Você é minha droga escrita por Krueger


Capítulo 26
Fumante


Notas iniciais do capítulo

Vocês hein? Graças a três recomendações vou ter que postar três seguidos.



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Pov Clary:

Depois que Joe saiu minha mãe começou um discurso de como eu estava mudando drasticamente desde que o conheci. Como eu estava indo a festas todas as noites, perdendo minha virgindade e ela ainda disse que eu começaria logo a fumar, a idéia não me pareceu ruim já que Joe devia adorar. Pela primeira vez na minha vida, eu estava nem aí para o que ela estava dizendo e ela encarou isso como falta de respeito me deixando de castigo. Ótimo, era eu a TV quebrada e todas as portas e janelas trancadas para eu nem pensar em fugir (eu sabia onde ela escondia as chaves). Como ela era uma péssima mãe, sem contar que ligou na escola para saber se eu tinha ido bem às provas e depois de uma longa conversa com sei lá quem, ela me tirou do castigo.
Fiquei a tarde inteira tentando jogar videogame na TV, a enorme rachadura no centro da tela me fez desistir. Pensei em ligar para Anne e chamá-la para uma festa, eu queria ir a uma festa. Era sexta-feira, eu tinha perdido minha virgindade, estava dolorida, com uma enorme felicidade dentro de mim que eu precisava esbanjar para todo mundo.
Foi quando percebi que eu havia transado, e que todo mundo transa. Que minha mãe transou com Owen e esse pensamento me fez querer vomitar. Ta isso era estranho e ao mesmo tempo eu sentia uma enorme vergonha de sair na rua e todo perceber que eu não era mais virgem, me encolhi no sofá e estremeci sorte que só estava eu em casa. Acho que cochilei porque acordei num pulo com o barulho da campainha. Quem será? Peguei a chave reserva que minha mãe deixava embaixo do tapete de entrada e ao abrir a porta o sorriso dele foi de orelha a orelha.
–Eu sei que sua mãe vai me matar se me ver aqui! – disse Joe.
–Ela não está em casa. – sussurrei.
–Melhor a gente não arriscar. – seus olhos azuis brilharam e acabei o abraçando. Ele retribuiu apertando-me ao seu corpo.
–Eu quero ir para algum lugar. – falei.
–Que tal uma festa?
–Não... Acho que não estou pronta para encarar as pessoas na rua depois de tudo o que aconteceu entre a gente... – ele se afastou e olhei para minhas mãos.
–Relaxa! Todo mundo já pecou na vida, ninguém é santo. Atire a primeira pedra quem nunca pecou! – disse ele e acabei rindo.
–É tão estanho ver você falando da bíblia...
–Pensei que já tivesse percebido que sou católico também. – ele fechou a porta atrás de si. – Você fica linda descabelada. Aliás, vem vou te levar a um lugar.
Olhei para baixo e eu ainda estava de pijama.
–Vou trocar de roupa.
–Coloque um biquíni! – sussurrou ele com uma expressão de malícia.
–Hum... Espero que não esteja me levando para um motel. – respondi o olhando e ele balançou a cabeça negativamente.
–Vou te levar para uma piscina...
Franzi a testa me virando para subir as escadas. Onde diabos a gente ia nadar de noite? Chegando a meu quarto coloquei meu biquíni preto e vesti por cima um vestido de renda. Calcei umas sapatilhas pretas e desci as escadas enquanto Joe estava inclinado sobre a TV batendo na tela.
–Vamos? – perguntei. Ele se virou e sorriu.
–Está muito gostosa, acho que não quero que ninguém olhe para você.
–Aonde vamos vai ter muita gente? – perguntei.
–Não. Só Santiago e Anne. – ele foi até a porta e eu o segui pulando nas suas costas.
–Então você pode me levar até o carro. – prendi minha perna na sua cintura.
–Obrigado, não sabia que eu havia me tornado burro de carga! – disse nos arrastando para fora. Ainda fechei a porta me inclinando para trás e depois agarrei seus ombros tentando não cair de suas costas. Ele correu comigo pelo jardim até seu carro do outro lado da rua.
Depois de me deixar gentilmente no chão, abriu a porta para mim e eu entrei no Torino. Eu estava um pouco envergonhada de ficar com Joe depois de tudo o que aconteceu na noite passada, então evitei voltar a olhar para si. Ele dirigiu em silencio, apenas deixou uma musica tocando no rádio, não sei se era Rap ou Pop. Acho que uma mistura dos dois.
–Está calada... – disse ele.
–Joe, ontem...
–Não... – disse ele me interrompendo. – Ta tudo bem...
Mordi os lábios.
–Não faça isso. – ele me olhou de canto. –Quando eu parar esse carro você vai ver...
Quando ele parou o carro estávamos na frente do meu colégio. Franzi a testa ficando confusa então ele se inclinou sobre mim, assustando-me com uma mordida nos lábios. Eu o empurrei incrédula. Doeu. Joe apenas sorriu e saiu do carro sendo seguido por mim, então é assim, ele me morde e tudo fica bem?
–Nós invadimos o colégio espero que não se preocupe com isso. – disse ele.
–Ah não... – sussurrei. – Só quero ver se a polícia nos encontrar.
–Ninguém nos viu.
Caminhamos para trás do campo de futebol onde Joe me ajudou a pular a pequena cerca de arame. Eu estava invadindo meu colégio, ok, eu estava virando uma delinqüente desde que comecei a ficar com ele. Isso era muito ruim. Atravessamos o campo de futebol correndo e eu chutei uma bola nas costas dele assim que vi uma abandonada no meio do campo. Joe correu até mim e me agarrou me fazendo cócegas.
–Para! – gritei começando a fugir dele e de seus braços.
–Krueger... Volte aqui... – gritou ele e acabou me ultrapassando na corrida.
Passamos pelo interior dos vestiários até ele praticamente chutar a porta que levava os vestiários ao corredor da piscina da escola no subterrâneo do prédio.
–Não acredito que estou fazendo isso. – falei.
–Se depender de mim nós fazemos muito mais coisas juntos. – disse ele correndo a minha frente e já tirando sua regata branca. Porque ele só se vestia de preto e branco?
Ao chegarmos perto da piscina ouvi gritos e risadas. Anne estava lá nadando e jogando água em Santiago. Até que os dois eram bonitinhos juntos.
–O casal chegou! –gritou Anne.
–E vocês dois ai são o que? – perguntei.
–Amigos jogando água um no... – ela nem terminou de falar e Santiago a empurrou para debaixo da água. Acabei rindo.
Joe já estava apenas de bermuda tirando seus tênis.
–Eh... Eu não estou muito a fim de nadar... – sussurrei.
–Está sim. – ele me pegou pelo colo me jogando sobre seus ombros, meu rosto ficou praticamente colado a sua bunda. Eu gritei e tentei espernear, mas ele segurou minhas pernas. – Lá vai pessoal.
Só senti meu corpo sendo jogada para frente e em seguida a água fria me rondar. Coloquei a cabeça para fora para recuperar meu fôlego e Joe se jogou na piscina deixando metade da água sair.
–Idiota! – falei quando vi sua cabeça para fora da água. Ele nadou até mim.
–Posso ser idiota, você gosta...
–Ah... – eu tive que rir.
–Atenção pessoal, momento histórico aqui! – gritou Santiago fazendo nossa atenção ir para ele. – Anne aceitou namorar comigo.
–De novo? – perguntei.
–Eles nunca namoraram... – disse Joe.
–Mas e quando estavam saindo, as boates... O dia que você socou um cara que me agarrou... – sussurrei.
–Ah... Santiago só a estava enrolando. Foi preciso, eu, assumir meu relacionamento com você para ele tomar coragem. – disse Joe passando as mãos por baixo de água ao redor da minha cintura.
–Ah é? – perguntei curiosa. – Então vocês fazem isso com todas as garotas? Levam elas para cama e depois as abandonam.
–Eu não te abandonei. – disse ele.
–Mas acho que pretende fazê-lo em alguma hora.
–Pretendo. – sua resposta fez meu interior se encolher por inteiro. – Mas só quando eu morrer...
–Ai que susto. – gritei jogando água em seu rosto. E ele me puxou fazendo nossos lábios se encontrarem.
[...]
Santiago e Joe já estavam fora da piscina deitados nas espreguiçadeiras e conversando o que eu acredito fielmente serem coisas banais de homens. Anne se aproximou de mim na beira da piscina bem longe deles.
–Amiga... Hoje é o dia mais feliz da minha vida... – disse ela.
–Ai que exagero. – sussurrei.
–Você achou errado eu ter aceitado a proposta de Santiago? – perguntou.
–Não... – respondi olhando para os dois. – A escolha é sua.
–Hum... Você e Joe estavam muito grudados hoje. Cadê a Clary que não se apaixonava por ninguém?
–Deve estar morta, totalmente afogada. – ela riu.
–Você já contou a Joe sobre seu pai?
–Xiu! – falei a olhando incrédula. – Eu não posso, se ele descobrir... Vai acabar tudo entre nós.
–Ah nada haver! Se ele realmente gosta de você vai aceitar...
–Ah claro, ele vai adorar ir almoçar com o cara que matou o pai e o irmão dele num dia de domingo e dividir uma macarronada! – falei irônica.
–Eu acho melhor você contar isso antes que as coisas fiquem ainda mais sérias. – disse ela preocupada.
–As coisas já estão sérias. – falei. – E meu pai insiste em ter uma boa relação comigo, Domingo mesmo eu já tenho um almoço marcado na mansão dele.
–Pelo menos ele é rico...
–Anne. – bati em seu braço.
–Credo Clary, dinheiro traz felicidade ok?
–Mas nem tudo pode ser comprado com dinheiro. – alertei. – Por exemplo, o amor.
–É... Mas conseguir caras interessados em ser seu amor, você consegue... – disse ela maliciosa e acabamos rindo. Os garotos do outro lado já começavam a acender seus cigarros. – Odeio o fato de ele fumar, só isso já estraga tudo entre nós...
–Anne porque não prova um pouquinho?
–Ta maluca? Eu cuido de meus pulmões. Vai lá você. – disse ela jogando um pouco de água em mim. O frio já começava a se abater sobre nós.
Sai da piscina seguida de Anne e ambas estávamos tremendo de frio. Caminhamos até os garotos que nos olharam de cima a baixo e trocaram um olhar entre eles. Sentei-me ao lado de Joe que sorriu. Seu cabelo molhado o deixava sexy.
–Quer? – perguntou ele oferecendo o cigarro a mim. Anne me encarou e fez uma cara de “Não Clarice Krueger!”
–Eu não fumo. –respondi. – Já deveria saber.
–Qual é. Se não fosse bom eu e Diamond não usávamos. – disse Joe olhando para o amigo. Anne continuou me olhando daquele jeito intimidador. Peguei o cigarro de Joe. – Boa garota.
–Clary! – disse Anne enquanto eu tentava imitá-los colocando o cigarro na boca e franzindo os lábios ao redor do mesmo, e inspirando como se estivesse chupando algo, profundamente. Senti todo a fumaça encher meus pulmões e comecei a tossir. Joe me deu um tapinha nas costas.
–Viu? Você não morreu e aposto que gostou. – ele pegou o cigarro de volta e o tragou fazendo alguns círculos de fumaça. Anne cruzou os braços e furiosa pegou suas roupas no chão e levantou-se.
–Não estou reconhecendo minha amiga! –disse se afastando. Santiago pulou sobre a espreguiçadeira e praticamente correu para alcançá-la.
Peguei o cigarro de novo e o traguei, desta vez não tossi. Limitei-me a inspirar profundamente a fumaça e depois soltar o resto dela franzindo os lábios. Joe não tirou seus olhos azuis de mim.
–Você fica totalmente sexy fumando. – disse ele.
–Estou com frio... – sussurrei cruzando os braços. Ele sentou para mais perto de mim passando os braços ao meu redor.
–Está melhor? – perguntou enquanto eu sentia o calor que irradiava dele. Assenti com a cabeça.
Olhei ao redor não enxergando mais Anne nem Santiago. Então ficamos ali, passando o cigarro de um ao outro e até tentei fazer os círculos de fumaça, mas me atrapalhei. Quando só sobrou um pedaço aceso, Joe jogou-o no chão pisando com seus pés descalços por cima. Ai, aquilo deve ter lhe queimado. Beijou meus ombros e senti um arrepio começando por minha espinha.
–Acho melhor irmos embora. – falei.
–Eu também acho, não quero dar mais motivos para sua mãe me odiar. – disse ele bem perto do meu ouvido, seu hálito estava quente.
Acabei me afastando e levantando. Ele continuou sentado enquanto eu pegava nossas roupas no chão. Meu vestido estava encharcado e não tinha condição alguma para eu vesti-lo novamente. Maldito, porque ele tinha que me jogar na piscina com o vestido? Joe se levantou e lhe entreguei sua regata, ele recusou.
–Vista você... – disse preocupado. – Não quero que passe frio.
Vesti sua roupa que chegou a tapar apenas a parte de baixo de meu biquíni. Sentia-me completamente nua. Saímos de lá fazendo todo o caminho de volta em silêncio. Joe andou a minha frente e pareci chateado. Mordi os lábios e gostei de saber que ele não estava vendo então não ia me punir por isso. Até no carro seu silêncio predominou. Franzi a testa.
–Porque está tão quieto? – perguntei.
–Nada só estou com frio. – acabei rindo. Ufa, ele não estava chateado. – Agora vamos logo que tenho que te deixar na sua casa.
–Obrigado. – falei.
Conversamos todo o caminho sobre a piscina e Joe prometeu que me levaria no dia seguinte à casa de sua mãe. Droga, nosso relacionamento estava ficando sério demais e isso tudo em apenas dois dias. Saltei para fora do carro quando ele parou na minha rua, nem o beijei nem me despedi. Eu estava morrendo de frio e carregar o vestido molhado comigo não ajudou muito. Ele apenas buzinou enquanto eu corria até a porta de minha casa toda trêmula.
Antes de ele sair vi um carro preto estacionado e estranhei, pois aquele carro estava ali desde ontem e nunca vi igual no bairro. Deve ser um novo carro dos pais de Anne, afinal eles não deveriam ter mais espaço na garagem. Ao entrar em casa me assustei com o fato de minha mãe estar sentada na sala, e um homem de costas olhando pela janela e achei que fosse Harry, mas quando se virou vi que a coisa estava bem pior. Era Owen.depoi


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Notas finais do capítulo

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