Destino escrita por Mystik
- Ran!!! – gritei tentando entrar no quarto. Porque ele estava morrendo? Porque?
De repente tudo a minha volta começou a clarear. Aquela luz era forte demais! Fechei meus olhos tentando me proteger. Quando os abri novamente, tudo estava branco a minha volta. Onde eu estava?
Então novamente vi a figura do ruivo à minha frente. Novamente ele estava sorrindo e me estendendo a mão. Senti-me impelida a aceitar a oferta, mas recusei no último instante.
- Não posso fazer isso... – me ouvi dizer.
Ele parou de sorrir e seu rosto foi tomado por tristeza. Resolvi continuar falando.
- Você não dever morrer ainda! Não desista,, ouviu? Você tem os seus amigos e...sua irmã!! Quem vai cuidar dela se você morrer?
Aquilo pareceu afeta-lo. Ele fez uma cara séria. Então se virou e começou a ir embora. Aquilo me deixou preocupada. Será que eu tinha falado a coisa certa?
- Ran, espere!! Espere!!
Fui correndo atrás dele quando...
- Seika? Seika!! Você está bem? – ouvi a voz de Yoji falar comigo.
Pisquei uma, duas vezes. Estava de volta ao quarto do hospital. Ele me encarava confuso.
- O que...houve? – murmurei.
- Você de repente ficou distante...
- E...o Aya?
- Veja por si mesma. – ele disse com um semblante calmo.
Fiz o que ele disse e fiquei surpresa por estarmos sozinhos. O ruivo respirava regularmente.
- Ele está bem?
- Está, os médicos o resgataram a tempo. Só estranharam você ficar aqui parada. Eu disse que você estava bem, só um pouco chocada...
Soltei o ar que estava prendendo. Será que eu tive alguma coisa com isso?
Sorrateiramente nós saímos do quarto. Fomos até o lado de fora do hospital, onde suspirando, Yoji acendeu um cigarro. Após uma tragada, ele me encarou.
- Não sei como, mas você o salvou. – ouvi o loiro dizer.
- Não fiz nada... – comecei. Mas ele me interrompeu.
- Apesar de não parecer, o Aya é importante pra nós. Somos como uma...família.
Aquilo me fez ficar muda pr alguns momentos. Mas algo mais urgente surgiu em minha memória.
- Yoji...
- Sim?
- Você...pode fazer um favor pra mim?
- Nani?
- Nesta noite...você...poderia cuidar...
- Eu protegerei o Omi. – respondeu ele sorrindo levemente. Ele deu mais uma tragada. – Ele não vai morrer.
- Arigatou. – murmurei.
- Melhor ir pra casa Seika.
- Oyasumi Yoji. – disse me virando para ir pra casa. Apesar da promessa dele, meu coração ainda estava apertado. Como eu queria que aquela premonição desse errado!
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No outro dia, eu estava totalmente distraída durante as aulas. Aquele era o dia. O dia em que tudo ia se resolver. Hana percebeu meu estado.
Na hora do intervalo, ele me puxou num canto do pátio e me perguntou preocupada:
- Seika, o que você tem hoje?
- Nada... – respondi desviando o olhar. Mas ela não desistiu.
- Como nada? Você tem andado preocupada a manhã inteira!
- Hana, faz um favor pra mim?
- O que?
- Vem comigo na Koneko hoje?
Ela sorriu. Então disse num tom malicioso.
- Então é isso...porque não me contou antess?
- Contar o que? – perguntei confusa.
- Ora Seika!! Pensa que não percebi? Você está gostando do Tsukiyono-san!!!
- N-ani?! Do que e-stá fal-ando? – gaguejei totalmente vermelha.
- Ora amiga!! Você só fala nele nos últimoss dias!! Espero que ele também goste de você! – exclamou Hana enquanto ia pra classe, me deixando sozinha.
O resto do dia fiquei pensando naquilo. E só pude chegar a uma conclusão: eu sou muito mais desligada do que pensava.
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Chegamos a Koneko e senti Hana cutucar meu braço.
- Olha, o Tsukiyono-san está ali. Vá falar com ele!!
Mas não foi preciso, pois ele nos vira e vinha em nossa direção. Com as novas descobertas do dia, me senti corar mais do que o normal.
- Konnichiwa Seika-chan, Hana-chan!!
- Konnichiwa!! – respondeu ela por nós duas, já que parecia que eu havia perdido minha fala temporariamente.
- Que flores vão querer hoje?
- Eu vou dar uma olhada, mas a Seika quer falar com você...a sós.
- A sós? Vamos para os fundos então.
- Cer-erto... – falei como uma idiota. Ao nos afastarmos, vi Hana fazer o sinal positivo pra mim.
Nós nos dirigimos até a estufa. Entrando lá, ele me encarou e disse com um tom de voz preocupado:
- Aconteceu alguma coisa?
- Eu...n-ão Omi...é que... – droga!! Onde está a fala quando preciso dela?
- É por causa de hoje à noite não é?
Bingo.
- H-ai...eu...não consigo parar de me preocupar...
Ele então deu um sorriso. Isso só me fez ficar mais nervosa ainda.
- Não se preocupe tanto Seika-chan...vai dar tudo certo...
Ao ouvir aquilo, um impulso mais forte do que eu, me fez abraça-lo com todas as minhas forças. O senti paralisar surpreso, mas então ele retribuiu. Não pude deixar de evitar que tímidas lágrimas caíssem dos meus olhos.
- Omi...não quero que você...que você...
Seus dedos seguraram meu queixo levemente, me fazendo encara-lo.
- Eu não vou morrer...prometo... – sussurrou ele secando minhas lágrimas. Como alguém podia ser tão gentil e ao mesmo tempo ter a frieza de matar alguém? Mas percebi que isso era o que me fascinava mais nele.
- Omi...volte vivo onegai... – e num gesto de ousadia encostei meus lábios nos dele. Foi apenas um toque, mas tentei depositar tudo que sentia nele. Quando nos separamos, o vi de olhos arregalados.
- Seika-chan...
- Não morra... – e dizendo isso saí da estufa o mais rápido possível. Não acredito que acabara de beija-lo!!!
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Ultimamente minhas noites estavam sendo bem agitadas. Até meus sonhos estavam desse jeito!! Estava novamente num espaço vazio, tudo branco a minha volta. Isso só podia significar uma coisa...
- Seika...
Me virei na direção da voz e dei de encontro com Dora me olhando com ternura.
- Dora...
- Infelizmente minha querida...o momento está chegando... – disse ela num tom suave, porém sério.
- Eu sei... – respondi abaixando o olhar Então encarei-a novamente – Mas não há outra maneira???
- Ninguém...pode escapar do seu destino...nós mesmos o traçamos antes de nascermos...e de uma forma ou outra...ele nos alcança...
- Mas...eu os avisei...agora isso não acontecerá... – eu precisava achar uma saída!!
- Há uma coisa que nem você sabe...
- Nani?
- Uma parte de seu sonho ainda não se revelou não é mesmo?
Eu paralisei. Como assim?
- A pessoa...que atinge Omi...você vê apenas um homem não é?
- Hai...mas o que isso tem a ver? – eu estava ficando cada vez mais confusa.
- Minha criança. – ela deu um suspiro triste – Se lembra do que eu disse a eles? "Um e apenas um Weiss irá morrer pelo Brutus do seu coração."
Um vento passou por nós varrendo a paisagem branca. O que vi no lugar foi o descampado do meu sonho. Mas algo estava diferente...
Foi quando vi. Ou melhor me vi. Eu estava chorando enquanto segurava o corpo sem vida de Omi. E a pessoa estava na minha frente. Com as mesmas lágrimas de sangue.
- Sabe o que diziam os antigos? – ouvi a voz de Dora novamente e, pra minha surpresa, ela estava do meu lado.
- O que está havendo aqui?
- Diziam que lágrimas de sangue são as lágrimas da sua alma. – continuou ela sem parecer ter me escutado. Então ela me encarou. – Geralmente quando uma alma chora lágrimas de sangue é porque está fazendo algo contra sua vontade.
- Nani?
- Corpo e espírito são duas coisas distintas. Nem sempre o corpo faz algo que a alma queira. Os humanos que estão na terra não vêem, mas nós espíritos sim.
- Espírito????
- Sim... – ela sorriu docemente – espíritos. E no momento esta alma está chorando porque fez algo contra sua vontade...
- Algo contra sua vontade...
- Veja por si mesma...
Então pude ver meu outro eu erguer o rosto em direção a sombra. Eu estava com as faces manchadas de lágrimas. Então me ouvi sussurrar:
- Porque...porque fez isso?
A sombra se aproximou ainda mais com um dos braços ainda levantados, o brilho da lâmina lá. Foi quando vi...uma luz bateu em seu rosto revelando sua identidade...
- Não...não pode ser!!!!!
Encarei Dora com descrença enquanto ela repetia a mesma frase:
- Um e apenas um Weiss irá morrer pelo Brutus do seu coração...
Não podia ser essa pessoa!!! Sem me dar conta corri em direção a cena...
O impulso foi tão grande que quase caí da cama. Recuperando minha respiração, meus olhos arregalaram-se de horror...não podia ser!!! Eu tinha que falar com o Omi e os outros, antes que eles fossem atrás do tal Snake!!!
Sem raciocinar muito, levantei da cama e peguei a primeira roupa que vi na minha frente. Calcei os sapatos rapidamente e corri o mais rápido que pude até a Koneko.
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Chegando em frente à floricultura, me apoiei nos joelhos para recuperar o fôlego. Então bati na porta de vidro. Nada. Bati de novo. Nada. Meu deus!!! Será que eles já haviam saído???
Não!!! Se eu não conseguisse avisa-los, Omi seria...foi quando uma idéia surgiu em minha mente. Ao mesmo tempo em que eu percebia o quanto ela era suicida.
Mas era a vida de Omi que estava em jogo!!! E eu o amava...não podia perde-lo!!!
Rapidamente tomei a direção da minha casa. Precisava de algumas informações primeiro.
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Me chamem de louca se quiserem. Eu mereço, eu sei. Pois o que eu estava fazendo era, de longe, o ato mais insano da minha vida. Eu estava em frente a uma mansão em meio a tantas outras de um bairro afastado do centro de Tóquio. Com uma diferença: essa era a casa de Snake. Informação que tirei dos arquivos da Kritiker.
De novo podem me chamar de louca. Mas eu precisava falar com o Omi. Antes que aquela pessoa o encontrasse primeiro.
CONTINUA...
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