Destino escrita por Mystik


Capítulo 4
Capítulo 3




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O rosto deles foi tomado pela surpresa. Omi me afastou o suficiente para que eu pudesse encara-lo.

- O que...disse?

- Eu...eu... – ótimo. O que eu ia dizer pra eles agora?

- Sente-se. – falou o ruivo de repente. Então se virou para Ken – Vá buscar um copo de água pra ela.

- Er...ta... – disse o moreno um pouco assustado. Acho que ele não deve ser assim normalmente.

- Hun...arigatou... – vamos, eu tenho que conseguir falar!

- Que isso...

- Desculpe pelo que eu falei...agora de pouuco...

- Então... – começou Yoji – é Omi quem vai morrer?

    Abaixo a cabeça. Minha mente dizia que sim, mas meu coração não queria!

- Então...o que aquela tal Dora disse é verdade...

- Dora?

- Você não a conhece? – disse Omi surpreso..

- De onde vocês a conhecem?

- Bem... – ele parecia meio embaraçado ao falar – ela assumiu seu corpo por alguns minutos...

- Isso quando eu saio do ar você quer dizer?

- Como assim?

- Aqui está a água.

    Praticamente agarrei o copo e bebi tremendo.

- Está mais calma? – perguntou Omi novamente com uma aura de preocupação. Porque você age assim? Isso só faz meu coração se apertar ainda mais.

- O que essa tal Dora disse?

    Yoji repetiu a frase dela. Meditei por alguns segundos. O moreno então falou:

- Parece uma espécie de charada...mas esses nomes...

- São da mitologia grega.

- Nani? – disse Omi – Mitologia grega?

- É. Apolo é o deus que representa o Sol e Ártemis é a deusa que representa a Lua.

- Então seria no dia que a Lua se refugiar no Sol...como um eclipse?

- Não poderia. – se pronunciou o ruivo que até agora estava calado – O último eclipse foi há seis meses atrás.

- Aya-kun está certo.

- Não precisa ser um eclipse. Ela poderia estar falando metaforicamente. – disse. Tudo para salvar a vida de Omi!!

- Estranho...

- Nem tanto. Originalmente, Apolo e Ártemis são irmãos. Ela poderia se refugiar nos braços dele.

- Então nessa noite não teríamos a presença da Lua... – começou Omi.

- Como uma noite de Lua nova!!! – completou Ken. Parece que a primeira parte estava desvendada.

-----

    Depois de um tempo, resolvi ir pra casa. Omi me acompanhou até lá. Ao chegar na entrada do prédio, parecia que o assunto morrera. Ficamos nos encarando. Que droga!!!! Por que será que eu nunca consigo falar nada nessas horas?

- Er...Seika-chan… - começou ele.

- Hai?

- Sobre o nosso outro assunto...

- Do Weiss?

- É...isso...

    Eu sorri. Ele ficava tão adorável tímido!

- Não se preocupe Omi. Seu segredo está a salvo comigo.

- Arigatou. – o rosto dele pareceu se ilumiinar – E você não se preocupe também, seu segredo estará seguro conosco.

- Arigatou Omi. A gente...se vê... – e com isso entrei no prédio o mais rápido possível. Nossa, parecia que meu rosto ia pegar fogo de tão quente que estava!!!!! Baka, baka, baka!!!!

    Entrei em casa correndo e tranquei a porta com a respiração acelerada. Porque eu me sentia assim toda vez que estava perto dele? Isso estava além da minha compreensão. Olhei a minha volta e vi que mamãe já havia ido trabalhar. Ai, pelo menos isso, eu poderia ficar sozinha um tempo para por minha mente em ordem. Mas primeiro precisava resolver algo que estava me incomodando. Fui até a mesinha de canto e peguei o telefone.

- Moshi moshi?

- Olá Sra. Akizuki, aqui é a Seika. A Hana está?

- Um momento só querida.

- Arigatou.

    Depois de insuportáveis segundos, ela atendeu.

- O que quer?

- Alô Hana? Escuta, eu queria me desculpar....

- Porque você gritou daquele jeito comigo??????? E ainda na frente dos garotos Seika!!!!!!

    Isso ia ser mais difícil do que eu pensava.

-----

    O mesmo sonho. Mas porque? Eu já sabia que Omi era o corpo que eu abraçava, porque continuava sonhando com isso?

    Tudo se repetiu como antes, o campo, a luz, a mão, o corpo de Omi, abracei-o com desespero novamente. A sombra minha frente apareceu novamente. Só que desta vez ela tinha uma forma definida. Parecia...um homem! Isso!! E não era tudo: do seus olhos saíam lágrimas. Mas eram lágrimas de sangue.

    Sentei com tudo na cama. Estava respirando pesadamente, como se tivesse acabado de participar de uma maratona. Pelo jeito eu tinha um novo elemento no sonho! Quem era aquele homem? E porque diabos ele tinha lágrimas de sangue? Olhei para o lado e vi que o relógio marcava sete horas da manhã. Como eu tinha certeza que não ia conseguir dormir, resolvi levantar e tomar um copo de água. Justo no domingo em que eu podia descansar, esse sonho me aparece!!!! Parece até perseguição!!!!



    Praticamente uma hora depois, eu já estava entediada de não ter nada pra fazer em casa. Sabia que minha mãe ainda demoraria pra acordar, pois tinha chego tarde. Resolvi sair para dar uma volta.

    Que dia lindo!!!!! Estava com um sol agradável a praticamente sem nuvens. Fui até um parque perto de casa que adoro. Apesar do horário já havia algumas pessoas por lá caminhando tranqüilamente. Sorri. Nosso mundo era tão lindo!!! Havia tanta paz e tanto amor emanando nele...

    Um barulho de bola me chamou a atenção. Olhei para o lado e vi um grupo de crianças jogando futebol vivamente num campinho. Porque não? Resolvi ir assistir. Foi quando paralisei. Adivinhem quem estava lá, como juiz da partida? Ken!!!! Sim, o mesmo da Koneko, o amigo do Omi. Parecia que os céus estavam de brincadeira comigo.

    Me aproximei cautelosamente para que ele não me visse e me sentei no gramado. Depois de um tempo, toda a tranqüilidade de antes havia voltado. Ele parecia tão...feliz com aquelas crianças. Tão em paz consigo mesmo. Meu pensamento começou a viajar.



    Como era possível? Como aquele jovem feliz e todo sorridente podia ser um assassino? Mesmo Omi. Por deus, ele era apenas dois anos mais velho que eu!!! E parecia já ter tanto sangue nas mãos...

    Como será que eles conseguiam dormir à noite? Ou será que não dormiam? Lentamente, sem que eu me desse conta, senti meu espírito flutuar acima do chão. Era uma sensação maravilhosa. Parecia que eu estava voando pelos céus. Foi quando vi uma pessoa vindo na minha direção. Era uma mulher. Ela parecia ter por volta dos trinta anos, com longos cabelos negros que caíam em cascata até a cintura. Estava vestida com um vestido verde-água leve e esvoaçante. Então falou, sua voz aveludada e suave.

- Finalmente é chegada a hora de nos conhecermos.

- Quem...é você?

- Não tenha medo Seika.

- Como sabe meu nome?

- Sei tudo sobre você. Não se preocupe, quando a escuridão recair sobre sua alma, eu estarei lá para te confortar...e aqueles que você ama...

- Nani? Do que está falando?

- Pode me chamar de Dora...

- Dora...



- Seika? O que está fazendo aqui?

    Eu pisquei, na tentativa de fazer minha visão entrar em foco. Bem na minha frente estava Ken. Ótimo, era tudo que eu precisava.

- Venha eu te ajudo a levantar. – disse ele estendendo a mão. Só aí percebi que estava deitada na grama.

- Arigatou... – sibilei, aceitando a ajuda dele.

- Estranho... – murmurou Ken.

- O que é estranho?

- Pensei que depois de saber tudo você...sei lá...sentiria repulsa por nós.

    Era isso que ele pensava? Meu Deus!!!!!

- E eu? Pensei que vocês iam ficar com repulsa de mim!!!

- Porque sentiríamos isso?

- Por saber que eu sou...bem...assim.

    Ele deu risada. Aquilo soou como música para meus ouvidos.

- Bom, acho que estamos quites não é?

- É...talvez.

- Tem algo mais importante para fazer agoraa?

- Iie. Porque?

- Quer tomar um sorvete?

- A essa hora da manhã?!

- Porque não? Eu saí correndo de casa, nem tomei café da manhã. – disse ele coçando a cabeça embaraçado.

    Disfarcei uma risadinha.

- Claro. Vamos.

-----

- Então, há quanto tempo você e Omi se conhhecem? – perguntei enquanto equilibrava um sorvete de abacaxi na mão.

- Digamos que há bastante tempo... – respondeu o moreno.

- E faz muito tempo que vocês...er...traballham...juntos?

    Acho que ele entendeu perfeitamente ao o que eu me referia, pois seu rosto foi tomado por uma expressão séria.

- Conheci Omi quando entrei para o...Weiss..

- Posso fazer uma pergunta? Se não quiser responder, tudo bem.

- Vá em frente.

- Você, ou vocês, não...sentem remorso...pelo o que fazem?

    Ele suspirou. Então se endireitou no banco em que estávamos sentados. Será que eu tinha sido muito atrevida em perguntar isso?

- Todo dia. – ele respondeu – Não pense que me sinto feliz fazendo isso.

- ......... – aquilo me deixara sem fala.

- Mas, como Omi diz, nós somos um mal necesssário. Se não fizéssemos isso, muitas pessoas sairiam ilesas e continuariam a praticar barbaridades...mas isso não quer dizer que nós não tenhamos nossos pesadelos à noite...

    O que ele disse me impressionara. Realmente, não devíamos julgar as coisas por um lado só.

- Eu...não aceito...mas entendo. – disse por fim.

- Nani?

- Acho que nunca conseguirei aceitar isso, mas...não os tratarei diferente por causa disso.

- Arigatou. E acho que falo por todos quando digo que seu...bem segredo, está seguro conosco. Nós te aceitamos. – ele disse dando um sorriso. Iria sorrir de volta quando...



    Luz. Tiros. Dor e gritos.

- O que foi? – disse ele preocupado. Meu sorvete fora ao chão.

- Precisamos ir até a Koneko!!! Omi e os outros estão em perigo!!!!!!

- Nani??????????

CONTINUA...


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