Oathkeeper II escrita por Denise Miranda


Capítulo 34
Tyrion


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Sua cela era escura, a cerveja aguada e o pão mofado. Mas após tanto tempo, já não se importava mais.

Há quando tempo estou aqui?, se perguntou, confuso. Uma semana? Um mês? Dez anos? Queria ficar desesperado, mas não conseguia. Depois de descobrir que Tysha realmente o amava e ele a deixou, depois de matar Shae, seu pai, nada mais importava. Sou um assassino de parentes. Estou amaldiçoado e essa Rainha Targaryen me deixará preso para sempre.

Então a porta se abriu, e um clarão iluminou seus olhos, fazendo-o fechá-lo imediatamente, dando-lhe dor nas córneas e na cabeça.

Quando finalmente seus olhos se acostumaram, viu dois Imaculados à sua porta, ambos com expressão séria.

– Espero que a cerveja dessa vez esteja um pouco mais forte. Se vou passar o resto da minha vida nessa cela, que pelo menos o faça bêbado.

– Você sairá. - Um deles disse, no idioma comum. - Levante-se, homem anão.

Sairei?, seu coração começou a palpitar, mas não saberia se era de alegria ou medo. Gostava de sua cabeça e queria mantê-la por mais um tempo e, ao sair, não sabia o que Daenerys planejava para ele.

Respirou fundo e se levantou cuidadosamente e com esforço. Sua cabeça latejou e por um momento, Tyrion perdeu o equilíbrio, ficando tonto. Os Imaculados prenderam correntes em suas mãos, e o Lannister não tentou escapar. Se recompôs rapidamente da tontura e começou a caminhar, com suas pernas bambas.

Bamboleou até a Sala do Trono, onde encontrou Daenerys Targaryen sentava em seu Trono de Ferro e Quentyn Martell sentado ao seu lado. Ao seu lado direito, Sor Barristan Selmy, o Ousado. Do seu lado esquerdo, estava uma espécie de mercenário de barba e cabelos azuis e um bigode dourado. O que faz um mercenário ao lado da Rainha?, se perguntou, mas logo decidiu que isso não importava agora.

– Imagina o porquê te chamei aqui? - A voz da Rainha de Prata ecoou pela sala vazia.

Jaime respondeu?, se perguntou, por um momento esquecendo todo o rancor que guardava de seu irmão, lembrando-se vagamente que o amava mesmo assim. Tentou recompor sua expressão rapidamente, para responder:

– Espero que não para arrancar minha cabeça dos meus ombros.

– Exatamente. - Respondeu Daenerys, dando um sorriso tímido. Ela quer me enganar, mas eu sei que a garota não gosta de matanças. Não tem nenhuma maldade nesse sorriso, percebeu, lembrando-se do Rei Louco.

– Jaime Lannister respondeu seu corvo, Vossa Graça?

O anão perguntou, mas um segundo depois desejou não tê-lo feito:

– Não. O Regicida não se deu o trabalho nem de responder meu corvo. Não poderia esperar menos de um homem tão sem honra.

Jaime adoraria me ver morto, pensou, a fúria tomando conta de seu peito novamente.

– Então não há escapatória? - Perguntou Tyrion.

– Guardas. - Daenerys chamou, e os dois Imaculados que o trouxe até a Sala do Trono se moveram. - Levem-o para o Grande Septo de Baelor.

Os Imaculados começaram a segurá-lo, e agora o Lannister se debateu.

– Espere! - Gritou, enquanto era arrastado pela porta. - Eu serei mais útil para você vivo do que morto! Apenas me dê uma chance! - Quando suas palavras não surtiram efeito, apelou mais uma vez: - Como filha do Rei Louco, achei que me perdoaria. Não é justo eu ter que pagar pelos crimes de meus parentes.

Então, em um único movimento com a mão em sinal de "pare", os Imaculados ficaram imóveis.

– Traga-o aqui novamente. - Ordenou, e agora Tyrion foi de bom grado até o pé da escada do Trono de Ferro. - Agora me diga porque você seria útil para mim. O que um anão sem metade do nariz faria por mim?

– Eu matei meu pai, Tywin Lannister; e antes dele, Joffrey Baratheon, meu sobrinho. Sou um assassino de parentes.

Embora seja mentira que matei o filho de meus irmãos, mas talvez dessa vez, essa mentira venha a ser conveniente.

– E por que eu confiaria em um homem que matou sua família?

Tyrion percebeu que estava errado. Daenerys Targaryen era uma garota - mulher, se corrigiu - honrada. Lambeu os lábios, impaciente, pensando o que poderia dizer para salvar sua cabeça.

– Eu posso ser pequeno, mas minha cabeça é bem grande. Posso não ser um bom guerreiro, mas vejo que seu problema não é a falta de espadas. Sou um bom estrategista. Conheço Westeros, as Grandes Casas e seus truques. Estudei o ponto fraco e forte de toda Porto Real. Conheço muito sobre dragões também. - Dessa vez, viu um brilho diferente nos olhos ametistas de Daenerys. Soltou a respiração que nem havia percebido que estava prendendo. A Rainha de Prata olhou disfarçadamente para Barristan Selmy. Estava confusa, não sabia que decisão tomar. Tyrion precisava convencê-la ainda mais. Eu sempre tenho que me safar sozinho. Precisei do meu querido irmão em dois julgamentos por combate, e em nenhum deles ele veio me resgatar. O primeiro eu me saí bem com Bronn, mas o segundo quase custou minha cabeça. "Tysha não era uma prostituta", a voz de Jaime ecoou pelos seus ouvidos. Ele mentiu para mim. Sabia o quanto eu amava Tysha, e mentiu mesmo assim. A fúria em seu coração aumentou. - Também gostaria de ajudá-la a matar o Regicida. Conheço seus truques, onde pode se esconder, como achá-lo. Afinal, ele é meu irmão.

– E por que você quer matá-lo? - Perguntou Daenerys. - Como disse, ele é seu irmão.

– Tenho meus motivos, Vossa Graça. - E não quero dividi-los com você.

– Verme Cinzento, - chamou. - escolte Tyrion Lannister para um dos quartos para o mesmo poder comer e se banhar. Certifique-se que tenha guardas o tempo todo ao lado dele. Depois traga-o de volta para mim.

– Sim, Vossa Graça. - O Imaculado respondeu e o obedeceu.

Tyrion saiu da sala aliviado, sabendo que viveria mais alguns dias.

xxx

Havia se banhado, se barbeado e comeu como não comia a muito tempo, como Daenerys Targaryen ordenou.

Quando voltou para a Sala do Trono uma nova pessoa. Precisava ainda tomar cuidado, mas agora sabia que a Mãe dos Dragões o aceitaria. Esperta, essa mulher Targaryen. Sabe que posso ser útil, e eu serei.

Tudo que havia prometido era verdade, principalmente a parte que a ajudaria a capturar Jaime. Não pude ver a cabeça de Cersei pendurada ao lado da de Jaime, como gostaria, mas ele é meu último irmão vivo, por enquanto. Quando morrer, a dívida estará paga.

– Sente-se. - Daenerys pediu, e Tyrion prontamente obedeceu, sentando-se em uma cadeira um pouco abaixo do Trono de Ferro. - Será meu conselheiro.

Acima dele, havia uma mulher morena com cabelos enrolados que parecia ser a Mão da Rainha. E, acima, em pé, havia Sor Barristan e o mercenário que havia visto antes. Dessa vez, percebeu o olhar que a Rainha de Prata lançou para o mesmo, que foi rapidamente retribuído. Apesar de ligeiro e discreto, Tyrion notou. Eles são amantes, percebeu, e escondeu um sorriso. Olhou para o lado, onde Quentyn estava sentado, parecendo perdido em seu próprio mundo de pensamentos. E o rapaz não faz ideia.

– Varys, o Mestre dos Sussurros, está aqui para vê-la, Minha Rainha. - Disse um dos Imaculados.

– Mande-o entrar.

Tyrion ficou surpreso ao perceber que havia ficado feliz em ver Varys. Sorriu para o mesmo, achando que o deixaria espantado ao vê-lo ao lado da Rainha, mas o Mestre dos Sussurros apenas sorriu de volta para o anão.

Ele é o Mestre dos Sussurros, refletiu, perdendo o sorriso. É claro que saberia que eu estou aqui. Ele sabe o que eu comi a três dias atrás.

– Minha Rainha. - Diz Varys, se curvando diante a Mãe dos Dragões. - Tenho informações que devem interessar à Senhora.

– Por favor, Senhor Varys. Diga. - Disse Daenerys.

– Meus passarinhos me cantaram uma música muito intrigante. - Começou o Mestre dos Sussurros. Respirou fundo e continuou. - Sansa Stark está marchando para Porto Real com um exército nortenho em suas costas. Ela se proclama Rainha do Norte, como seu falecido irmão Robb antes dela. Ela deseja o Trono de Ferro.


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