Uma vida diferente... Sonho ou pesadelo? escrita por Arianny Articunny, MoonyB


Capítulo 11
Amigas?!




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Pov's Nick: on

Ok... Meu chalé está uma confusão! Porque ficará assim? Bem... Eu cheguei cansada daquela maldita festa e acabei cochilando, aí quando eu acordo me deparo com a seguinte cena: a porta do chalé no chão, Kenzo sendo pisoteado por uma adolescente que depois descobri ser Ártemis, minha mãe, Hana tentando conversar com a deusa e Nico parado olhando pra tudo com uma cara abobalhada, tipo uma cara de tacho. Acho que ele tinha congelado. Sei lá! Vai entender! Eu, por mais que tenha falado com Ártemis e tudo mais ainda estava confusa e perdida, sério quem não ficaria assim no meu lugar? Estava pensando, tentando entender a situação quando fui despertada de meus desvaneios por um assunto que de certa forma me interessava. O motivo de Ártemis ter aparecido aqui! Ok vou admitir que ainda não digeri o fato de Ártemis ser minha mãe, de ter duas mães e essa coisa toda. Voltando, a explicação de Ártemis.

–Eu estava andando por aí quando de repente senti que era chamada aqui e apareci aqui no momento exato em que vocês entravam. - ela explicou, dando os ombros e sorrindo! Simples assim! Como se fosse super normal!

–...Ok... E...? - pergunta Hana olhando pra deusa e depois pra mim com uma cara interrogativa e de "Eu não estou entendendo nada".

–Ah! Isso não importa! -comentou Ártemis começando a andar pelo chalé o observando animada. E eu aqui cada vez mais estranhando a situação. Tudo bem que minha mãe humana também é jovem e animada e que todos dizem que parecemos irmãs e não mãe e filha mas mesmo assim! Definitivamente ainda é estranho quando sua mãe aparenta ser 2 anos mais velha que você!

–COMO ASSIM NÃO IMPORTA?! - perguntamos eu e Hana incrédulas. Tipo é sério que ela está falando que o motivo dela estar ali, dela sentir que foi chamada ali não importa? Ta brincando!

–Não... Isso não é algo tão estranho ou incomum, as vezes isso acontece com nós deuses. - fala Ártemis emburrada, eu sei, feito uma criança. - O mais importante agora é que agora posso falar com minha filha! - diz ela sorrindo grande e se aproximando de mim. Ok, sobrou pra mim. O que será que ela vai querer falar comigo? Não é todo dia que você pode ter uma conversa de "mãe e filha" com uma deusa que havia jurado se manter casta.

–O-o que você quer falar comigo? - perguntei, de algum jeito, ansiosa e temerosa ao mesmo tempo.

–Qual seu signo? -ela perguntou simplesmente. Claro, super normal! Não que algo possa ser considerando "normal" nós últimos dias, mas a ultima coisa que eu esperava era que ela me perguntasse meu signo! Ela era minha mãe não era? Ela não devia saber essas coisas? Tipo o dia que eu nasci, meu signo, tipo sanguíneo e por aí vai?

–Áries... - respondi erguendo uma sobrancelha de leve apenas estranhando a situação.

–Muito sensível. - ela comentou. Coisa que me apunhalou e me abalou. Juro que se eu não tivesse essa minha mania de me fazer de forte eu teria caído no chão. Normalmente não gosto que saibam que sou "sensível". Prefiro ser a garota assustadora de quem todos tem medo.

–Que...? - dou uma de lerda, fingindo que não entendi.

–As pessoas do signo Áries são muito sensíveis. - Ártemis explicou.

–...- fiquei muda, não sabia o que dizer depois disso ou sequer se devia dizer alguma coisa.

–Tenho que ir embora agora. - comenta Ártemis do nada. Tipo o que diabos ela veio fazer aqui, pra ir embora tão rápido?

–Porque? M-mãe...? Acho que eu devo de contar... - falo encarando o chão - Hoje mais cedo tentaram me matar, um raio caiu do céu e quase me atingiu... - sussurro, mas ela conseguiu ouvir e arregalou os olhos.

–Preciso mesmo ir embora. Foi convocada uma reunião dos deuses no Olimpo. Peçam desculpas por mim pra esse garoto, acho que vai fica a marca do meu pé na bochecha dele por dias. - diz ela, enfim tirando o pé da cabeça do Kenzo, que jazia inconsciente depois de ser pisado na cabeça diversas vezes. E depois ela simplesmente sumiu, evaporou no ar. E no lugar onde ela estava brilhava uma espécie de poeirinha celeste.

–Ok... só eu que não entendi nada?- Hana perguntou confusa.

–Com certeza não Hana! Eu também estou perdidinha aqui! -reclamo.

–O que faremos com ele? -Hana perguntou indicando Kenzo com a cabeça.

–Não sei... -digo com um ar de perdida e olhando pro horizonte. Só então me lembrei que Nico estava ali. Me virei para encará-lo, ele continuava com cara de bobo e olhando para o nada.

–Heeeeey? -chamamos eu e Hana juntas, como sempre.

–Você está vivo ou virou uma estátua? -pergunta Hana sarcástica.

–Tá brincando né? -ele perguntou perplexo. -A deusa desse chalé estava mesmo aqui? -pergunta o garoto ainda confuso ignorando Hana, que pareceu mais irritada que o normal com isso.

–Árte... Não... Minha mãe esteve aqui... -falo perdendo a voz, estava confusa, tudo que tinha acontecido nos últimos dias... Eu não sei mais por quanto tempo ia aguentar manter o controle... Pensei antes de desabar, se não fosse o Toby que me apoiou, e deu uma lambida de encorajamento na minha bochecha. Como se quisesse dizer: "Estou com você! Vai ficar tudo bem!"

–Ela esteve aqui, mas você ficou apenas olhando para o nada com cara de bobo -Falou Hana irritada por ter sido ignorada.

–Resumindo... Você foi um inútil Nico! -brinco provocando-o, voltando pra minha postura habitual.

–Hm... Nick...? O que houve...? Você está bem...? -diz Kenzo com a voz arrastada. Tinha acabado de despertar, estava com a mão na cabeça, depois de ser pisado tantas vezes acho óbvio que ele estivesse com uma graaaaaande dor de cabeça.

–É melhor você ir descansar e logo se sentirá melhor. -Hana aconselhou. Ela saiu do chalé. Eu fui atrás dela, afinal com toda a correria ainda não tinha conseguido ter uma conversa descente com a minha queria melhor amiga e prima. Então eu arrastei ela de volta pro chalé, meio que "expulsei os meninos do chalé e os mandei pro chalé deles, que perguntaram porque a Hana ia ficar e eu simplesmente respondi

–Porque ela vai dormir aqui!

–Não pode isso! -Nico contrariou.

–Aé? Quem vai impedir? -perguntei desafiadora- Quem se aproximar do MEU chalé vou mandar o Toby atacar! -avisei. E assim encerrando a discussão. Então vestimos nossos pijamas, mesmo ainda não sendo hora de dormir, que aqui tinha, infelizmente, e resolvemos, enfim conversar.

–Bem... Enfim podemos conversar em paz né? -comento rindo.

–Sim -ela respondeu com um sorriso cansado no rosto.

–Eles as vezes são muuuito irritantes né? Será que eles não percebem que as vezes simplesmente queremos um tempo sozinhas e conversar uma com a outra? -digo revirando os olhos um tanto irritada. Garotos realmente me irritavam, é... Acho que eu realmente sou filha de Ártemis, bem pelo menos isso prova algo.

–Concordo plenamente. Sinceramente, ainda não tenho certeza se devemos confiar neles -ela admitiu.

–Você não é a unica. Não que eles tenham dado motivo pra isso ou algo assim... Eu não sei se consigo confiar em "garotos" tão facilmente assim...!- falo fazendo uma careta no final.

–Você tem sorte -Ela disse abaixando a cabeça.

–Tenho? Porque? -perguntei confusa.

–Se você não confia não se machuca -respondeu fria.

–Do que adianta se mesmo assim continuo sendo ferida? -retruco, assumindo uma postura fria também.

–Não dói tanto quando você não confia -respondeu.

–Mas aí enquanto estamos focadas em "não confiar" alguém próximo de nós, alguém que não esperamos, vem e nos fere pelas costas! -digo no plural, mas na verdade estava falando mais de mim, e Hana sabia de quem eu estava falando, de que "amiga".

–Aí quem confia é ferida por alguém próximo e pela pessoa em quem confiou -ela disse quase num sussurro.

–Hana. Chega. Você sabe tão bem quanto eu como vai acabar essa conversa se continuarmos falando sobre "essas" coisas... -falo baixinho também, porém séria, mesmo estando com os olhos levemente marejados.

–Ok. Não quero brigar com você -ela confirmou com os olhos igualmente marejados,

–Não estou falando de brigarmos, mas do que faremos se continuássemos com o assunto... Sabe? Tentar ignorar aquela dor nos infligindo outra dor... -comento desviando levemente o olhar.

–Sabe que não precisa segurar o choro perto de mim, né? -Ela perguntou.

–Não posso perder o controle agora, Hana... Se não não sei se vou conseguir me recuperar ou sequer fingir que estou bem, que não aconteceu nada demais. -confesso tentando suprimir a dor na minha voz.

–É melhor você chorar aqui comigo do que no meio de todo mundo -Ela avisou.

–Eu não choro. Não na frente de pessoas. -digo tentando parecer firme. Ela sabia que ela era uma das poucas exceções que eu já permiti ver eu derramando uma lágrima.

–Você entendeu o que eu quis dizer. Desabafe agora, estamos sozinhas e isso vai ajudar a aliviar um pouco -Pediu.

–Eu... Não... Posso... Não devo... -tento formular uma frase sem sucesso. Era tarde demais. Ela era insistente demais. E no fundo eu sabia que ela estava certa. Então me permitir cair no chão e me encolher. Comecei a tremer de leve enquanto derramava as minhas lágrimas silenciosas. Ela me abraçou e colocou minha cabeça em seu colo, começou a afagar meus cabelos enquanto cantava. Senti lágrimas pingando em cima de mim. Sabia que ela também andava se segurando pra não chorar. E aproveitou pra desabafar, mesmo que um pouquinho, comigo. Então me levantei e a abracei. Ficamos abraçadas por um bom tempo até pararmos de chorar e sorrirmos uma pra outra.

–Acho que agora conseguiremos aguentar mais um pouco. -brinquei com ela sorrindo de leve, mas logo mudei de assunto terminando de secar meu rosto.

– Mas agora me conta, o que esta acontecendo entre você e o Nico?- perguntei curiosa.

–E-eu chorei na frente dele -ela respondeu voltando a chorar.

–Chorou? -perguntei surpresa. Tenho que admitir que por essa não esperava. Espera... Se ela chorou ele fez alguma coisa pra isso!

–O que ele fez?! -perguntei irritada.

–E-ele tentou me beijar -ela falou entre soluços. Parei e fiquei encarando ela. Confusa. Esperando que ela me contasse a história toda de uma vez, o que eu podia fazer? Estava curiosa e impaciente!

–Depois que você correu pra cá nós ficamos conversando, ele me encostou em uma árvore e tentou me beijar -ela respondeu.

–Mas alguma coisa? -perguntei. Conhecia ela bem. Sabia que essa não era a história completa.

–Depois que você saiu...

–-Flashback--

–Mas tentaram matá-la mais cedo! Você não está preocupada com ela? E se tentarem de novo? - ele fala preocupado.

–Do jeito que ela está agora? Nesse momento ela é a ameaça. - garanti. Ele não se lembrava dela mais cedo quando ela queria bater na Lair?

–Ela não parece ser tão forte assim... - ele retruca. Pelo jeito não...

–Lembra o que aconteceu da última vez que duvidou de uma de nós? - perguntei.

–Eu não me lembro de nada assim antes. - ele comenta.

–Não? - o encarei incrédula.–

O que aconteceu quando nós duvidamos de vocês? - ele pergunta com as sobrancelhas arqueadas em forma de desafio.

–Da última vez... Acabou com você caído no chão e eu sentada em cima de você. – expliquei.

–Aquilo foi um golpe de sorte! Eu não pensava que você fosse fazer algo daquele tipo. E se os garotos do acampamento quiserem mesmo fazer algo com vocês... Vocês não terão a mínima chance. - ele fala.

–Você não me conhece. -retruquei.

–Não, mas sei que vocês não tem nenhum treino de luta ou força para impedir um garoto.-falou

–Mas nenhum garoto espera uma reação. A surpresa é o melhor ataque. -sorri me aproximando dele.

–Prove. - ele me desafiou. Então eu rapidamente o derrubei e fiquei em cima dele igual da ultima vez, sorrindo vitoriosa. Mas ele inverteu as posições com facilidade e prendeu meus pulsos acima da minha cabeça e se aproximou de meu rosto. Devo estar virando um pimentão com essa situação.

–S-saia d-de cima de mim! - gaguejei envergonhada. Ficar naquela posição estava me deixando constrangida. Mas em vez de atender meu pedido ele me segurou com mais força e aproximou seu rosto de meu ouvido. Fechei os olhos com medo do que poderia vir a seguir.

–Viu? Se eu quisesse fazer algo com você, você não poderia me impedir. Está completamente submissa a mim. -ele sussurrou no meu ouvido com a voz rouca. Sentir o hálito dele no meu pescoço me arrepiou, acho que ele notou, pois sorriu com isso e depois me soltou e saiu de cima de mim.

–Mas eu sei que nenhum garoto faria isso comigo. Não tem motivo para eu ficar preocupada. - falei convicta.

–Você não deveria se iludir tanto. Não me diga que também não reparou em como os garotos da festa te olhavam hoje? Como feras famintas olhando pra uma presa deliciosa. - ele fala parecendo um pouco irritado com isso. Não imagino o porque.

–Isso não quer dizer nada. Olhavam assim para todas as meninas. Principalmente para as de Afrodite. –falei.

–Você é filha de Afrodite Hana! Por mais que não admita, você é linda.

–Porque todos ficam mentindo pra mim? -falei com lágrimas nos olhos.

–Eu não estou mentindo pra você! - ele falou.

–O que eu preciso fazer pra convencê-la disso?Ele vai se aproximando de mim até me encurralar numa arvore. Minha respiração estava começando a ficar acelerada. Pensei em fugir, mas ele me impediu apoiando seus braços na arvore. Fiquei olhando pra baixo vermelha. Não queria olhá-lo nos olhos. Com umas das mãos ele pegou meu queixo obrigando-me a olhá-lo nos olhos. Fiquei ainda mais vermelha.

–N-Nico? O-o q-que v-você e-esta f-fazendo? -perguntei gaguejando muito, e tentando ao máximo não olhá-lo nos olhos. Tudo que eu queria era sair correndo...ou não...ou... Droga. Ele me deixa tão confusa.Ele começou a se aproximar cada vez mais de mim. Meu coração começou a bater descompassado. Acho que se ele se aproximasse um pouquinho mais conseguiria ouvi-lo. Estava torcendo pra que ele me soltasse. Eu não queria ser apenas mais uma. Com esse pensamento meu coração doeu e meus olhos começaram encher de lagrimas.

– Hana? -Nico me olhou surpreso, parece que eu quase estar chorando interrompeu o clima.

–Hana o que houve? -ele perguntou preocupado.

–N-nada... -eu sussurrei.

–Não pode ser nada! Você esta quase chorando aqui! -ele falou secando uma lagrima que tinha escorrido pelo meu rosto.

–Me diga... O que houve? -estava me sentindo uma idiota e tinha certeza que ele também pensava assim.

–E-eu estou com medo... –falei.

– Medo de que, pequena? -ele perguntou carinhosamente.

–Disso tudo. –respondi. E as lágrimas continuavam caindo.

– Não precisa ficar com medo eu não vou deixar ninguém te machucar... -ele falou me abraçando.

–É disso que eu tenho medo. -falei entre lágrimas.

– Você está com medo de mim Hana? -ele perguntou.

–Não de você. –respondi.

–Então é de que? -ele perguntou confuso.

–Do que eu sinto por você. -falei e caí sentada na grama chorando.

–Do que sente por mim? Como assim Hana? -ele perguntou, mas vi uma centelha de animação nos seus olhos.

–Pode rir. Sou uma filha de Afrodite que tem medo do amor. -falei abraçando os joelhos e escondendo o rosto.

–Medo do amor? Porque? -ele fala parecendo incrédulo.

–Ele machuca... –respondi.

–Hana... -ele me olha preocupado. -Por que coisas você já passou pra pensar assim?

–É que eu nunca gostei de alguém que também gostasse de mim... -falei e senti seus braços me envolvendo.

–Vai ficar tudo... - ele foi interrompido por Kenzo que tinha acabado de chegar e ver a gente.

–-Fim do Flashback--

–E viemos pra cá -ela finalizou.

–Uau... -falei espantada. - Você falou que tinha medo do amor mas não falou o porque certo? E porque eu sou sempre uma ameaça? Eu não tento ser assustadora de propósito! -reclamo emburrada. Eu não sei porque as pessoas ficam com medo de mim.

– Felizmente o Kenzo chegou antes que falássemos mais alguma coisa -ela respondeu.

–Senão as coisas iriam realmente ter ficado embaraçosas né? Você não é muito boa em falar sobre você. -falei.

–Ninguém acredita no que eu digo -ela argumentou emburrada.

–Mas acreditam em todas as nossas mentiras. -lembro irritada e um pouco decepcionada.

–Às vezes acho que as pessoas me vêem de um jeito diferente de como eu me vejo -ela completou triste.

–Somos duas. -concordo.

–E como sempre acabamos voltando pra esse assunto. -digo começando a rir.

–É que no fim tudo se resume a isso -disse me olhando com um sorriso irônico nos lábios.

–Acho melhor ir dormirmos antes que passe um inspetor pra ver se todos estão dormindo ou não. -comento divertida. -Além do mais temos que nos preparar pras atividades de amanhã! Estou com um bom pressentimento sobre isso!

–Eu acho que vou tentar me matar com alguma das espadas. -ela falou em tom de brincadeira.

–Mas antes que a espada te toque eu a segurarei com as mãos! E impedirei. -completei entrando na brincadeira.

–Não se preocupe, acharei outra forma de me matar -ela disse dando a língua.

–E eu te impedirei novamente! -falo dando língua pra ela também e depois caímos na gargalhada. Depois disso e de conversarmos mais um pouco acabamos pegando no sono, sentadas uma do lado da outra em cima da cama e apoiando as costas na parede e o Toby deitado perto da gente. Quando chegou a manhã fomos acordadas por um Kenzo animado e saltitante.

–ACORDEM dorminhocas! Já está de manhã! Temos que nos apressar senão perdemos o café da manhã e temos que ir pro treino de espadas! - ele saiu gritando animado. Péssima ideia. O-D-E-I-O quando me acordam. Principalmente gritando. Peguei o primeiro objeto que achei, um livro, e taquei na cara dele. Acertei em cheio! Eu sabia que tinha uma ótima mira. Ele não esperava por essa e por isso foi derrubado. E eu o olhava encarando-o de forma "Eu acho que quero te matar desgraçado! Nunca mais me acorde assim ou morre de vez!".

–VOCÊ ME ACORDOU POR NADA. EU NÃO TOMO CAFÉ DA MANHÃ IMBECIL! -Digamos que a Hana também não gostou muito de ter que acordar.

–Meninas parem de drama! Vocês... - ele parou de falar quando viu o olhar assassino que nós duas dirigíamos a ele.

–Drama? Você acha que estamos de drama infeliz? - digo completamente irritada.

–JÁ DISSE QUE EU NÃO VOU -Hana realmente estava brava.

–Não importa se vocês vão tomar café ou não vocês vão com a gente e ponto final! -reclama Kenzo, já arrastando nós duas pelo acampamento até o refeitório.

–ESTAMOS DE PIJAMA AINDA -Hana falou enquanto seu rosto ficava vermelho. Digamos que nossos pijamas não eram muito "decentes".

–É! SEU LOUCO! PERVERTIDO! ARRASTADOR DE GAROTAS! - digo corada já fazendo um escândalo.

–Me solta. Por favor -Ela pediu enquanto tentava ao máximo esconder o corpo. Podia ver seu desespero ao perceber que algumas pessoas nos olhavam.

–Estão nos encarando... -comento envergonhada. Mas tipo sabe o que é estar de camisola no centro do lugar onde ficavam os chalés? Tentem se ver no meu lugar pra ver como era bom! Só que não! Eu com uma camisola curta e a Hana com um mini short e um top no meio do acampamento. Ótimo jeito de começar o dia! E tinham diversos garotos que pareciam nos devorar com os olhos. Estava começando a ficar nervosa. Então surgiu um uivo e o Toby saiu da cabana imponente parecendo literalmente olhar pra todos aqueles que me olhavam e que pudessem fazer algum mal a mim rosnando. Aproveitei esse momento de distração de todos e corri pro chalé. Acho que não sairia de lá tão cedo. Que vergonha!

–Nick! Pelo amor dos deuses me deixa entrar! -gritou Hana desesperada batendo na porta, deixei-a entrar.

–Eu vou matar o Kenzo. -ela murmurava enquanto trocava de roupa.

–E você acha que eu não? Aquele desgraçado me paga! -falo terminando de vestir meus jeans ,uma blusa preta sem manga lisa e um par de allstars pretos.

–Vamos logo antes que eu desista -ela falou enquanto ajeitava sua roupa. Calça jeans, uma blusa preta uns 3 números maiores que ela e seus allstar cano médio preto E fomos pra arena de treinamento, onde por algum motivo estava cheia de bolas e com uma linha no meio dividindo-a em dois lados.

–Tem alguma ideia do que é isso? -Hana perguntou.

–Nem me pergunte. -falei enquanto chegávamos mais perto e entravamos na arena, procurando os filhos de Hades.Só que invés de encontrarmos nossas presas, vimos aquele filho de Ares que tentou me matar ontem. Ele nos viu e correu na nossa direção.

–Ei meninas! -ele disse sorrindo enquanto corria pra nossa direção. E nós estranhando.

–O que quer? -Hana falou séria.

–E qual seu nome mesmo? -falei, ok tinha esquecido. Não faço ideia do nome dele. Ele me olhou como se eu fosse idiota.

–Meu nome é Ray. Pensei que só as filhas de Afrodite fossem burras -ele falou com um sorriso de deboche que me deixou irritada.

–Ah! Cale a boca! -respondi claramente de mau humor. Quando me virei para encarar Hana percebi que seus punhos estavam serrados e ele ia em direção ao Ray.

–Ei! O que você pensa que está fazendo?! -reclama Ray enquanto segurava o punho da Hana. Ela não respondeu, apenas usou a outra mão para segurar seu pescoço.

–Ela é filha de Afrodite, queridinho. E acho que você a irritou um pouco. -falei dando os ombros curtindo a cena.

–Ela é filha de Afrodite? -ele disse rindo -Duvido.

–Porque você dúvida? -questiono fuzilando-o com o olhar.

–Olha pra ela -ele respondeu apontando pra Hana.

–O que tem ela? hein?! -disse brava, espero que ele não esteja insinuando o que eu acho que esteja!

–Ela não parece filha de Afrodite! Sério olha como ela se veste? -ele falou.

–O que tem de mais? -perguntei irritada.

–É estranho. Eu nunca vi uma filha de Afrodite que não se veste e age como as outras! -ele protestou.

–Você não é o dono da verdade, tem que aprender que a vida é cheia de coisas estranhas e diferentes. -Hana falou fitando o chão.

–Eu não disse isso! -ele reclamou parecendo ficar um pouco corado.

–Aliás porque você está falando com a gente amigavelmente? -perguntei me encolhendo um pouco.

–Quis dizer o que então? -Hana perguntou.

–Que você é diferente. Não parece ser uma daquelas patricinhas! -ele fala parecendo ter ignorado o que eu tinha dito.

–E não sou. -ela respondeu.

–É o que eu estou falando! A única filha de Afrodite que eu conheci que não era tão patricinha era a Alana... -ele falou com um assumindo um olhar de sofrimento ao falar o nome da garota.

–Pelo visto ela era especial. -Hana comentou.

–Mas porque você está sendo amigável com a gente? -Perguntou.

–Ela era... Ela era pra ser minha namorada mas... -e ele continuou ignorando a pergunta.

–Mas...?! -perguntei irritada. Se ele quiser falar disso vamos falar mas ele não vai fugir da pergunta no final!

–Mas Ártemis a chamou para ser uma caçadora. Digamos que não é algo que se recuse, ainda mais vindo de uma deusa. -ele falou ameaçando chorar.

–E você tem raiva de Ártemis por causa disso? -perguntei.

–Imagina, ela só tirou o amor da minha vida de mim. -ele falou ressentido.

–Não foi culpa dela! Foi escolha de Alana e não de Ártemis! -falei defendo-a.

–Agora não tem mais importância. Ela morreu em combate. Porque eu estou falando isso pra vocês? -uma lágrima caiu de seus olhos e ele saiu a passos firmes.

–Espera! -falei segurando o braço dele, porque eu fiz isso? Ele tinha tentado me matar não tinha? Bem eu não gosto de ver ninguém sofrendo. Independente de quem fosse.

–Não fique triste... -falei, olhando-o preocupada.

–Porque você se importa com isso? Você é filha de Ártemis devia estar defendendo-a, não tentando me ajudar. -ele fala surpreso.

–Fazemos o que é certo, não o que esperam que façamos. -Hana retorquiu.

–Sempre. Independente da situação e da pessoa. -complementei. Ele simplesmente deu as costas e saiu.

–Você precisa perdoar e esquecer isso. Senão isso vai continuar te machucando. Você não devia esconder a dor. Se o fizer as coisas só pioraram e você será engolido por sua própria escuridão. -sussurrei pra ele enquanto passava por seu lado.

Eu e Hana continuamos nossa busca por Kenzo e Nico. Desde o mal entendido Hana olhava para baixo, não que isso fosse algo incomum, mas eu sabia que era pelo que Ray havia dito.

–Hana-chan não fique pra baixo por favor! -falei fofa enquanto abria um sorriso, um tanto forçado eu admito.

–Sabe que isso não cola comigo né? -ela disse sem ao menos me olhar.

–Hana. Você sabe que eu odeio pedir isso mas... Controle-se! -digo a encarando séria.

–Ok. Desculpe. -ela sussurrou.

–Não precisa se desculpar. Estamos num lugar que não conhecemos e onde todos parecem ser hostis conosco. Não podemos ser fracas. -falo tentando me mostrar confiante.

–Tem razão .-falou levantando a cabeça, sem mostrar o rosto.

–Vamos! Eles estão bem ali. -disse pegando uma bola que estava ali no chão pra jogar neles. Hana entendeu o recado e fez a mesma coisa. Então nos aproximamos lentamente e tacamos as bolas certeiramente nos rostos deles.

–Ai! Porque fizeram isso? -perguntaram com as caras todas vermelhas.

–Apenas um acerto de contas por hoje cedo Kenzo. -Hana falou com um sorriso de lado .

–É sabe... Pelo mico do século! -complemento.

–Do que vocês estão falando? O que eu tenho a ver com isso? -Nico perguntou confuso.

–Você estava junto com ele! -eu disse.

–Vocês nos arrancaram da cama e nos arrastaram pelo acampamento de pijama. -Hana respondeu irritada.

–Ata... Eu lembrei... E aqueles garotos garotos desgraçados ficaram secando vocês.... -ele comentou parecendo incomodado.

–Rindo das nossas caras você quis dizer. -ela corrigiu.

–Tanto faz! Foi desagradável da mesma forma! -reclamei, vermelha ao me lembrar daquilo.

–Vocês ainda vão pagar por isso. As boladas não chegam perto da humilhação que foi. -Hana falou emburrada cruzando os braços.

–É! Pode crer... - eu ia falar mais alguma coisa mas meu celular começou a tocar.

–Alô?

–Oi Nick! Sua vaca! Como você ousou ir embora e nos deixar sozinhas aqui?! E nossos planos juntas? Não íamos estudar juntas esse ano? Você desistiu do JK? Porque?! -ouvi a voz da minha amiga, Giu, no telefone abafada, sabia que ela estava triste com isso.

–Niiiiiick!!! Como você pode me abandonar? Nos conhecemos desde sempre! Não ache que você vai escapar de nós! Vamos até você! -disse Loka após roubar o celular da Giu. Eu gelei. Ela disse o que? "Vamos até você!"? Deixei o celular cair e corri na direção do pinheiro de Thalia.Eu só queria silêncio, precisava resolver isso. Elas não podem vir atrás de mim, descobririam a mentira. Eu não gosto de mentir pra elas.

–NICK, ESPERA! -ouvi Hana gritar, não dei atenção.

–Hana. Elas estão vindo até aqui. TODAS elas! -eu falei.

–Elas quem? -pergunta Kenzo perdido.

–Loka e companhia. -Hana falou num fio de voz.

–Quem são elas?! -perguntou Nico tão perdido quanto o outro.

–Nossas amigas -eu e Hana respondemos ao mesmo tempo.

–E estão vindo pra cá. -acrescentei, começando a correr novamente. Nico arregalou os olhos e Kenzo me encarou atônito.

–Como assim vindo pra cá? -Perguntou meio receoso.

–Exatamente o que eu disse. -falei ainda correndo.

–PAROU TUDO! -Hana gritou. Automaticamente todos paramos e nos viramos para ela.

–Hana? O que houve? -perguntei.

–Elas não vão vir pra cá. -ela falou.

–Eu não duvido nada delas. Principalmente da Loka. -falei. Correndo. Só mais um pouco. Mais um pouco e chegaria na divisa, no pinheiro.

–Nick, para e me escuta. -ela pediu.

–Fala. -disse.

–Elas não sabem onde nós estamos. Elas vão chegar naquela droga de escola e vão descobrir que nunca ouviram falar da gente. -ela disse num tom doce que acho que era pra me fazer ficar mais tranquila.

–Hana, elas não são idiotas. Elas não estou procurando a desgraça da escola e sim o lugar em que REALMENTE estamos através do GPS do meu celular. -contei.

–É a Loka, primeiro ela faz depois ela pensa. Mas se você quer assim então as diga como chegar aqui. -ela falou.

–Se está duvidando do que eu digo vamos até o pinheiro de Thalia conferir Hana-chan querida! -falei irritada.

–Não estou dizendo que elas não vem até aqui, é que elas vão chegar e não vão nos ver. -ela explicou. -E após isso vão ligar pra nós de novo e descobrir nossa localização! -completou apontando pra onde estávamos, porque acho que ninguém havia percebido que havíamos chegado perto do pinheiro de Thalia.

–Elas podem entrar? -ela perguntou para o Kenzo.

–Humanos não conseguem entrar ou ver através da barreira. -ele falou.

–Bem eu já sei o que vai acontecer... 5, 4, 3, 2, 1, 0, agora. - falei e o celular tocou.

–Alô? -Eu escutei seu celular tocando cade você desgraça?! -perguntou Giu educadamente e de forma baixa que ninguém mais escutou sabe? Só que não! Eu desliguei o telefone e elas começaram a gritar nos chamando. Eu olhei para Hana.

–E agora?

–Não sei. -ela respondeu.

–Acho melhor irmos falar com elas, afinal elas vieram até aqui por nós... -falei com um olhar de cachorrinho. Quem eu queria enganar eu estava morrendo de saudade das minhas amigas.

–Ok. Peça pra elas irem para a beira da estrada. -Hana pediu.

–Qualquer coisa viemos num passeio escolar ou algo assim. Isso explicaria a presença dos meninos. -falei.

–Ok. -ela disse e fomos Chegamos na beira da estrada.

–Oi gente! -falei, chamando a atenção das meninas.

–Aaaaaah! Nick! Hana! -elas gritaram correndo pra nos abraçar, nem um pouco escandalosas elas. Mas tudo bem todas estávamos com saudades mesmo.

–Vocês são muito escandalosas -Hana disse revirando os olhos.

–Não venha nos dizer que não sentiu falta disso! -brincou Bee dando língua pra Hana que começou a rir.

–Vocês são as únicas escandalosas que eu aguento. -respondeu rindo e dando língua também.

–E como vocês tiveram a audácia de se afastar de nós?! -pergunta Giu brava fazendo pose colocando as mãos na cintura.

–Foi necessário. -eu e Hana dissemos tentando explicar e evitar explicar.

–COMO ASSIM FOI NECESSÁRIO?! -droga agora elas iam começar um escândalo.

–Calma, não gritem. -Hana pediu.

–Meninas, independente do motivo e do que acontecesse nos nunca íamos abandonar vocês! Vocês são nossas melhores amigas lembram? Nossa malucas inesquecíveis? -falei tentando amenizar o clima e fugir da explicação.

–Precisamos de vocês. -Hana completou.

–Então porque foram pra longe? -pergunta Ju triste.

–Não tivemos escolha! -Hana falou.

–Vocês não tiveram escolha? Não me diga que... -começou a dizer Giu focando sua atenção, pela primeira vez nos garotos. -Eles OBRIGARAM vocês virem? Fizeram uma chantagem ou algo assim?

–NÃO! Eles são amigos. -Hana respondeu.

–É gente. Calma. -falei -Está tudo bem.

–Quem são? -Ju perguntou sorrindo para o Nico.

–Kenzo e Nico Di Angelo. -apresentei.

–São da sala delas? -perguntou Ju com um sorriso provocante, se aproximando de Nico.

–Algumas aulas assistimos juntos. Nem todas já que temos idades e somos de classes diferentes. -falou Nico. Vi Hana fechar a cara e suspirar irritada. Apenas dei uma risadinha. Aí, de repente o tempo começou a mudar e formar uma tempestade. Começaram os barulhos de trovões. O clima a nossa volta começou a ficar mais tenso. Uma névoa estranha começou a se formar impedindo nos de ver muito longe. Então tive um arrepio na espinha. Tipo aquele que tive quando o minotauro apareceu. Eu gelei. Não agora não. Não com elas aqui. Se elas se ferissem... Se elas se ferissem por nossa causa nunca iria me perdoar.

–Temos que ir. -falou Hana, que sentia o mesmo.

–Meninas... Vocês precisam ir embora. Tipo, agora! -falei alarmada, procurando algum sinal de perigo.

–Não queremos ir embora. -Ju falou olhando para o Nico, que olhava preocupado para Hana.

–Gente isso não é brincadeira. Não temos tempo. Vocês PRECISAM ir embora AGORA! -exclamei ficando cada vez mais nervosa. Eu e Hana nos olhamos, puxamos os garotos pelas mãos e nos viramos para as garotas.

–VAMOS! -gritamos Elas pareceram ficar perdidas por um instante.

–Pra onde vamos? -pergunta Bee.

–Vocês? Vocês vão embora! -falamos eu e Hana, quase gritando na verdade.

–Embora? Ah não! Eu não quero ir embora! -reclamou Ju.

–Para de graça Ju! Vocês vão embora sim! -falou Hana.

–Sim! Vocês vão...! -fui interrompida por um "vulp" de uma flecha que fincou no chão entre eu e Loka.

–AHHH! -Ju gritou.

–CORRAM! Agora! -gritei enquanto empurrava a Giu e a Loka e ouvia mais zumbidos de flechas sendo atiradas contra nós. Hana puxou Ju e Bee pelo pulso e corremos entre as árvores, em direção ao acampamento. Espero que elas consigam entrar. Os garotos vinham logo atrás de nós, olhando em volta procurando pelo perigo Tropecei, vi uma flecha vindo exatamente na minha direção. Fechei os olhos esperando o que quer que fosse acontecer, mas nada me atingiu, então abri os olhos e vi Toby segurando a flecha na boca.

–Nick. Vamos. -ouvi Hana falar. Me lenvantei, segurei as garotas novamente e voltamos a correr, dessa vez com Toby ao meu lado.

–E se elas não passarem? - Nico perguntou preocupado.

–Isso não é uma opção... -ela respondeu sorrindo de lado.

–Sim. Nessas condições vão ter que abrir uma exceção! -falei sorrindo da mesma forma.

–Do que vocês estão falando? -pergunta Loka confusa. Fechei os olhos e só os abri quando percebi uma suave brisa vinda do lago bater contra o meu rosto Estávamos dentro. Todos estávamos! Graças aos deuses!

–Conseguimos! -Hana comemorou e pulou no Nico, que a segurou pela cintura e a abraçou. Me virei para as garotas e vi Ju fechar a cara.

–Que lugar é esse? -Perguntaram Bee e Loka ao mesmo tempo.

–Bem... É... -Como eu ia explicar pra elas?!

–É o nosso lar. -falou Kenzo. Simplesmente assim! Como ele pôde?

–Ata. -Loka falou.

–Porque fomos atacados por flechas?! E sério, quem usa flechas hoje em dia tendo armas de fogo? -perguntou Giu.

–Também não sabemos. -Nico respondeu ainda segurando a Hana no colo.

–Mas estamos seguros aqui. -Hana completou.

–Tem certeza? Como vocês tem certeza que quem quer que tenha atirado na gente não vai nos seguir até aqui? -pergunta Bee apavorada.

–Pode nos seguir, mas não vai conseguir entrar aqui. -falei confiante.

–Só se pode entrar aqui se tiver permissão. -complementou Hana.

–E recebemos permissão certo? -perguntou Loka sem querer saber realmente a resposta.

–Beleza! Encontramos vocês depois! Vamos dar uma volta por aí! -ela disse correndo com a Bee na direção do lago.

–Vou dar uma volta também, qualquer coisa me liga tá Nick? -falou Giu dando "tchauzinho" indo na direção do refeitório.

–Idem pra mim! Tchau, tchau! -disse Ju correndo animada na direção dos chalés.

–Sério que elas vão sair pra explorar um lugar que acabaram que chegar, assim? -pergunta Nico incrédulo ainda abraçado a Hana. Eu a olhei e sorri, ela entendeu o que eu quis dizer, corou, e se separou dele.

–É coisa nossa. Não sei se lembra, mas eu e Nick fizemos a mesma coisa quando chegamos. -Hana falou.

–É verdade. -comecei a rir lembrando disso.

–Vamos. Estou morrendo de fome. -Hana saiu arrastando eu e o Nico para o refeitório, o Kenzo vinha logo atrás. Lá encontramos Giu tentando descobrir onde estava a despensa, coisa que não tinha, já que os pratos e copos eram encantados.

–Gente! Socorro! Onde tem comida nesse lugar? Estou faminta! -choramigou ela, correndo pra me abraçar.

–Calma. O que você quer comer? -Hana perguntou.

–Hum... -ela pareceu pensativa. -Macarronada!

–Ok. Alguém vem comigo? -Hana pediu.

–Eu vou! -falou Nico. Acho que ele não queria desgrudar da Hana tão cedo.

–Ok. Vai querer o que Nick? -Perguntou.

–Pode deixar que eu sei o que fazer! -falei piscando pra ela, já segurando um copo e um prato. Em pouco tempo todos já estávamos comendo nossas comidas preferidas. Embora no início Giu tenha ficado um pouco receosa da onde aquela comida tinha vindo, mas a fome venceu. Terminamos nossa refeição e fomos encontrar a Loka e a Bee, quando as vimos elas estavam próximas demais do estábulo de pegasus. Comecei a rezar silenciosamente pra que elas não vissem os cavalos, senão as coisas ficariam complicadas demais pra explicar.

–Ei, o que vocês acham de ir conhecer os chalés? -Hana propôs. Fomos andando calmamente atévos chalés. Não acredito. Aquela não pode ser a Ju. Ela não ficaria amiga daquelas garotas.

–Ju? -chamou Hana incrédula enquanto se aproximava do chalé de Afrodite, indo um pouco na nossa frente.

–O que você quer? -Ju perguntou com uma expressão de superioridade.

–Ju o que você está fazendo aqui com elas? -eu perguntei, espero que o que eu ache que esteja acontecendo não esteja certo.

–Você é amiga delas? -Uma loira alta perguntou.

–Ela é minha irmã! -fala Hana fuzilando a garota com o olhar.

–VOCÊ É IRMÃ DESSA ABERRAÇÃO? -A loira teve um ataque.

–Não a chame assim! -defendi.

–Infelizmente sou. -Ju respondeu com desdém.

–Ju pare. Você não é assim. Elas estão te controlando, não deixe isso! -falei a olhando seria, buscando a verdadeira Ju.

–Essa é a verdadeira Ju .-ela falou. -As meninas me falaram que você é ainda mais bonito sem camisa. Eu adoraria descobrir se é verdade... -Ju disse indo em direção ao Nico.

–Ju...? -Hana disse cautelosa ela estava do lado do Nico.

–Vocês...! -rosnei. -Parem com isso! Agora! -exigi.

–Porque não vamos até o chalé pra você me mostrar o que tem por baixo dessa blusa? -Ju continuou, agora parada em frente ao Nico.

–Ju? Eu sei que você tinha gamado nele no momento que o viu mas você não é assim! -estranhou Bee.

–E então Nico? Eu sei que você também quer. -Ju falou no ouvido de Nico, ignorando a presença de todos. Isso estava me irritando, seriamente. Me concentrei, pensei no Toby com todas as minhas forças, tinha que fazer aquelas garotas perderem a concentração pra isso precisava arrumar uma pequena bagunça. Então ouvi um uivo ao longe, e brevemente depois o cão-lobo chegou e começou a executar meu plano. As garotas de Afrodite ficaram apavoradas, elas morriam de medo do meu cachorrinho, tadinho. Uma delas me encarou com ódio e disse.

–Você! Mande-o parar!

–Então parem de usar o charme na minha amiga. -falei.

–Ela não está mais sobre o efeito do charme. -a garota retorquiu.

–Tente enganar a outra querida! -retruquei.

–Nico, Kenzo vamos ir embora daqui. Não será bom as meninas ficarem perto dessas aí! -falou Hana pros meninos.

–O Nico vai ficar aqui. -Ju afirmou.

–NINGUÉM vai ficar aqui. Você vem junto! -falei puxando a Ju. Mas parece que pra aquelas garotas, a brincadeira estava só começando.

–Elas não podem ficar perto da gente mas podem ficar perto de você? Sendo que é mais perigoso ficar perto de você do que de qualquer um? -uma delas falou provocando. Gelei.

–É né? Afinal é ela que é a maior aberração e o alvo dos assassinos! -a outra completou. DROGA! Agora deu ruim! Eu não quero ter que explicar tudo pra elas... O motivo delas me chamarem de aberração... O motivo de tentarem me matar...

Hana Pov's: on

–Antes perigosa que falsa. -falei com um sorrisinho cínico.

–Você vem comigo ou vai ficar com elas? -Perguntei pro Nico, me aproximando dele.

–Hana? Do que elas estavam falando? Porque elas falaram que vocês são aberrações? -perguntou Loka inocentemente.

–Depois eu explico tudo pra vocês, eu prometo. E aí Nico? Eu ou elas? -falei.

–Hana, não é comigo que você devia se preocupar... Acho que a Nick não ta bem, ela está exatamente como ela estava quando aquela garota falou. Ela não se moveu milimetro seque! -falou Nico preocupado olhando na direção de Nick, Ju já havia se soltado dela e se juntado a aquelas desgraçadas.

–Nick. Vamos pro chalé. -falei olhando-a nos olhos Ela parecia não ver nada. Nem pareceu responder ou sequer notar quando eu falei com ela. Fiquei ainda mais preocupada, passei a procurar o Toby, pois tinha reparado que ele era o único que sabia exatamente o que a dona estava sentindo.

–Kenzo. Pegue a Nick e a leve para o chalé. E todos vocês o sigam. Agora -disse correndo para a floresta Foi só eu falar que parece que alguém apertou o botão "DESLIGAR" na Nick, pois ela apagou. Acho que ela se colocou sob muito estresse emocional e psicológico. Corri o mais rápido que pude, até que cheguei a uma clareira. Alguém estava me seguindo, eu podia sentir mas apenas ignorei.

–TOBY?! -chamei. Precisava dele para entender a Nick Eu ouço passos e o Toby aparece.

–Ei garoto, preciso da sua ajuda... -parei de falar ao perceber que alguém se aproximava

–Hey, Hana! -cumprimenta Percy me assustando, não esperava que ele fosse aparecer.

– Cade a Nick? Pensei que vocês ficassem sempre juntas. Aconteceu alguma coisa? Digo, eu vi você e o lobo dela mas não ela. Tem algo acontecendo não tem? -ele perguntou, acho que as vezes ele não é tão lerdo como é descrito nos livros. Ok, ri desse meu pensamento.

–Minha irmã é amiguinha de algumas garotas do chalé de Afrodite que me odeiam, deu em cima do Nico, as garotas chamaram eu e a Nick de aberrações, a Nick desmaiou, eu mandei todos irem pro chalé de Ártemis e vim correndo procurar o Toby. - resumi. -Acho que nada de mais. -completei com sarcasmo.

–Uau! Porque a Nick desmaiou? Não me diga que foi só por causa que chamaram vocês de... -ele nem teve chance de terminar de falar. Um Toby muito bravo o tinha derrubado e o mantinha no chão, o olhando-o como se o desafiasse-o a continuar falando.

–Ok... Cachorrinho bonzinho! Eu juro que não queria ofender sua dona! -falou Percy se desculpando com o Toby, que parecia gostar da situação.

–Calma Toby. -pedi.

–Acho que agora entendo porque quase metade do acampamento está com medo de se aproximar da Nick. -comenta Percy enquanto se levantava, Toby havia o soltado afinal e se sentado o observando.

–Ele é um doce. -falei me referindo ao Toby.

–É? Em dois segundos ele me derrubou e ficou rosnando pra mim! -protestou Percy.

–Você tem sorte, se a Nick estivesse aqui e ouvisse você falando isso do cachorro dela... Você estava ferrado. -falei.

–O que você veio fazer aqui? -Perguntei.

–Vim perguntar se tinha alguma coisa acontecendo e se eu podia ajudar em algo. -ele respondeu.

–Porque? -Perguntei um pouco desconfiada.

–Preciso de um porque pra querer ajudar meus colegas semideuses? -perguntou Percy com uma cara abobalhada.

–Não. Só que é estranho. -respondi encarando o chão.

–Porque é estranho? -ele perguntou parecendo realmente preocupado e curioso.

–A maioria das pessoas daqui preferem manter distância de nós. E lá fora nós não somos um exemplo de garotas perfeitas, então... -disse quase que em um sussurro, mas sabia que ele tinha ouvido.

–Porque você está se desvalorizando tanto assim? Manter distância, não são garotas perfeitas? Maioria dos garotos do acampamento estão doidos por vocês desde que chegaram mas, sabe? Vocês só andam com o Nico e o Kenzo, e muitos tem medo dos filhos de Hades. -falou Percy exaltado.

–Então também tem medo de mim. -eu falei séria. -Eu tenho certeza que não sou perfeita. -continuei.

–Hana, NINGUÉM é perfeito! E as pessoas tem medo da aparência e jeito sombrio do Nico e do Kenzo! -ele continuou me contrariando. Como eu faço pra ele entender que é melhor que não se aproximem da gente?

–E eu me visto e me comporto como uma boneca né? -Perguntei sarcástica.

–Quem disse que precisa ser assim pra ser bonita? Cade sua auto estima? -ele fala, a voz adquirindo um tom maior de preocupação.

–Também estou procurando por ela. -respondi como se fosse algo normal, o que pra mim era.

–Hã? Procurando pela sua auto estima? Isso não é algo que se procure! -ele pareceu confuso.

–Então como eu faço pra ter ela de volta? -Perguntei cínica.

–Hanaaaa! -ouvi alguém me chamando e barulho de passos se aproximando.

– Ah! Hana! Até que enfim te encontrei! Nico me pediu pra te achar e te chamar, pra decidir o que fazer com as humanas, já que elas vão estranhar o chalé de Ártemis começar a brilhar conforme vai escurecendo. -comunicou Hazel cansada.

–Temos que ir. -falei para o Percy.

–Espera. Humanas? No acampamento? Como assim? -ele perguntou subitamente bravo.

–É uma longa história, depois te explico. Precisamos chegar no chalé, daqui a pouco vai escurecer. -falei.

–Está bem. Vamos logo então. -ele acabou concordando, ufa. Corremos pro chalé da Nick. Corremos o mais rápido que conseguíamos.

–Meninas, más notícias. -falei entrando no chalé.-O diretor me chamou para uma reunião e infelizmente vocês vão ter que ir embora agora. -expliquei fazendo uma carinha triste.

–Ah.... Poxa... -elas falaram em coro. -Porque temos que ir embora?

–Essa escola é especial, apenas alunos daqui podem ficar e todas as vagas foram preenchidas. -inventei. Odeio mentir pra elas, mas isso é necessário.

–Em falar de escola porque vocês não tiveram uma aula sequer hoje? -perguntou Bee, droga, porque ela tinha que ter analisado a situação e o dia.

–Primeira semana de aula é livre. Pra que possamos nos acostumar com o lugar e tudo mais. -respondi.

–E ,meninas, não dificultem demais as coisas pra gente. Tivemos um motivo nobre pra colocá-las pra dentro, mas não temos premiação pra deixá-las ficar. Se forçarmos a barra as coisas ficariam feias pro nosso lado. -falou Nick, que parecia já estar melhor, e convenceu a todas.

–E a Ju? -Bee perguntou.

–Verdade. Porque você não vai atrás da sua namoradinha Nico? - Falei com desdém.

–Ela está com aquelas garotas que você adora. -continuei.

–Hana que droga pare com isso! Eu não gosto daquelas filhas de... -ele não pode falar nada porque Nick tapou a boca dele.

–Kenzo, Nico, vocês dois vão com as meninas buscar a Ju e depois vão escolta-las em segurança até o carro delas. -Nick falou com uma calma e frieza anormal.

–Depois conversamos! -falei no ouvido de Nico.

–Vocês não vem com a gente? -perguntou Loka com aquele olhar do gato de botas.

–Não Loka, melhor eu e Hana não sairmos do acampamento. -Nick falou abraçando a amiga.

–Porque? -pergunta Bee olhando pra mim.

–Apenas os veteranos podem fazer isso. -respondi calma.

–Mas mais cedo... -começou a falar Giu.

–Levamos uma bronca por isso. -cortou Nick.

–Já quebramos essa regra uma vez, melhor não fazer isso de novo. -falei.

–Ok... Então tchau! Prometem que nos veremos em breve? -pediram enquanto nós abraçávamos nos despedindo.

–Assim que possível .-garanti. Eles saíram do chalé. Me virei para Nick.

–Explicações. -pedi.

–Sobre? -perguntou parecendo um pouco perdida.

–Porque você desmaiou... -Comecei.

–Ah... Pressão emocional e isso... -ela falou estendendo os braços pra mim. Estavam cobertos por feridas. -E eu meio que caí feio quando fui buscar a Ju então juntou tudo e eu desmaiei. -ela concluiu rindo.

–Toma. Veste isso pra eles não verem. -peguei um casaco e joguei pra ela.

–Pra falar verdade não sei como eles não notaram quando me trouxeram até aqui! -ela comentou divertida depois que vestiu o casaco.

–Estavam preocupados demais em te trazer pra cá. -falei -Hum. -ela disse dando os ombros e depois sentando na cama agarrando um travesseiro.

–Ok. Vamos conversar. Preciso que me explique o que está acontecendo. -falei me sentando ao seu lado.

–Ok. Mas primeiro.... Nossa tem um climão entre você e o Nico em? -ela falou me provocando e eu, droga, eu corei, porque eu corei?!

–Nem tente mudar de assunto. -falei.

–Digo o mesmo! -disse, me olhando inquisitiva.

–Nick, primeiro o mais importante. Quero saber o que está acontecendo com você, estou preocupada. -pedi.

–Foi o estresse combinado com a dor. Sempre quando junta esses fatores de forma intensa, eu acabo desmaiando. Não posso explicar mais do que isso porque não sei. -contou ela, finalmente.

–Você sabe que não precisa esconder nada de mim, não é? -perguntei.

– Eu juro que não estou escondendo nada de você! -ela prometeu.

–Ainda bem. -disse e pulei em cima dela, abraçando-a -Aaaah Hanaa! -ela gritou surpresa e rindo ao mesmo tempo.

– A gente vai cai... - não conseguiu terminar de falar porque realmente caímos. E enquanto ainda estávamos no chão rindo os meninos chegaram.

–Gente? O que vocês estão fazendo aí no chão? -perguntou Kenzo nos olhando como se fossemos maluca, o que de fato éramos, mas vamos combinar não tem graça nenhuma ser normal.

–Está agradável aqui, alguma coisa contra? -perguntou Nick.

–Nossa, que delicadeza! -Nico respondeu, revirei os olhos.

–Se quer delicadeza vá atrás daquelas ratas de shopping. -falei sorrindo de canto.

–Tenho certeza que elas adorariam a sua companhia. -Nick completou.

–Vocês estão "bem" humoradas hoje hein? -comentou Kenzo.

–Estamos de ótimo humor. -respondi piscando e dando a língua pra ele.

–É isso aí! -completou Nick brincando.

–Mas... O que vieram fazer aqui? -perguntei. O que temos que fazer agora? Ou melhor, o que eles fizeram?

–Só ver vocês e saber como vocês duas estavam em relação aos acontecimentos de hoje... -falou Kenzo nos olhando preocupado, fechando a porta e indo se sentar no chão com a gente.

–Como assim? -perguntei confusa.

–Não haja como se não soubesse. Você foi bem afetada quando aquelas garotas fizeram sua irmã agir daquela forma comigo, com um pouco de ciúmes eu acho...? -falou Nico com uma voz provocante.

–Ciúmes? De onde você tirou isso? Eu apenas fiquei preocupada com a minha irmã. -falei rápido, acho que rápido demais.

–Então porque você está corada agora e reagiu assim quando eu falei aquilo? -ele me provocou mais ainda. Risos, acho que a Nick e o Kenzo devem estar rindo da nossa discussão.

–Assim como? E eu não estou corada. -falei me virando de costas para ele.

–Está sim! Senão não estaria se escondendo. -ele falou me virando pra ele, estávamos muito próximos, próximos demais! Droga porque essas coisas tem sempre acontecer comigo? Isso não é legal!

–Não estou me escondendo. -argumentei fazendo cara de irritada.

–Claro né? Agora que eu te virei pra mim e estou te segurando não está! -ele falou. Será que ele não vai se afastar não?

–S-será que você pode me soltar? -perguntei em voz baixa por causa da proximidade.

–Ótima ideia! Nico se você quer pegar minha amiga faça isso fora do chalé ok? Não precisamos de nenhuma deusa pisando na cabeça de ninguém de novo não, obrigada! -falou Nick e todos rimos. Sério porque ela tinha que ser tão comediante com algo sério?

–Ninguém vai se pegar em lugar nenhum. -falei.

–Mas vamos combinar que é a segunda vez que rola esse clima com vocês dois hein? -brincou Kenzo.

–Que clima? -perguntei sem entender.

–Hana porque você é sempre tão lenta com essas coisas? Você não entendeu MESMO? -falou Nick revirando os olhos.

–Não entendi o que? -perguntei irritada, odeio quando me chamam de lenta.

–Ah, desisto. A-acho que vou no lago. -falei, podia sentir meu rosto esquentar e torcia pra não estar tão vermelha quanto costumo ficar.

Fui até o guarda roupa, peguei um biquíni vermelho, uma calça estilo skatista verde escura, uma blusa preta larga com mangas e um livro. Entrei correndo no banheiro e tranquei a porta, troquei de roupa, coloquei meus allstars e saí. Andei o mais rápido que pude, sem correr. Resolvi que não ia mais para o lago, então entrei na floresta e fui caminhando até que vi uma das paisagens mais lindas que poderia imaginar Era uma cachoeira, com água transparente, envolta só era possível ver árvores e só era possível ver a cachoeira se chegasse perto, ela era escondida pelas árvores Eu tirei o tênis e coloquei os pés dentro d'água. Gelada. Perfeita. Abri meu livro e comecei a ler. Depois de um tempo eu fechei o livro e olhei em volta. Não tem ninguém. Está tão quente e essa água está gelada.

–Acho que não teria problema se eu entrasse um pouco. As chances de alguém aparecer aqui são mínimas. -pensei alto. Se tem uma coisa que eu odeio é ficar de biquíni na frente de outras pessoas. Tirei a blusa e a calça. Dei uma última olhada ao redor e pulei com tudo na cachoeira. Fiquei tão relaxada que me desliguei de tudo, comecei a cantar.

How about a round of applause

A standing ovation

You look so dumb right now

Standing outside my house

Trying to apologize

You're so ugly when you cry

Please, just cut it out

Don't tell me you're sorry cuz you're not

Baby when I know you're only sorry you got caught

But you put on quite a show

You really had me going

But now it's time to go

Curtain's finally closing

That was quite a show

Very entertaining

But it's over now

Go on and take a bow

Aí então escutei vozes e me escondi atrás de uma pedra. Eram Piper e May.

–Hoje o dia foi tão cansativo merecemos relaxar nessa maravilhosa cachoeira, né? -comenta May amigavelmente pra Piper.

–Concordo. É um descanso merecido! -ela exclama. E depois disso as duas entram na água. Piper e May, juntas? Peraí? Elas são amigas? Não... May é amiga daquelas outras não é? Então como elas estão se dando tão bem? Acho que deve estar saindo fumaça da minha cabeça de tanto eu pensar! Tentei sair dalí, mas no primeiro movimento fiz barulho.

–Quem está aí? -perguntou Piper. Prendi a respiração, e fechei os olhos torcendo pra que elas desistissem.

–Quem está aí?! -perguntou novamente.

–E-eu -falei saindo de trás da pedra. Eu provavelmente estava vermelha já que estava apenas de biquíni, minhas roupas ficaram do outro lado da cachoeira.

–Hana? Você está aqui sozinha? -ela disse surpresa.

–Sim. Prefiro entrar na água quando estou sozinho, não gosto das pessoas me olhando. -respondi

. -Porque não? -perguntou May.

–Me sinto desconfortável... -expliquei.

–Porque...? -continuou perguntando.

–Não tenho um corpo muito bom... -falei abaixando a cabeça.

–Eu não acho. Seu corpo é perfeito, devem ter muitos garotos atrás de você. Porque você acha que ele não é bom?- ela perguntou outra vez. Nossa! Ela gosta de fazer perguntas.

–Eu não acho. Eu tenho certeza. -corrigi.

–Porque? - o que eu disse sobre ela mesmo?

–Porque sim. -falei.

–Porque sim porque? -perguntou.

–Caralho você não cansa de perguntar "porque" não? -perguntei exausta de tantas perguntas dessa garota.

–... -ela ficou quieta e pareceu envergonhada da minha afirmação.

–D-desculpe, eu não queria te deixar envergonhada. -falei.

–Tudo bem... Eu que fui inconveniente perguntando sem parar. -falou May sem graça.

–É normal ter curiosidade. -disse com um sorriso doce.

–Tem razão. -ela concordou rindo.

–Não sei porque minhas outras irmãs tem implicância com você e a sua amiga. -falou.

–Elas acham que somos aberrações. Que a Nick não devia existir. E que eu não pareço uma filha de Afrodite. -expliquei.

–E eu ainda não entendi o porque. Ninguém me explica nada nessa droga. -ela falou curiosa e divertida. Mas fui surpreendida pela forma que ela falou.

–Ela não sabe quem nós somos, não é? -perguntei pra Piper.

–Não. -negou Piper.

–Olha May, eu e a Nick somos um pouco diferentes. -comecei.

–Diferentes como? -ela perguntou visivelmente curiosa, sabe? Eu acho que dava até pra ver os olhos dela brilhando de tanta ansiedade em saber!

–A Nick é filha de Ártemis. E eu sou filha de Afrodite e Hades. -respondi.

–... -ela ficou quieta parecendo processar a informação. –Aaaaah! Que fodaaaa!! - exclamou.

–Suas irmãs não gostam muito da ideia. -falei brincando.

–Como não? É tão emocionante! -ela falou enquanto saia pulando pela cachoeira.

–Piper, acho que ela não bate bem não. -comentei no ouvido dela.

–Mas espera aí... Se você é filha de dois deuses você é uma deusa menor? Porque não tem como haver uma semideusa filha de dois deuses, não tem explicação pra isso. E uma filha de Ártemis? FILHA DE UMA DEUSA QUE JUROU SER CASTA? Isso é tão absurdo. Tão surreal. Acho mais fácil acreditar na existência da Hana do que da outra. -disparou May depois que parou de pular e se aproximou de nós novamente.

–A deusa casta quebrou o tratado. E eu acho que não sou filha de Afrodite, de Hades até vai, mas Afrodite... -falei

–É claaaaro que você é filha de Afrodite! Não me diga que não notou que o Nico está doidinho por você? -perguntou May -E eu não acho que Ártemis quebraria o tratado. Não mesmo! -continuou.

–É claro que não está e isso não significaria que sou filha de Afrodite. Eu tenho uma teoria sobre essa história da Nick. -admiti.

–É claro que ele está. TODO mundo já está percebendo isso Hana! Nico Di Angelo não é de ficar próximo de garotas, mas ele anda grudado em você o tempo todo! -ela exclamou.

–Pare de falar besteiras. -falei, podia sentir meu rosto esquentando

– E qual seria essa teoria? - ela perguntou curiosa como sempre.

– Eu acho que Ártemis escolheu a Nick quando ela ainda não tinha nascido e colocou parte de seu poder no feto. -expliquei.

–Está certo Hana! -disse Kenzo aparecendo de repente da floresta nos dando um susto.

–De onde você veio criatura? -perguntei com a mão no peito, tentando respirar.

–Vim direto falar com você, estava no Olimpo. -ele falou como se fosse a coisa mais normal do mundo.

–Veio falar o que comigo? -fiquei curiosa.

–O MAIOR SEGREDO DO OLIMPO! -ele revelou animado -Foi Afrodite, sua mãe, quem me contou.

–Não grita. -pedi.

–De que segredo você está falando? -perguntei.

–Sua teoria está correta. E é assim que grande maioria dos semideuses nascem a seculos. -contou. - Assim como você e a Nick.

–Eu? Como assim? -falei nervosa.

–Você é uma semideusa filha de dois deuses, o que seria impossível em termos normais, mais com essa forma em que os deuses só colocam seus poderes no feto não seria totalmente possível haver filhos de mais de um deus? -ele questionou.

–Então eu sou filha indireta deles?- perguntei um pouco confusa.

–Hana, você é filha direta tantos dos seus pais humanos, quanto de Hades e Afrodite. -ele explicou. Meio confuso, mas acho que eu entendi.

–Você está aqui a quanto tempo? -perguntei.

–Cheguei ao ponto de ouvir você falando sua teoria! -ele falou.

–Ata. -falei aliviada.

–Porque? Queria que eu tivesse chegado antes? -ele perguntou inocentemente, eu acho pelo menos.

–Não, apenas queria saber o que você ouviu da conversa. -respondi.

–Porque? -ele perguntou. Não me diga que eu achei outro fanático por "porque"? Aff.

–Por nada. -disse. -Mas alguma coisa? -perguntei tentando desviar o assunto.

–...-ele ficou quieto me preocupei.

–Kenzo? Pelo amor dos deuses! Aconteceu alguma coisa?? -perguntei.

–Bem... É que os deuses fizeram uma votação e...Zeus quer matar eu, você e a Nick. -ele disse num fio de voz.

–...-acho que eu travei, não consegui falar nada.

–Melhor irmos pro chalé, pra discutirmos isso com a Nick e com o Nico. -ele sugeriu.

–É verdade... -falei, voltando ao normal. Então, logo após eu terminar de vestir minha roupa e pegar meu tênis ele me segurou e nos transportou pelas sombras.

–Chegamos! Achei melhor nós não aparecêssemos dentro do chalé por precaução, sabe? -ele brincou mencionando o acontecimento com a deusa do chalé da Nick.

–Tem razão. -falei séria. Entramos no chalé e me deparei com uma cena no mínimo estranha. Nick e Nico estavam sentados no chão e tinham várias fotos espalhadas pelo chão, Nico olhava para uma com os olhos arregalados, brilhantes e um sorriso bobo no rosto.

–O que está acontecendo aqui? -perguntei surpresa.

–Falta de coisa pra fazer... -comentou Nick suspirando e dando os ombros.

–Que fotos são essas? -perguntei, espero que não sejam as fotos que tiramos durante o verão.

–São as do meu aniversario de 15 anos. -contou. - Relaxa. Não sou louca de deixar ele ver aquelas do verão! -ela falou, como se tivesse lido meus pensamentos, logo depois fazendo uma careta e começamos a rir.

–Porque vocês estão rindo? -perguntou Kenzo curioso.

–Estamos lembrando daquelas malditas fotos idiota! - respondeu Nick entre as risadas.

–Como se as do seu aniversário estivessem muito melhores. -reclamei.

–Pare de reclamar nas do aniversário eu e a Giu somos as piores! -protestou ela.

–Verdade. -concordei rindo.

–Que foto ele está segurando? -perguntei me referindo a Nico.

–Essa aqui! -ele mostrou a foto -Você está tipo :Ta de brincadeira que vou ter que fazer isso! -brincou ele tentando imitar minha voz, o que provocou risadas a todos.

–Eu estou horrível nessa foto. Eu queria ir no touro mecânico, mas elas disseram que eu só podia ir depois de uma dança. -expliquei.

–Não me diga que você não estava se divertindo dançando com a gente? -falou Nick imitando uma expressão indignada.

–Admito que foi divertido. -falei rindo. -Mas devolve essa foto. -tentei pega-la de Nico.

–She's living la Vida Loca! -Nick cantou em referência a música que estávamos dançando no dia, no jogo "Just Dance ". Não aguentei e comecei a rir, o que me fez perder o equilíbrio.

–O que é? -ela perguntou inocentemente fazendo careta pra mim logo depois pra se tacar no chão comigo rindo também.

–Vocês são malucas. -falou Kenzo.

–Faz parte do charme. -falei entre risos.

–Vai dizer que vocês são normais em? -provocou Nick.

–E que charme... Q-quer dizer, nós somos mais normais que vocês. -falou Nico, corando e se enrolando com as palavras.

–Nossa nos convenceu totalmente agora sabe? -provocou Nick mais ainda. Aonde ela queria chegar.

–Mas nós não somos malucos assim que nem vocês! -protestou Kenzo.

–Isso não quer dizer muita coisa. -provoquei, entrando no jogo da Nick.

–Não temos amigas loucas e retardadas que nem as suas! -falou Nico.

–A vida é muito melhor quando não seguimos padrões ou regras. -falei ainda rindo.

–Vocês falam de nós quando vocês estão nessa situação maluca a muito mais tempo que a gente! Depois de tudo acho que a definição de "normal" já não pode ser aplicada na gente. -comentou Nick tentando parar de rir sem sucesso.

–Verdade. Mas agora temos um assunto muito importante pra discutir. -Kenzo falou, paramos de rir e ficamos prestando atenção nele. Eu sabia o que ele ia falar, o que me deixava mais nervosa ainda.

–O que houve? -perguntou Nick curiosa a princípio porém ao olhar pro meu rosto e pro do Kenzo seu sorriso sumiu e ela assumiu feições e posturas sérias.

–Eu fui até o Olimpo. Descobri como é possível a existência de vocês e... -A frase morreu no ar.

–E...? -perguntou Nick com uma sobrancelha arqueada.

–Fale tudo de uma vez Kenzo, não precisa ter medo de nos falar a verdade pois não a tememos. -ela falou fria, fria demais.

–Os deuses fizeram uma votação, Zeus quer nos matar. -falou rápido.

–Ah... Sério? Eu nem tinha reparado! -ela falou sarcástica.

–Você não está entendendo. Nossos pais não poderão nos ajudar, se os monstros e os deuses estão contra nós não tem pra onde fugir -falei irritada pelo descaso.

–Eu entendi muito bem. Eu fui a primeira que eles tentaram matar lembra? Eu já estava suspeitando disso por isso não fiquei lá tão surpresa quando o Kenzo contou! -ela rebateu.

–A votação foi fechada hoje. A partir de agora, ou aprendemos a nos defender ou Zeus não vai errar o próximo raio. -falei tentando manter a calma.

–Verdade temos que aprender a nos defender. -ela concordou. -Kenzo? Você pode nos ensinar...

–NÃO! -ele cortou a fala dela antes mesmo dela terminar.

–Não? -perguntamos eu e a Nick bobas, tipo como assim NÃO?!

–E como você espera que lutemos? -Perguntei com uma sobrancelha arqueada.

–Vocês não vão lutar! -ele falou.

–Vamos fazer o que então? Ficar sentadas esperando alguém vir e nos matar? -Perguntei perdendo a calma.

–Não! Nós vamos proteger vocês! -ele falou.

–A nós duas? Ao mesmo tempo? Contra vários oponentes? É arriscado demais! Porque você não quer deixar a gente aprender a lutar?! -perguntou Nick irritada.

–Porque não! -ele respondeu.

–Porque não não é resposta! -Nick rebateu.

–O que você prefere: Que a gente vá pra batalha sabendo lutar ou que vá apenas pra morrer? -Falei fria, mais fria do que pretendia.

–Eu não vou deixar vocês morrerem! Droga! -ele disse revoltado.

–Kenzo. Apenas saiba de uma coisa. Estamos no acampamento. Com você querendo ou não, vamos aprender a lutar! -falou Nick tão fria quanto uma tempestade de inverno.

–Vocês provavelmente são os melhores daqui. Se nos ensinarem teremos mais chances. -argumentei.

–Mas não são os únicos. Então agora é escolha de vocês! -completou Nick os encarando de forma firme, os pressionando.

–Eu estou dentro. Não quero que ninguém morra. -Nico disse se dando por vencido e me encarando.

–Eu tenho escolha? Se eu não ajudar vocês vão fazer mesmo assim né? -falou Kenzo derrotado.

–Exatamente. -respondi sorrindo.

–Está bem... -ele concordou parecendo exausto.

–Obrigada! -eu e Nick falamos ao mesmo tempo. Estávamos loucas para aprender a lutar.

–Uhuuuuuuuul!! -começamos a comemorar e pular pelo chalé, até o Toby se juntou a gente o que deixou a cena mais cômica.

–Começamos o treinamento amanhã. -Kenzo avisou.

–Combinado. -falamos em coro.

–Já que resolvemos isso, o que vamos fazer agora? -perguntei ainda animada com a ideia de treinar.

–É! E agora? -pergunta Nick igualmente animada.

–Agora? -respondeu Kenzo com outra pergunta.

–É! Agora! -respondemos.

–Vocês já querem começar a treinar? -ele perguntou parecendo impressionado e ao mesmo tempo com preguiça.

–Podemos deixar o treino pra amanhã, mas queremos fazer alguma coisa agora. -respondi.

–Vocês não ficam cansadas nunca não? -perguntou Nico

–Não. -respondemos e nos levantamos do chão.

–Então o que vocês querem fazer? -perguntou Kenzo.

–Se soubéssemos não estaríamos perguntando. -Nick falou.

"Toc toc" Alguém estava batendo na porta. Olhamos pro relógio 20:33. Quem poderia ser? Abrimos a porta e eram: Jason, Piper, Leo, Frank, Hazel, Percy, Annabeth, Clarisse, Ray,.... Resumindo. A galera toda. Mas o que todo mundo veio fazer ali?

Hana Pov's: off


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