Oathkeeper II escrita por Denise Miranda
Notas iniciais do capítulo
Olá, quanto tempo! o/ Boa leitura.
– Lute direito, garoto! - Tormund gritou para o menino selvagem que Jon estava ensinando a lutar. Tormund o repreendia, mas seus olhos continham brilhos de brincadeira.
Isso era uma das coisas que Jon mais gostava em seu amigo selvagem. O mundo está acabando, os Caminhantes Brancos estão à nossa porta, mas Tormund nunca perde a chance de fazer piada com tudo, pensou, dando um sorriso torto.
– Cedric, olhe nos olhos dele. - Pediu Jon. - Preste atenção. Seu corpo não mostra qual será o seu próximo passo, mas os olhos sim.
O menino balançou a cabeça, sério e suado, determinado a aprender a lutar apropriamente.
Jon Snow gostava de ensinar os selvagens. Prefiro ficar perto deles do que dos meus próprios homens, deixou escapar esse pensamento, querendo reprimí-lo quase que instintivamente.
– Senhor. - Chamou o Meistre. - Chegou um corvo para você de Vilavelha.
Ao ouvir o nome, seu coração se encheu de esperanças e não pôde conter um sorriso. Sam.
– Ensine-o direito, Tormund. - Brincou Jon.
O selvagem sorriu zombeteiro enquanto atacava Cedric com a espada de madeira e sem gume.
– Sempre o ensinei direito. Não existe melhor professor que Tormund, o Terror das Rameiras e dos Gigantes. Há! - Disse para Cedric.
Os passos do Comandante estavam ligeiramente mais rápidos, ansioso para ler a carta que tinha certeza pertencer ao seu amigo.
Chegou em seus aposentos privados e pediu para que o Meistre o deixasse sozinho e, com as mãos trêmulas que ansiavam por notícias de Sam, abriu a carta e a leu perto do fogo.
"Comandante Jon Snow,
Aqui é Samwell Tarly, tenho ótimas notícias. Sou oficialmente um Meistre da Cidadela e estou voltando para a Muralha, afim de distribuir meus conhecimentos com os demais e principalmente com você, Lorde Comandante.
E, junto com meus conhecimentos, estou levando obsidiana o suficiente para milhares de homens e uma maneira de forjá-las.
Meus cumprimentos,
Samwell Tarly, Meistre da Patrulha da Noite. "
O bastardo amassou a carta e jogou na lareira, sorrindo enquanto via o papel virar cinzas. Pela primeira vez, estava com pensamentos positivos.
Em meio aos seus pensamentos, o berrante soou uma vez. O coração de Jon gelou por vários instantes inacabáveis, e fechou a mão da espada em punho. Um para patrulheiros, pensou, engolindo em seco. Mas não mandei nenhum dos meus homens para além da Muralha.
O berrante soou uma segunda vez. Selvagens, pensou, aliviado, torcendo para não ouvir um terceiro som. Se recuperou do choque rapidamente e saiu de seus aposentos.
Ao chegar no pátio de Castelo Negro, viu meninos selvagens treinando com Tormund, e outros selvagens treinando com homens da patrulha da noite. Viu ferreiros arrumando e forjando espadas, viu mulheres afiando suas lâminas, enquanto outras levavam batatas e legumes em uma cesta para a cozinha.
Todos pararam o que estavam fazendo para fitar o Comandante da Patrulha da Noite.
A respiração de Jon estava ofegante. O mesmo se obrigou a respirar fundo, afim de voltar ao normal. Um terceiro som não foi ouvido. Eram selvagens. Antigamente, um pensamento que o assombrava, ouvir o berrante uma segunda vez. Hoje em dia, era quase uma benção.
Um homem de negro correu em direção ao bastardo, ofegante e de olhos arregalados.
– Senhor, eu que soei o berrante. Dois selvagens estão esperando para passar pelos portões.
– Ótimo. - Disse Jon, sendo sincero. Se eu tiver sorte, todos eventualmente se arrependerão de não se juntarem a mim, e então serão menos que se juntarão ao exército dos mortos, pensou. - Abram os portões. - Gritou uma ordem, e foi logo obedecido.
Caminhou devagar até ver a figura dos dois selvagem. Era uma mulher baixa, mas parecia ter a mesma altura de Jon. Seus olhos verdes estavam arregalados, mas parecia destemida. Abaixou seu capuz e Snow pôde ver que seus cabelos eram ruivos. A semelhança da mulher com Ygritte deixou seu coração apertado.
Ao seu lado, havia um menino de olhos negros e cabelos ruivos. Segurava a mão da mulher como se sua vida dependesse disso.
– Lorde Corvo. - Disse a mulher, tentando ser cordial. - Eu e meu filho viemos nos juntar aos seus corvos e aos outros selvagens, se assim me aceitar.
– O que te fez mudar de ideia? - Perguntou o bastardo, curioso.
Os olhos da mulher se tornaram frios antes de responder a pergunta.
– Vimos as criaturas. Eles atacaram nossa vila. Só eu e meu garoto saímos com vida, e... - Seus olhos se encheram de lágrimas, mas a mulher as engoliu. - Meu nome é Melissa. Coloque uma lança em minhas mãos, e verá o que eu posso fazer. Lutarei com vocês, Lorde Corvo.
– Eu também lutarei. - Interrompeu o menino. Apesar de estar evidentemente com medo, queria participar. Jon lutou para não sorrir.
– Entrem, por favor. Comam, troquem suas roupas por outras quentes e depois peçam para alguém os levarem até meus aposentos. - Disse. Queria mais detalhes de como foi o ataque na vila, queria saber quantas pessoas haviam morrido.
Foi para os seus aposentos, atormentado pelos seus pensamentos. Sentou na sua cadeira e se serviu de uma taça de vinho seco. Começou a fitar o fogo.
Oh, Sam, e se você não chegar a tempo? E se os Caminhantes Brancos vierem antes? Como os venceremos?, se perguntou. Ao pensar nas criaturas, todo seu corpo estremeceu. Continuou a fitar o fogo, afim de se acalmar, mas só o deixou mais irritado.
Esperava uma resposta chegar até ele, mas não conseguia pensar em nada. Você não sabe nada, Jon Snow, ouviu a voz de Ygritte em seus pensamentos, e fechou os olhos. Pensou nela, então, e em como ela foi cruelmente tirada de seus braços. Pensou no menino que havia fugido com a mãe, e em quantas outras crianças teriam morrido com o ataque dos Caminhantes Brancos. Uma fúria tomou conta de si, e jogou a taça no fogo, fazendo-o expandir momentaneamente. Fogo.
Se levantou rapidamente, a procura de tinta e papel. Ao achar ambos, começou a escrever, suas mãos trêmulas de ansiedade:
"Vossa Graça,
Aqui é o Comandante da Patrulha da Noite. Me disseram que a Senhora tem dragões. Se isso for verdade, eu peço"
Parou de escrever. Pegou o papel, o amassou e jogou no fogo. Começou a escrever novamente:
"Vossa Graça,
Aqui é o Comandante da Patrulha da Noite. Me disseram que a Senhora tem dragões. Se isso for verdade, eu exijo que os tragam para a Muralha.
Nós, os homens da Patrulha da Noite protegemos o nosso Reino, o seu Reino por direito. Se não vir nos ajudar, não existirá mais Reino e todos estarão mortos em breve, inclusive a Senhora. Temo que uma coroa não pode protegê-la dos Caminhantes Brancos. Para eles, somos todos carnes para seu exército.
Este é meu último aviso,
Jon Snow."
Sabia que era uma carta ousada, mas estava disposto a mandá-la. Agora é hora de arriscar tudo, refletiu. Até mesmo irritar a rainha.
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