Oathkeeper II escrita por Denise Miranda


Capítulo 35
Jon


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/571408/chapter/35

– Tente me pegar, Jon Snow! - A voz agradável de Ygritte grita para ele, enquanto ela sai correndo pela neve. Usava um vestido de seda azul que realçava seus olhos e não estava com frio.

Sua risada era doce, e para Jon era impossível não retribuir o riso. Ele usava uma armadura cinza com o lobo da Casa Stark cravado nela, como as de seu irmão Robb.

Jon foi então atrás de sua dama, até que enfim a alcançou. Ela estava quente. Ele a empurrou em uma parede de gelo e a beijou apaixonadamente.

– Eu te amo. - Ele disse à ela, enquanto agarrava com força sua pequena cintura, como que para ter certeza que a mesma não escaparia. - Deuses, como eu te amo. - Olhou os olhos da garota, e o sorriso da mesma foi se desvanecendo lentamente de seu rosto. Jon encarou seu rosto branco, seus dentes brancos e tortos, suas sardas, seu nariz arrebitado, seu cabelo vermelho bagunçado. Levou o polegar até o rosto da mesma e a beijou novamente.

Ygritte não disse nada, apenas retribuiu o beijo. Mas antes que Jon sequer pudesse sentir o gosto de seus lábios novamente, houve um barulho estrondoso. O bastardo olhou para cima e percebeu que a parede de gelo em que empurrara Ygritte era, na verdade, a Muralha. E ela parecia estar desabando.

E ela desabou. Ygritte gritou enquanto era engolida pela neve.

– Não! - Jon gritou novamente, tentanto, em vão, achá-la no meio do soterramento. - Não! Ygritte! Volte, por favor. Não me deixe. Não me deixe!

"Você é beijada pelo fogo, lembra? Sortuda." sua voz, na noite da batalha em Castelo Negro, ecoou pelos seus ouvidos. "Você não sabe nada, Jon Snow.", lembrou-se das últimas palavras de Ygritte quando morreu e, enfim percebeu que isso se tratava de um sonho. Havia acabado para Jon, sua mulher estava morta. Não haveria mais beijos para ele.

Jon Snow caiu de joelhos, chorando. De repente, tudo ficou muito frio. Suas lágrimas se transformaram em gelo em seu rosto.

– Olhe para cima, Jon Snow. - Uma voz familiar sussurrou, como o vento. E o homem obedeceu.

A Muralha estava lá novamente, intacta.

– Como isso é possível? - Jon sussurrou para si mesmo. - A Muralha caiu, soterrou Ygritte. Eu vi.

Continuou olhando para a Muralha, até que viu rosas azuis brotando no gelo. As fitou por um momento, e o ar pareceu encher de doçura.

– Lembre-se, Jon Snow. - Agora a voz estava mais próxima. Assustado, o bastardo levantou-se e olhou para trás. A mulher misteriosa de máscara de madeira laqueada estava lá. - O dragão tem três cabeças. Você é uma delas.

– O que você quer dizer? - Perguntou Jon, já cansado de tantos enigmas.

– Procure saber sobre seu passado, Jon Snow. E saberá.

De repente, uma ventania começou. Neve para todos os lados. A mulher misteriosa foi sumindo aos poucos. Ouviu um barulho vindo de cima, e o bastardo olhou. A rosa azul na Muralha foi caindo, até que, de repente, se transformou em uma pedra.

Chegando mais perto da visão do Snow, ele percebeu que se tratava de uma pedra de obsidiana. Caiu em sua cabeça e o mesmo apagou.

Ao abrir os olhos, sua visão estava turva. Havia uma sombra à sua frente. Era uma mulher de cabelos prateados. Seus olhos cor de ametista, tão chamativos, era o único detalhe do qual ele conseguia ver.

– Quem é você? - Jon Snow gritou, tentando ser ouvido além do vento uivante. A mulher pareceu não notá-lo.

Ouviu um bater de asas e, logo depois, ouviu algo silvar. Olhou para o lado e viu uma criatura preta extremamente grande. Percebeu que se tratava de um dragão.

Jon levantou da cama de supetão. Estava ofegante. Se lembrou aos poucos do sonho que teve. Ygritte. Levou a mão involuntariamente até seus próprios lábios, lembrando-se de como a garota estava quente em seu sonho, e como o beijo havia sido tão real. Ygritte estava usando sedas, se lembrou, e sorriu. Ela nunca usaria sedas.

Então, de repente, se lembrou do resto do sonho. As rosas azuis na muralha. A mulher misteriosa e as três cabeças do dragão, novamente. Algo sobre o passado. Estou enlouquecendo?, se perguntou.

Decidiu que estava na hora de colocar alguma comida no estômago, então seguiu até a cozinha de Castelo Negro.

– Senhor Comandante. - Uns de seus homens o cumprimentaram ao passar.

Pegou uma cerveja aguada, dois pedaços de bacon e um pão duro e sentou-se numa das mesas do grande salão, perdido em pensamentos.

Logo avistou o grande selvagem ruivo em sua direção.

– Snow. - Cumprimentou Tormund.

– Olá, Tormund. - Respondeu Jon, pensativo. O selvagem percebeu que o mesmo estava perturbado.

– O que aconteceu dessa vez? - O homem de barba vermelha perguntou.

Jon suspirou. Desde que Sam partiu para a Cidadela, Tormund era o único homem em quem confiava. Mas nunca poderia admitir isso.

– Os Outros. Nenhum sinal deles ainda.

Tormund bufou e tomou um gole da cerveja do Comandante.

– Garoto, isso é um bom sinal. Podemos nos preparar melhor, quem sabe conseguir mais homens.

– Sim, eu sei. Mas estou apreensivo mesmo assim. Se não souber alguma forma de forjar as pedras obsidianas, do que elas me servem? Não poderei jogá-las na cabeça dos Outros, eu suponho.

– Não. Mas poderíamos tentar. - Tormund disse, gargalhando na própria piada. O bastardo continuou quieto. - Vamos, rapaz. Anime-se.

– Certo. - Disse Jon, levando dois dedos até seus olhos. Estava com dor de cabeça. - Vou até a biblioteca procurar livros onde falam sobre os Outros, vidro de dragão, e outras coisas. Toda informação que conseguir reunir será bem vinda.

Oh, como sinto sua falta, Sam, pensou Jon, lembrando como o amigo gostava de ler.

A biblioteca de Castelo Negro podia ser considerada de tamanho médio, com vários livros grossos, um mais empoeirado que o outro. Jon acendeu uma luz e começou a procurar algo sobre os Outros. Qualquer coisa, pediu, para qualquer deus que estivesse disposto a ouvir suas preces. Qualquer coisa que possa salvar os meus da Longa Noite. Qualquer coisa para poder derrotar o único inimigo que realmente importa.

Sua prece foi ouvida.– Uma voz atrás dele chamou, e o Comandante se arrepia por inteiro. Vira-se e encontra a mulher misteriosa. Ela continua com o mesmo vestido e o véu vermelho. O colar de rubis em seu pescoço estava brilhando mais do que ele se lembrava. E, como sempre, a máscara de madeira cobria seu rosto, impossível de descrever qualquer traço do mesmo.

– Diga-me quem é você de uma vez por todas - Ordenou Jon, sua voz estava trêmula.

Meu nome é Quaithe. Estou aqui para guiá-lo e, finalmente, podemos nos falar livremente.– Houve um silêncio, e Jon Snow não soube o que responder, então a mulher continuou: - Ouça com muito cuidado e faça como eu instruir, jovem Comandante. Chame a mulher Dragão. Ela é sua última esperança contra o Outro.

– O que você quer dizer com isso? - Jon perguntou, enquanto Quaithe começava a caminhar pelas prateleiras dos livros. Quase parecia estar deslizando. - Mulher Dragão seria a Rainha Daenerys?

Você sabe que sim.– Respondeu Quaithe.

Jon queria respostas. Mais detalhes.

– Como posso forjar pedras obsidianas? - Perguntou, e a mulher não o respondeu. Olhou para o lado, onde viu um livro descrevendo a Longa Noite. Histórias que a Velha Ama contava para ele enquanto o mesmo era criança. Histórias que nunca imaginou que seriam verdadeiras. - Por favor, responda-me. - Pediu, mas quando desprendeu os olhos dos livros e olhou para a frente, Quaithe já não estava mais lá. - Sete infernos. - Murmurou baixinho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ^-^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Oathkeeper II" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.