Oathkeeper II escrita por Denise Miranda


Capítulo 41
Daenerys


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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– Vossa Graça, os nortenhos recuaram. - Disse Varys, deixando transparecer um sorriso satisfeito no seu rosto.

Daenerys relaxou no Trono de Ferro e respirou fundo. Seu pulmão parecia doer-lhe com tal esforço, como se havia prendido a respiração durante toda a batalha.

– Os dragões os assustaram, Minha Rainha. - Disse Verme Cinzento em suas vestes ensanguentadas, parado ao lado da Aranha.

Os dragões. Meus dragões, pensou orgulhosa. Meus filhos.

– Sobre os dragões... - Começou Varys, apreensivo. - Temo que Vossa Graça perdeu uma parte de vosso exército pelo fogo dos dragões.

Daenerys temia que isso fosse acontecer, mas sabia que precisava usá-los eventualmente. "Você é a Mãe dos Dragões", a voz de Daario ecoou em seus ouvidos. "Faça jus ao seu nome."

– Quais homens eu perdi, Varys? - Perguntou a Rainha de Prata, nervosa.

– Tudo que sei são sussurros de meus passarinhos, Vossa Graça. - Começou o eunuco, pausadamente. Seu semblante agora carregava preocupação. - Recebi poucos nomes... Pulga Vermelha, Rato Preto, Besouro Preto. Alguns mercenários também. - O coração de Daenerys parou. Daario.

– Tem os nomes dos mercenários? - Perguntou Daenerys, sua garganta apertada.

– Poucos, Vossa Graça. Me disseram que um homem chamado Martelo foi queimado. E Bocados também. E... Jorah, o Ândalo, eu temo que também tenha perecido.

Ao ouvir isso, a Rainha se levantou do seu Trono, como se estivesse levado um tapa no rosto. Seus olhos estavam em fúria.

– Verme Cinzento. - Disse, sua voz trêmula. - Onde estão os dragões agora?

– Drogon estava voando por Porto Real, Vossa Graça. - Respondeu o Imaculado. - Viserion e Rhaegal deitaram no chão da Fortaleza Vermelha após os homens de Sansa Stark fugirem.

Drogon, pensou Daenerys de repente, seu coração a mil. Foi ele que matou Jorah. No meu coração, eu sei que foi. Meu filho mais rebelde.

– Leve quantos homens necessitar, Verme Cinzento. Quero os três dragões acorrentados novamente. Eles são perigosos, e corri riscos demais soltando-os. - Verme Cinzento não mudou seu semblante, nem demonstrou medo. Abaixou sua cabeça em uma reverência e saiu para cumprir a ordem da Rainha. - Espere. - Disse Daenerys. Drogon. Mãe de Dragões. Jorah.– Eu vou com vocês. Sou a mãe deles, preciso estar presente.

– Como quiser, Minha Rainha. - Respondeu Verme Cinzento.

Daenerys desceu as escadas anestesiada. Não conseguia acreditar que Jorah estava morto. Meu urso. Foi um traidor, mas sei que me amava. Ele morreu. Se não tivesse lutado por mim, não teria morrido. A culpa foi minha, lamentou-se. O sangue dele está em minhas mãos.

Quando todos os Imaculados necessários foram reunidos, eles e Daenerys foram de encontro aos dragões. Agora os três estavam deitados no chão da Fortaleza Vermelha.

A Rainha, anestesiada com a dor por ter perdido Jorah, levantou as correntes e os colares para os seus soldados.

– Peguem. - Ordenou. - Amarrem Drogon primeiro.

Quando os Imaculados, cautelosamente, começaram a se aproximar do dragão negro, o mesmo silvou irritado. Daenerys estendeu a palma da mão para indicar que seus soldados deveriam continuar parados, e foi se aproximando lentamente de seu filho.

Levou uma das mãos até o nariz de Drogon, acariciando-o. Esse gesto pareceu fazer com que o animal se acalmasse.

– Minha Rainha, peço que tome cuidado. - Um dos Imaculados disse.

– Ele é meu filho. Não me machucaria. - Respondeu Daenerys, segura de si. - Oh, Drogon... - Lamentou-se. - Venham. Prenda-o.

Daenerys, ao ver que Drogon já estava mais calmo, foi se distanciando aos poucos do mesmo, deixando o resto do trabalho com os Imaculados.

Drogon, então, silvou novamente. Seu nervosismo provocou os outros dragões, e não demorou muito para que Viserion e Rhaegar começassem a ficar agitados também.

Os Imaculados continuavam tentando prendê-los, mas em vão.

Tudo ocorreu muito rápido. Viserion soltou suas chamas em cima de um dos soldados. Enquanto o mesmo gritava de dor, Rhaegar também começou a queimar os outros. Drogon levantou suas asas para alçar vôo. Silvou uma última vez enquanto voava e queimava tudo que via a frente. Seus irmãos logo o seguiram.

Daenerys soltou a respiração que estava prendendo e correu para pedir ajuda. Logo, homens com milhares de baldes de água e Meistre Qyburn vieram ao seu resgate, prontos para salvar os Imaculados.

– Farei o meu melhor para salvá-los, Vossa Graça. - Disse Qyburn, tentando acalmá-la.

– Obrigada. - Respondeu, com seu olhar vazio.

Andou calmamente até o seu quarto, com sua mente anestesiada. Drogon... Jorah... Meus filhos... Meus homens... Falhei com todos eles.

Ao entrar, enfim, no seu quarto na Fortaleza de Maegor, se permitiu chorar, pensando em todos os mortos que haviam perecido por conta de seus dragões. Pensando em todo o sangue que estava em suas mãos agora.

– Daenerys?

Ela ouviu uma voz atrás na porta, sabendo pertencer ao seu mercenário. Virou para ele, seus olhos roxos vermelhos de tanto chorar. Seu coração se aliviou e aqueceu ao vê-lo.

– Daario! - Disse a Daenerys, permitindo-se ser apenas uma garotinha nesse momento, esquecendo-se que era uma Rainha. Correu para os braços do mercenário, abraçando-o fortemente. - Meus dragões saíram do controle. Eu não consigo controlá-los.

– Calma. Calma. - Disse Daario, dando um beijo no rosto da Mãe dos Dragões, tentando fazê-la ficar melhor.

Daenerys o olhou nos olhos. Estava trêmula.

– Jorah morreu. - Disse, como se só agora havia entendido o que isso significava. Daario abraçou sua Rainha ainda mais forte, e ela se permitiu chorar em seus braços. - Jorah morreu. - Ela repetiu, mais para si mesma do que para o homem que estava à sua frente.

Daenerys deitou-se na cama ao lado de Daario, e adormeceu em seu colo. Antes de cair em um sono profundo, viu seus dragões pela janela de seu quarto, voando para longe de Porto Real.

xxx

Quando Daenerys começou a abrir os olhos, percebeu que o céu já estava começando a escurecer. Olhou para o lado e então lembrou-se que estava em seu próprio quarto, nos braços de Daario.

Se levantou de supetão. E se Quentyn nos ver?, se perguntou, mas não muito preocupada. Como se o garoto fosse fazer algo a respeito... concluiu. O movimento brusco da Rainha de Prata fez Daario Naharis acordar.

– Dany... - Começou o mercenário, sua voz rouca pelo sono. - Está tudo bem?

– Sim... Agora está. - Disse, não tendo muita certeza. Levou sua mão até o rosto do homem, acariciando sua barba loira.

Daario levou sua mão esquerda até o rosto de Daenerys e selou seus lábios, começando um beijo calmo, até que se tornou mais intenso. Logo as mãos do homem começaram a passear pelo seu corpo com pressa, e Daenerys sabia onde isso chegaria.

– Não... - Sussurrou. - Hoje não estou bem, Daario. - Concluiu, de forma terna.

– Por quê não? - Perguntou o homem, claramente confuso. - Por quê não está bem? Eu fui para batalha hoje. Sangrei por você. Podia ter morrido.

– Sim... Eu sei. - Disse Daenerys, segurando o rosto de Daario com carinho. Não entendia porque o homem estava agindo daquele jeito. - E agradeço os Deuses por não terem tirado você de mim. Mas, Jorah... Jorah morreu. Foi queimado pelo Drogon, meu filho. E... - A Rainha não conseguiu continuar falando, apenas abaixou a cabeça e engoliu as lágrimas, mas não sem antes deixar escapar uma ou duas.

– Você está chorando por Jorah? Você não quer transar comigo por causa dele? - O mercenário indignado perguntou.

Daenerys franziu o cenho. Apesar de amá-lo, não gostava de ser tratada dessa maneira.

– Não estou gostando desse seu tom, Daario. E preciso que você me respeite. Você fará isso?

Daario tirou bruscamente a mão de Daenerys do seu rosto e se levantou da cama apressado. Bateu a porta com força.

Daenerys suspirou, sua respiração estava trêmula. Fechou os olhos e, na escuridão do seu quarto, se permitiu chorar baixinho.

Adormeceu chorando e, no dia seguinte, ao acordar, vislumbrou o Príncipe de Dorne, Quentyn Martell, dormindo ao seu lado.

Quando Daenerys se levantou para fazer o desjejum, sua cabeça doía. Estava triste pelo luto e triste pela briga com Daario. Ele irá se desculpar, tenho certeza, disse para si mesma.

Sentou-se na mesa do Grande Salão, onde Missandei já a esperava. Dessa vez, nenhuma das duas contaram histórias engraçadas nem suas risadas preencheram o Grande Salão. Apenas deram um sorriso triste uma para a outra, e se limitaram a permanecer em silêncio.

– Vossa Graça. - Sor Barristan Selmy entrou na sala, interrompendo o silêncio. - Desculpe-me incomodá-la em seu desjejum, mas soube de algo que deve ser do vosso interesse.

Daenerys largou o bacon torrado no prato e franziu o cenho. Esperava que fosse alguma boa notícia, mas pela expressão de seu cavaleiro, não parecia ser.

– Por favor, Sor Barristan. Diga. - Pediu.

– Daario Naharis fugiu essa madrugada junto com seus Corvos Tormentosos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e comentem por favor. ^^



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