Pov Joe:
Acordei com um grito desesperado e quando me dei conta de onde estava e como estava era tarde demais. A mãe de Clary olhava de mim para ela e vice-versa.
–Vocês... Dormiram juntos? Aqui na minha casa, debaixo do meu teto? – gritou ela. Ah... Não.
–Mãe, não é o que você está pensando. – disse Clary levantando e tentando acalmar sua mãe. Essa era a frase que todo mundo dizia quando estava fazendo algo que a pessoa estava pensando.
–Eu não to pensando não. Eu estou vendo. – disse ela. – Ah garoto, eu vou ligar para polícia.
–Mãe para! – disse Clary. – Joe dormiu aqui porque a casa dele pegou fogo.
–Esse quarto aqui também deve ter pegado fogo né? – tive que rir de seu tom e logo em seguida escondi os lábios. – Se ele não sair da minha casa em cinco minutos, eu juro que ligo para a polícia!
–Mãe, você sempre disse que eu tinha que viver minha adolescência. Ser feliz, e me divertir.
–Não transando com alguém aqui! – a mãe dela pegou a primeira coisa que viu, um abajur de mesa e jogou em mim. - Saí daqui! - Os vidros da lâmpada do abajur me atingiram o peito com pequenos cortes. Não me importei com a dor tive que levantar e mal deu tempo de pegar meus tênis e minha calça jeans e a mulher já veio me socando.
–Mãe! – Clarice a segurou e acabamos rindo. – Joe vai logo.
–Eu te ligo! – gritei descendo as escadas rapidamente. Saí da casa ainda rindo e chegando ao meu carro joguei tudo o que carregava no banco do passageiro. Ainda pude ver pelo espelho retrovisor um carro preto se aproximando. Desviei o olhar e segui meu rumo de volta ao conjunto habitacional.
Como sempre nas escadarias estava Michelle, droga eu havia esquecido o nosso combinado. Aproximei-me.
–Joe... – disse ela mascando um chiclete de um jeito totalmente obsceno. – Sem camisa? Fez o que pedi?
–Não tive tempo... – respondi, olhei para mim mesmo e realmente eu havia esquecido minha regata na casa de Clary. Ótimo. – Mas não se preocupe, eu vou atrás do cara.
–Joe não me enrole. – ela fez uma bola com o chiclete e a estouro. – Aliás, Santiago está sozinho em casa.
–Obrigado. Era o que eu precisava! – subi as escadas.
–Ela gostou das flores? – gritou quando eu já estava no último degrau.
–Amou! – respondi. Eu ainda desconfiava que ela havia ouvido nossa conversa atrás da porta, para saber que eu iria atrás de Clary.
Bati várias vezes na porta, não sei por que, estava feliz e queria descontar em Santiago. Ele abriu a porta totalmente nu.
–Caralho! – gritei virando o rosto. – Depois de ontem, eu tive a certeza que gosto de mulher mesmo.
–Cara. Michelle é maluca, ela me prendeu na cama. – eu não conseguia voltar meu olhar para ele. – Perae.
Ele entrou e depois apareceu enrolado na capa do sofá. Passei por Santiago e o mesmo fechou a porta.
–Desculpe a pergunta, desde quando passa a noite com aquela maluca? – perguntei olhando por todo o apartamento que estava destruído.
–Eu não passo a noite com ela, eu nunca se quer pensei em transar com ela. Ela é tipo como um cara para mim, entende os negócios da gangue e tudo o que eu falo. Agora Anne é tão burra que pergunta toda a hora.
–Michelle também é do crime... – sussurrei pegando um sutiã vermelho em cima da mesa de jantar. – E tem seios enormes.
–Cara, eu não planejei.
–Agora eu lhe pergunto... Como vocês transam e destroem a casa desse jeito? – perguntei segurando o riso.
–Ela é com certeza um furacão. Tem um movimento pélvico muito bom.
Acabamos rindo.
–Arruma uma roupa para mim... – sussurrei. – Eu preciso tomar um banho.
–Eu to vendo, aliás, esse moletom não combinou com você.
–Eu sei... Fui pego no flagra pela mãe de Clary... – ele arqueou uma sobrancelha.
–Não me diga que além de ser desculpado, ela te deu um presente...
–Um ótimo presente. Seu corpo é bem melhor do que eu imaginava.
Voltamos a rir.
–Pode me ajudar a arrumar a casa?
–Ah não. Tenho que encontrar um cara... O apelido dele é Black. Michelle me pediu. Vai me pagar muito bem. –respondi.
–Ele é casado com a amiga de Clary, a tal de Wanessa.
–Que por azar é também irmã da maluca da Michelle.
–Não fale dela assim, eu garanto que se você chegar um dia a passar a noite com ela não vai se arrepender.
–Vou sim, porque no momento nenhuma mulher me interessa além de Clary.
–Ah... Ta apaixonadinho é? – perguntou ele malicioso. – O que será que ela tem...
–Só sendo eu para saber... – fui até seu quarto e ele ficou rindo na sala. Abri seu armário atrás de uma roupa apresentável para mim.
–O que esse Black fez? – perguntou me assustando.
–Sei lá, deve estar metido com a polícia. Eu não vou me envolver nisso não, vou inventar alguma coisa e tirar o meu da reta! – peguei uma regata branca e uma bermuda jeans.
–Se ele está metido com a polícia, ele pode fuder nossos esquemas.
–Ele não vai, se não já o teria feito não acha?
–É, se ele ainda não fez é porque tem algo muito estranho pegando.
Virei-me para ele.
–Você acha?
–Acho, e se for isso, não a lugar no mundo em que a gente possa se esconder da polícia... Ou melhor do FBI.
[...]
“Encontre-me as sete na boate dos Touros, não atrase” fiquei encarando a tela de meu celular por um tempo. Faltavam dez minutos para as sete da noite e eu ainda não tinha me decidido se iria ou não encontrar Yara. Santiago saiu do banheiro cheio de fumaça e sorriu para mim enquanto secava os cabelos com... A minha toalha.
–Vai atrás dela.
–Eu já disse que não. – sussurrei guardando o celular no bolso. – Eu assumi um compromisso.
–Mas isso não é traição a não ser que agarre Yara. Cara, se ela está com os Romenos e quer te encontrar, deve ter informações quentinhas. Vai lá!
–Eu não quero magoar Clary, eu não consigo me segurar quando encontro Yara então prefiro ficar aqui nessa noite de sexta.
–Já sei, chame Clary para... Sei lá fazerem um passeio de namorados.
–O passeio que formos fazer, será meu corpo junto ao dela.
–Eu e Anne vamos sair. Se quiser levar Clary...
Rimos e ele foi para seu quarto. Eu tinha que me decidir, as coisas estavam estranhas ultimamente, eu realmente estava com Clary e isso significava muito. Não podia ir simplesmente atrás de Yara. Resolvi que ia fazer o melhor para todos, ir ficar com Krueger.