - Não me olhe assim, sou mais velha e mais perceptível - Leanne arqueou as sobrancelhas vendo a mulher a sua frente que não aparentava ter muito mais anos que ela. - Não se engane por meus cabelos pretos compridos, pele macia e voz doce - se gabou - sou um pouco mais velha do que seus olhos te permitem ver.

– Do que você está falando? - Leanne mexeu a cabeça afastando os pensamentos - Eu sou normal. - Leanne gritava tentando convencer mais si mesma do que a mulher.

– Eu sou Kaira. - a mulher disse e com mais um movimento de mãos tudo parou de se mexer no cômodo, inclusive Leanne que ficou imóvel. Paralisada. - Sua mal educada, nem perguntou meu nome. - Kaira resmungou.

– Eu só quero ir para casa. Eu não estou entendendo nada. - Leanne se lamentou lembrando-se de todos os acontecimentos da noite.

– Parece cansada, criança. - Kaira se sentou na poltrona enquanto Leanne continuava paralisada.

– Eu passei por muita coisa. - ela contou contra a vontade. - Droga, por que ainda estou falando com você?

– Não resista as ervas, meu amor, vocês jovens de hoje em dia aceitam qualquer tipo de bebida de estranhos, seu pai nunca te ensinou a não tomar bebida de estranhos? Aliás, vocês ingerem todo tipo de droga, por que não a minha? Até fiquei ofendida. - Kaira fingiu tirar uma lagrima dos olhos.

– Eu ja não sei mais o que é real. - Leanne jogou tudo para fora em uma única frase que resumia os últimos dias.

– Hmmm… Interessante. - Kaira apoiou os cotovelos nas pernas.

– Quando ele chegou na cidade… está me confundindo inteira. - Leanne remexeu a cabeça tentando lutar contra a vontade de falar. - Faça isso parar…. - gritou, estava começando a suar frio antes de falar mais - As áureas já estão confusas, sem seus padrões.

– Áureas? - Kaira se aproximou da garota analisando ela de perto. - Você vê áureas? - Kaira pareceu realmente intrigada, a garota assentiu contra sua vontade. - Mas isso é impossível… - comentou consigo mesma. - Não se vê esse tipo de dom há uns 1000 anos no mínimo, a não ser que… - ela pensou mais um pouco. - você deveria estar morta, querida. - concluiu finalmente com um sorriso que arrepiou Leanne dos pés a cabeça.

– O quê? - Leanne disse entorpecida, agora, pelo medo.

– Bom, sua mamãe já assumiu esse papel por todos vocês, mas quem é sua mãe? Ela tem que ser a melhor! Te escondeu todo esse tempo… - Pensou por um tempo mas Kaira logo se irritou por não saber quem era a estranha garota que encontrou na rua. - Me diga quem é você!! - gritou Kaira chegando mais próximo de Leanne e apertando as bochechas da garota com suas unhas grandes. - Já sei. - Kaira sorriu e desparalisou o braço e mão de Leanne; e fazendo o sangue voltar a fluir pelo corte que antes estava cicatrizado ouviu um grito fraco vindo da garota. - Lee, é só um cortezinho. Você supera. - recitou o encantamento e esperou o sangue seguir sua rota. Novamente formou a corda da forca primeiro e depois formou o segundo símbolo. Um triplo circulo. - Essa não. - disse Kaira demonstrando verdadeiro medo na voz. Ela foi se afastando de Leanne com o medo transparecendo em seus olhos.

Kaira se viu presa em uma visão, reflexo do poder auto protetor da garota, o símbolo a protegia de qualquer um, inclusive a própria Kaira. Ao fim da visão, Kaira estava ofegante vendo pedaços de um futuro/passado incerto de Leanne.

– Ele te tocou, não tocou? - ela perguntou ainda ofegante.

– Quem me tocou?

– Ele tem te perseguido… o símbolo. O que eu estou perdendo? - Kaira não entendia como tinha tanta informação mas não pudesse as conectar. - Leanne Nugent. - Kaira gritou assustando a garota. - Nomezinho horroroso seu pai arranjou, hein? - Kaira riu - Mas que criatura estranha, você é, não? - Kaira a deixou relaxar do encantamento de paralisia - O pentagrama que fiz em você irá te proteger. Tome cuidado. - ela disse séria. - E tente não morrer, por favor, a séculos espero uma criaturinha tão peculiar quanto você. - Leanne achava ela louca, insana. Não falava nada com nada.

– Você é louca! - gritou Leanne. - eu só quero acordar desse sonho estúpido. - reclamou novamente mexendo nos cabelos com raiva. Kaira abriu um sorriso de orelha a orelha que tinha até um ar meio demoníaco.

– Tudo bem. Boa sorte, querida.

Então Kaira empurrou a garota que caiu gritando até atravessar o chão e submergir nas ondas mais profundas do subconsciente.

Leanne’s POV

– Tudo bem. Boa sorte, querida. - ela disse antes de me empurrar e eu sentir cair e tudo girar.

Sabe aquela sensação que se tem as vezes de que está caindo e você acaba pulando na cama. Então, isso acabou de me acontecer a diferença é que eu pulei tão alto de susto que acabei caindo da cama e batendo a cabeça.

– Lee… - meu pai chegou correndo e se apoiou na porta preocupado. - ouvi um barulho.

– É, eu cai - disse passando a mão na cabeça onde havia batido na quina da cama.

– Mas foi um barulho bem alto… - ele comentou

– Acho que foi o barulho do meu crânio se quebrando - ironizei.

– Exagerada. - ele sorriu e se aproximou agachando ao meu lado no chão - me deixa ver isso ai. - colocou a mão onde antes estava a minha e tentou sentir meu machucado. - tem um bom galo aqui, vou pegar gelo pra você. - ele saiu e voltou alguns minutos depois com um saco e gelo dentro. - Teve um pesadelo? - ele quis saber. Não tinha sido exatamente um pesadelo mas a intensidade dele o fez quase um pesadelo de tão real. Mas eu já estava acordada, sabia que tudo não passara de um sonho.

– Err… pai… - comecei sem jeito, ele indicou que eu prosseguisse. - Bom, como eu cheguei ontem aqui? - eu não lembrava de quase nada, como havia parado em minha própria cama?!

– Bom, você entrou pela porta, cedo até, achei que fosse demorar mais na Serena. Ah, e não se preocupe, Lee, amanha de manhã pego o seu carro. - ele me avisou.

– Meu carro? - como eu voltei?

– Sim.. ahh, então a senhorita é daquelas que bebe e não se lembra no dia seguinte. - ele riu e me cutucou provocativo - bom, você disse que veio com um amigo porque tinha bebido um pouco e não quis dirigir. - eu bebi? Só eu que não me lembrava dessa parte?

– Certo. - preferi concordar. Logo a expressão do meu pai ficou séria.

– Lee, se você estiver com algum problema e estiver tentando escapar com a bebida, é melhor me falar, sempre resolvemos tudo junto. - ele agora sentou ao me lado no chão - Não me importo que beba vez ou outra, eu sempre fazia isso, mas se virar um hábito ou válvula de escape, converse comigo, sim? - ele perguntou sério e eu assenti.

– Sonhei com a mamãe. - disse de uma vez. De repente meu sonho foi tomando forma e me lembrei de ter revivido a noite com minha mãe. Não exatamente com ela, mas com o diário dela. Meu pai suspirou pesado.

– É por isso que anda bebendo? Por causa da sua mãe?

– Claro que não, pai! Eu nem gosto de beber. - me irritei com ele usar tudo como desculpa para eu ter bebido ontem, coisa que eu nem sequer me lembrava. - Só comentei que sonhei com ela. Aiiii…- grunhi quando a pressão da sua mão com o gelo sobre meu galo se tornou mais forte.

– Desculpe. - ele tinha uma expressão séria e triste. - talvez seja minha culpa, não agi corretamente com você sobre sua mãe… e eu.. - ele se tornou mais triste. Eu não aguentaria uma conversa daquelas àquela hora.

– Pai, não precisa…. eu sei que você fez de tudo, alem de tomar o lugar dela sendo minha mãe e meu pai. Você não sabe o quanto eu sou grata - abracei ele instintivamente que correspondeu de imediato. Algumas lagrimas rolaram, apenas por lembrar tudo o que ele abriu mão por mim. Eu era muito orgulhosa dele. - bom, chega de gelo. - peguei o saco com o gelo e me levantei para jogar na pia do banheiro.

– LEANNE! O que é isso? - meu pai gritou.

– O que? Tem algum bicho aqui? - perguntei ja mexendo em meu cabelo.

– LEANNE, fala agora onde você fez isso!! - ele vociferou.

– Pai, do que você está falando? - gritei de volta sem entender. Meu pai se levantou pegando um espelho pequeno em cima da minha cômoda e o posicionou nas minhas costas de forma que eu conseguisse ver. Estava com um pijama de alça então parte das minhas costas estava descoberto.

– Leanne, quem te deu autoridade para fazer qualquer coisa desse tipo? - observei melhor a imagem refletida no espelho e ora eu via ora não. Dependendo da luz. Definitivamente não parecia uma tatuagem. Atrás do meu ombro havia a imagem de um pentagrama com um circulo em volta com detalhes que pareciam ser tentáculos nas bordas do circulo. Como aquilo havia parado ali?

– Eu não tenho a menor ideia de como isso parou ai, pai. - disse convicta.

– Não minta para mim, Leanne. Eu nunca te escondi nada. - ele continuou com o tom sério.

– Eu juro pai e olha.. está sumindo. - disse enquanto tentava tocar na marca e definitivamente estava sumindo mesmo. E como mágica o símbolo sumiu de vez. Meu pai saiu de um semblante carrancudo para um mais compreensivo, não entendi exatamente o motivo da mudança rápida de emoção, mas não falei nada.

– Mas…. - ele contra argumentou

– Eu sei, é impossível… - já estava me preparando para fazer um discurso que pudesse acabar expondo meu verdadeiro dom.

– Volte a dormir, Leanne. - ele disse com autoridade, me surpreendendo.

– Mas pai… eu

– Eu disse, volte a dormir, Leanne. - ele repetiu mais autoritário. Quando ele estava daquele jeito era impossível discutir. Poucas vezes ele havia ficado realmente assim e quando ficava, eu tinha medo. O olhar era quase.. assassino.

– Tudo bem. - joguei o gelo fora e voltei para a cama.

– Boa noite. - ele disse ja da porta e a fechou atrás de si.

Fiquei algum tempo pensando sobre tudo aquilo desde a minha mãe até aquele símbolo estranho que apareceu do nada, mas nada explicava e encaixava as peças. Prometi a mim mesma que procuraria mais no dia seguinte. Por fim acabei dormindo.


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Notas finais do capítulo

Eai gente, o que acharam? Algum palpite sobre o que a Leanne é?
Quero saber tudo, o que estão achando, suas teorias mais malucas, TUDO...
Hahaha Então não deixem de comentar e até o próximo capitulo
Xx



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