Você é minha droga escrita por Krueger


Capítulo 33
Indefesa




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Pov Clary:

Quando acordei Joe não estava mais no quarto. Tudo estava tão confuso na minha cabeça. Havíamos transado e nos resolvido, isso era bom porque eu não aguentava mais nossas brigas constantes por outro lado era ruim. Ele ia continuar com sua vingança e isso incluía matar o homem que descobri ser meu pai tão recentemente.
Levantei e me vesti apressadamente. No bolso de meu short jeans estava a chave de meu novo carro. E mais uma vez percebi que havia esquecido meu celular em casa. Ao sair do quarto, vi Joe fumando sentado ao lado da porta, fechei a mesma e me arrastei colocando-me ao seu lado.
–Então... Dormiu bem? - perguntou me passando o cigarro. Traguei o mesmo e demorei a responder enquanto apreciava a fumaça em meus pulmões. Uma das melhores sensações que já senti. Passei o cigarro para ele.
–Quanto tempo?
–Acho que só meia hora. - respondeu soltando círculos de fumaça. Quando percebeu que estava sendo observado ele piscou para mim. - O que foi?
–Nada. - falei. Ele tragou mais um vez seu cigarro, e colou seus lábios aos meus. Abri suavemente a boca sentindo a fumaça passar por ela.
–Tem certeza? - perguntou. - Quero te dar uma coisa.
–O quê ? - perguntei curiosa e pela sua expressão devia ser algo bom.
–Uma arma... - dito isso acho que franzi a testa. Eu só havia pego em uma arma a alguns minutos antes de fazermos sexo e aquela foi minha primeira vez. Era pesada e não gostei da sensação que uma arma carregava. - Não se preocupe eu deixo você escolher.
–Por que eu preciso de uma arma? - perguntei. - Você me defendendo já é o suficiente.
–Eu quero que tenha a sua própria. Não to a fim de ver você... Indefesa.
–Indefesa? - peguei o cigarro de sua mão e o suguei entre os lábios tentando pegar todo o sabor e fumaça que podia. - Eu não sou indefesa. - soltei a fumaça em seu rosto e ele sorriu.
–Não interessa... - disse pensativo. - Que tal uma Mini-Uzi?
–Uma metralhadora? - perguntei rindo e jogando o resto do cigarro no chão e pisando por cima. - Eu não vou matar ninguém.
–Não é uma metralhadora, é uma mini metralhadora. Cabe na cintura e não é pesada. - foi quando percebi que ele estava falando de sua própria arma.
–Eu não quero uma arma Joe. - falei séria. - Já tenho tudo o que preciso. - Você principalmente... Não gosto da sensação de saber que você mata pessoas. São outras vidas... Ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém.
–Owen não tinha o direito de matar meu irmão. Nem meu pai.
–Você não sabe se foi mesmo ele que os matou. - falei e me arrependi em seguida porque ele me olhou furioso.
–Não adianta defendê-lo. Eu vou matá-lo e em seguida vamos fugir juntos. - disse levantando. Bufei vendo-o entrar no quarto e fechar a porta. Ótimo mal nos resolvemos já estávamos brigando?
Dei de ombros e me levantei a caminho do estacionamento onde estava meu Porsche. Se ele resolvia tudo na violência o problema era dele, eu não ia ter uma arma e não ia sair matando os outros.
Já dentro do carro, liguei o rádio e deixei em alguma música de rap. Ao chegar em casa minha mãe jantava novamente sozinha. Ele me olhou de cima a baixo.
–Onde estava?
–Com Joe. - respondi.
–Então vocês se resolveram? - perguntou curiosa. Odiava quando minha mãe fazia isso. Aposto que ia começar o interrogatório.
–Sim. - prendi o cabelo num rabo. - Porque quer tanto saber?
–Nada. Só queria saber o que eram os dois mil dólares no seu quarto.
Merda. Minha mãe tinha que fuçar onde não deve?
–Dois mil... - eu nem sabia ao certo qual era o valor da quantia que Joe havia deixado comigo. - Eu não...
–Negue. Isso mesmo pode negar... - ela se levantou. - Ele te paga por isso, por esse relacionamento?
–Assim você me ofende mãe. Eu não sou puta de ninguém. - gritei.
–Ok. E os cigarros? - perguntou cruzando os braços. Ótimo, se ela não trabalhasse num escritório de finanças ela podia muito bem entrar para o CSI era ótima em descobrir provas. - Eu não sei o que está acontecendo Clarice - quando me chamava pelo nome era porque a coisa estava séria - Então espero que me conte.
–Claro. Eu to fumando agora. - falei tentando parecer decidida. - E estou transando com Joe por ai em motéis baratos. E eu não me importo mãe porque eu o amo.
–Ah Clary... - ela balançou a cabeça negativamente. - Sabe que eu fazia a mesma coisa com Owen? E olha como acabámos... Separados. O amor não é tudo.
–Para mim é. Você não da uma chance a Owen, porque não quer! Ele te ama!
–Ele infiltrou Harry aqui, para cuidar da gente e olha o que deu. Eu não amo Owen e sim Harry. - ela parecia querer chorar. - Ele praticamente te criou Clary, e agora que eu sei que o homem que eu quis me casar é outro criminoso como Owen... Como acha que me sinto?
–Mal... - sussurrei.
–Isso mesmo. Agora pense bastante se esse namoro com Joe vai te levar para algum lugar. E depois faça o que quiser... Não está agindo como a Clary de antes... Você é outra agora por causa desse rapaz. Lavo minhas mãos, não vou mais me preocupar se você chega tarde em casa, se vai procurar ou não seu pai. - ela deu de ombros. - A escolha é sua.
Não respondi. Afinal eu não sabia o que lhe responder. Subi as escadas para meu quarto arrasada, e quando me aproximei do celular jogado em minha cama ele vibrou. Uma mensagem de Joe. Abri a mesma. "Que tal a gente sair para jantar?"
Suspirei. Minha mãe tinha um pouco de razão, eu estava entrando nesse namoro com muita irresponsabilidade, nem parecia eu mesma. Mas... Jantar não faria mal a ninguém. Mandei uma resposta. "Claro, vou tomar um banho e me arrumar"
Percebi que o envelope do dinheiro de Joe estava aberto em cima da mesa de meu computador. Fui até lá e o guardei de volta no meio de minhas roupas.
–Clarice de quem é aquele carro na porta de casa? - gritou minha mãe furiosa.
–Meu! - gritei de volta. - Não ligue para o reboque.
–Quem te deu esse carro? - continuou gritando e acabei rindo.
–Owen! - então ela se calou. Pude enfim, escolher uma roupa elegante. Escolhi o vestido preto que usei na primeira noite que vi Joe, desta vez eu ia usar um salto alto porque íamos jantar não festejar.
Depois que tomei banho e me troquei, passei uma maquiagem forte destacando os olhos. Então não gostei e tirei toda a maquiagem optando pelo meu simples batom vermelho que combinava bem com minha pele branca. Desci as escadas e resolvi que ia de cabelo solto, percebi que finalmente minha mãe havia comprado outra TV, eu não precisaria assistir a novela na casa de Anne nunca mais. Até porque ela não parava de falar o capítulo inteiro.
–Eu vou jantar com Joe, eu volto antes das...
–Dez. Eu sei. - completou ela. - Pode ir. Já que não adianta eu deixar ou proibir você vai do mesmo jeito.
–Tchau mãe. - falei abrindo a porta no mesmo momento em que Joe ia tocar a campainha. Ele se assustou e rimos.
–Você está linda. - disse ele me oferecendo um buquê de rosas.
–Pare de ser romântico porque sei que não é. - falei sorrindo.
–As flores não são pra você não... - ele me empurrou e entrou na minha casa. O quê? Ele tá maluco?
Foi ao sofá e cumprimentou minha mãe lhe entregando o buquê. Ela ficou sem graça.
–Desculpe vir sequestrar sua filha para um jantar... - foi quando percebi que ele usava calça jeans com um suéter preto que o deixou bem com cara de mauricinho. - A senhora gostaria de nos acompanhar?
Não entendi seu jeito. Minha mãe negou e ele ficou decepcionado. Que eu saiba ele é meu namorado não dela. Depois de conversarem um pouco, ele saiu me puxando junto para seu Gran Torino.
–O que foi aquilo? - perguntei colocando o cinto.
–Às vezes a gente tem que agradar a sogra. - disse ele me dando um rápido selinho. Percebi que também havia penteado o cabelo. É... Ele parecia um mauricinho com certeza. Ligou o motor, não deixou de olhar para mim e sorrimos um para o outro.
–Para onde vamos?
–Você vai ver quando chegarmos. - disse deixando-me curiosa. - Relaxa.


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Notas finais do capítulo

Mais um presente ( mentira), porque vou ficar uma semana sem postar. Para onde eles vão? Hm... Kkkk