Você é minha droga escrita por Krueger


Capítulo 42
Acerto de contas


Notas iniciais do capítulo

Muahahahhahaha apareci.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/570756/chapter/42

Pov Joe:


–Ele insistiu em entrar. - se justificou Santiago entrando na sala. - E bem, agora com o acordo de paz entre as gangues, eu não podia ameaçar Owen.
–Tudo bem. - falei acenando para que ele nos deixa-se as sós na sala. Diamond entendeu e saiu, mas eu sabia que estava ouvindo atrás da porta. O momento que eu sempre esperei, havia chegado.
–Podemos conversar? - perguntou Owen apontando para o sofá. Trajava um terno negro com uma gravata azul e listras brancas, parecia um mafioso.
–Não. - falei me aproximando com os punhos cerrados. - Você matou a minha família... Destruiu o pouco de felicidade que eu poderia ter. - a cada passo uma lágrima escorria de meus olhos. - Por quê?
–Eu não fiz nada.
–Não minta! - gritei furioso. Quase acertei um soco em seu rosto, ele foi mais rápido segurando minha mão direita e me acertando um chute entre as pernas. Qualquer chance que eu tinha de ter um filho se foi com aquela pancada dolorosa. Caí no chão, com as mãos agarradas a calça. - Isso dói... - gemi.
–Vai doer muito mais. - ameaçou se inclinando sobre mim. Percebi em seu olhar, a semelhança com Clary. - Ouça garoto, eu não tenho a sua idade. Se formos lutar é óbvio que ganho.
Eu tentava me levantar. A dor era demais, parecia que tinham explodido minhas bolas. A minha raiva por ele só aumentou.
–É um mentiroso. Não me importo, pode me bater e me matar como fez com minha família. - cuspi. Revirou os olhos e me colocou de pé, ainda segurando meus braços olhou-me friamente.
–Eu não matei ninguém. Agora sente naquele sofá e lhe direi tudo o que quer saber Kurt. - cuspiu sílaba por sílaba como se fosse meu pai. Com muito esforço soltei-me de seus braços e ainda dolorido sentei no maldito sofá de couro.
–Fale... - sussurrei olhando para o chão. Ele me pegou desprevenido, se estivesse com minha arma na mão, Owen já teria morrido.
–Raphael. - gritou por alguém. Respirei profundamente, a arma em sua cintura era visível. Seria melhor acatar suas ordens do que ser morto, realmente estava curioso com sua confissão, se fosse fazê-la.
Em seguida um garoto loiro entrou na sala, ele era Romeno. Dava para perceber por suas roupas e bandana azul. Trazia consigo o que aparentava ser um álbum de fotos, Owen só podia estar brincando com minha cara? Ele ia me mostrar fotos de sua infância comendo macarrão de sua mãe romena?
–Não quero ver suas fotos. - resmunguei enquanto o garoto entregava o álbum para o homem a minha frente. Owen se sentou numa poltrona, ficando a poucos centímetros de distância de mim.
–Este é Raphael, irmão de Kevin. - respondeu pouco se importando com o que eu disse.
–Kevin nunca me contou sobre ele. - respondi observando o garoto.
–Kevin não te contou muitas coisas. - disse Raphael. Franzi a testa confuso, se Owen não ia me matar o que ele queria então? E o que esse garoto tinha para se intrometer?
–Sabe por que estou aqui garoto? - perguntou o pai de Clary me desafiando com o olhar. Fiz o mesmo. Raphael deixou a sala sem dizer mais nada.
–Não e nem quero. - respondi sorrindo. A dor entre minhas pernas era tanta que pensar em outras coisas e sorrir fazia esquecer-me dela. - Vai me matar?
–Não. Minha filha gosta de você. - cuspiu com hostilidade. Ele abriu o álbum e se inclinou mostrando uma página para mim. As fotos eram do Saguaro School, a mesma escola que eu e Clary estudávamos. - Veja essa foto. - cravou seu dedo em cima de uma imagem de dois garotos erguendo um troféu de basquete.
–O que tem? - dei de ombros. Apesar de querer matá-lo, estava com paciência para ouvi-lo.
–Leia a legenda. - disse apontando para o livro anual. É uma espécie de álbum de fotos que reúne as imagens dos principais alunos e acontecimentos da escola. E nas paginas finais tem fotos de todos os alunos daquele ano (série) com uma frase encorajadora. Eu ganharia um livro desses se terminasse o terceiro colegial, bem "se eu terminasse". Li a legenda bem alto.
–Owen Drewnick e Joe Slater campeões da liga de basquete do ensino médio. - nem eu acreditava nas palavras que saíam de minha boca. Ele deixou o livro em minhas mãos e se confortou na poltrona, olhei fixamente para a imagem meio encardida.
–Então... Agora me diga. Porque eu mataria seu pai?
–Não faz sentido. - falei sem acreditar. Realmente era meu pai e Owen, muito mais jovens na época, o ano da foto era 1993. - Eram... Amigos?
–Sim garoto. Nessa época eu tinha os meus dezesseis anos. Bons tempos. - disse sorrindo.
–Meu irmão sempre disse para eu odiá-lo. - confessei. Ele riu.
–Vocês nunca souberam da verdade? Sua mãe nunca lhe contou? - perguntou ainda sorrindo. Sentia-me um tolo por não saber de nada naquele momento. - Eu e seu pai nunca nos odiamos. Criamos os Touros juntos. Como eu o mataria?
–Não... Eu não entendo... - balancei a cabeça. - Eu quero saber a verdade.
–Essa é a verdade. Eu tinha meus dezesseis anos, era campeão no basquete, rico e bonito. Eu tinha tudo, menos uma coisa... Poder. Atenção e respeito. Foi então que eu e seu pai nos unimos e começamos a traficar.
"Naquela época era o barato de todo adolescente. Todos queriam ficar loucos com maconha, cocaína, êxtase... Vimos logo que aquilo era o negócio de nossas vidas. Eu tinha dinheiro, então comprei um lote inteiro de maconha... Sim as ervas no pé. Cobrei dez vezes mais caro que o preço normal, e o pior era que me pagavam o que eu pedisse. Seu pai conhecia uns garotos que podiam se unir a nós e começar um negócio. Tínhamos traficantes em cada esquina, em pouco tempo nos tornamos os maiores de toda a cidade. Foi então, que percebemos que precisávamos de proteção. Armas, atiradores e outros loucos querendo se unir. Não foi difícil... Em 1995, já éramos os Touros. Ricos não participavam. Apenas os garotos do subúrbio. Éramos respeitados, vendíamos drogas como água; seu pai e Capeline só contavam o dinheiro enquanto o resto da gangue se arriscava. A polícia era fácil de comprar também."
–Desculpe interromper seu longo discurso de vida... - olhou-me confuso - Eu não entendi uma coisa. Se tudo estava bem, porque se separaram?
–Em 1996, conheci a mãe de Clary, é igual à mãe quando mais nova. A diferença são os olhos verdes de Marylin. - Owen parou para pensar na sua amada. Suspirei. - Enfim, Capeline tentou ficar com ela, não satisfeito com um simples "não" tentou molestá-la. Brigamos feio, seu pai ficou do lado dele. Abandonou-me, dizendo que eu não devia bater em um irmão de gangue sem motivos. Ora, ele queria fazer mal a mulher que eu amava isso não era motivo o suficiente?
–Eu teria feito o mesmo. - falei pensando em Kevin e Clary. Logo eu me vingaria daquele desgraçado.
–Sozinho e sem ninguém ao meu lado, vi meus pais morrerem e deixarem uma boa herança para mim. Peguei alguns milhares de dólares e comprei gângsteres. Caras que já sabiam matar por conta própria, alguns Touros se uniram a mim, pois pagava mais. - ele suspirou como se tivesse se lembrado de algo. - Capeline influenciou seu pai, disse que criei uma nova gangue para acabar com eles e que jamais fui sincero. Eu não tinha como me defender, as brigas entre as gangues começaram. Tiroteios, mortes pelas esquinas e becos da cidade. Quando fui me dar conta, nos tornamos inimigos mortais.
–Tudo isso no ano de noventa e seis? - perguntei interessado. Sua história de vida era bem melhor do que imaginava, poderia dar um filme.
–Sim, nesse mesmo ano a mãe de Kevin me apareceu grávida dele, só que ele não era meu filho e nunca foi, criei o filho de outro homem, e só descobri isso antes da mulher morrer e deixá-lo sozinho no mundo. Marylin terminou comigo chateada com a traição de uma noite. Eu a amava e ainda amo muito. - sei como é, estou passando o mesmo com Clary. - Depois de um tempo voltamos a ficar juntos. No ano de 97, eu declarei a guerra. Se Joe Slater havia esquecido nossa amizade e deixado se influenciar, eu não tinha o que fazer além de defender os meus. - respondeu. Ele parecia velho e cansado, em seu rosto nenhuma ruga ou linha de expressão. Nenhum fio grisalho. - Kevin nasceu e me encarreguei de ficar com o garoto, no mesmo dia recebo a notícia por um dos meus que sua mãe engravida de novo. Desta vez é você.
–Uau eu não sabia disso tudo. - falei pensativo. - Nasci em noventa e oito.
–Sim garoto. - Owen levantou um dedo. - E nesse mesmo ano enquanto você era um bebê, a mãe de Clary a esperava na barriga. O dia em que soube me preparava para atacar os Touros num armazém. Foi o dia do incêndio.
–Você sabia que ia ter mais um filho, porque não esqueceu o ataque e foi comemorar com sua mulher? - perguntei encolhendo os ombros. Ele riu. – Aliás, se Kevin não era seu filho de sangue porque criá-lo?
–Joe, eu jamais perderia uma boa briga por causa disso. Eu poderia voltar e comemorar toda a minha vida com Marylin, não acha? - não respondi. – Criei Kevin depois que sua mãe morreu, e então fiquei sabendo que o garoto que sempre achei ser meu, não era. Eu tenho coração Kurt, não ia deixar o garoto sozinho.
–Se ele tivesse morrido as coisas teriam sido melhores. – comentei e Owen riu. Para inimigos mortais até que a gente estava se dando bem.
–No dia do incêndio... – começou mudando de assunto. Sua expressão de divertimento sumiu. – Encontrei seu pai morto depois do tiroteio. Eu não podia ficar mais, meus homens haviam sido mortos, os Touros estavam chegando com reforços, e meu melhor amigo morto... Foi quando botei fogo na merda toda, e fugi.
–Ah... - fiquei boquiaberto. - Você causou o incêndio?
–Sim. Foi à chance perfeita para resolver boa parte dos problemas. Depois que Capeline soubesse da morte de Joe, ele iria me caçar até minha morte e destruir todos inclusive Marylin, achando que eu poderia ter acabado com a vida de seu pai, e foi isso que ele fez, espalhou para todos inclusive para seu irmão que eu matei Joe. Não podia arriscar perdê-la nem a Clary. Forjei minha morte e fugi para o México. O único que sabia disso era, na época, meu braço direito... Harry. - dizia tudo num tom calmo e despreocupado.
–Se não foi você que matou Joe, quem foi? - perguntei curioso.
–Não sei. - ele encolheu os ombros. - Isso talvez só Capeline possa dizer. Aquele desgraçado não estava no armazém durante o incêndio, fugiu antes.
–Ta... Agora eu entendo que não tinha motivos para matar meu pai, talvez pela rivalidade. No fundo eram grandes amigos. Forjou sua morte para Capeline não matar você nem a sua família deixando Clary e a mãe... Com quem?
–Nas mãos de Harry. - disse cuspindo o nome com raiva. - O pior erro da minha vida, o desgraçado se aproveitou e fez com que Marylin noivasse consigo. Depois criou a minha filha, e ainda por cima cuidou da gangue ao mesmo tempo, sem elas nunca saberem de nada.
–Onde ele está agora? - perguntei por acaso. Owen balançou a cabeça, também desconhecia o fim que o antigo amigo teve.
–Deve ter se mudado de cidade. - deu de ombros. - Pouco me importo. Eu só queria deixar tudo em pratos limpos com você garoto. Eu não matei ninguém, jamais fui inimigo de seu pai. Não sabia da sua existência até o jantar em que o conheci na casa de Clary. Muito menos sabia que Axl havia sido morto. - explicou. Pela primeira vez acreditei nele, parecia tão sincero quanto Clary. - Eu era padrinho de seu irmão, vi-o nascer, como poderia matá-lo? Nunca fiz nada do que me acusa de fazer.
–Meu irmão morreu de uma maneira estranha, havia três Romenos na área Toura. Nunca entendi porque, mas aqueles Romenos já haviam matado dois Touros antes. - contei. Outras várias questões apareceram em minha mente. – Kevin e Santiago estavam juntos comigo, naquele maldito dia.
–Bem, os Romenos jamais iriam à área inimiga à toa. Realmente foram por sua causa, ou de seu irmão. - disse coçando embaixo do queixo. - Talvez a rivalidade entre as gangues, matar o líder inimigo.
–Talvez. - concordei e outra dúvida surgiu. - Se não me conhecia até então, quem mandou Yara me matar?
–Yara?
–A garota que pediu refúgio aos Romenos. - expliquei. Ele demorou em se lembrar, será que quando eu chegar nessa idade ficarei assim?
–Ah sim. Não pediu refúgio aos Romenos e nunca havia visto-a. Só quando foi procurar Kevin numa das boates.
–Kevin? - perguntei franzindo a testa.
–Sim. Os dois pareciam ter algum tipo de relacionamento afetivo, ele apresentou-a para mim como "Minha noiva". - Owen não sabia que estava me contando tudo o que eu precisava saber e quem realmente eu deveria pedir explicações. - Bem, espero ter esclarecido tudo a você e se não acreditou em mim, não posso fazer nada, o que estava ao meu alcance fiz, te contar tudo o que sabia.
–Não, eu agradeço por ter-me feito enxergar a verdade que estava na minha cara. - falei ansioso. - É isso!
– O quê?
–Obrigado Owen. - pulei do sofá e o abracei. Naquele momento pouco me importava se há minutos atrás queria vê-lo morto. - Obrigado sogrão. Eu juro que jamais vou fazer Clary sofrer, antes de fazê-la feliz eu tenho que resolver uma última coisa.
–Kurt, o que vai fazer? - gritou. Dei de ombros e o soltei.
Sai da sala já com as chaves do Torino em mãos. Agora eu sabia quem devia ser questionado e talvez morto há muito tempo.
[...]
Parei o carro na frente do prédio onde Kevin morava, dei meu nome na recepção e desta vez a loira nem se preocupou em ligar para avisar a minha chegada.
No elevador certifiquei-me que minha arma estava carregada e bem guardada na cintura. Eu havia esquecido-a no guarda luvas do Torino, se bem que agora que descobri algumas verdades por Owen me sentia mais seguro. Mesmo que eu não acreditasse muito naquilo tudo, eu ia perguntar a minha mãe. E se fosse mentira porque ele não me mataria? Teve a chance, e se fosse meu inimigo faria independente de acordo de paz entre as gangues.
Bati várias vezes na porta, esmurrei aquela madeira até ela ser aberta por Yara. A morena me avaliou confusa.
–Eu sabia que viria de novo. - disse sorrindo.
–Claro. - passei empurrando-a para dentro. - Porque eu ficaria longe de você?
–Terminou com aquela puritana e veio atrás de alguém de verdade? - perguntou atrás de mim. Ouvi o barulho de a porta ser fechada e trancada, era disso que eu precisava. Pelo visto Kevin não estava em casa.
–Ah sim... - senti seus braços ao redor de meu pescoço e seu corpo a abraçar-me por trás. - Eu vim matar a saudade.
–Eu sabia. Eu sentia que quando eu contasse a verdade para aquela idiota, ela ia terminar com você e tudo voltaria como antes. - disse animada. Em outros tempos, eu teria ficado excitado com a aproximação de nossos corpos. Naquele instante eu só tinha nojo.
–Você contou a ela tudo? - perguntei me afastando de seus braços. Seus olhos negros transmitiam confusão, e desconfiança.
–Porque você está me olhando assim? - perguntou se afastando. - Pare.
–Você é uma vadia não é? A única coisa que me faz sorrir quando penso que transei com você sábado... É ter colocado os chifres na cabeça de Kevin. - cuspi e seu olhar tremulou.
–Olha como fala comigo. Eu não sou a sua namoradinha. - cuspiu no mesmo nível. Revirei os olhos e tive que sorrir. O medo a dominou sabia que algo estava errado. Sabia que havia me provocado.
–Claro que não é. Clary é uma mulher de verdade, que tem o meu amor. Você é uma puta que eu apenas me diverti. - continuei falando e Yara engoliu em seco, mordeu os lábios segurando um choro.
Olhei ao redor e tudo estava organizado. A cozinha limpa, a sala também. Tudo com aquele luxo e conforto onde Kevin vivia aos meus pés um tapete branco e que aparentava ser caríssimo.
–O que quer? - perguntou num sopro. Sua voz saía fraca e isso denunciava seu medo. - Kevin está chegando.
–Da última vez que transamos aqui, você também disse que ele estava chegando e bem... Ele passou a noite inteira fora. - falei voltando a olhar para si, meu sorriso foi de orelha a orelha. A maquiagem negra de seus olhos escorria junto com as lágrimas por suas bochechas. - Lembra quando eu matei aquela garota na sua frente?
–Joe vai embora. - disse indo para a porta. Seus dedos destrancaram a mesma, continuei parado enquanto ela abriu-a e me encarava esperando que eu saísse.
–Eu acabei de chegar. - falei abrindo os braços e irônico. - Ah... Yara vamos matar a saudade? Você não quer?
–Eu quero que vá embora. - gritou deixando as lágrimas e o choro a consumirem. - Por favor...
–Não entendo. Está chorando por quê? - perguntei sabendo a resposta. Seus olhos colaram nos meus com fúria. - Pensei que quisesse se divertir.
–Por favor... - gemeu agarrada a maçaneta.
–Owen nunca te pagou, nunca soube da sua existência até conhecê-la junto com Kevin. Então, eu lhe pergunto... Quem mandou você me matar?
–Joe, eu vou gritar. - ameaçou. Dei de ombros.
–Grite, chore, esperneia... Ninguém pode te salvar do que eu quero fazer contigo. Ninguém. - ameacei. Ela deixou a porta para correr pro corredor, tive o trabalho de ir atrás.
Peguei-a apertando os botões para chamar o elevador, meu braço direito passou ao redor de seu pescoço prendendo-a contra mim. Senti sua bunda se chocar contra a minha virilha, se não estivesse a ponto de matá-la até ficaria excitado com a situação. Minha mão esquerda manteve seus dois braços juntos ao seu corpo. Se eu fizesse só um pouquinho de força, poderia enforcá-la ou quebrar seu pescoço. Ficou imobilizada e gritou enquanto arrastava-a de volta ao apartamento, fechei a porta ainda a segurando.
–Joe... - sussurrou. As lágrimas molhavam meu braço. - Deixe-me.
–Você vai falar porra! - gritei em seu ouvido. Ouvi sua respiração acelerada e tentou se afastar de mim. Não conseguiria nem que eu quisesse. Tudo o que sabia sobre luta, ou matar alguém aprendeu comigo. Seria impossível o aluno matar seu mestre não? - Quem mandou você enfiar aquela maldita faca na minha costela?
–Joe...
–Fala... - apertei um pouco o braço deixando-a sem ar por alguns segundos. Não me sentia bem lutando contra uma mulher indefesa (são o sexo mais frágil), contudo esta merecia. Quando a deixei respirar, gemeu.
–Eu falo... Me solta primeiro.
–Sem chance. - retruquei. Ela soltou um suspiro lamentando sua própria situação. - Você não sabe o quanto eu te amei... - sussurrei em seu ouvido. - O quanto confiei... Em você... Para acordar com uma facada?
–Joe... Eu juro que não tive escolha.
–Você tinha uma escolha. Contar-me a verdade. E essa, é a sua única escolha. Você sabe como eu mato mulheres, não gostaria de ser a próxima... Gostaria?
–Kevin... - confessou. - Foi ele... Ele me ofereceu uma vida que você jamais poderia me oferecer, dinheiro, jóias, poder...
–Por quê? - ele era meu melhor amigo isso não fazia sentido.
–Ele sabia que ter você morto seria melhor do que vivo. - sussurrou. Cada palavra carregada de uma tristeza e talvez arrependimento. - Como não consegui... Deixou claro que quando você voltasse iria fazer um ótimo favor a ele. Matar Owen e deixá-lo no comando de tudo e com uma herança gigante.
–Ele não é filho de Owen! – cuspi.
– Ninguém sabia disso, muito menos Kevin. Quando ele ouviu Owen comentar isso com Raphael, sabia que estava sendo jogado para trás, o homem que dizia ser seu pai estava confiando mais em outra pessoa do que nele mesmo. – parou para respirar profundamente. – Kevin sabia que com a morte de Owen tudo iria para ele, se simplesmente matasse Marylin e Clary em seguida, por isso precisava te eliminar se não você defenderia Clary e sua mãe com unhas e dentes. Ele mesmo te mataria naquele restaurante miserável. Clary foi mais esperta e sinceramente agradeço-a por isso.
–Kevin sabia que ela iria para lá. Ele permitiu que alguns Romenos ficassem por conta dela. - respondi.
–Não. Ela disse que precisava dos caras para aprender algumas coisas, e disse que estava sendo perseguida e precisava de proteção. Não lhe disse que ia usá-los para salvar você e Owen, se não... Vocês dois estariam mortos agora. - soltei-a e ela tossiu para recuperar seu ar. Secou as lágrimas com as mãos. - Eu fui com você e Santiago aquele dia, porque queria tentar te proteger. Não deu certo.
–Você escolheu isso. - cuspi com nojo. Olhou-me com receio. - Fique com as jóias, o dinheiro e tudo que Kevin oferecer a você. Isso se ele ficar vivo, isso... Se Owen deixar pelo menos um caroço de azeitona no nome de Kevin.
–Joe... Não o mate.
–Eu não vou matá-lo. Apenas mostrar a ele que escolheu a pessoa errada para usar e abusar. - respondi saindo e fechando a maldita porta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então geovannas? Em quem vamos queimar dentro do forninho? Muahahahaha