O dia havia amanhecido nublado, com um céu cinza e sem graça. Eu estava totalmente perdida em meus pensamentos quando Alice apareceu. Ela me pegou pelos ombros, sacudiu e disse:

- O que você vai fazer sobre a história do Emmett Rose?

- Não faço a mínima idéia Alice. – respondi logo em seguida.

- Você pensou em alguma coisa?

- Pensei, em muitas.

- E qual te parece ser a melhor opção?

Virei-me para olhá-la nos olhos e respondi:

- O que me parece ser melhor é ir embora, e nunca mais voltar.

- Mas por que Rose? Você não o ama, é isso?

- Claro que eu o amo Alice. Eu o amo tanto que chega a doer dentro de mim. – respondi de imediato.

- Então o que é?

- Eu não estou pronta para ser morrer e muito menos para ser imortal. – forcei um sorriso para ela – Eu sempre acreditei na eternidade Allie, eu sempre procurei pela eternidade. Mas nunca achei realmente que eu fosse encontrá-la, e parece que eu encontrei.

- Você não está pronta para morrer nem para ser imortal, mas está pronta para perdê-lo?

- Eu... Eu realmente não sei Alice.

- Pense bem Rose, se virar imortal, ainda vai poder ver quem você ama. Agora se for embora, vai perdê-lo para sempre, e não haverá volta.

E naquele instante, foi como se tudo tivesse se encaixado em minha mente. Ele precisava ir embora para ser feliz e não ficar. Se eu virasse imortal, ele teria que ficar e isso não o deixaria feliz. Então eu precisava ir embora.

- Não há mais o que pensar Alice. Eu já decidi. Estou indo embora de volta para Los Angeles.

- Por que você vai fazer isso com ele Rose?

- Eu pensei bem, e isso é o melhor que eu tenho a fazer. – virei-me de costas para Alice, deixando uma lágrima correr por meu rosto – Espero que você entenda. Espero que ele entenda.

- Eu irei entender, porque sempre vou estar com você, não tenho escolha mesmo. Mas acho que ele não vai entender.

- Mesmo assim, eu quero que ele seja feliz.

- Eu sei que quer.

- Agora eu preciso arrumar um desculpa para fazer meus pais me deixarem voltar.

- Fale que a madre superior disse que você não leva jeito para ser freira e que isso fez você desistir de vez.

- Vou falar. – virei-me de volta para ela e disse: - Obrigado por tudo Alice. Vou lá telefonar para minha mãe, será que você poderia arrumar minhas malas?

- Posso sim Rose. Vai tranqüila.

Sorri para ela, sai do quarto e fui em direção ao orelhão do convento.

Peguei o telefone sem olhar para os lados, disquei o número de minha casa e esperei que alguém atendesse.

- Alô? – ouvi a voz aveludada de Edward dizer.

- Edward? – perguntei mais feliz do que eu achava que ficaria.

- Rose? É você maninha? – perguntou ele, aparentemente muito feliz.

-Sou eu sim.

- Ah Rose, como é bom falar com você pequena.

- Também é bom falar com você Ed-boy. – sorri ao pronunciar seu apelido de quando éramos pequenos.

-E então, por que está ligando?

- Ed, a madre superior disse que eu não levo jeito para freira, e isso me fez desistir realmente de ficar aqui no convento. Fale para a mamãe que estou voltando hoje mesmo.

- Ela não vai gostar nada disso.

- Eu sei, mas não me importo. O que posso fazer se não levo jeito?

- Tudo bem então.

- Vou desligar agora Ed, preciso terminar de arrumar minhas coisas.

- Ok Rose, beijo minha nanica.

- Beijo Ed-boy.

Desliguei o telefone e corri de volta ao meu quarto. Quando cheguei lá, vi minhas malas todas enfileiradas em um canto.

- Você já arrumou tudo Alice? – perguntei.

- Já. – ela sorriu satisfeita – Que horas você vai?

- Pelo o que eu sei o trem sai daqui vinte e cinco minutos.

- Então vá lá fechar sua matricula no convento e pegar os papéis com a madre.

- Vou lá.

Fui até a diretoria. A madre veio me atender e eu logo consegui fechar minha matricula. Assinei todos os papéis e ouvi ela dizer: “É uma pena que você tenha desistido, iria ser uma honra ter você como freira nesse convento.” Eu assenti e fui de volta ao meu quarto.

- Estou indo Alice. – falei.

- Ah Rose, é uma pena que você tenha decidido ir.

- Eu sei, mas vai ser melhor assim.

- Bom, vou ajeitar as coisas por aqui e dentro de uma semana me matriculo na Palms High School. É pra lá que você vai né?

- Provavelmente.

- Então... Até semana que vem minha protegida. – ela disse me abraçando fortemente.

- Até, minha anja da guarda.

Nós rimos, e eu sai do quarto mandando um beijo para ela.

Fui até a entrada do convento, onde um táxi que a madre superior tinha pedido para mim me aguardava. Entrei no táxi sem olhar para trás. Quando o carro começou a se distanciar demoradamente, virei meu rosto para olhar o convento e o vi. Uma lágrima correu por seu rosto enquanto ele me olhava partir. Fitei-o até ele sumir. Quando isso aconteceu, voltei meu rosto para frente e me afoguei em um mar de lágrimas que tomava conta de mim.