Ainda existem flores escrita por Detoni


Capítulo 16
Quando de pobre, eu passo a bêbada


Notas iniciais do capítulo

Genteeeeeeeeeeee mais uma recomendação *--------*, Detoni, pare de chorar, pare de chorar.... não da. Cassiopéia, meus sinceros agradecimentos. De verdade fico muitoooooooooo feliz que você tenha recomendado a fic, por isso em sua homenagem fiz um cap grande :3 Agora são duas recomendações hahahha Carp Diem, Cassiopéia, vocês são demais.
Quero agradecer a todos vocês que comentaram e quem quiser seguir o exemplo das dua... em fim aos leitores novos, SEJAM MUITO BEM VINDOS! Viu como eu to feliz? hahahhahhaaha Sem mais enrolações... tchan tchan tchan, espero que gostem. XOXO
— Detoni



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"Pense em toda beleza que ainda resta em torno de você e seja feliz." - Anne Frank.

— Então diretora... tem como? - pergunto. Após conversar com meus pais, todos concordamos que devemos diminuir os gastos. O que da minha parte significa implorar para conseguir um desconto na mensalidade escolar.

— Bom...- ela começa a pensar.

— Eu posso fazer qualquer prova que você quiser. Virar bolsista, eu realmente não me importo. - digo tentando parecer relaxada na cadeira.

— Nós não temos bolsas nessa escola, senhorita Chase.- a diretora diz. Então ela parece ficar um pouco aflita. - mas...

— Mas? - pergunto quase roendo a unha. Isso está pior que um drama de suspense.

— Você pode abrir mão do internato e vir na Sweet Amoris apenas como escola. - a diretora diz. Caramba, desde quando existe essa opção?

— Desde quando existe opção? - pergunto de queixo caído. Por que a maioria dos estudantes não fazem isso?

— A partir de agora. Digamos que senti um pouco de piedade do seu caso por que simpatizo um pouco com você. Se aceitar, retirarei o valor de 40% de sua mensalidade. - a diretora diz. Obrigada a todos os seres que fazem a incrivel mentalidade das pessoas funcionar. Obrigada a seres superiores. Obrigada Deus, Buda, Zeus, seja lá para qual religião eu estou orando. Obrigada.

— Eu aceito. - digo. A diretora fica séria e começa a digitar rapidamente em seu computador enquanto coloca minha ficha em sua mesa.

—_________*****__________

Agora que estou indo arrumar minhas malas para ir embora de noite eu me toco. Eu não tenho para onde ir. Como eu posso ser tão lerda? Será que mendigos ganham bem? Eu posso até tentar isso. Mas apartamentos são baratos, não são?

Jogo tudo dentro das minhas malas, o que faz com que elas não fechem. Ótimo, Teresa, seu dia está ótimo. Sento em cima da minha mala para dar um jeito de fechar.

Quando termino tudo, já é hora do intervalo da manhã, então corro em direção ao refeitório. Preciso contar tudo para o Alexy e para Rosa e dependendo eu poderia ficar na casa de Alexy. Claro, eu só precisava ignorar o fato que o irmão dele era o Armin.

— Vocês não vão acreditar no que aconteceu. - digo tentando regularizar minha respiração. Rosa está com o olhar aflito e Alexy com um furioso. - mas acho que vocês também tem algo para me contar.

— Na verdade Tessa, acho que é você que tem que me contar, não? Algo do tipo... "Alexy, eu peguei seu irmão não uma, mas duas vezes". - ele disse fazendo uma péssima imitação da minha voz. Mas calma, quando ele soube disso?

— O que? -pergunto. Eu não sei se é impressão minha, mas acho que eu estou mais lerda do que o normal hoje. Acho que o fato de descobrir que sua família está indo a falência não é uma boa noticia logo que você acorda.

— Você realmente achou que uma hora eu não fosse descobrir? O pior é que não foi nem por você ou por ele, foi por um amigo de vocês! Eu estou magoado demais, então você pode sair da nossa mesa por favor, Chase? - Alexy pergunta. Estou prestes a começar a rir, mas sou detida pelo seu olhar.

— Você está falando sério, Alexy? - pergunto.

— Estou. A falta de confiança que você tem no seu melhor amigo magoa demais. Por favor, Teresa. - ele diz.

Saio bufando da mesa e me sento sozinha em outra. Caramba, para que ser tão emotivo? E isso me leva novamente a estaca zero sobre lugares que eu posso ficar sem correr risco de vida, de me aproximar de pervertidos, ter contato constante com armas ou um clima estranho. Falando nisso, cadê a F4? Meus pensamentos são interrompidos pelo toque do meu celular.

— Alo? - pergunto.

— Você conseguiu um desconto na escola? - a voz de meu pai é grossa como sempre.

— Consegui, não precisa se preocupar. Agora você pode me explicar o que aconteceu? - peço.

— Algo haver com a empresa Sworis .Eles estão pedindo revisão do antigo processo e fazendo a mente dos patrocinadores. Não se preocupe, vou dar um jeito nisso. -meu pai diz.

— Empresa Sworis? Você tem certeza? - pergunto.

— Tenho. Isso me lembra, você é amiga do herdeiro não é? Por favor, fique longe de escândalos que o envolvam. - meu pai pede. - vou ter que desligar agora, estou ocupado. Boa sorte. - ele diz. Tão frio e tão confortante ao mesmo tempo. Talvez a possibilidade dele ter um coração não seja tão pequena.

Agora, a empresa Sworis? A mãe do Castiel está atrás do meu pai logo agora? A pior parte é que não há nada que eu possa fazer. Eu posso tentar falar com o Castiel.. não, melhor não envolvê-lo agora. Ele já está problemático demais com a mãe.

Nesse momento as portas do refeitório se abrem e como acontece todos dias, os gritos começam e a cena parece passar em câmera lenta. Castiel como sempre a frente, com Lysandre a sua direita e Kentin e Armin a esquerda. Assim que me vê ele vem em minha direção.

— Você está bem? - ele pergunta ajeitando a cadeira para se sentar mais confortavelmente ao meu lado. Lysandre e os outros caminham para fazer seus pedidos e encaro Castiel com a sobrancelha franzida.

— Por que não estaria? - pergunto.

— Por que você está parecendo a reencarnação da tristeza. E eu não gosto de te ver assim. - ele diz e passa a mão na minha bochecha. Suspiro. Como descontrair?

— Você sabe por que você é tão atraído por mim? - pergunto.

— Por que? - ele pergunta erguendo uma sobrancelha.

— Por que eu sou o sol e você é a terra. Dessa forma, eu te causo um efeito gravitassional que faz com que você se atraia por mim. - digo. Castiel ri.

— Olha só, parece que alguém andou tendo aulas de física. Então nesse caso você está dizendo que sua massa é maior? Sabe, eu sei que você engordou, mas isso já é exagero. - ele diz. Meu queixo cai. Como ele consegue reverter uma situação desse modo?

— Se a Tessa for o sol então eu sou Júpiter.- Lysandre diz colocando uma bandeja na minha frente e se sentando ao meu lado. - você pode se contentar com terra, certo, Castiel? - Lysandre pergunta e desvia o olhar para mim. - não banque a anorexa e coma. Aconteceu alguma coisa?

— Alexy está com raiva de mim. - digo e nós três nos viramos um pouco de forma a encarar a mesa de Alexy que passa o dedo no pescoço como uma faca. Isso não seria nem um pouco assustador, se não fosse pelo olhar homicida dele.

— O que você fez para ele? - Armin pergunta de queixo caído se sentando ao lado de Castiel.

— Ele não está com raiva de você? Ele disse que era por que eu não contei para ele. - digo.

— Eu sou o irmão, você é a melhor amiga. Parece justo que ele esteja com raiva. - Armin diz comendo uma garfada de seu almoço.

— Ei, por que o cabelo colorido fica relembrando de coisas tão do passado assim? - Castiel pergunta.

— Por que sem querer eu acabei mencionando isso para ele. -Kentin diz chegando por último e se sentando ao lado de Lysandre. - de verdade, eu não sabia que ele não sabia.

— Nesse caso, nunca mais fale sobre mim. - digo ofendida. Por mais que eu adorasse o Kentin, para que ficar comentando da vida dos outros assim? -e como o assunto chegou a mim?

— Na verdade você foi a desculpa para começar o assunto. Ele estava do meu lado e eu fico incomodado com as pessoas caladas ao meu lado. - Kentin diz.

— Não iluda o Alexy. - digo apontando a minha faca para ele. Kentin parece chocado e Armin tem uma crise de risos,  sendo acompanhado por Lysandre e Castiel.

Durante o almoço Castiel ficou repetindo como ele era o sol e eu girava em torno dele. Lysandre rebatia diversas vezes no meu lugar, o que era bom, já que ele tinha mais conhecimento sobre física do que eu.

— Agora vamos. - Castiel diz ficando de pé e me estendendo a mão.

— Eu tenho aula. - digo. Ele simplesmente pega meu pulso.

— Como se você nunca tivesse faltado antes. Agora seja uma boa menina e diga tchau para seus amigos. - Castiel diz usando minha mão para acenar. Os três acenam de volta segurando o riso enquanto Castiel me puxa para fora do refeitório.

— Você não está carente, está? -pergunto meio sem jeito enquanto andamos em direção ao bosque que tem na escola. Castiel para e me encara frustrado.

— Um cara não pode sentir saudades? -ele pergunto. Encaro avaliando sua expressão. Pode ou não? - se você realmente estiver pensando na resposta, é sim. Ele tem direito de sentir saudades.

— Eu também senti sua falta. - digo automaticamente. Droga, eu me minha boca grande, o ego dele vai subir muito agora. Ele sorri de lado e segura minha mão, enquanto vamos para a clareira.

— Você sabia que eu sou o centro do universo? - ele pergunta.

— Eu pensei que você fosse o sol. - digo franzindo a sobrancelha.

— Se quiser pode ser o sol. Eu vou ser o centro do universo. - ele diz.

— Sinto lhe dizer, mas...- vou dizer que isso não é verdade, mas ele segura meus lábios fazendo um bico.

— Pensei que você tinha prestado atenção na aula de física. Depende do ponto referencial. Nesse momento, eu sou o ponto referencial do universo, por isso sou o centro. Eu sou Birm. - ele diz.

— Não, você chama Castiel. - digo. Ele ri e passa a mão no meu cabelo.

— Birm quer dizer: bonito, inteligente, rico e modesto. Simples, né? Teresa, desde quando você ficou burra? - ele pergunta.

— Acho que estou um pouco lerda hoje. - digo dando de ombros.

— Nesse caso você deve ir para o seu dormitório descansar. De verdade, isso pode ser sério. Ainda bem que burrice não é contagiosa. - ele diz. Dou um tapa em seu braço e ele ri.

— Na verdade estou pensando em dar uma rodada na cidade. Quer vir? - pergunto meio desconfortável. Castiel suspira.

— Eu adoraria, mas hoje eu tenho aulas de administração. E isso realmente é importante, tenho certeza que você entende. - ele diz.

— Nesse caso te vejo amanhã? - pergunto.

— Com certeza. - ele diz e me encara enquanto nos levantamos do banco. - eu realmente quero fazer uma coisa, mas não me bata. - ele diz. Ainda confusa, ele se inclina na minha direção e involuntariamente prendo a respiração. Seus lábios apenas roçam no meu, como um carinho antes que ele se afaste.

— Faça isso de novo e está morto. - digo com os olhos fechados tentando respirar. Por que eu parei mesmo?

— A morta não será você? Quanto tempo você consegue ficar sem respirar? - ele pergunta.

Dou um empurrão nele e saio andando em direção ao estacionamento, mas então sinto suas mãos em minha cintura e ele ri no meu ouvido.

— A gente pode testar seu limite sem respirar sempre que você quiser. - ele brinca e da um beijo na minha bochecha antes de sair andando em direção ao prédio principal.

— Você, Castiel idiota! - berro, mas apenas reparo em suas costas vibrando enquanto ele ri. Eu mesma sou obrigada a sustentar um sorriso enquanto entro no carro.

—_________*****__________

— Mais uma, senhor! -digo pedindo mais uma cerveja. Ok, vocês devem estar em dúvida "mas ela não é melhor de idade e bla bla bla?" Bom, eu tenho carteira falsa desde os meus 13 anos quando eu descobri que minha mãe gostava de baladas. Sim, eu tenho uma ótima influência.

— Você tem certeza? - o senhor pergunta encarando as 5 garrafas que estão fazendo uma linda fileira na minha frente. Com sua pergunta, meus olhos se enchem de água e eu o encaro.

— Senhor, eu não costumo chorar na frente das pessoas, muito menos na frente de desconhecidos. Qual seu nome? - pergunto fungando.

— Joe. - o senhor diz.

— Você não é mais um desconhecido, Joe. - digo abrindo o bocão para chorar. - eu perdi tudo. Eu não tenho lugar para dormir, um dos meus melhores amigos me odeia e eu acho que estou apaixonada por um narcisista. - digo chorando muito mais.

— Senhorita, por favor se acalme. - Joe pede. As pessoas do bar estão me encarando agora.

— Não, Joe, viver é lamentável. - digo terminando de virar a sexta garrafa. Então meu celular começa a tocar e a foto do Lysandre aparece na tele. Meu Deus, ele sempre foi lindo assim?

— Teresa? - ele pergunta ao telefone.

— Olá. - digo com a voz chorosa.

— Você está chorando? - o indice de preocupação aumenta em sua voz.

— Eu não sei. - digo enquanto as lágrimas continuam a escorrer e abro meu bocão novamente.

— Você está bêbada? - ele pergunta confuso.

— Eu não sei, papai. - digo. Por que ele sempre está preocupado comigo? Mas ele não é meu pai, meu pai é bem mais feio que ele.

— Onde você está? - ele pergunta.

— Eu não sei, mas o Joe ta me olhando estranho. Por que as pessoas não gostam de mim? - pergunto voltando a chorar. Por que toda essa necessidade de chorar?

— Estou indo para ai. -ele diz e desliga. Ainda com o celular na orelha continuo a falar.

— Eu também te amo, papai. - digo e abaixo o telefone. Mas ele não é seu pai, ele é bem melhor que seu pai.

Não sei por quanto tempo eu fiquei nesse jogo de fazer caretas com meu reflexo, mas quando a porta se abre e me viro apenas para ver o deus grego que estava na foto do meu celular minutos atrás.

— Droga, Teresa, o que eu faço com você? - o deus grego pergunta. Mas eu pensei que deuses gregos não xingassem. Talvez ele é egípcio? Ele me lembra aquele de olho de duas cores, qual o nome mesmo? Hórus, isso.

— Por que você está sendo tão agressivo, Hórus? - pergunto e ele bufa passando as mãos por debaixo dos meus joelhos e apoiando minhas costas. - é como se eu fosse uma princesa. - digo satisfeita.

Hórus deixa o dinheiro em cima da mesa e começa a me levar em direção ao meu carro, me colocando no lado do passageiro e dando a volta no carro. Assim que se senta, me encara.

— Vou te levar para o internato, Rosa pode te ajudar na ressaca amanhã. - Lysndre diz.

— Eu não posso. - digo. As lágrimas voltam a escorrer.- eu não sou mais aluna integral. Eu não tenho para onde ir durante a noite. - digo.

— O que? - ele pergunta chocado.

— Eu estou na falência.- digo e encaro seus olhos estranhos. Hórus realmente tem lindos olhos. Tão diferentes.

— Por que você não falou nada? - ele pergunta.

— Me desculpe, papai. - digo com as lágrimas fazendo rastros já marcados no meu rosto. Fazia tempo que eu não chorava tanto.

— Teresa, eu não sou seu pai, por favor não me veja como um pai. - ele pede. Seu pedido parece de certa forma desesperado e como não encontro sentido em suas palavras, apenas concordo com a cabeça. Ele encara o volante por alguns momentos, e posso jurar que vejo medo em seus olhos. Mas não tive tempo suficiente, ou clareza suficiente para observar antes que ele começasse a dirigir.

— Para onde estamos indo? - pergunto com um pouco de dor de cabeça começando a surgir.

— Para minha casa. - ele diz.

— Você não deixa ninguém dormir na sua casa. - protesto.

— Posso abrir exceções. E você tem o costume de me fazer realizar loucuras mesmo. - ele diz dando de ombros.

— Minha cabeça dói. - digo.

— Eu sei, já estamos chegando. - Hó... não esse é o Lysandre. Lysandre diz.

— Minha boca está seca. - reclamo.

— Eu sei, por isso feche os olhos, ok? Vamos, relaxe. - ele pede.

Fecho meus olhos e os mantenho assim, mesmo quando sinto alguém me carregar e uma luz sendo acessa. Lysandre me coloca em pé e ajuda e me sustentar enquanto minha cabeça da voltas.

— Você precisa tomar um banho. - ele diz suspirando. Não respondo nada, mas deixo que ele me guie para o banheiro e de repente uma ânsia me sobe e vou me ajoelhar no chão, mas ele me guia para a privada. - por favor, Tes. Fique boa. - ele diz segurando meu cabelo.

Depois de vomitar, mau consigo suportar o gosto amargo em minha boca. Escuto o barulho de uma água caindo e logo água fria percorre todo meu corpo, de roupa e tudo. Encaro o olhar sereno de Lysandre enquanto ele sai do boxe do banheiro e me encara.

— Eu não vou mexer na sua mala, por isso durma com um pijama meu hoje. Amanhã você desfaz as suas malas. Não demore no banho, de forma que eu não seja obrigado a violar sua privacidade. - Lysandre pede e sai do banheiro.

Lutando contra meus músculos, consigo tirar minha camisa e logo em seguida, meu sutiã. Depois de remover minha calcinha enquanto cuspo água para ver se tiro o sabor do vomito, começo a me lavar. Como ele mesmo disse, tento ser o mais rápida possível no meu banho, ainda mais por que minha cabeça parece que vai explodir.

Me enrolo na toalha e saio para fora do banheiro dando de cara com uma muda de roupas em cima da cama. Visto a camisa de manga comprida que da para pelo menos mais meio braço meu e a calça que, graças a Deus, era de elástico. Em cima da escrivaninha tem dois comprimidos e um copo de água.

Assim que os tomo, faço uma massagem na minha testa. Quanto eu bebi? Fazia tempo que eu não ficava desse jeito, fazia tempo que eu não chorava. É como se eu tivesse colocado para fora tudo, o que estava dentro de mim a tempos. A porta do quarto se abre e Lysandre está com um pijama semelhante ao meu.

— Como você está se sentindo? - ele pergunta.

— Envergonhada serve? - pergunto.

— Não precisa ficar. Anda, eu vou cantar para você dormir já que vou te acordar cedo amanhã. - ele diz.

— Eu não quero acordar cedo. - digo fazendo um bico.

— Você ainda é uma estudante. E quero que você me explique melhor tudo o que aconteceu. Agora fique em silêncio e durma. - Lysandre diz.

Eu não sei a música toda, mas era algo sobre como ele era castigo por sempre se apaixonar pela pessoa errada (N/A essa música se chama Something Happen to my heart, é do Kim Hyun Joong também!). Porém eu estava cansada demais para prestar atenção. Com sua mão em meu cabelo e suas palavras em meus ouvidos, logo eu estava em sono profundo.

—_________*****__________

Tem alguma coisa puxando meu pé. Essa coisa sabe falar, por que está chamando meu nome. De repente sinto um frio quando minha coberta é jogada para longe de mim e um susto quando meu rosto bate na cama com a falta do travesseiro.

— Ei! -protesto erguendo os punhos para a coisa, mas Lysandre, que já está roupas completamente comuns, ergue a sobrancelha.

— Bom dia também. Suas malas estão ali no canto, vista o uniforme e vamos. - ele diz saindo do quarto.

Breves lembranças de ontem fazem eu ficar cada vez mais vermelha enquanto visto meu uniforme. Mas parece que agora ele voltou a ser mais reservado. Ele me viu chorar de novo, caramba, eu nunca choro na frente de ninguém por que me sinto tão a vontade de chorar na frente dele? São raras as vezes que permiti até que Vikto me visse chorar!

Minha cabeça está doendo. Castiel deve estar certo e eu estou ficando burra por que até pensar dói. Castiel idiota, olha as idéias que ele coloca na minha cabeça. Se bem que ele realmente é bom em física, mas será que ele está certo? Ele é o centro do universo? Nesse caso eu também sou. E ele disse que eu sou o sol, mas vou ficar na concepção de que ele é um planeta mesmo. Ele é atraído por mim, não o contrário, certo?

— Sua cara está péssima. - Lysandre diz enquanto chego na cozinha. Ele está tomando suco de laranja.

— Minha cabeça dói. - digo. Lysandre ri e aponta para um comprimido em cima do balcão junto com pão e o suco de laranja que eu já estava invejando em sua mão.

— Eu não quero pão. Posso comer na escola. - digo.

— Você precisa de pão, é bom para ressaca. Agora tome o comprimido para dor de cabeça por que eu realmente não quero me atrasar para escola. - Lysandre diz. Olho as horas. Ainda faltam 40 minutos para as aulas começarem! Ele me acordou de madrugada.

— Ainda falta muito tempo. - digo mordendo o primeiro pedaço de pão.

— Sim, mas você tem que me explicar o que aconteceu. Você pode ficar por aqui até ter um lugar para ir.- ele diz.

— Dividir casa com você? - pergunto quase cuspindo o pão que está na minha boca.

— Tessa, você realmente se sente tão desconfortável assim na minha presença? Então peça ao Castiel. - Lysandre diz dando de ombros. Sinto meu rosto esquentar enquanto tomo um gole do suco.

— Eu não posso. A empresa Sworis que está levando minha família a falência. - digo.

— Como? - Lysandre franze as sobrancelhas.

— Eu não sei. Só não quero Castiel envolvido nisso. Se a patricinha descobrir que eu estou na casa dele haverá um escandalo e uma confusão ocorrerá. Eu vou te pagar para ficar aqui. - digo.

— Não precisa. Você é minha convidada. E agora que terminou, vamos? - ele pergunta. Limpo minha boca e fico de pé enquanto pego minha mochila.

— Por favor, não conte ao Castiel sobre a situação dos meus pais. - imploro. Lysandre parece na dúvida, mas por fim concorda.

— Tudo bem. Não tocarei no assunto. - ele diz. Aliviada, vou em direção a garagem e Lysandre me joga a chave do meu carro. - já que você não quer que as pessoas saibam vamos separados, me siga para aprender o caminho.

Entro no meu carro enquanto Lysandre sobe em sua moto. Ele só anda de moto? Aqui em sua garagem devem ter pelo menos 6 motos, mas não tem nem indicios de carro fora o meu. Então um lampejo de ontem surge em minha mente: Lysandre encarando o volante do carro. Será que ele tem medo de dirigir? Mas dirigiu tão bem ontem!

O caminho para escola foi tranquilo. Segui Lysandre sem dificuldades, e quando chegamos, estaciono e me deparo com ele correndo para abrir a porta do carro para mim.

— Você não tem carros. - digo. Lysandre sorri de leve enquanto vamos para o prédio principal.

— Ontem foi a primeira vez que eu dirigi um carro desde que tirei carteira. - ele diz.

— Por que? - pergunto surpresa.

— É um trauma, desde o acidente dos meus pais. Digamos que você bêbada chorando me deu forças para subir em um carro novamente. - Lysandre diz.

— Isso não foi legal.- digo fazendo bico.

— Eu vou cortar seus lábios para que você pare de fazer essa cara. - ele disse rindo.

— O que? Mas meus lábios são a parte mais sedutora em meu corpo!- digo. Lysandre ri mais ainda, e de repente, sinto alguém esmagar meus ossos.

— Onde você estava ontem? Você não sabe o que aconteceu. - Rosa diz quase chorando.

— Rosa, acontece que a partir de agora eu não vou mais dormir na escola. - digo meio sem graça. Rosa funga.

— Eu percebi. Tem uma garota nova no meu quarto. - ela diz.

— Já? - Lysandre parece surpreso.

— O nome dela é Ana Clara, mas o apelido é Nana. - Rosa diz fungando novamente.

— Ela é legal? - pergunto.

— Ela é mais bonita que você, chega a minha altura! Como eu posso andar com ela por ai? - Rosa começa a chorar e já não estou mais preocupada. - e tem mais.

— O que? - pergunto.

— Ela é muito legal. Me lembra um pouco você. - Rosa faz um bico.

— Se eu fico com essa expressão pode cortar meus lábios, Lysandre. - digo baixinho para Lysandre.

— Não posso. É a parte mais sedutora de seu corpo. - ele diz e nós dois começamos a rir, fazendo Rosa dar um show.

O show de Rosa é interrompido quando vejo uma pessoa se aproximar. De certa forma, essa pessoa me parece familiar e ela vem em nossa direção com um papel na mão. Seus cabelos são loiros e seus olhos dourados.

— Tessa? - o garoto pergunta. Lysandre me empurra para trás de si.

— Você voltou, Nathaniel? - Lysandre pergunta. Nathaniel da de ombros.

— Com o meio do ano tem diversos novatos por ai. Tessa, posso conversar com você? Você se lembra de mim? Você salvou minha vida. -ele diz. Lysandre faz que não com a cabeça, mas o empurro para o lado.

— Claro, você estava estudando com Viktor, né? - pergunto.

— Isso, ele me falou muito de você. - Nathaniel diz me guiando para um banco no pátio. - na realidade ele escreveu essa carta para você. E eu soube da situação da sua família, Tessa.

— Por favor, não comente com ninguém. - peço.

— Não irei. Na verdade eu tenho uma proposta para te fazer, um favor especial para o Viktor. - Nathaniel pisca.

— Diga. - peço.

— Minha mãe é dona de uma agência de modelos e estamos precisando de uma nova modelo para a capa de agosto. O pagamento é realmente muito bom e você pousaria comigo. O que você acha? - ele pergunta.

— Sério? -pergunto surpresa.

— Lógico. Se você quiser, podemos ir hoje no fim da aula. - Nathaniel diz.

— Eu serei eternamente grata. Mas eu andei passando por várias coisas, então eu realmente gostaria de conversar com o pessoal da agência primeiro. - digo. Nathaniel sorri e me estende um cartão.

— Entre em contato a qualquer hora do dia. Me avise antes do fim da aula para que eu possa preparar os fotógrafos. - ele pede.

— Obrigada, Nathaniel. - digo. Ele acena com a cabeça e vai em direção a Melody que estava parada ali perto nos encarando.

Volto para onde Rosa estava com Lysandre, mas agora Castiel se juntou ao grupo. Meu Deus, muitas coisas acontecem quando se tem tempo antes da aula começar.

— O que o representante idiota queria com você? - Castiel pergunta.

— Apenas me entregar uma carta de Viktor. - mostro a carta.

—E o que o Viktor idiota quer com você? - Castiel pergunta.

— Me proteger de pervertidos mal intencionados. - digo.

— Ei, Tessa, eu estava brincando, o Viktor não é idiota. - Castiel diz me seguindo enquanto deixamos Lysandre para trás e Rosa no meio de um colapso. Consigo ver Alexy chegando lá também, assim como o resto da F4. - está me ignorando, meu amor? - ele pergunta.

— Do que você me chamou? - pergunto parando e virando para ele com os olhos arregalados.

— De meu amor. Por que? Ah, desculpe. Prefere centro do universo? - ele pergunta. - mas você é. Meu amor. - Castiel diz e ri. Ele se inclina tão rapidamente que nem tenho reação quando seus lábios pressionam os meus, dessa vez por apenas 1 segundo a mais.

— Você precisa aprender a segurar o oxigênio. Eu ainda terei um beijo de cinema com você. - Castiel diz.

— Sonhe, Sworis. - digo indo para a aula.

— Mas terra, eu já sonho com você todos os dias. - ele diz me seguindo. Sorrio, mas sinto uma estranha sensação com o cartão em meu bolso. Eu não estou mentindo para o Castiel, certo?

Omitir não é mentir, certo?


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Notas finais do capítulo

É isso que eu tenho para vocês até agora. Mais uma vez, agradeço a Cassiopéia hahahahah Bom, quem quiser me apedrejar fique a vontade, desde que comente com siceridade, eu estarei aguardando as opiniões de vocês galera. Não se esqueçam que os comentários movem a fic (fora que deixam meu coração na boca toda vez que vejo que alguém comentou) por isso, comentem! Até o próximo gente. XOXO
— Detoni