Destino escrita por Mystik


Capítulo 6
Capítulo 5




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/5717/chapter/6

- Ran!!! – gritei tentando entrar no quarto. Porque ele estava morrendo? Porque?

    De repente tudo a minha volta começou a clarear. Aquela luz era forte demais! Fechei meus olhos tentando me proteger. Quando os abri novamente, tudo estava branco a minha volta. Onde eu estava?

    Então novamente vi a figura do ruivo à minha frente. Novamente ele estava sorrindo e me estendendo a mão. Senti-me impelida a aceitar a oferta, mas recusei no último instante.

- Não posso fazer isso... – me ouvi dizer.

    Ele parou de sorrir e seu rosto foi tomado por tristeza. Resolvi continuar falando.

- Você não dever morrer ainda! Não desista,, ouviu? Você tem os seus amigos e...sua irmã!! Quem vai cuidar dela se você morrer?

    Aquilo pareceu afeta-lo. Ele fez uma cara séria. Então se virou e começou a ir embora. Aquilo me deixou preocupada. Será que eu tinha falado a coisa certa?

- Ran, espere!! Espere!!

    Fui correndo atrás dele quando...

- Seika? Seika!! Você está bem? – ouvi a voz de Yoji falar comigo.

    Pisquei uma, duas vezes. Estava de volta ao quarto do hospital. Ele me encarava confuso.

- O que...houve? – murmurei.

- Você de repente ficou distante...

- E...o Aya?

- Veja por si mesma. – ele disse com um semblante calmo.

    Fiz o que ele disse e fiquei surpresa por estarmos sozinhos. O ruivo respirava regularmente.

- Ele está bem?

- Está, os médicos o resgataram a tempo. Só estranharam você ficar aqui parada. Eu disse que você estava bem, só um pouco chocada...

    Soltei o ar que estava prendendo. Será que eu tive alguma coisa com isso?

    Sorrateiramente nós saímos do quarto. Fomos até o lado de fora do hospital, onde suspirando, Yoji acendeu um cigarro. Após uma tragada, ele me encarou.

- Não sei como, mas você o salvou. – ouvi o loiro dizer.

- Não fiz nada... – comecei. Mas ele me interrompeu.

- Apesar de não parecer, o Aya é importante pra nós. Somos como uma...família.

    Aquilo me fez ficar muda pr alguns momentos. Mas algo mais urgente surgiu em minha memória.

- Yoji...

- Sim?

- Você...pode fazer um favor pra mim?

- Nani?

- Nesta noite...você...poderia cuidar...

- Eu protegerei o Omi. – respondeu ele sorrindo levemente. Ele deu mais uma tragada. – Ele não vai morrer.

- Arigatou. – murmurei.

- Melhor ir pra casa Seika.

- Oyasumi Yoji. – disse me virando para ir pra casa. Apesar da promessa dele, meu coração ainda estava apertado. Como eu queria que aquela premonição desse errado!

-----

    No outro dia, eu estava totalmente distraída durante as aulas. Aquele era o dia. O dia em que tudo ia se resolver. Hana percebeu meu estado.

    Na hora do intervalo, ele me puxou num canto do pátio e me perguntou preocupada:
    
- Seika, o que você tem hoje?

- Nada... – respondi desviando o olhar. Mas ela não desistiu.

- Como nada? Você tem andado preocupada a manhã inteira!

- Hana, faz um favor pra mim?

- O que?

- Vem comigo na Koneko hoje?



    Ela sorriu. Então disse num tom malicioso.

- Então é isso...porque não me contou antess?

- Contar o que? – perguntei confusa.

- Ora Seika!! Pensa que não percebi? Você está gostando do Tsukiyono-san!!!

- N-ani?! Do que e-stá fal-ando? – gaguejei totalmente vermelha.

- Ora amiga!! Você só fala nele nos últimoss dias!! Espero que ele também goste de você! – exclamou Hana enquanto ia pra classe, me deixando sozinha.

    O resto do dia fiquei pensando naquilo. E só pude chegar a uma conclusão: eu sou muito mais desligada do que pensava.

-----

    Chegamos a Koneko e senti Hana cutucar meu braço.

- Olha, o Tsukiyono-san está ali. Vá falar com ele!!

    Mas não foi preciso, pois ele nos vira e vinha em nossa direção. Com as novas descobertas do dia, me senti corar mais do que o normal.

- Konnichiwa Seika-chan, Hana-chan!!

- Konnichiwa!! – respondeu ela por nós duas, já que parecia que eu havia perdido minha fala temporariamente.

- Que flores vão querer hoje?

- Eu vou dar uma olhada, mas a Seika quer falar com você...a sós.

- A sós? Vamos para os fundos então.

- Cer-erto... – falei como uma idiota. Ao nos afastarmos, vi Hana fazer o sinal positivo pra mim.

    Nós nos dirigimos até a estufa. Entrando lá, ele me encarou e disse com um tom de voz preocupado:

- Aconteceu alguma coisa?

- Eu...n-ão Omi...é que... – droga!! Onde está a fala quando preciso dela?

- É por causa de hoje à noite não é?

    Bingo.

- H-ai...eu...não consigo parar de me preocupar...

    Ele então deu um sorriso. Isso só me fez ficar mais nervosa ainda.

- Não se preocupe tanto Seika-chan...vai dar tudo certo...

    Ao ouvir aquilo, um impulso mais forte do que eu, me fez abraça-lo com todas as minhas forças. O senti paralisar surpreso, mas então ele retribuiu. Não pude deixar de evitar que tímidas lágrimas caíssem dos meus olhos.

- Omi...não quero que você...que você...

    Seus dedos seguraram meu queixo levemente, me fazendo encara-lo.

- Eu não vou morrer...prometo... – sussurrou ele secando minhas lágrimas. Como alguém podia ser tão gentil e ao mesmo tempo ter a frieza de matar alguém? Mas percebi que isso era o que me fascinava mais nele.

- Omi...volte vivo onegai... – e num gesto de ousadia encostei meus lábios nos dele. Foi apenas um toque, mas tentei depositar tudo que sentia nele. Quando nos separamos, o vi de olhos arregalados.

- Seika-chan...

- Não morra... – e dizendo isso saí da estufa o mais rápido possível. Não acredito que acabara de beija-lo!!!

-----

    Ultimamente minhas noites estavam sendo bem agitadas. Até meus sonhos estavam desse jeito!! Estava novamente num espaço vazio, tudo branco a minha volta. Isso só podia significar uma coisa...

- Seika...

Me virei na direção da voz e dei de encontro com Dora me olhando com ternura.

- Dora...

- Infelizmente minha querida...o momento está chegando... – disse ela num tom suave, porém sério.

- Eu sei... – respondi abaixando o olhar Então encarei-a novamente – Mas não há outra maneira???

- Ninguém...pode escapar do seu destino...nós mesmos o traçamos antes de nascermos...e de uma forma ou outra...ele nos alcança...

- Mas...eu os avisei...agora isso não acontecerá... – eu precisava achar uma saída!!

- Há uma coisa que nem você sabe...

- Nani?

- Uma parte de seu sonho ainda não se revelou não é mesmo?

    Eu paralisei. Como assim?

- A pessoa...que atinge Omi...você vê apenas um homem não é?

- Hai...mas o que isso tem a ver? – eu estava ficando cada vez mais confusa.

- Minha criança. – ela deu um suspiro triste – Se lembra do que eu disse a eles? "Um e apenas um Weiss irá morrer pelo Brutus do seu coração."

    Um vento passou por nós varrendo a paisagem branca. O que vi no lugar foi o descampado do meu sonho. Mas algo estava diferente...

    Foi quando vi. Ou melhor me vi. Eu estava chorando enquanto segurava o corpo sem vida de Omi. E a pessoa estava na minha frente. Com as mesmas lágrimas de sangue.

- Sabe o que diziam os antigos? – ouvi a voz de Dora novamente e, pra minha surpresa, ela estava do meu lado.

- O que está havendo aqui?

- Diziam que lágrimas de sangue são as lágrimas da sua alma. – continuou ela sem parecer ter me escutado. Então ela me encarou. – Geralmente quando uma alma chora lágrimas de sangue é porque está fazendo algo contra sua vontade.

- Nani?

- Corpo e espírito são duas coisas distintas. Nem sempre o corpo faz algo que a alma queira. Os humanos que estão na terra não vêem, mas nós espíritos sim.

- Espírito????

- Sim... – ela sorriu docemente – espíritos. E no momento esta alma está chorando porque fez algo contra sua vontade...

- Algo contra sua vontade...

- Veja por si mesma...

    Então pude ver meu outro eu erguer o rosto em direção a sombra. Eu estava com as faces manchadas de lágrimas. Então me ouvi sussurrar:

- Porque...porque fez isso?

    A sombra se aproximou ainda mais com um dos braços ainda levantados, o brilho da lâmina lá. Foi quando vi...uma luz bateu em seu rosto revelando sua identidade...

- Não...não pode ser!!!!!

    Encarei Dora com descrença enquanto ela repetia a mesma frase:

- Um e apenas um Weiss irá morrer pelo Brutus do seu coração...

    Não podia ser essa pessoa!!! Sem me dar conta corri em direção a cena...



    O impulso foi tão grande que quase caí da cama. Recuperando minha respiração, meus olhos arregalaram-se de horror...não podia ser!!! Eu tinha que falar com o Omi e os outros, antes que eles fossem atrás do tal Snake!!!

    Sem raciocinar muito, levantei da cama e peguei a primeira roupa que vi na minha frente. Calcei os sapatos rapidamente e corri o mais rápido que pude até a Koneko.

-----

    Chegando em frente à floricultura, me apoiei nos joelhos para recuperar o fôlego. Então bati na porta de vidro. Nada. Bati de novo. Nada. Meu deus!!! Será que eles já haviam saído???

    Não!!! Se eu não conseguisse avisa-los, Omi seria...foi quando uma idéia surgiu em minha mente. Ao mesmo tempo em que eu percebia o quanto ela era suicida.

    Mas era a vida de Omi que estava em jogo!!! E eu o amava...não podia perde-lo!!!

    Rapidamente tomei a direção da minha casa. Precisava de algumas informações primeiro.

-----

    Me chamem de louca se quiserem. Eu mereço, eu sei. Pois o que eu estava fazendo era, de longe, o ato mais insano da minha vida. Eu estava em frente a uma mansão em meio a tantas outras de um bairro afastado do centro de Tóquio. Com uma diferença: essa era a casa de Snake. Informação que tirei dos arquivos da Kritiker.

    De novo podem me chamar de louca. Mas eu precisava falar com o Omi. Antes que aquela pessoa o encontrasse primeiro.

CONTINUA...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Destino" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.