Depois de alguns minutos de carro até a ferroviária vieram as treze horas dentro do trem. Eu dormi a maior parte da viagem.

Quando eu não estava dormindo, estava chorando.

Depois que desci na ferroviária de Los Angeles, pearei no orelhão e disquei o número da casa de meus pais.

Deu três toques e eu ouvi Edward atender:

- Ed, sou eu... Rose. – falei.

- Oi Rose, onde você está?

- Na ferroviária.

- De Los Angeles? – ele perguntou confuso.

- Não, na da Grécia... Claro que é na de Los Angeles seu tapado.

- Ah, desculpa nanica.

- Tudo bem Ed-Boy, mas será que dá pra você vir me buscar porque está chovendo e eu não estou muito afim de andar na chuva até em casa?

- Já estou indo Rose.

- Estou no Hard Café, dentro da ferroviária te esperando tá?

- Ok naniquinha.

- Até mais maninho.

- Até.

Desliguei o telefone e fui para o café. Parei no balcão, fitei o cardápio que estava na parede e pedi para a garçonete:

- Me vê um café grande com creme e um cup-cake de baunilha.

- É pra já senhorita.

Esperei cinco minutos e meu pedido estava lá.

- São vinte e cinco dólares moça. – me disse a garçonete.

- Aqui está. – eu disse entregando o dinheiro para ela.

Peguei meu café e meu cup-cake e fui me sentar em uma das mesas enquanto uma bandinha tocava uma música agradável que reconheci como Kiss From a Rose do Seal.

Mordisquei o cup-cake e tomei um gole do café. Eu não sentia fome ou sede alguma, só sentia um vazio enorme no coração. Era como se um grande buraco tivesse se aberto bem no meio do meu coração.

Eu sentia tanta a falta de Emmett... Não tinha como explicar.

Fitei o copo de café com a cabeça baixa e minha consciência mergulhada em meus pensamentos. Até que senti um par de mãos quentes cobrirem meus olhos e me causarem um arrepio enorme. E depois uma voz grave e rouca dizer em meu ouvido:

- Adivinha quem é?

- Aí meu Deus... – gritei tirando as mãos de meus olhos – Eu não acredito que é você Jake!

- Eu é que não acredito que é você Rose! – ele disse me pegando em seus braços. Afundei meu rosto em seu peito forte e aspirei seu cheiro amadeirado que eu tanto adorava. Era um cheiro que eu conhecia muito bem.

- Ah, como é bom te ter aqui Jake!

- Eu que diga... Você não sabe o quanto eu senti sua falta. Ter você aqui agora é a melhor coisa que já me aconteceu.

- Também senti muito sua falta.

- Eu achei que você só fosse voltar quando terminasse seus votos de freira... Ou que não fosse voltar nunca. – ele disse tristemente enquanto apertava mais meu corpo contra o seu.

- Eu também achei isso Jake... Mas o que importa é que eu estou aqui agora e não pretendo voltar pra lá nunca. – a última palavra me fazia estremecer.

- Eu ainda não acredito que você está aqui. – ele disse afundando seu rosto em meu cabelo.

 - Mas eu estou meu amo... Amigo! – corrigi rapidamente minha frase.

- Do que você ia me chamar? – ele perguntou olhando em meus olhos.

- De nada.

- Ia me chamar de alguma coisa sim.

- Não ia não Jacob.

- Ia sim... Você ia me chamar de meu amor. – ele disse abrindo um sorriso enorme.

- Não ia não. – menti.

- Eu sei que você ia.

- Claro que não Jake! – menti de novo.

- Calma Rose... Eu sei que você ia, e se você quer saber... Eu ia adorar. – ele admitiu.

- Ia mesmo? – perguntei sorrindo pra ele.

- Ia sim, porque você sabe o que eu sinto por você. – ele disse em tom sério.

- Ah que lindo... Obrigado meu amor. – falei sorrindo.

- Amei o jeito que você falou! – ele disse.

- O jeito que falei o que? – perguntei me fazendo de desentendida.

- O jeito que você me chamou de meu amor.

- Ah é? – sorri maliciosamente pra ele.

- É. – ele sorriu maliciosamente de volta pra mim.

- Hum... Meu amor, meu amor, meu amor, meu amor... – antes que eu terminasse minha frase, Jacob me puxou para ele e seus lábios encontraram os meus de uma forma tão urgente que foi impossível não corresponder. Não que de algum jeito não corresponder fosse possível. Não quando o meu corpo reagia á todos os toques dele.

- Posso saber o que está acontecendo aqui? – ouvi a voz aveludada de Edward perguntar bem ao lado de onde eu e Jacob nos encontrávamos.

Jake separou seus lábios dos meus enquanto eu o empurrava para longe, não que eu tenha conseguido o afastar muito.

Virei-me de frente para Edward e fiquei de costas para Jacob que me envolveu pela cintura, por trás.

- Na-Nada! – gaguejei.

Ótimo Rosalie! Excelente hora pra gaguejar. Paga esse mico mesmo. – dizia minha consciência.

Edward soltou uma gargalhada estridente e depois disse:

- Realmente nanica: Você não leva jeito para ser freira... Mal voltou do convento e já está se agarrando com o Jacob! – ele disse rindo.

- Ah, vá se fuder Edward. – eu disse rindo também. – E vê se para de rir feito uma hiena. – completei em tom mais sério.

- Ah, me desculpe Rose... Mas é que foi engraçado.

- Foi mesmo! – concordou Jacob ainda rindo. Eu lhe dei um tapa e ele parou.

- Bom, acho melhor nós irmos embora agora que os pombinhos já se reencontraram. E também já está tarde. – Edward disse ainda em tom divertido.

- Tudo bem. – respondi e fiz uma cara de: vai na frente Edward.

- Por que foi que você fez essa cara de bunda Rose? – perguntou o tapado que eu chamo de irmão, Edward.

- Ai meu Deus, meu irmão não é um homem, é uma anta. – falei dando um tapa em minha própria testa e depois completei: - Essa cara não foi de bunda, foi pra ver se você entendia que era pra você ir na frente.

- AAAAAH! – ele disse rindo feito um retardado. – Estou indo então. Espero os dois no carro, não demorem e juízo... Eu que saiba que você fez alguma coisa pra minha irmãzinha ouvi Jacob Black?

- Ok Edward, vá pro carro. – respondi já me sentindo enjoada só de pensar na péssima direção dele.

Ele foi indo e eu me virei para Jacob.

- Rezei por tanto tempo pra você voltar pra mim. – ele disse sorrindo suavemente.

- E parece que sua prece foi atendida. – repondi tentando não lembrar do que eu havia deixado pra trás para voltar. Ou melhor, de quem.

- Que bom que foi. – ele disse sorrindo.

Eu retribui seu sorriso e ele puxou meu corpo para perto do seu e me beijou novamente.

Esse beijo havia sido mais demorado e ardente do que o anterior e quando nossos lábios se separaram nós estávamos sem fôlego.

- Acho melhor nós irmos antes que o Ed volte aqui pra nos buscar. – falei pausadamente enquanto respirava.

- É melhor mesmo. – ele concordou ainda ofegante.

Comecei a andar em sua frente até que ele me alcançou e segurou minha mão enquanto nós andávamos.

Parecíamos um casal de verdade. E talvez nós ainda fossemos um.