Uma vida diferente... Sonho ou pesadelo? escrita por Arianny Articunny, MoonyB


Capítulo 23
Povs Leo




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Pov's Leo

Ah! Ela me tira do sério. Eu não estou errado. Por Hefesto, por que eu fui me apaixonar por ela? Se eu gostasse da Calipso tudo estaria bem, mas não, eu tinha que gostar de uma das garotas mais complicadas desse acampamento. Acho que ela realmente não tem moral pra reclamar de mim. Fala que tenho que pedir desculpas pra Calipso pelo que falei e depois usa palavras que me atingem como navalha. "Você não é ele", ainda consigo ouvir sua voz repetindo isso em minha mente. Eu não sabia pra onde estava indo, só queria ficar sozinho. Quando dei por mim quase dei de cara em uma das árvores da floresta.
–Idiota. Estúpido. Imbecil. -gritava enquanto socava a árvores.
–Sabe garoto, a árvore não tem culpa de nada. -uma Ninfa saiu da árvore e falou.
–Desculpe. Você tem razão, sinto muito. -falei olhando pro chão.
–Não é pra mim que você tem que pedir desculpas. E sim pra árvore. Árvores também são seres vivos, elas tem sentimentos. -a Ninfa falou.
Meu punho ainda estava no tronco, pronto pra socá-lo novamente. Abri a mão e deslizei pela árvore, como se fizesse carinho nela.
–Me desculpe. -falei.
Uma brisa passou por mim. Trazendo o cheiro da floresta com ela.
–Ela te perdoou mas pede pra você não fazer isso novamente, filho de Hefesto. Pois chamuscou sua casca e fogo mata as árvores. -a Ninfa falou, se preparando pra ir embora. Pensando bem não é tão comum encontrarmos ninfas nessa parte da floresta.
–O que você está fazendo aqui? -perguntei antes que ela fosse embora.
–Observando. -ela falou e mostrou um pingente de uma lua.
–Você é o que de Ártemis? -eu estava cada vez mais curioso.
–Sou apenas uma das ninfas que a segue. -ela falou.
–Pode mandar uma mensagem minha pra ela? Por favor. -pedi. Eu queria que ela soubesse que a Nick está segura comigo.
–Eu não vou retornar até Lady Ártemis por um tempo. Minha missão é assegurar a segurança de sua filha e ajudar no que ela precisar. -a Ninfa falou.
–Eu só queria avisar pra ela que eu estou cuidando da filha dela. Ela é importante pra mim, mesmo que não saiba. -falei olhando suplicante pra ela.
–Lady Ártemis não vai confiar a segurança dela a um garoto. -a Ninfa falou e foi embora.
–Eu sei disso. Só peço que entenda que eu nunca me aproveitaria dela. -admiti. Eu respeito demais Ártemis e Nick pra fazer isso.
Só que a ninfa não ouviu. Ela já tinha sumido.
–Valdez! -ouvi alguém me chamando e vi a ultima pessoa que eu gostaria de ver, Gabe.
–O que quer? -perguntei controlando a voz. -Esfregar na minha cara que venceu?!
–Não, cara. Nada disso. Eu só queria conversar. -Gabe falou, olhando pra mim cauteloso.
–Sobre o que? -perguntei me acalmando. Se ele não queria brigar não seria eu que iria começar.
–Sinto muito em te provocar aquele dia. -ele falou me surpreendendo- Não estou acostumado com outros caras interessados na Nick.
–Está tão na cara assim? -perguntei rindo. Ele relaxou, riu e se sentou do meu lado.
–Bem, eu percebi desde aquele dia que você me socou. -ele disse.
–Só por isso? Então dá pra disfarçar? -falei irônico.
–Nick não sabe. -ele comentou.
–Tinham duas opções: ou ela sabe e gosta de me machucar ou ela não sabe. Fico feliz de ser a segunda. Assim me sinto menos idiota. -expliquei.
–Não ache que ela só fez isso com você. Nos conhecemos desde pequenos e ela sempre soube que tinha sentimentos por ela e eu sabia que ela tinha por mim mas ela sempre se negou a isso. -Gabe falou.
–Ela só vai mudar quando gostar realmente de alguém e for perder essa pessoa. -falei.
–Ela nem sempre foi desse jeito, sabe? Conheço ela desde sempre. Nossas mães eram amigas e estudamos nas mesmas instituições. -ele contou.
–O que fez ela ficar assim? -perguntei num misto de curiosidade e preocupação.
–Ela nunca contou. Mas foi antes dela completar 6 anos. -ele falou.
–Provavelmente algo bem sério, pra deixá-la assim. -pensei alto.
–Sim. Ela mudou muito em relação a antes. Ela era mais feliz. -Gabe falou.
–Espero que um dia ela consiga voltar a ser o que era. -sussurrei.
–Eu também. -ele concordou e riu- Parece que concordamos em algo.
–Bem... temos muitas coisas em comum. Uma delas é que gostamos da mesma garota. -brinquei rindo.
–É... Mas você provavelmente a irritou muito pra fazê-la agir assim. -ele comentou.
–Ela mandou eu pedir desculpas por algo que ela faz comigo o tempo todo. -expliquei.
–Pedir desculpas pra ela? -ele arqueou as sobrancelhas.
–Não. Pra Calipso. -respondi cansado.
–Por...? -eu sabia que ele estava presente quando tudo aconteceu mas ele queria me fazer entender.
–Eu falei a verdade pra Calipso, mas isso talvez a tenha magoado. -falei irritado. -Eu não vou pedir desculpas.
–Ih. Então você está ferrado. Ela sempre ficará do lado da garota. Ainda mais se discordar do que você fez. -Gabe falou.
–Ela não tem moral pra reclamar de mim. Ela me machuca com palavras o tempo todo, depois me dá ordens como se eu fosse um cachorrinho. -falei.
–Ela é péssima com pessoas. Mas faz essas coisas de propósito quando quer afastar alguém. -ele falou calmamente.
–Acho que ela nem sabe mais o que quer. -refleti.
–Ela é confusa. -ele comentou sorrindo.
–E como. -concordei. Nos olhamos e rimos.
–Acho que seriamos bons amigos se não estivéssemos "competindo" pela mesma garota. -Gabe comentou.
–Verdade. -concordei novamente. Se a situação fosse outra talvez fossemos amigos.
–Aconteceu algo entre vocês dois não é? Entre você e a Nick? -Gabe perguntou.
–Não sei exatamente. Ela é complicada, mas eu realmente gosto dela. -desabafei.
–Ela não é fácil de se lidar. Os professores sempre diziam isso. Antes de conhecermos a Hana eu era o único amigo dela. Mas tudo mudou devido termos começado a ter sentimentos um pelo outro. Aliás quem você acha que se apaixonou primeiro? Eu ou ela? -Gabe contou
–Acho que ela. Se ela não tivesse se apaixonado talvez nem te desse a chance de se aproximar. -falei.
–Errado. -ele falou rindo.
–Como pode ter tanta certeza? -perguntei.
–Porque na época fui eu quem comecei a agir diferente. Somente quando ela começou a sentir algo também que ficou atrapalhada. -ele disse.
–Talvez não. Ela pode ter ficado atrapalhada quando percebeu que você correspondia. -levantei a hipótese.
–Tenho certeza que não. Ela não ficou atrapalhada por saber que eu gostava dela. Ela não sabia lidar com esse sentimento dentro dela. Ela fugiu e negou ele. -ele suspirou.
–De qualquer forma... ela ainda não sabe lidar com ele. -afirmei
–Ela sempre se negou a sentimentos amorosos. Não ache que é algo de agora. -ele revelou.
–Tenho certeza que não. -falei rindo.
–Tem algo que uma vez ela me contou em relação a isso. -ele falou.
Olhei pra ele. Fiquei esperando que contasse.
–O pai da Nick... Ele traia a mãe dela, desde quando a mesma estava grávida da filha. -ele revelou. -Ele dizia que a amava e quando ela não estava por perto ele fazia isso. Quando a mãe dela descobriu Nick ainda não tinha completado 2 anos, a mãe entrou em depressão, ficou tão triste que ficou internada e quase morreu.
Meus olhos arregalaram. Eu fiquei estático. Aquilo era horrível. Eu não sabia o que fazer. Eu só queria protegê-la ainda mais.
–Horrível. Eu sei. -Gabe falou já que eu estava sem palavras- O pior é que não acaba por aí.
–O que foi o pior? -perguntei ainda em choque.
–Aproveitaram desse momento de fraqueza da mãe dela e tiraram ela da mãe. O pai e a família por parte dele ameaçaram ela caso ela fosse contra. -Gabe completou.
–Por Hefesto. Que absurdo. Eu sei o que é ser tirado da mãe. Ela deve ter sofrido muito por dentro. -pensei alto
–Eu sei... Não sei se ela se lembra disso, eu só me lembro porque era mais velho e porque minha mãe me contou. -ele falou.
–Acho que poucos aqui tiveram uma infância fácil. -falei.
–Com certeza. -ele riu. -Acho que agora você já sabe o porque é tão difícil ela confiar nos outros e se recusar a acreditar no amor.
–Não confiar nos outros eu até entendo. -afirmei.
–Mas não na parte de não acreditar no amor não é? -ele falou.
–Exatamente. -respondi
–Porque? Porque se recusa acreditar que a garota que você gosta pense desse jeito? -ele questionou.
–Por que todo mundo acredita no amor, mesmo sem querer acreditar. Ela pode negar, mas ela ama. A maior prova disso é a Hana. -expliquei.
–Não esse tipo amor. O problema dela é com o "amor romântico". -Gabe contrariou.
–Eu sei. O que estou dizendo que ela se nega a acreditar em algo que poderia ajudar ela. -expliquei melhor.
–Ela tem medo. -ele falou. -Se ela me ouvir falando isso ela me mata.
–Se ela souber que falamos qualquer coisa dela ela nos mata. -fale rindo.
–E essa é a Nick. Nesse fator ela é bem parecida de certa forma com Ártemis. -ele brincou.-Leo. Tenho que falar uma coisa.
–Pode falar. -incentivei.
–Não acho que a mãe humana da Nick foi escolhida aleatoriamente. -Gabe diz sério.
–Eu acho que ninguém é escolhido aleatoriamente. Os deuses tem planos. Tudo é planejado. Do início ao fim. -falei.
–Você não conhece a mãe dela. Ou a família da mãe. Uma família que quase não tem homens. -Gabe falou.
–Deve ser por isso. -falei.
–Se bem que eu poderia comparar a mãe dela como se fosse uma cópia de Ártemis, mas só que humana. -ele concluiu.
–Provavelmente Ártemis se identificou com ela. -ponderei.
–Mas isso não é de certa forma mais incomum? Maioria dos deuses escolhe o parceiro, do sexo oposto. A primeira criança dessa pessoa seria a especial. -ele ponderou.
–Não. Ártemis prefere as mulheres, nada mais natural que ela escolher uma. -falei.
–Ártemis sempre fica do lado e protege as mulheres não é? -diz.
–Sempre. -gagalhei.
–Você não acha que a Nick tem esse impulso também? -ele comentou me encarando.
–Com certeza. As duas tem. Tanto a Nick quanto a Hana. Só que a Nick é totalmente introvertida. -expliquei.
–Você não acha que foi por isso que ela ficou do lado da Calipso? -ele falou.
–Tenho certeza que foi por isso. -afirmei
–Ela não está pensando nela. Ela está pensando nos sentimentos da Calipso. E você meio que não se desculparia pois ela não tinha direito de te julgar por fazer a mesma coisa. Mas e a Calipso? -ele falou sério.
–A maior parte do tempo em que fiquei naquela ilha tive que ouvir que eu não chegava nem perto dos outros heróis que já estiveram lá. Acho que eu fui até delicado com ela. -falei estressado.
–Mas o que você faria se a situação fosse contraria? Se você tivesse sido condenado a passar eternidade em Ogigia e que se alguém a encontrasse só poderia sair de lá se você se apaixonasse pela pessoa? -ele rebateu calmo.
–Me apaixonaria o mais rápido possível. Se eu estou preso os outros não tem relação nenhuma com isso. -falei.
–E como poderia largar esses sentimentos? Acontecendo repetidas e repetidas vezes? -falou.
–Eu me acostumaria. Leva tempo até aparecer alguém. Ela me disse isso. -expliquei.
–Ela não parece ser o tipo de pessoa que diria algo pra magoar os outros. -ele comentou- A Calipso, digo.
–Ela é uma pessoa incrível, quando não tenta te usar. -falei começando a ficar irritado.
–Garotas nem sempre são boas com palavras. -ele aconselhou.
–E nós somos? -perguntei surpreso.
–Depende da pessoa. Olhe Nick é péssima com pessoas mas é ótima em decifra-las e prever o que fariam em seguir. -ele falou me deixando meio confuso. -Era um jogo. Eu sempre perdia.
–Atha. Agora entendi. Mas é diferentes. Vocês eram amigos. Será que podemos trocar de assunto? Ou melhor, vamos sair daqui. As atividades já devem estar acontecendo. -falei me dando conta da hora
–Vou te contar um pequeno segredo. Leo Valdez sempre foi o personagem favorito dela. -ele sussurrou e saiu andando.
Fiquei alí parado. Quando percebi estava com um sorriso bobo na cara. Isso estava começando a ficando interessante.
Ele parou um pouco a frente e olhou pra trás.
–Agora eu já deixei as coisas um pouco mais justas. Mas, Leo, acabou agora. Somos rivais. Eu definitivamente não perderei. -Gabe me olhou nos olhos e sorriu desafiador. -Não esqueça que você a fez ficar irritada com você, então tecnicamente eu estou na sua frente. -ele provocou afinal. Estava demorando.
–Ela também está irritada com você. Você deixou ela sozinha depois que "morreu" -falei fazendo aspas no ar.
–Eu tive que fazer isso! Eu não queria envolvê-la. O ônibus foi atacado pro montros, foi isso que causou o acidente. Se ela tivesse comigo naquele ônibus eu não me perdoaria. -ele falou sério.
–Ela preferia ter ficado em perigo. Achei que conhecesse ela. -rebati e saí.
–Duvido que você não iria querer protege-la. -ele falou.
–Ia. Mas não suportaria vê-la chorando ou deprimida e não poder conforta-la. -gritei. Corri dalí. Não queria ficar discutindo. Fui pra "oficina".
Eu sempre ficava mais tranquilo lá. Era meu templo de paz.
–O que houve, Valdez? Você não costuma vir aqui tão cedo. -indaga Jake Mason, líder do meu chalé.
–Preciso esfriar a cabeça. E sei que aqui vou ter paz. -respondi mal humorado.
–Ok, então. Por acaso tem haver com uma das garotas novas? -ele perguntou.
–Pela primeira vez sim. Aquela garota ainda vai me fazer pirar. -falei nervoso.
–Ela é bonita, mas não parece deixar aberturas pra aproximação. -ele comentou.
–Você sabe de qual das três eu estou falando né? -perguntei. Eu estava falando da Nick, mas talvez ele tenha confundido. Ela realmente é linda, mas ele pode estar pensando na Calipso.
–A filha de Ártemis certo? Todos no acampamento sabem que você não tira os olhos dela. -ele riu.
–Todos menos ela. Aquela garota não entende que eu só penso nela, ela acha que eu dou em cima de outras garotas. -expliquei.
–Você fazia isso mesmo antigamente. Sempre dando uma de galanteador. Ela tem motivos pra suspeitar e duvidar, além de ser filha da deusa que é meio contra os homens. -ele conversou.
–E desde que ela chegou eu dei em cima de quantas? -perguntei sério. Eu só tinha olhos pra ela, mas todos estavam contra mim.
? -Desde quando ela chegou você mudou, eu sei. Mas me diga ela não tem motivos pra ter medo de confiar nisso? -ele falou sério, meio que colocando o dedo na ferida.
–Tanto quanto eu tenho pra não confiar nela. -respondi frio, encarando-o.
–Assim é complicado. O quanto você a quer? -ele perguntou.
–Mais do que consigo falar. -respondi e senti meu rosto esquentar.
–O que você estaria disposto a fazer pra conquista-la? Duvido que seja o único que a deseja. -ele diz, enquanto mexia em seu projeto particular e ajeitava algumas coisas.
–Qualquer coisa. -falei me dirigindo a uma das bancadas e abrindo uma caixa que estava em cima. Tirei o celular da Nick de lá. Eu já tinha concertado. Foi uma tarefa bem simples. Eu estava apenas fazendo alguns ajustes.
–Você tem um rival não é? Isso que está te incomodando mais certo? -ele acertou em cheio.
–Pra falar a verdade isso não é o que mais me incomoda. -falei
–Quem é ele? Porque não te incomoda? Quem está com mais pontos? -ele falou.
–Gabe. Você conhece ele, é filho de Zeus. Por que eu sei que ele também se importa com ela. Quero que ela seja feliz, se não for comigo sei que será com ele. Não contamos pontos, de nada adianta um placar se não são os pontos que garantem a vitória. -respondi todas as perguntas.
–Você está amadurecendo, garoto. Quando chegou aqui você era mais incerto. -ele falou sorrindo.
–Nunca fui incerto. Apenas nunca me deram a opção certa. -falei piscando pra ele.
–Mas você está mais confiante. Sabe uma coisa que eu não entendi? Porque ele é o seu rival se ele voltou ao acampamento recentemente e não passou tanto tempo com ela? -falou confuso.
–São velhos amigos. Ele foi o primeiro amor dela e vice-versa. -expliquei. -Por isso confio que ele não machucaria ela.
–Primeiro amor?! -ele arregalou os olhos.
–Sim. -suspirei.
–Sabe como dizem que o primeiro amor funciona? -ele falou preocupado.
–Não. -falei num misto de curiosidade e nervosismo.
? -Nunca acaba realmente. É o tipo de amor mais fácil de reacender. Pois ninguém nunca esquece do primeiro amor. É o tipo de amor puro. -respondeu me olhando cauteloso e preocupado.
–Isso é o que alguns acreditam. Quando você ficou tão sentimental? Está parecendo um filho de Afrodite. -falei.
–Não é questão de estar sentimental. Só me lembro disso, minha mãe sempre dizia isso pra minha irmã quando éramos mais novos. -ele explicou. -A questão é: ela acredita?
–Ela não acredita no amor. -falei.
Peguei as minhas ferramentas e fiquei mexendo no celular.
–Como alguém pode não acreditar no amor? -ele diz surpreso.
–Acho que você não conheceu elas. Nenhuma delas acredita no amor como a maioria das pessoas acredita. -expliquei sem levantar o olhar.
–Isso é impossível. Por isso que todos são contra elas? -ele perguntou.
–Não. Nem todo mundo sabe disso. Odeiam elas por causa dos pais delas. -falei.
–Dizem que é impossível e tudo mais certo? Como diziam que era impossível pessoas bonitas serem filhas do nosso pai. -ele diz seria.
–Ei. Somos lindos. Só que somos mais habilidosos. -brinquei, fingindo indignação. -Eles acreditam, só que tem medo delas. Nunca existiu uma mestiça, nem uma filha de Ártemis.
–Teve uma época que teve várias outras deusas que prometeram ser castas eternamente e quando elas romperam com isso não fizeram tanto alarde. -ele falou procurando peças que estava precisando.
–Também não entendo. Além disso, meu problema não é Ártemis. -voltei o assunto.
–De certa forma é. A deusa pode querer que a filha siga seus passos, você sabe que sim. Coisa que não seria tão incomum, olhe pra nós? -ele brincou.
–Mas quem escolhe é ela. Se for isso que ela quer não vou atrapalhar. -na realidade eu não queria ficar falando sobre isso.
–Sei que você não gostaria que isso acontecesse. Quem gostaria que a pessoa amada fizesse essa escolha? Para que isso não ocorra você não deve deixar ela se ferir ao ponto de escolher isso. -ele aconselhou.
–Eu nunca machucaria ela, se é o que está sugerindo. -falei irritado.
–Não, não é. Eu disse isso pois sei que as suas duas amigas são alvos de pessoas poderosas. -ele explicou.
–Ninguém vai machucar ela. Eu vou protegê-la, mesmo que ela me machuque. -rebati sério.
–Esse é o pensamento. -ele sorriu.
–Leo? -ouvi alguém me chamar na porta, estava lá, Calipso.
–O que você quer? -perguntei tentando ser gentil.
–Você pode falar comigo? Não está de mal humor? -ela perguntou incerta.
–Não. Pode falar. -respondi suspirando.
–Eu me expressei de forma errada antes e acabei ferindo seus sentimentos. Sinto muito, eu fiquei nervosa e me atrapalhei. -ela falou corando um pouco.
–Tudo bem. Eu também me enrolei com as palavras. Era só isso? -perguntei.
–Eu não penso em você como segunda opção. Eu não sei nem porque falei daquela forma horrível! Por favor me perdoe. -ela falou nervosa.
–Ei, calma. -falei segurando seus ombros. -Eu te perdoo. Amigos? -perguntei sorrindo.
–Você não gosta de mim certo? Não mais, não é? -ela falou com os olhos lacrimejando.
–Você é uma garota incrível. Merece alguém melhor. Eu amo muito a Nick, mesmo que ela não acredite. -falei com sinceridade. Ela olhou pro chão, as lágrimas caiam de seu rosto. Segurei seu queixo e o levantei para que ela me olhasse nos olhos. -Calipso, você está livre. -completei. Limpei suas lágrimas e dei um beijo em sua bochecha. Ela me abraçou e ficou chorando. A abracei de volta.
–Você a ama e mesmo assim ela escolheu o outro, isso é horrível. -ela falou ainda soluçando abraçada comigo.
–Eu sei, mas o que importa é que ela esteja feliz. -falei.
–Você não se preocupa com a sua felicidade? -ela perguntou olhando nos meus olhos preocupada.
–Ela é a minha felicidade. -admiti. Fechei os olhos para controlar as lágrimas que se formavam.
–Não deixe-a controlar você tanto! De uma chance de ser feliz de outra forma! -ela diz, implorou, escondendo o rosto contra meu peito.
–Não posso te enganar desse jeito. -falei afagando seu cabelo.
–Mas eu sei seus verdadeiros sentimentos agora, tudo que peço é que me de uma chance, se for pra vocês ficarem juntos mais tarde eu me afasto, juro! Por favor! -ela implorou.
–Desculpa. Mas eu nunca vou ter uma chance se fizer isso. Mesmo sem fazer nada ela acha que eu dou em cima de todas, imagina se eu começar a namorar. -expliquei.
–Se ela gostar de você ela ficará incomodada, se não ela não vai se importar, assim você saberia dos verdadeiros sentimentos dela. -ela argumentou me olhando suplicante.
–Não Calipso. Não vou brincar assim com ela, nem comigo, nem com você. -falei a abraçando mais forte. Ela tem que entender que se eu fizer isso nós dois vamos nos machucar.
–Isso tudo porque eu demorei a vir. -ela choramingou.
–Não. Olha Calipso, você é incrível e muitos garotos do acampamento babaram por você, aproveite. Agora você não tem mais que se apaixonar. -falei carinhosamente.
–O problema é que já estou! -ela exclamou e depois sussurrou -Ainda estou apaixonada por você...
–Desculpa. -sussurrei. Fechei os olhos com força. Senti as lágrimas olharem meu rosto.
–Ah! -alguém exclamou passando por perto da entrada ao ver eu e Calipso abraçados. -Vejo que deu tudo certo pra vocês afinal! Fico feliz, sempre achei que vocês seriam um ótimo casal. -diz a ultima pessoa que eu gostaria que visse isso, a Nick.
–É. Somos ótimos amigos agora. -Calipso falou me soltando e se virando pra Nick.
? -Tanto faz. -a garota deu de ombros e ia voltar a andar.
–Minha proposta ainda está de pé. Sabe onde me encontrar quando quiser. -Calipso falou antes de sair da oficina.
–Melhor não te-la, magoado outra vez, Valdez. -Nick falou me olhando fria.
–Não que isso seja da sua conta, mas não. Ela apenas me fez uma proposta que eu tive que recusar. -falei sério me virando pra ela.
–Isso não foi uma pergunta. Foi um aviso. -ela retrucou.
–Estou morrendo de medo. Por que não para de querer controlar a minha vida e tenta resolver a sua? -perguntei irritado.
–Eu não estou nem aí pra sua vida. Só não gosto de pessoas que brincam com os sentimentos das outras e os menosprezam. -ela respondeu.
–É tão irônico você falar isso. -sorri de canto. Olhei pra caixa onde tinha guardado seu celular. Estava trancada com um cadeado. Peguei a caixa.
–Não precisa esfregar na minha cara que não sou uma boa pessoa. Eu sei disso por isso digo pras pessoas não se aproximarem de mim. -ela sussurrou.
–Você é uma pessoa incrível, só não sabe mostrar isso. Boa noite. -falei me virando para sair da oficina e voltar pro meu chalé.
–Adeus, Leo. -ouvi ela sussurrar andes de ir embora.
–Até logo. -respondi. Então fiz a coisa mais idiota que eu poderia ter feito. Nós dois ainda estávamos na oficina. Deixei a caixa em uma das bancadas. Fui na direção dela. A Nick estava de costas pra mim. Segurei em sua cintura e a virei. Ela arregalou os olhos. Juntei nossos lábios em um selinho curto. -Boa noite princesa da Lua. -sussurrei em seu ouvido. Antes que ela reagisse eu peguei a caixa e corri pro meu chalé.
–Imbecil! -ouvi ela gritar irritada e sons de coisas sendo lançadas na minha direção por uma Nick furiosa.
Sorri igual a um idiota. Eu já estava na entrada do meu chalé. Só conseguia pensar como seria bom se ela acreditasse em mim.
Mas antes de chegar na porta algo com uma lança foi atirada e me prendeu na pilastra.
–Grrr! Nunca mais faça aquilo está me entendendo?! Quem você pensa que eu sou pra ficar me beijando quando bem quiser?! -Nick falou me fuzilando, mas juro que pude notar um pouco de magoa em seus olhos.
–A única pessoa que eu quero beijar. Mesmo que você não acredite.-sussurrei a última parte, desviando o olhar.
–Legal, mas você parou pra pensar como eu me sinto em relação a isso?! Desde que você roubou meu primeiro beijo?! -ela falou, mas seus olhos pareciam querer lacrimejar.
–Com certeza não fica pior do que eu depois que você me despreza. -respondi sério.
–Hum... Falou o sabe tudo. Garotos são idiotas mesmo. -ela falou.
–PARA. -gritei irritado. -Ok, você teve um passado ruim e tem um trauma. Mas eu não sou o seu pai, nem sou igual a ele. Garotos nosso iguais. Já parou pra pensar em quantos garotos você machucou? Legal, você protege as garotas. Só esqueceu que algumas garotas machucam vários homens. Esqueci, você não se importa. -falei olhando em seus olhos.
–PARA. -gritei irritado. -Ok, você teve um passado ruim e tem um trauma. Mas eu não sou o seu pai, nem sou igual a ele. Garotos não são todos iguais. Já parou pra pensar em quantos garotos você machucou? Legal, você protege as garotas. Só esqueceu que algumas garotas machucam vários homens. Esqueci, você não se importa. -falei olhando em seus olhos.
–Falar assim não vai mudar nada. Eu não me importo mais com nada disso, eu só protejo aqueles que parecem precisar da minha ajuda. Fora isso não tenho sentimento algum no meu coração. -ela falou fria, e se virou de costas.
–Não. Você só protege as garotas. Você tem sentimentos. Dá pra ver nos seus olhos. -falei. -Boa noite.
–Protejo tanto que mataria algumas. Talvez eu ainda tenha mas não deveria depois de tudo. -ouvi ela dizer indo realmente embora.
Eu já estava dentro do chalé. Me troquei e desatei na cama. Eu estava exausto.


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