Rotten Soul escrita por Sially


Capítulo 4
Perdendo o controle


Notas iniciais do capítulo

Olaar, primeiramente mil desculpas pela demora, eu fiquei um pouco perdida enquanto estava escrevendo e tive que pensar melhor em como faria. Vou tentar não demorar mais tanto. Esse capitulo vai parecer um pouco repetitivo como vocês vão ver no final mas foi necessário.
Sem mais delongas, espero que gostem e boa leitura
E não deixem de comentar :)
Xx



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Leanne’s POV

Vazio. Era como eu sentia minha mente.

– Leanne? Ah, meu Deus! - ouvi Serena se desesperar. - Acho que vou ligar para o pai dela, mas ele vai me matar. - divagava.

– Ela já vai acordar. - ouvi a voz dele inalterada, que me deu calafrios.

Eu não tinha forças para abrir os olhos ainda, mas eu sentia que ela estava vindo. Senti o ar em meus pulmões, depois a voz de Serena desesperada ficou cada vez mais alta até que finalmente consegui abrir os olhos.

Ela acordou.– Ele afirmou. A voz dele não era doce ou viciante, era amarga e forte, em tons de grave e era fogo ao mesmo tempo quando a ouvia era como se quebrasse um gelo. Era difícil de explicar.

– Leanne do céu, nunca mais me mate desse jeito. - Serena veio até mim e me abraçou. Com o corpo meio mole não consegui retribuir da maneira correta. - O que aconteceu? - ela me soltou e entregou um copo de agua. Tomei de uma vez antes de dizer:

– Não sei, só apaguei. - isso nunca tinha acontecido.

– Que bom que Cristian conseguiu te pegar a tempo.

– Ele o que? - engasguei com a água.

– Te pegou antes que caísse no chão.

– Certo. - foi o que consegui pronunciar.

– Você está bem? Não é melhor ir ao hospital ou ligar para o seu pai? - neguei com a cabeça. - Tem certeza? - ela estava preocupada. Assenti. - Bom, ja que está tudo bem vou pegar algo para comermos e colocamos o filme. - Serena disse e foi para a cozinha.

– É melhor você ver um medico. - a voz soou.

– Eu estou bem. - encarei Cristian. Dessa vez tentei prestar atenção em todos os detalhes e merda, ele era bonito mesmo e tinha algo muito atrativo. Seu olhar, seu cheiro era difícil dizer. parecia que ele só era atraente de uma forma ruim como se ele despertasse o mais sombrio nas pessoas e essa parte se atraísse por ele. Ele definitivamente seria difícil de decifrar.

Tentei enxergar através de sua áurea e…. NADA. Nunca tinha nada, nem que fosse uma cor, alguma coisa normalmente era visível aos meus olhos. Tentei me concentrar de novo e como se ja esperasse não vi nada. Me senti um pouco cega sem conseguir vê-la. Talvez ele só tivesse uma áurea mais misteriosa/escondida - talvez ele não tivesse áurea - uma vozinha se atreveu a pensar.

– Quem é você? - pensei alto e antes que eu percebesse já tinha falado. Tapei a boca ao mesmo tempo.

– Quem sou eu? - ele sorriu macabro. - A pergunta que não quer calar mesmo é quem é você.

– Como?

– Não sou eu que sou o monstro que lê almas. - Ele riu provavelmente da cara de desgosto que fiz - é até interessante. O que você vê em mim? - eu fiquei sem responder, estava paralisada demais com a confissão dele sobre minhas habilidades.– Diga Leanne, quem é você?

Essa pergunta se perdurou em minha mente nos primeiros anos que descobri esse meu poder. Na verdade todos os dias. Eu achava que tinha algum problema, mas após alguns anos acabei me acostumando e vi o poder como um dom e isso têm me ajudado a entender melhor as pessoas. Eu imagino que isso me tenha tornado especial e tem o propósito de me fazer ajudar os outros e é o que tenho feito quando posso. Nunca contei para ninguém sobre isso.

Serena voltou e voltei a realidade fora de meus devaneios.De repente a campainha tocou.

– Ahh, acho que ele chegou. - Serena bateu palmas e foi abrir a porta. - Oi, Chase! - ela abraçou o garoto. Chase? Eu mataria ela. O garoto entrou no cômodo, cumprimentou Cristian e veio até mim.

– Oi, Leanne. Está linda por isso que seríamos um casal perfeito. - ele piscou e sorriu cortês e me puxando para um abraço. Esperei a descarga elétrica que ele me passaria mas nada aconteceu de novo. Arqueei as sobrancelhas, como eu não senti? Ele é a pessoa mais transparente que já conheci, até quando eu estava distraída a áurea dele era gritante e impossível de ser ignorada. Me esforcei para vê-la e nada. Não tinha nada em cima da sua cabeça. Nem uma imagem ou cor. Eu estava realmente começando a me preocupar.

– Chase. - o cumprimentei retribuindo o abraço. Assim que ele se sentou ao meu lado Serena colocou o filme e apagou as luzes. Todos naquela minúscula sala sabiam que ninguém prestaria atenção na droga do filme. - Eu vou matar você! - sussurrei para ela que estava em meu outro lado.

– Eu sei que você disse para não chama-lo, mas ele gosta tanto de você e eu sempre shippei vocês. - ela disse com os olhos brilhando.

– Shi… o que? - perguntei sem entender. - tipo um barco? Serena, você tem problema. - conclui.

– Shippar. É quando você quer que um casal fique junto. - ela disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Acho que minha resposta a essa explicação ficou estampado em minha cara porque ela fez uma careta - ai, assista ao filme, depois você me agradece.

– Acredite, eu não vou agradecer. - então voltamos nossa atenção para a televisão.

Chase ficou o tempo todo tentando me agarrar no sofá e toda vez eu afastava suas mãos tão rápido quanto ele tinha as colocado.

– Chase, pára. - reclamei. Ele continuou pondo suas mãos em minha cintura. Virei bruscamente e segurei suas duas mãos com força. - Chase, não me faça te obrigar a parar. - Chase sorriu largo se aproximou do meu ouvido e sussurrou:

– Leanne, se você pode ver quem eu sou por que eu não posso ver você também? Uma troca justa, não acha?

– O-o quê? - falei, quase gritei de espanto. Meus pêlos estavam todos eriçados. O que estava acontecendo ali? O que eu havia perdido? Pelo jeito todos ali sabiam do meu segredo mas como? - Chase, m-mas… - eu estava sem palavras. Literalmente. Uma risada diabólica soou do fundo de sua garganta e de repente ela foi acompanhada pela risada de Serena que me encarava com desprezo. Os dois riam de mim e começaram a rasgar partes de minhas roupas e eu estava ficando exposta. A sala tinha escurecido por completo e só havíamos nós três comigo no centro de pé sendo humilhada/debochada.

– Então, Leanne, se mostre para nós! - gritava Serena para mim.

– Queremos ver o tem ai dentro- gritou Chase por vez tirando uma faca de algum lugar que não consegui ver. Uma faca? O QUE DIABOS ESTAVA ACONTECENDO?

De repente eu pisquei e quando abri os olhos a sala havia voltado para o que estava antes. Todos assistiam o filme como se nada tivesse acontecido, mas tinha acontecido? Com o susto da mudança de ambiente acabei por cair do sofá, de cara no chão.

– Lee? você está bem? - Serena se assustou e sentou no sofá ja me analisando. Não respondi.- Acho melhor você ir para casa e amanhã consultar um medico. - ela colocou as costas da mão em minha testa medindo a temperatura.

Me esquivei de sua mão e levantei com um pouco de dificuldade. Me sentia fraca, talvez fosse alguma gripe. Olhei a sala e… Cristian! Cristian não estava lá. Procurei ele mas não o achei.

– Onde está Cristian? - falei soando um tom autoritário demais. Pigarrei e tentei de novo mais suave - Cristian foi embora?

– Não, ele foi no banheiro. - Serena deu de ombros.

– Você não viu? Passei na sua frente. - ele disse atrás de mim. De onde ele havia surgido?! Olhei para ele que esfregava a mão uma na outra ainda molhadas.

– E-eu… - como se não bastasse tudo eu ainda estava com um problema fonético. Genial, Leanne!

– Eu levo você para sua casa, Leanne. - Cristian se ofereceu, mas parecia mais uma ordem.

– Eu estou de carro. - tentei argumentar.

– Não vou deixar minha amiga ir para casa dirigindo nesse estado. - Serena se adiantou. Era uma batalha perdida. Pelo menos esse tempo que eu passasse com Cristian poderia ser a chance de ver quem ele realmente era. De fato algo era estranho nele.

– Certo, só me deixe pegar minhas coisas. - falei suspirando derrotada.

Peguei minha bolsa com tudo o que havia trazido e me despedi de Serena e Chase rapidamente.

– Me avise se você ficar pior e se cuide. - Serena disse em meu ouvido enquanto me abraçava. Assenti. - Cuide dela, Cristian! - ordenou Serena.

Saímos de sua casa e segui-o até seu carro. Arregalei os olhos automaticamente, ele tinha um Maserati.

– Era só o que faltava! - pensei alto.

– O quê? - ele perguntou.

– Nada! - resmunguei. O idiota ainda era rico.

– Pode entrar. - ele disse abrindo a porta do carona para mim. Logo em seguida ele deu a volta e entrou do lado do motorista já dando a partida. - Onde você mora? - ele quis saber.

– Por que quer saber? - Perguntei na defensiva.

– Talvez porque eu precise te levar para casa. - ele perguntou retoricamente.

– 2210 Atlanta St. - Ele colocou meu endereço no GPS e começou a dirigir. Morávamos em Grand Island, NE e eu conhecia a cidade bem eu poderia guiá-lo mas estava muito fraca para ficar falando e se eu começasse a falar acabaria voltando ao assunto que ele abordou sobre minhas habilidades.

Para falar a verdade naquele momento eu não estava muito afim de conversar. Muita coisa estranha tinha acontecido e por mais que quisesse esquecer as imagens estavam em minha memória fresca e eu não tinha imaginado; tenho certeza de que tinha sido real mas quando pisquei tudo voltou ao normal, mas como?

– Leanne, é melhor você ir ao medico mesmo, desmaiar assim do nada e cair ou se jogar no chão não são coisas muito normais, você pode estar doente. - Ou enlouquecendo pensei.

– Como você sabe que eu cai? - interroguei. Eu sei que tinha acabado de conhecer o cara mas eu não conseguia ir com a cara dele. Eu não baixaria a guarda.

– Serena falou.

– Ahh, falando em Serena… - eu não sabia o que dizer exatamente. - o que você está pretendendo com ela?

– Estamos apenas aproveitando a juventude e é o que você deveria fazer também. - ele não tirava os olhos da estrada.

– Você acabou de conhecê-la! - afirmei com raiva. - não pode iludi-la.

– Quem disse que eu estou? - ele se mantia calmo.

Respirei fundo e tentei me manter quieta mas tinha algo me incomodando demais. Olhei para ele e tentei com todas as minhas forças enxergar sua áurea mas não tinha nada lá. Não tinha mais nada!

– Está tentando ver minha alma de novo, Leanne? - ele perguntou dessa vez alterando o tom de voz, mais para um deboche.

– O quê? - perguntei me assustando com a pergunta.

– Isso que você ouviu. Está ficando cega, amor?– ironia.

– O que você sabe? - arregalei os olhos.

– TUDO. - ele virou o rosto para mim e seus olhos estavam completamente negros. - Você precisa morrer. - ele virou bruscamente o volante em direção a um poste de luz na calçada. Segundos antes de bater fechei os olhos e só sua risada ecoava ao fundo.

E novamente após abrir meus olhos tudo estava como antes. O carro intacto seguindo o caminho para a minha casa. O que estava acontecendo? Eu estava perdendo a sanidade.

– CRISTIAN! PÁRA! - gritei fechando os olhos com medo de abri-los e ver que estava em outra realidade de novo.

– O que foi? - ele perguntou preocupado.

– Você! - o acusei - Você sabe de tudo e está fingindo. - joguei minhas desconfianças em cima dele.

–Do que você está falando, Leanne? - agora ele parecia bem mais nervoso.

– PARA DE FINGIR! VOCÊ FICA FALANDO QUE SABE QUE EU VEJO ALMAS E FINGE QUE NÃO SABE. - ainda estava com os olhos fechados com força e tapei os ouvidos também. Não queria ouvir mais mentiras. Um apito ao longe começou no fundo da minha cabeça e aumentava gradativamente me enlouquecendo.

– Leanne, eu não tenho a menor ideia do que você está falando, pelo amor de Deus. - ele devia estar mentindo, é o que ele estava fazendo o tempo todo.

– QUE DROGA CRISTIAN, PARA DE MEXER COM A MINHA MENTE. - gritei. O barulho continuava. - PÁRA O CARRO. AGORA.

– Não, Leann…. - ele tentou contestar.

– PARA O CARRO AGORA, CRISTIAN! - ordenei.

Assim que senti ele desacelerar, o barulho estava insuportável então não esperei ele parar o carro por completo apenas abri a porta do Maserati e me joguei no asfalto. Senti que havia ralado algumas partes da minha pele mas eu precisava ficar longe dele. Ele era o problema. Pelo menos era isso que meus instintos me diziam. Ou será que eu estava apenas ficando louca de vez? Dizem que habilidades como a minha vêm com algo ruim para equilibrar, um efeito colateral, talvez fossem essas alucinações o meu karma.

Engatinhei no asfalto para o mais longe do carro e dele. Ouvi a voz dele no fundo gritando meu nome mas ja estava fora de sua visão. Sem que eu percebesse eu estava com os olhos fechados de novo. Tentei abri-los mas não consegui. Foi quando eu entendi, eu estava com os olhos abertos mas não estava enxergando, estava de fato cega.

– Alguém? Ajuda! - comecei a gritar. - Por favor. - eu já não estava me importando com Cristian, eu estava cega de uma hora para a outra. O som em meu ouvido começou a ficar agudo tão agudo que acabou por tirar minha consciência.


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Notas finais do capítulo

Eai o que acharam?
O que vocês acham que está acontecendo com ela?
Até mais
Xx



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