Rotten Soul escrita por Sially


Capítulo 3
Sinestesia


Notas iniciais do capítulo

Olaa
Nesses primeiros capítulos vou mais apresentar os personagens.
Espero que gostem
Nao deixem de comentar, adoro saber o que vocês estão achando.
Boa leitura
Xx



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/572512/chapter/3

Narrador`s POV

Ted saiu debaixo da mesa que usara para se proteger do vidro estilhaçado.

– Eu fiz uma pergunta. - ele voltou a falar.

Não houve resposta. Ted ja estava ficando irritado com essas visitas ocasionais. Sem respostas e explicações Ted ja havia pego um pedaço de vidro e ia se cortar para conseguir o sangue e fazer o selo mas entao ele falou.

– Não faça isso. Estou tentando falar com você a meses.

– Eu sei. - disse Ted com o caco de vidro a ponto de rasgar sua pele branca. - Acha que nao estou tentando te evitar a meses? Ja disse que cansei dessa história. Nao sou mais caçador. Pegue seus problemas de anjo e resolva você mesmo.

O anjo suspirou com tal declaração de raiva do antigo amigo.

– Tem sido dificil para ele. Isso deveria te preocupar, nao acha? - o anjo perguntou mas Ted mostrou indiferença.

– Nao, sai dessa vida. Ficar nela foi escolha dele. Agora, será que você pode sair da minha casa? Sua presença pode me fazer ter que mudar de novo, você sempre deixa rastro.

– Nós fomos amigos, mas eu ainda sou mais forte que você. Nao me teste. - o Anjo advertiu. - Nao posso ir ainda. Vim buscar uma arma rara, uma das que está com você.

– O que agora? - disse Ted cínico. - Virou a empregada dele?

– Nao, virei parceiro coisa que você deixou de ser anos atrás, quando o abandonou. Agora, pelo menos, ele tem em quem confiar. - respondeu o anjo com voz autoritária. Ted desviou o olhar, só ele sabia o quanto aquilo estava certo, ele havia abandonado, mas era a vida que ele sempre quis.

– Do que ele precisa? - perguntou Ted com relutância.

– Da espada que mata dragão.

– Nao toque em nada! - ordenou Ted que logo foi ao quarto vazio, um quarto a mais que ele sempre exigia ao comprar um apartamento/casa nova, Leanne nunca entendera o o porquê, achava que era de algum tio distante que poderia fazer visita, buscar a espada.

O anjo ficou observando as fotos que estavam expostas na sala de estar, nao podia deixar de notar a semelhança com o parceiro e Ted. Em uma foto tinha Ted e a garota em seus 12 anos abraçados, em outra mostrava a garota ja bem maior com um cachorrinho em mãos; definitivamente ela era filha de Ted. Sentiu a presença da espada, ou seja, Ted ja havia voltado.

– Qual o nome dela? - o anjo perguntou.

– Nao disse que nao era para tocar em nada?

– Nao toquei, apenas perguntei. - o anjo ainda olhava a foto do cachorrinho.

– Leanne. - Ted disse de mal gosto. O anjo sorriu.

– Existe uma profeta com o nome dela. - o anjo sorriu.

– Não é ela. - Ted se apressou em dizer.

– Calma. Sabe, ela tem o mesmo olhar dele, ela tem o direito de conhecê-lo.

– Quem decide o que ela tem direito ou não sou eu.

– Ted - o anjo revirou os olhos como de costume quando dizia o nome falso. - ela sabe?

– Nao.

– E se vierem atrás dela? - o anjo pegou a espada analisando-a.

– Nao virão e caso, eventualmente, em uma ocasião com 1% de chance de acontecer eu estarei aqui para protegê-la.

– Só por garantia vou pedir para um anjo ficar de olho nela. - ponderou.

– Nao vai. Tire ela do meio disso tudo. - Ted ja estava se enfurecendo.

– Não é voce quem decide tirar a proteção angelical de alguém, isso cabe a Deus.

– Deus nao existe.

– Quem disse? Você anda bem desatualizado, Ted. Para sua propria segurança sugiro que pesquise um pouco mais.

– Acho que ja está na hora de você ir. - Ted quis encerrar a sessão sobrenatural.

– Ted, eles estão diferentes, bem mais fortes, tome cuidado. Demonios nao são mais como eram em nossos tempos. Isso daqui nao vai te proteger por muito mais tempo. - O anjo disse passando a mão no sal que havia espalhado no chão próximo a porta.

– Ainda protege e é o que basta.

– Tudo bem, Ted. Estou indo. Não diga que nao avisei - o anjo piscou - Obrigado pela espada.

– Nao volte mais, Castiel.

E de repente o anjo havia sumido levando com ele a bagunça que tinha feito. Tudo estava como se o anjo nem tivesse aparecido.

Leanne`s POV

– Serena, eu nao vou gostar dele. - disse afirmando o obvio. - Nao vou gostar de alguém que decide namorar depois de conhecer 3 dias a pessoa.

– Você gosta de mim.

– Eu aturo você. - corrigi vendo um bico se formar na boca de Serena. Ri logo em seguida entregando minha mentira, eu amava ela mas tinham horas que era dificil de entende-la.

Xx

Ja era sexta - feira e Serena passou a semana, literalmente, a semana inteira falando do bendito namorado e o quanto estava feliz por encontra-lo à noite.

– Lee, voce podia ir em casa hoje, ele vai estar lá. Você precisa ver, a sensação de estar perto dele é inebriante. Você vai entender quando conhecer, você vai adorar ele tanto quanto eu mas, por favor, nao tanto, porque ele é MEU namorado hein. - disse ela e riu.

– Serena, nao sei se é uma boa ideia. - cocei a cabeça. Conhecendo a amiga que tinha, eu tinha completa certeza que ficaria sozinha e de vela; e eu nao sou exatamente o tipo de pessoa que gosta de ficar saindo, prefiro muito mais ficar em casa assistindo um filme com meu pai.

– Por favor, você tem que ir. - ela tentou fazer uma cara de cachorrinho pidão. Revirei os olhos.

– O que vamos fazer?- disse aceitando o convite finalmente. Ela sorriu largo e me abraçou.

– Filme, pipoca e namorado? - ela sugeriu.

– Só se for seu namorado.

– Ah, bem que você podia chamar o Chase, ele é apaixonado por você.

– E pela propria imagem. - afirmei.

Chase era tao falso quanto sua beleza. Nunca revelei a ninguém mas sou muito boa reconhecendo as pessoas, eu as olho e tudo fica claro para mim. É quase como se eu conseguisse ver suas essências, suas almas, sempre foi assim. Os que tem uma personalidade mais fechada ou uma áurea mais forte eu não consigo ver nada apenas uma sensação ora boa ora ruim e assim que eu os tocava eu sentia tudo, mas os que tinham áurea fraca, as que eram faceis de penetrar as almas, era bem claro; quase que estampado na testa, se assim posso dizer. As vezes sao apenas cores que saem das pessoas, outras sao imagens que aparecem em cima das suas cabeças mostrando elas mesmas de formas exageradas. Chase era uma delas, eu via em cima de sua cabeça ele mesmo se olhando no espelho, nao é uma imagem nitida, sao sombras de cores variadas.

Ao longo dos anos percebi que as cores mudavam e associei ao humor, mas a essência nunca muda. Serena sempre teve a essência rosa e sua sombra era clara e nitida mostrando uma garota apaixonada que bebia agua, a agua simbolizava que ela era aquilo que se via. Aprendi a ignorar isso, não preciso mais me esforçar para esconder isso dos meus olhos, ja consegui controlar entao só vejo quando quero, a nao ser que seja muito forte ai é impossível de ignorar.

Voltei a falar.

– Se for pra você ficar se agarrando com seu namorado eu nao vou. - disse e cruzei os braços.

– Nao vou. - ela sorriu desviando o olhar - só um pouquinho, mas ele é meu namorado. prometo nao te deixar sozinha. Tem certeza que não quer que eu chame o Chase?

– Tenho, Serena. - encerrei a conversa.

Me despedi e fui para casa. Meu pai ainda estava trabalhando, ele era advogado e sempre viajava muito. Ja estava acostumada. Assim que adentrei o apartamento Nala correu em meu encontro, ela era o Husky Siberiano mais lindo no pet shop, eu precisava compra-la, assim que a vi senti uma ligação com ela, era ainda um filhote entao podia ficar no apartamento, mas logo mudaríamos para uma casa onde ela teria espaço para andar.

Olhei o horario e ainda tinha um tempo até me encontrar com Serena. Levei Nala para passear na rua e depois de longos 5km decidi parar e sentar no banco da praça. Uma das coisas que sempre adorei era apenas sentar e observar a aurea das pessoas, no começo fazia isso para aprender a controlar mas agora é apenas um passatempo.

Havia um senhor de idade no banco ao lado do meu que dava comida aos passaros, olhei sua aurea que era azul e a imagem era dele e de uma mulher abraçados. Ele sentia falta dela, provavelmente ela havia morrido e agora faltava um pedaço de sua alma.

Olhei uma criança que andava com sua mãe, sua aurea mostrava um pirulito. Sorri crianças eram tao inocentes que até suas almas ainda eram inocentes a ponto de nao formarem algo completo para ver.

Voltei para casa e encontrei meu pai com uma torrada na boca, um donut em uma mão e cerveja na outra tentando fechar a geladeira. Nao pude deixar de rir. Ele balbuciou algo indecifrável e eu ri mais ainda indo em sua direção para ajuda-lo.

– Ufa, que bom que chegou Lee. - ele conseguiu dizer quando tirei o donut de sua boca. - Nem sei o que seria sem você.

– Talvez um homem com algumas calorias a mais por comer um donut. - eu disse segurando o alimento.

– Mas eu ainda serei. - levantei uma sobrancelha e mordi o donut me virando e indo para meu quarto. - Ei, esse donut era meu.

– Era! - gritei ja do quarto.

Tomei um banho rapido coloquei uma roupa casual dei uma ultima olhada no espelho e peguei as chaves do carro.

– Onde vai? - meu pai perguntou enquanto assistia o jogo.

– Vou na Serena.

– Nao volte tarde. - assenti e fui para casa de Serena.

Cheguei na hora marcada, toquei a campainha e Serena abriu a porta com o maior dos sorrisos e quando me viu o desfez. Ela provavelmente imaginara que era o Cristian.

– Eu nao sou o Cristian, Serena. - afirmei.

– Eu sei, é que achei que era ele. Estou feliz que tenha vindo - ela me abraçou. Eu geralmente nao gosto de muito contato físico considerando que toda vez que as tocava a descarga de emoções da pessoa passava para mim, mas nao conseguia evitar com Serena ela sempre abraçava a todos. Senti sua ansiedade e algo um pouco estranho relacionado a Cristian. Nao era amor exatamente era algo diferente, magnético. Era essa a sensação que ele passava? Ja nao sabia se estava louca para conhece-lo ou se era o oposto.

Conversei algum tempo com Serena enquanto ela preparava algumas coisas para comer quando a campainha tocou e Serena pediu que eu atendesse porque ela nao estava “pronta" ainda e correu para o banheiro retocar a maquiagem.

– O namorado é seu, Serena, você tem que atender.

– É bom para você ja o conhecer. - ela disse mexendo a mao indicando que eu fosse atender a porta.

– O que eu nao faço por você. - pensei alto.

Destranquei a porta e a abri.

Antes nao tivesse o feito. Assim que o vi a atmosfera inteira mudou, uma sensação vindo do meu âmago me impediu de mexer, a energia que vinha do garoto a minha frente preencheu todo o local. Nao consegui saber se era boa ou ruim, eu podia apostar que era ruim. - Serena brotou do nada ao meu lado gritando o nome do garoto e pulou em seus braços. Eu continuava parada segurando a porta.

Ele era alto, tinha o cabelo cor de bronze. Olhos de um castanho muito escuro quase preto completo, pareciam buracos negros. Tinha um rosto de estilo romano assim como seu corpo, ele definitivamente era bonito, nem sempre ser bonito era bom, afinal pela seleção natural os machos eram bonitos para atrair a fêmea ou a presa.

– Senti sua falta, Cris. - o garoto assentiu e a abraçou novamente. Engoli em seco saindo do meu transe e me afastei um pouco. - Cris, quero que conheça minha melhor amiga, Leanne.

– Prazer, Cristian. - ele esticou a mão para mim. Algo me dizia que eu nao deveria apertar aquela mão mas eu era educada o suficiente para ignorar todas as sensações ruins e apertar sua mão.

– Prazer, Leea… - falei apertando sua mão e assim que a toquei minha voz perdeu força assim como minha energia e consciência. O primeiro toque era sempre o pior porque era quando vinha tudo da pessoa de uma vez e dessa vez nao foi diferente, foi pior. A descarga de energia/choque/emoçao que passou naquele toque fez meu corpo todo reverberar, e nao fui capaz de aguentar me fazendo enxergar pontos pretos até que eles se tornaram borrões maiores e maiores e eu ja nao visse mais nada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eai o que acharam?
Espero que estejam gostando, essa história realmente é um chute no escuro pra mim ja que nunca escrevi historias de fantasia.
Até o próximo capitulo
Xx



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rotten Soul" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.