Você é minha droga escrita por Krueger


Capítulo 12
Bipolar




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Pov Joe:
Esperei impaciente ela aparecer. Sei que tudo o que eu disse faria com que ela viesse, por mais que ela estivesse fazendo-se de difícil. Seria fácil fazer Clary se iludir ou mentir para ela, a verdade era que eu estava ficando totalmente louco por ela.
Depois de alguns minutos, vi sua imagem pelo retrovisor. Ela usava short jeans e uma regata branca com um decote que dava uma visão privilegiada de seus seios, e chinelos de dedo. O cabelo estava preso num coque e eu tive a certeza de que ela era bonita de qualquer maneira. Ela entrou no carro e respirou profundamente antes de falar.
–OK. Estou aqui!
–Nem percebi... – falei e ela me fuzilou com o olhar.
–Disse que ia responder tudo o que eu quisesse saber, pois bem, diga.
–O que você quer saber? – meu olhar encontrou o dela e Clary mordeu o lábio desviando o olhar de mim, apertei o acolchoado do banco para descontar a minha raiva de quando ela fazia isso.
–Bem, primeiro me diga por que está indo viajar.
–Negócios da gangue.
–Ah... Agora você faz parte da gangue? Intromete-se nos assuntos deles? Disse que não fazia isso.
–E não faço. Eu quis fazer porque preciso sair daqui, ficar longe dessa cidade por uns dias.
–Longe de mim não é? – ela voltou seu olhar para mim. – Porque me ilude?
–Eu não estou te iludindo.
–Iludiu durante a boate ontem. E agora também naquele telefonema.
–Ok Clary! – falei levantando as mãos em total rendição. – Eu estou indo para ficar principalmente longe de você! – admiti.
Ela mordeu os lábios novamente e olhou para suas próprias mãos.
–Então é isso? Disse que ia me dizer tudo o que eu quiser saber, então eu vou perguntar uma única vez. Se quiser fica longe de mim, porque ainda me procura?
–Eu não ia sumir e te deixar sem notícias. Sei que ficaria chateada.
–Não. Chateada eu estou agora, porque você quer ficar longe de mim. Talvez eu tenha razão sobre mim mesma, sou péssima em relacionamentos. Talvez seja por isso que fiquei sozinha até agora. – ela desatou a falar com uma tagarela e me inclinei olhando-a. Ela se calou.
–Eu estou indo, porque se eu ficar aqui e passar mais tempo com você, eu vou seriamente me apaixonar... – confessei e ela ficou vermelha como um tomate e desviou seu olhar do meu fazendo-me segura-la pelo queixo voltando sua atenção para mim. – Não faça isso.
–Você é bipolar? – perguntou ela. – Porque eu sinceramente, não te entendo... Numa hora quer se afastar de mim e na outra diz que...
Colei meus lábios aos dela calando-a naquele instante. Ela abriu delicadamente a boca para minha língua encontrar a dela e nossos gostos se misturarem. Minhas mãos passaram gentilmente por seu cabelo e ela agarrou minha nuca me aproximando, inclinei-me ainda mais sobre o banco e por cima dela enquanto minhas mãos já estavam descendo para lugares dos quais eu sempre desejei tocar. Quando tomei sua bunda entre minhas mãos ela se afastou tão rapidamente e meteu a mão na minha cara.
–Anne tinha razão. Meu subconsciente tinha razão! – gritou ela me empurrando e abrindo a porta do carro. Recuperei-me de tudo que aconteceu e sai do carro atrás dela.
–Clary! – gritei fazendo-a parar seu caminho de volta a sua casa. – O que foi isso?
–Você só me quer por outros motivos. Um motivo que os homens querem as mulheres e se pensa que eu sou dessas está enganado Joe.
–Que motivo eu quero você? – perguntei estranhando. Uma coisa ela era, maluca. Completamente maluca.
–Sexo Joe. S E X O! – disse ela pausadamente e balançou a cabeça. – Pode ir para a sua viajem e seja feliz longe de mim. Aproveite e ache uma prostituta para você.
–Se eu quisesse apenas sexo com você, teria tentado algo ontem quando dormimos juntos. Ou quando estávamos sozinhos no meu carro ou... Eu teria tentado algo, mas respeitei sua vontade de me querer longe de você na cama, e você mesma foi me alisar.
–Ah... – ela fez uma cara de ofendida. O bom é que não tinha ninguém na rua. – Eu não fui te alisar coisa nenhuma! – gritou. – Eu só... Quis ver suas tatuagens.
–E algo a mais... Porque até tocar nas minhas costelas teve que tocar... – provoquei e continuei fazendo meu papel de mocinho molestado.
–Eu não... Eu não toquei em você pensando em segundas intenções. Eu só fiquei curiosa. – ela tapou o rosto com as mãos estava morrendo de vergonha e eu tive que sorrir, desmanchei minha expressão divertida quando ela afastou as mãos e voltou a olhar para mim. –Joe vá embora.
–O que eu fiz? – perguntei. – Só falei a verdade.
–Além de bipolar você tem sérios problemas mentais.
–Se eu sou bipolar é claro que vou ter problemas mentais. – gritei como se fosse óbvio e ela fez uma expressão de ofendida.
–Vá para sua viajem de merda e me deixe em paz! – gritou se virando de volta.
–Clary... – chamei. – Por favor...
–Vá. – foi a última coisa que ela me disse antes de começar a caminhar até sua casa. Fiquei parado a observando entrar e bater a porta com força. Joe 2 X Clary 1.
Minha vontade era de gritar ou estrangular alguém. Dei um forte murro na lataria do carro e não me importei com a dor que meus punhos sentiram. Entrei no carro e acelerei antes que eu entrasse na casa dela e a arrasta-se para fora.
[...]
Quando cheguei à casa da mãe de Santiago me surpreendi. A mulher morava num conjunto habitacional onde quase todos os apartamentos vendiam drogas. Tranquei pela primeira vez na minha vida todas as portas do meu carro, num lugar desse eu não ia dar mole não. Retirei do bolso o papel com o número do apartamento. B14 AP27. Revirei os olhos enquanto subia uma escadaria de cimento onde duas negras conversavam uma fazendo tranças nos cabelos da outra.
–E olha só Michelle. Tem malandro na área. – disse a que estava fazendo as tranças. A outra me olhou de cima a baixo e fez um bico enquanto arqueava as sobrancelhas.
–Veja só, até que ele é bonitinho. – as duas ocupavam praticamente todo o degrau me impedindo de subir. Respirei profundamente, Deus me dê paciência. – Quem é você?
–Joe. – respondi. – E se as senhoritas pudessem me deixar passar eu agradeceria.
–Num vem com papinho mole não queridinho! – disse a tal de Michelle levantando e me encarando. Vi o cano de alguma arma saindo de seu short jeans. – Eu sou chefe do tráfico daqui e não é qualquer um que entra na minha área entendeu?
–Eu não vim traficar, não vim comprar drogas muito menos roubar seu ponto de venda. Apenas vim visitar e pegar uma coisa que me pertence.
–Visitar quem? – perguntou a outra rindo. – Nunca vi mais branco por aqui.
–É aqui só tem preto. – disse Michelle. Eu estava a ponto de jogá-la escadaria a baixo, violência não resolveria nada. – Então vai me dizer quem veio visitar?
–Capeline. – respondi impaciente.
–É da gangue dele?
–Eu tenho cara de Romeno? – perguntei fazendo um gesto com as mãos para mim. – Dá licença ou vou ter que apelar?
Ela deu espaço para eu passar. E a sua amiga também.
–Volta ai quando quiser passar um tempo com uma nega gostosa. – disse Michelle piscando para mim. – Adoro homem arrogante!
Revirei os olhos e terminei meu caminho pela escadaria. Já dobrando a esquina do corredor vi a porta e o número do apartamento, bati rapidamente na porta várias vezes até Santiago abrir a porta usando apenas samba-canção e com a maior cara de sono.
–O que... Diabo faz aqui?
–Seu pai ta ai? – perguntei.
–Ta... Ele ta jantando. Quer que eu o chame?
–Por favor. – falei. – Aliás, você fica muito sexy com essa cueca. – falei piscando e ele riu.
Ele sumiu por alguns instantes e logo em seguida Capeline apareceu.
–Joe! – disse me abraçando. – Já vai esta noite?
–Sim. Talvez eu durma em um motel na estrada. – falei o soltando. Não gostava de muito contato físico com pessoas do mesmo sexo que eu.
–Ah... – ele pegou algo do bolso e me entregou. Era a chave do carro. – E seu carro?
–Está no estacionamento. – respondi.
–Dê-me a chave e peço para Santiago levar para um lugar seguro. Aqui é muito perigoso, e como deve ter visto Michelle não é mole não.
–Claro. – respondi pegando a chave de meu amado Torino e lhe entregando.
–Aliás, Joe. Não conte e nem ligue para ninguém. Hoje me disseram que a polícia pode estar rastreando todas as nossas ligações por isso sem assuntos por telefone, só pessoalmente.
–Ok. – assenti com a cabeça e já me virei querendo sair de lá.
–Vá com Deus Joe.
–Amém! – sussurrei.


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Notas finais do capítulo

Gente amanha dia 19 é meu niver ( e o que a gente tem haver com isso) comentem... Tem tanta pouca gente comentando... E alias seria como um presente de aniversário.