Oathkeeper II escrita por Denise Miranda


Capítulo 36
Daenerys


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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– Quão perto da Capital essa Sansa Stark está, Senhor Varys?

– Oh, Minha Rainha, não sou nenhum Senhor. Mas posso te dizer que a garota ainda está longe. A Senhora tem tempo para se organizar, Vossa Graça. Sugiro que faça isso o quanto antes.

– Eu farei.

Agora estava em seus aposentos privados, esperando que um de seus criados se aproximasse da mesa com queijo e vinho. E assim o fez.

– Obrigada. - Dany agradeceu enquanto o mesmo colocava os comes e bebes na mesa redonda.

A Rainha de Prata serviu um copo de vinho para si, e o outro para o Duende.

– Então... - Começou Tyrion, pegando sua taça de vinho. - Faremos um brinde pelo seu reinado? - Ergueu o copo, e Daenerys fez o mesmo.

Após dois longos goles, a Mãe de Dragões disse:

– Conte-me sobre essa Sansa Stark. - Pediu.

Tyrion abriu um sorriso zombeteiro.

– Ela era minha esposa, embora nunca tenhamos consumado o casamento. - Riu. - Medo de anões, talvez. Não a culpo.

– Sua esposa? - Dany repetiu, arqueando as sobrancelhas, surpresa.

– Sim. A história dessa garota é bem trágica, devo dizer. Mas estou impressionado por ela querer o Trono de Ferro. Se fosse ela, ficaria o mais longe de Porto Real possível.

– Depois da batalha, ela com certeza o fará. - Respondeu imediatamente. - Agora, conte-me a história dela.

– Seu pai, Ned Stark, veio para a Capital com suas duas filhas. Sansa e Arya. Ned descobriu que Joffrey era filho de Cersei com Jaime, portanto, um bastardo. Teve a ideia horrível de dizer isso para minha querida e falecida irmã. Portanto, foi executado. Mas ele era um homem de honra, o Stark. E a honra o matou. - Tyrion parou para tomar um gole de seu vinho. - Arya não foi vista desde que seu pai foi decapitado, portanto imagino que esteja morta. Sansa continuou refém aqui em Porto Real, destinada à casar com Joffrey. Seu irmão mais velho, Robb, começou uma guerra por conta da morte do pai, elegendo-se "Rei do Norte". - O Anão ergueu a taça, já estava um pouco alterado, o que fez com que Dany percebesse que ele já estava bebendo antes de chegar em seus aposentos. - E acabou virando "O Rei que Perdeu o Norte". Morto num casamento, junto com sua mãe. Antes disso, os irmãos mais novos de Sansa foram mortos e queimados por Theon Greyjoy, um homem cujo era como um irmão da família Stark. Basicamente, os Lannisters destruíram Sansa. Ela tem todos os motivos para nos odiar, mas considerando que é a última Stark viva, mas não vejo o porquê ela quer lutar contra a Senhora, Vossa Graça. Talvez ela esteja apenas cega de vingança.

Daenerys esperava sentir raiva de uma mulher que queria tomar seu Trono. O Trono que demorou tanto para conseguir, que é seu por direito. Mas só conseguiu sentir pena.

– Não quero mal à garota. - Concluiu, tomando um gole de seu vinho dornês.

– Mas ela quer mal a você. - Disse Tyrion.

– Eu sei. - Disse Daenerys. - Será que há algum jeito de fazer com que essa batalha vire apenas uma rendição pacífica da parte dela?

Tyrion sorriu, como se tivesse se divertindo.

– Eu admiro você, Vossa Graça. - Disse, enchendo mais sua taça de vinho. - Você é uma doce mulher, mas se continuar dessa maneira, o Trono de Ferro te transformará em doces pedacinhos.

Daenerys quis responder que isso não era maneira de se falar com uma Rainha, mas sabia que o anão estava certo. Preciso ir contra essa garota loba, quer eu queira sangue derramado, ou não. Sansa quer sangue. Se eu não lutar, ela acabará tendo o meu. Também sou a última Targaryen viva, temos isso em comum. Não posso ter pena, concluiu.

– Muito bem. Prepararei meu exército. Obrigada pelo conselho. - Fez um aceno com a mão, como para dispensá-lo. - Pode ir agora.

E Tyrion prontamente obedeceu, levando sua taça de vinho.

– Vossa Graça. - Fez uma reverência e saiu.

xxx

Daenerys acendeu uma vela para iluminar seu caminho pelos corredores escuros da Fortaleza Vermelha até o quarto de seu mercenário.

Abriu a porta sem pedir licença, pois sabia que Daario já estava esperando ela. E estava certa.

Iluminando o quarto escuro por onde passava com sua vela, a Rainha de Prata foi chegando lentamente até a cama, onde o homem se encontrava. Deu um sorriso sedutor e deixou a vela no candelabro numa mesa de canto.

– Senti sua falta. - Disse Daario, estendendo sua mão esquerda para a Rainha pegá-la, e assim o fez. O mesmo a puxou e, quando viu, já estava deitado ao seu lado. O mercenário cheirou seu pescoço e beijou sua boca apaixonadamente. - Minha Rainha.

Daenerys sentiu um arrepio percorrer na sua espinha com o doce toque do homem. Nada respondeu, apenas o beijou apaixonadamente de novo e, quando se deu por si, já havia virado um beijo febril.

Após entregar-se ao seu mercenário, Daenerys saiu do quarto enquanto o mesmo adormecia. Gostaria de ficar lá com ele, mas não podia. Precisava voltar para seu quarto, que agora também pertencia ao seu marido, Quentyn Martell.

Ao abrir a porta, o homem estava na cama, acordado, esperando sua Rainha, da mesma forma que Daario esperava, algumas horas atrás. Dany suspirou, chateada por não poder seguir seu coração e se casar com a pessoa que amava. Mesmo que essa pessoa seja um mercenário, refletiu.

– Minha Rainha, veio tarde.

– Fiquei até tarde conversando com o Pequeno Conselho. - Mentiu. - Estou exausta. - Fingiu um bocejo e se deitou na cama, virada para o outro lado.

– Boa noite, Vossa Graça. - Disse Quentyn, entendo o recado.

– Boa noite.

Daenerys repetiu, sem olhar para o homem, e fechou os olhos, se permitindo ser entregue ao mundo dos sonhos.

Mas logo acorda quando o semblante de Jorah aparece em seus sonhos. Deu um suspiro de tristeza. Ah, meu urso... Por que me traiu? Se não tivesse feito isso, tudo seria tão mais fácil.

Decidiu que soltaria ele em algum momento. Precisava saber o que ele tinha para dizer. Se não der mais uma chance, nunca me perdoarei, percebeu. Mas não seria fraca na frente do mesmo. Preciso ser forte, mesmo que minha verdadeira vontade seja perdoá-lo sem nenhuma consequência, concluiu.

A manhã chegou e um sol tímido entrou pela janela do quarto da Rainha de Prata, despertando-a. Ela se levantou e foi fazer seu desjejum com Missandei, como era de costume.

Quando chegou à sala do desjejum, Missandei já estava lá com uma mesa farta para a sua Rainha. Daenerys sorriu e sentou-se.

Elas estavam comendo, quando Missandei quebrou o silêncio:

– Vossa Graça, preciso te dizer uma coisa que venho pensado.

– Por favor, minha amiga. Fale. - Pediu Daenerys.

– Eu acho que a Senhora deve ter Tyrion Lannister como sua Mão.

Isso a pegou de surpresa. Havia nomeado Missandei A Mão da Rainha e pensou que a garota estava feliz com isso.

– Por que diz isso? - Perguntou, enquanto mordia um pedaço de bacon. - Você é uma das poucas pessoas em quem confio por aqui.

– Eu sei, Vossa Graça, e pode continuar confiando em mim. Mas esta uma não parece que será útil para você nos Sete Reinos. O Duende tem mais conhecido que pode te ajudar aqui do que eu.

Daenerys pensou por alguns momentos, e percebeu que a mesma estava certa. Pegou na mão dela.

– Você é minha amiga mais fiel, e muito inteligente. Como sempre, está certa. Tyrion será uma boa Mão. Mas nunca pense que você é inútil para mim. É muito importante, e sabe disso.

Missandei deu um doce e suave sorriso.

– Eu sei, Vossa Graça. Fico grata.

E, assim, Daenerys seguiu o conselho de sua leal amiga.

xxx

Quando Tyrion foi nomeado Mão, o Anão se ajoelhou perante sua Rainha de Prata, alegando que estava muito honrado, e Daenerys percebeu que o mesmo estava sendo sincero.

Havia passado mais de uma quinzena, e Tyrion Lannister estava fazendo um ótimo trabalho como Mão e, sendo assim, conquistando cada vez mais a Rainha.

– Lorde Varys, o Senhor tem a honra de estar na presença de Daenerys Nascida da Tormenta, Primeira de Seu Nome, A Última Targaryen, Rainha dos Ândalos e dos Primeiros Homens, Mãe de Dragões, A Não Queimada, Quebradora de Correntes e Protetora dos Sete Reinos. Ao seu lado está Tyrion Lannister da Casa Lannister, O Segundo de Seu Nome, A Mão da Rainha.

A Aranha se aproximou calmamente, com um sorriso sagaz nos lábios direcionado à Tyrion. Ao chegar no primeiro degrau da escada que leva ao Trono de Ferro, fez uma reverência.

– Vossa Graça. Senhor Mão. - Disse Varys.

– A que devo sua honrada visita, Lorde Varys? - Perguntou a Mãe dos Dragões.

– Gostaria de uma audiência privada, Vossa Graça. Peço para que deixe aqui somente os homens em quem confia.

Olhou para os lados. Na Sala do Trono, havia Tyrion Lannister, Missandei, Verme Cinzento, Rato Branco, Missandei, o Senhor Comandante Barristan Selmy e Daario Naharis, o mercenário. Posso confiar em Daario?, se perguntou.

– Todos que estão aqui eu confio. Pode falar, Varys.

O Mestre dos Sussurros deu uma olhada em todos ao seu redor e franziu a testa para o mercenário de cabelos azuis e bigode loiro. Daenerys percebeu que estava apertando as mãos no punho do Trono e sentiu uma das pontas das espadas dos inimigos de Aegon fazerem um leve arranhão em sua palma da mão fina e branca, que logo sangrou. Ela não se importou.

– Meus passarinhos me cantaram uma canção não muito agradável. - Suspirou Varys antes de continuar. - Sansa Stark está bem próxima a capital, com todo o exército nortenho as suas costas.

– Obrigada pela informação. - Respondeu Daenerys, apertando mais ainda seus punhos, sem perceber.

Quando todas as audiências acabaram, a Rainha de Prata levantou-se do Trono de Ferro. Suas costas e suas nádegas estavam doendo, pois aquele assento não era nada confortável.

Sem ninguém saber, Daenerys pegou uma tocha e começou a andar pelos corredores das masmorras da Fortaleza Vermelha.

Terei que lutar contra Sansa, percebeu que estava mais chateada do que deveria. Ela é apenas uma garota que tudo que ela mais amava foi tomado dela. Como eu. Mas... Se ninguém teve piedade de mim, porque teria que ter dela?, se perguntou.

Continuou andando pelos corredores das masmorras, com apenas a luz de sua tocha a iluminar seu caminho.

"Você é uma doce mulher, mas se continuar dessa maneira, o Trono de Ferro te transformará em doces pedacinhos.", a voz do Duende ecoou em seus ouvidos. Tyrion está certo. Não posso ter piedade.

Chegou na cela que queria. Lá, viu Sor Jorah, ou pelo menos o que havia restado dele. Estava sujo, porém sem nenhum hematoma. Seus Imaculados foram instruídos a não bater nele, e eles sempre obedecem à sua Rainha. Mas nenhum machucado poderia ser capaz de deixar os olhos de Seu Urso com um brilho tão triste quanto o brilho que estava agora. Um brilho que mostrava arrependimento ao ter traído a mulher que amava.

– Jorah... - Daenerys disse o nome do homem, porém gostaria de ter sido mais severa. Havia sido um pouco mais que um sussurro.

O mesmo a olhou, seus olhos vermelhos de tanto chorar. Se ajoelhou. Estava mais magro do que a ultima vez que o viu.

– Minha Rainha. A que devo a honra?

O coração de Daenerys se apertou.

– Sansa Stark está marchando até a Capital. - Se ouviu dizendo. - Conhece ela?

– Sim, Vossa Graça. Filha de Ned Stark. - Sua voz estava rouca, não passava de um sussurro.

– Tenho uma maneira de perdoá-lo. - Daenerys começou, sua garganta estava seca. - Se lutar por mim no campo de batalha, te libertarei. Prove que ainda é fiel à mim.

– Eu sempre serei fiel à você, Minha Rainha. Eu sou seu. Eu juro. - Disse Jorah. Algumas lágrimas caíram em seu rosto sujo.

– Eu sei. - A garganta da garota estava apertada. - Pedirei para soltá-lo e escoltá-lo a um quarto modesto, onde comerá e se banhará. Esteja pronto para lutar por mim quando chegar a hora, Sor.

Se virou sem olhar para trás. Quando já estava longe da cela, se permitiu derramar algumas lágrimas.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. :3



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