Destino escrita por Mystik


Capítulo 5
Capítulo 4




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Acho que nunca corri tão rápido na minha vida. Ken e eu praticamente voamos até a Koneko. E esperava do fundo do meu coração que minha visão estivesse errada. Seria a primeira em quinze anos.

    Quando chegamos na floricultura, senti meu corpo gelar. As vidraças estavam quebradas, havia várias flores esmagadas no chão e muitos carros de polícia em volta. Senti minha perna fraquejar e acho que teria caído se Ken não tivesse me segurado.

- Você está bem?

- Sim... – me ouvi respondendo – Vamos entrar, por favor.

- Claro...

    Depois de muita insistência, conseguimos passar pelos guardas para encontrar Yoji sendo atendido por enfermeiros. Ele tinha vários hematomas pelo corpo e um corte feio no braço. Omi estava ao seu lado com alguns ferimentos feios também. Meu coração bateu mais forte. Ele não havia sofrido nada mais grave. Os dois arregalaram os olhos de surpresa ao nos ver lá.

- Seika-chan...o que faz aqui?

- Eu... – porque toda vez que ele me dirige a palavra, eu fico muda desse jeito?

- Ela me avisou que isso iria acontecer... – começou Ken – Onde está o Aya?

    Os loiros se entreolharam. Não precisaram dizer uma palavra para que eu compreendesse.

- O tiro...atingiu ele não é?

- Hai... – murmurou Yoji – Eles o levaram para o hospital.

    Meu corpo estava inteiro doendo. De repente, tudo escureceu. Ouvia barulhos de sirene, parecia que eu estava sendo levada de maca para algum lugar. Foi quando vi uma porta se abrindo. Em cima dela estava escrito: "Sala de cirurgia".

- Seika!! – senti Ken me amparando novamente.

- Aya...ele... – comecei a falar, atraindo a atenção dos três – está sendo operado...

- O-perado?

- Hai...

- Afinal...o que aconteceu aqui? – disse Ken, sua aura começando a demonstrar sinais de irritação.

- Vamos entrar. Lá dentro nós explicamos. – sentenciou Omi. Eu os acompanhei.

    Uma vez lá dentro, eles se sentaram. Foi então que Yoji começou a falar.

- Nós estávamos arrumando a loja, Aya e eu,, quando algo quebrou a vidraça. Do nada surgiram vários homens com facas e correntes na mão.

- Eu ouvi o barulho e vim ver o que havia acontecido. – interrompeu Omi.

- Eles nos pegaram de surpresa. Estávamos desarmados!! Eles praticamente pularam em cima de nós.

- Felizmente, eu desconfiei do barulho e tiinha trazido alguns dardos comigo.

- Omi acertou um deles. Foi quando o que parecia ser o chefe atirou no chibi.

- Mas... – ele se encolheu – Aya entrou na frente.

    Tímidas lágrimas começaram a sair de seus olhos. Aquilo estilhaçou meu coração. Por favor, não posso vê-lo chorar assim!

- Com toda a confusão, alguém chamou a polícia. E então eles fugiram.

    Lentamente, senti minha cabeça rodar. Oh, não...

- Tenho certeza que Aya vai ficar bem Omi, não se preocupe. – disse Ken.

    Vi meu corpo se levantar e sentar-se ao lado de Omi. Peguei na mão dele.

- Não se preocupe. Ainda não é a hora dele..

    Ele olhou para mim estranhamente.

- Seika?

- O destino dele não é morrer agora... – com isso, minha outra mão alcançou a de Yoji.

- Porque está falando assim? – começou o mooreno.

- Já ouviu dizer que Deus escreve certo porr linhas tortas? O que são as vidas de vocês senão linhas tortas?

    Com isso, os dois loiros deram um pulo de susto. Me senti sorrindo.

- Nossos machucados...desapareceram...

- Dora...é você? – disse Omi.

- Vamos. – meu corpo se levantou.

- Nani?

- Iremos ao hospital, é claro.

-----

    Chegando lá, vi os três me acompanharem depressa, à medida que eu andava. Essa tal de Dora parecia saber pra onde ir. De repente ela parou numa das portas.

- É aqui.

- O que é aqui? – perguntou Yoji.

    Alguns segundos depois que ele falou isso, um médico abriu a porta e deu de cara conosco.

- Quem são vocês?

- O paciente Fujimiya está aqui não é?

- Er...como sabe? – disse o médico surpreso. Aposto que eu também ficaria.

- Preciso vê-lo. Agora.

    E com isso, observei meu corpo empurrar o homem para o lado e entrar no quarto. Alguns minutos depois Omi e os outros também entraram. Aquilo era triste. O ruivo estava aparentemente sedado, respirando com a ajuda de aparelhos. Ouvi Dora dizendo:

- Ares já começou a agir...

- Nani? – disse Ken.

- Se lembram do que eu lhes contei? Ares já começou a agir tentando tira-los do caminho. Ele quase fez isso com Ran.

- E...agora?

- Agora...tomem cuidado. O dia está perto.

- Que dia? Do que você está falando?

    Mas ela não respondeu. Apenas fechou os olhos. Me senti voltando ao corpo. Abri os olhos lentamente.

- Dora? Dora!

- Sou eu. – disse assustada. Dessa vez eu lembrava de tudo com perfeita clareza!!

- Seika? – perguntou Omi se aproximando.

- Hai.

- Garotos o que estão fazendo aqui? – disse uma ruiva que acabara de abrir a porta do quarto.

- Manx-kun? – disseram os três. Nem precisoo dizer que eu estava boiando né?

- Preciso falar com vocês. Em particular. – respondeu ela me olhando. Acho que era um convite pra me retirar. Ah, mas não pense que ia ser tão fácil assim!!

- Eu não vou sair.

- Seika... – disse Yoji espantado.

- Eu não quero sair!!! Não até ouvir uma explicação aceitável do que está acontecendo, porque vocês foram atacados!!

- Manx-kun... – começou Omi – Se é alguma coisa sobre o Weiss pode falar. Ela sabe de tudo.

- Nani?!

- Longa história. – retrucou Ken – Agora nos diga. Descobriu alguma coisa?

- Bem... – ela suspirou pesadamente antes de continuar – Isso tem a ver com a nova missão de vocês. A que ia ser passada esta noite.

- Nani??? – disseram os três.

- Seu nome é desconhecido. Todos apenas o chamam de Snake. É um traficante de renome, procurado em vários países. Ele tem todo tipo de mercadoria: armas, drogas, experimentos biológicos, segredos militares. Dizem que isso é graças aos espiões que ele possui espalhado por todos os lados. Inclusive na Kritiker.

- Não é possível! Mas...como?

- Não conseguimos descobrir a tempo. O espião teve acesso a todos os arquivos confidenciais, inclusive o de vocês, descobrindo essa missão. Ele delatou a Snake que mandou aqueles homens para mata-los.

- E agora?

- Bom, é questão de tempo até ele descobrir que vocês escaparam e mandar mais pessoas atrás de vocês. Por isso que vocês devem acabar com ele primeiro.

- Não tem mais nenhuma informação sobre ele?

- A única coisa é esta foto... – ela tirou-a de uma pasta que carregava – e a nacionalidade dele.

- Que é?

- Não sei se isso ajudará, mas seus primeirros crimes remontam de Athenas, na Grécia.

    Grécia? Grécia! Não podia ser!! Aquela informação entrou em meu cérebro como uma pancada. Minha vista começou a turvar e girar...

- Seika? Seika!!! - ouvi Omi gritar antes de cair na escuridão.

-----

    Abri os olhos. Pelo local, eu estava deitada. Em algo...macio. Quente. Aconchegante.

- Você está bem? – aquela coisa tinha voz. E uma voz conhecida. Olhei pra cima e dei de cara com o rosto preocupado dele.

- Omi...Omi?! – dei um pulo de susto tão forte que chamou a atenção de todos. Que vergonha!!! Me recompondo, perguntei – o que aconteceu?

- Você desmaiou. Está melhor mesmo?

- Estou...er... – então tudo voltou a minha mente. – Eu já sei!!

- Nani? – disse Ken que estava encostado na parede – O que quer dizer?

- Esse Snake...ele é...agora tudo se encaixa... – eu tentava falar tudo que passava rapidamente pelos meus pensamentos, mas pelo visto estava me saindo incoerente.

- Ei, vai com calma se quiser que a gente entenda. – disse Yoji – o que tem esse Snake que você ficou assim?

- Vocês terão que ir de encontro a ele o mais rápido possível não é?

- Amanhã a noite pra ser preciso. – respondeu o moreno.

- Ele é grego. Segundo Dora disse, Ares entraria no território de Ártemis.

- E?

- Ares é o deus da Guerra. E esse cara caussa guerras e violência.

- Então o tal Ares que ela falou é ele!!

- É o que parece.

- E amanhã será o dia que... – murmurou Yojji sem completar a frase.

- Sim... – disse meio cabisbaixa.

-----

    Estava tudo branco a minha volta. Era um lugar tão calmo, tão cheio de paz...parecia o paraíso. De repente uma pessoa surgiu ao longe e começou a caminhar na minha direção. A medida que se aproximava, pude reconhecê-la.

- Dora?

- Que bom lhe ver Seika. A hora está cheganndo.

- Hora? Como assim?

- Você terá que ser forte...

    A imagem do ruivo apareceu na minha frente, mas estava bem diferente do que eu tinha visto todo esse tempo: ele parecia feliz, estava até sorrindo. Ele estendeu a mão pra mim e eu aceitei...

    Eu quase caí da cama, tamanho o impulso que fiz pra levantar. Esse sonho fora diferente!! E porque eu sonhei com o Aya? Porque?

    Uma necessidade urgente cresceu em meu íntimo. Eu precisava vê-lo agora!!! Me levantei da cama para me trocar.

    Sorrateiramente saí de casa. Ainda bem que minha mãe não estava. Eu já tinha ouvido poucas e boas por ter ficado o dia inteiro fora sem dar satisfação.

-----

    Chegando no hospital, fui fazendo o caminho até o quarto dele quando uma mão apertou meu ombro.

- O que está fazendo aqui?

    Iria preparar pra correr quando reconheci aquela voz. Me virei e encarei-o.

- Yoji...estou com uma sensação ruim...

- Como assim?

    O alto falante do hospital começou a chamar médicos para o quarto 206 da UTI. Meu coração começou a disparar e o que Dora falara não me saía da cabeça: "Você terá que ser forte."

- Esse...não é o quarto do Aya?

    Nem esperei pela resposta. Eu sabia que era. Fui correndo até lá com o loiro atrás de mim. Escancarei a porta e dei de cara com uma cena que preferia não ter visto. Vários médicos em volta dele.

- Ele teve uma parada cardíaca!!

- Rápido, o desfibrilador!!

    O ruivo estava...morrendo? Não, isso não era possível!!

-pi.....pi.......pi.......

- Oh não, nós estamos perdendo ele!! Mais rrápido!!!

    Eu só ouvia a máquina que o monitorava fazer aquele barulho irritante. Um barulho que eu não queria ouvir.

- ...........................

CONTINUA...


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