Você é minha droga escrita por Krueger


Capítulo 11
Freddy Krueger


Notas iniciais do capítulo

NOVO Capítulo!



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Pov Clary:

Depois que Joe se foi me senti uma completa idiota. É claro que ele não queria nada comigo, fui apenas à garota que o salvou de dormir na rua. A minha vontade era de dar na minha cara. Gritei e sacudi os cabelos. Eu estava sozinha num dia de sexta feira onde eu deveria estar na escola. Ótimo, o que eu iria fazer o dia todo? Olhei para minha TV e logo abaixo meu videogame, tive que sorrir.
[...]
Assustei-me quando minha mãe entrou em casa furiosa seguida por Harry. Estranhei o horário já que ela disse que ia jantar com o pessoal do trabalho.
–Você mentiu para mim. – disse ela indo em direção a cozinha. Pausei Call Of Duty e virei meu olhar para os dois.
–Eu não sabia que me apaixonaria por você. – disse ele. Uau uma DR ao vivo e a cores, eu não ia perder essa.
–Clary sai daqui. – disse minha mãe me olhando. Droga achei que os dois não tinham me percebido.
–Mas... Eu to jogando videogame! – falei olhando para a TV e minha mãe suspirou.
–Se não desligar e sair daqui, eu vou até ai e você vai se arrepender. – disse com uma voz de “quem manda nessa porra sou eu”.
Desliguei a TV e nem salvei meu progresso do jogo. Seguida pelos olhares fuziladores de Harry e minha mãe saí da casa e ainda fiz o favor de fechar a porta, é claro grudei meus ouvidos na porta.
–Eu te amo Marylin. – disse Harry. Eu segurei minha vontade de rir, porque obviamente era mentira.
–Não adianta falar isso, sendo que mentiu para mim durante sete anos Harry! – gritou minha mãe e ouvi um barulho de prato quebrando. Uau ia ter fight.
–Ta, eu admito que deva ter contado para você sobre tudo. Eu não queria perde-la.
–E perdeu. Eu confiei em você, deixei entrar na minha casa. Praticamente mora comigo e com Clary... E agora eu descubro que estava o tempo todo com Owen.
–Eu não estava com ele. Nem contra, nem a favor de você. Ele me pediu para que vigiasse vocês duas enquanto ele não podia.
–Ah... Não podia? Ele me abandonou, a mim e a minha filha. – gritou minha mãe quebrando outro prato. Rezei para que ela estivesse tacando todos eles em Harry. – Eu amava aquele desgraçado, e ele mentiu para mim todos esses anos!
Minha mãe nunca me falou de meu pai, sempre que eu perguntava do assunto ela dizia que ele morreu. Mas devido a essa conversa, eu sentia que ele estava vivo e irritando bastante a paz de minha mãe e se fosse verdade eu finalmente poderia conhecer meu pai!
–Eu não tenho nada haver com isso. – gaguejou Harry. – Ele me pediu e eu atendi. Mas de um três anos para cá eu menti para ele. Disse que você se mudou para Miami, que vivia lá com outro homem. Inventei uma história para que ele nunca te procurasse novamente.
–Mas não adiantou não é? Ele está de volta não é? – pelo tom da pergunta minha mãe devia estar já com alguma faca apontada para ele. Meus ouvidos se grudaram ainda mais na madeira da porta.
–Está.
O silêncio reinou. Droga. Mas que conversa estranha é essa?
–Clary? – quando a voz de Anne me chamou quase gritei, virei-me e ela estava parada me olhando. – O que está fazendo?
–Nada. – sai de perto da porta e sorri. – Eu estava mesmo indo para a sua casa!
–Hum... Ta. – disse franzindo a testa. – Mas você não vai acreditar.
Caminhei puxando-a junto comigo, para longe da minha casa e dos problemas de minha mãe, eu estava morrendo de curiosidade para terminar de ouvir aquela conversa, mas Anne era minha melhor amiga e seria uma espécie de traição minha ficar ali ouvindo a conversa que minha mãe queria que eu não tivesse nem conhecimento. Ao passarmos pelo portão de ferro francês, Anne fechou-o e fomos caminhando adentro de seu enorme jardim da frente, ela sempre foi mais rica, mais bonita e mais tudo do que eu. Nem sei por que me considerava sua melhor amiga.
–Então me conte. – falei depois de um tempo.
–Santiago é perfeito. – começou a falar como uma garota iludida. – Você nem acredita...
–Ah... Acredito. Ele deve ser tão carinhoso. – falei daquele jeito que muitas vezes mentimos só para agradar nosso amigos. – Perfeito e carinhoso.
–Não seja sarcástica. – disse ela me olhando sério. Engoli em seco. – Sei que não acha isso.
–Ta eu não acho. – corrigi. – Apenas acho vocês dois como o Ken e a Barbie. É muito romance para um casal só.
–Isso porque Joe não é nem romântico com você né Clary? – me provocou ela. – Ele deve ser muito arrogante.
–Não, Joe não é romântico comigo. É um cachorro que me largou depois de dormir na minha cama... – e quando eu percebi que tudo o que eu havia pensado, havia sido falado em voz alta mordi o lábio.
–Ele dormiu com você? – disse ela animadamente e pulando como uma gazela feliz. –Eu não acredito! Mal se conhecem e já vão para a cama?
–Eu... Não dormi com ele dessa maneira que você está achando... – falei. – Apenas dormimos. Nada de sexo! Sexo não, eu ainda sou virgem Anne.
–Que droga! – disse ela me dando um soco no braço. – Não acredito que não aproveitou a oportunidade.
–É claro que aproveitei. Ele tem uma tatuagem do retrato de sua mãe no peito e uma cicatriz tipo um corte de faca na costela. Eu ainda toquei nele. Aproveitei e muito! – falei vitoriosa e ela riu.
–Amiga você acha errado que eu tire minha virgindade com Santiago? – perguntou ela depois de um longo tempo em silêncio. Já estávamos perto da fonte com uma estátua de uma deusa grega na entrada de sua mansão.
–Acho! – falei como se ela estivesse me batido. – Ta louca Anne? Ele nunca olhou para você na face da terra, e vocês só estão juntos há dois dias. Acho que nem em namoro ele te pediu.
–Você tem razão. É que eu to curiosa para saber como é...
–Curiosidade eu também tenho e não é por isso que vou dar para um cara! – falei.
–Valeu Clary! – disse ela sarcástica. – O que seria de mim sem a sua amizade? Sincera até demais?
–Não se faça de irônica. A única que pode aqui sou eu! – avisei.
Subimos os degraus de gesso, e caminhamos até passar pela enorme varanda da frente onde tinha vários sofás de madeira e um lustre luxuoso. Ela abriu a enorme porta de vidro e entrou sendo seguida por mim. Não sei por que, sempre que entrava na casa de Anne, me sentia uma formiga, sua sala era gigantesca, com móveis que valiam uma fortuna. Só o seu tapete persa já valia a minha casa, mais dois carros de luxo. Ela ficou em silêncio, e eu achei que a magoei com minha sinceridade demais.
–Anne, eu só acho que ainda é cedo para você pensar em sexo com ele. – corrigi e ela me olhou sorrindo.
–Sério?
Assenti com a cabeça repetidas vezes e ela riu.
–Vem, vamos assistir a nosso filme favorito na sala de cinema. – disse ela já abrindo um largo sorriso e voltando a pular. Ah... Como o dinheiro traz felicidade.
–A Hora do Pesadelo! – exclamei. – Perai, porque a gente gosta de assisti-lo mesmo?
–Porque o personagem principal é da sua família. – disse ela imitando uma voz de terror, mas o máximo que conseguiu foi uma risada maléfica. – Krueger...
Então como a louca que ela era, correu que nem uma louca subindo a escadaria de mármore e me deixando para trás. Quando a alcancei ela já estava entrando na sala de cinema, uma espécie de sala de estar, mas com cadeiras confortáveis, pipoca e refrigerante, além de uma enorme TV e graças a seu dinheiro (digo, de seus pais) a sala podia ficar escura da maneira que quiséssemos. Anne se sentou nas poltronas da frente e eu a seu lado.
–Você tem sorte que eu já deixei o filme escolhido. – ela pegou o controle e ligou a TV.
–Anne porque não foi hoje para escola? – perguntei depois de perceber que ela também tinha faltado.
–Porque eu não quis. – ela cantarolou enquanto dava play no filme. – Então vi que você também estava em casa porque seu perfil do Xbox estava online. Então fui te chamar e me deparei com você ouvindo atrás das portas...
–Eu não estava ouvindo atrás das portas. Apenas sei que Harry e minha mãe finalmente se separaram e que possivelmente meu pai está vivo!
–Então, sua mãe mentiu para você esse tempo todo?
–É... Ou ele nos abandonou e ela preferiu dizer que morreu.
–Ta. Acho tudo isso muito louco! – ela coçou a cabeça. – Um dois três, o Freddy vai te pegar – cantarolou ao mesmo ritmo que as garotas do início de filme.
Revirei os olhos.
–Anne pede para algum de seus empregados trazerem pipoca. – falei.
–É pra já! – ela se levantou num pulo e saiu da sala correndo. Afundei na poltrona e bufei. Minha vida estava tão maluca nos últimos três dias, que ficar um pouco com Anne ia me fazer melhor.
[...]
Quando o filme acabou, Anne resolveu ir para seu quarto mexer nas novidades de seu computador enquanto eu me limitei a deitar em sua cama e a cochilar. Bom, quem não queria ter uma amiga como Anne? Tem assinatura da Netflix em toda a casa, Wi-fi sem senha (mas que só dá para usar dentro de seu terreno), piscina, sala de cinema e ainda todo o tipo de comida e guloseima que você quiser pedir ela tem em casa.
–Você está muito quieta. – disse ela me assustando quando eu estava prestes a dormir.
–Anne deixe-me dormir! – resmunguei.
–Ta... – ouvi barulho de cadeira arrastando. – Vou comer alguma coisa lá embaixo e vou deixar a donzela dormir!
–Por favor, e não volte a pelo menos uma hora! – avisei.
Ela bateu a porta com força e eu fechei os olhos.
–Clary! – disse Anne me balançando. – Acorda!
–Mas eu acabei de ir dormir. – resmunguei.
–Claro que não. Está dormindo a mais de uma hora! – abri os olhos encontrando o olhar verde dela. – Toma, telefone para você.
Peguei seu iphone e coloquei no ouvido.
–Alô? – perguntei.
–Krueger. – disse uma voz do outro lado da linha. Peraí eu estava reconhecendo. Não. Sentei-me rapidamente na cama e Anne me olhou curiosa.
–Deixa na viva-voz! – sussurrou ela e eu assenti apertando a tela.
–Joe? Como... Sabe o número de Anne?
–Diamond me passou. Isso não importa não é?
–Não... Eu só acho estranho você querer falar comigo.
–E porque eu não ia querer falar com você? – Anne me olhou sorrindo de uma forma maliciosa. Lancei-lhe um olhar de fúria.
–Bom... Você hoje saiu da minha casa, sei lá. Achei que quisesse distância de mim...
–Jamais eu ia querer uma coisa dessas. – Anne riu e eu me amaldiçoei por ter deixado na viva voz. – Clary?
–Joe o que quer? – perguntei querendo acabar com essa conversa enrolada e chegar ao ponto, ao foco da situação.
–Eu vou viajar passar uma semana fora. – disse ele calmamente, o fato dele ficar longe de mim durante uma semana fez meus nervos eletrizarem. – E queria te ver antes de partir.
–Você vai ficar longe de mim... – sussurrei como uma criança chorona e Anne me olhou séria.
–E depois eu que sou a iludida. – disse ela.
–Quem está ai? – perguntou Joe.
–Onde você ta? – perguntei olhando para Anne como “Cala a boca”.
–Na frente de sua casa, um pouco mais distante. Achei sua mãe muito acolhedora, tirando as ameaças. – disse ele e tive quase certeza que do outro lado ele estava sorrindo. – Estou te esperando aqui.
E desligou praticamente na minha cara, bufei e entreguei o celular para Anne.
–Hum... Ele quer te ver.
–Ele ta me iludindo e diferente de você Anne, eu não vou cair nos joguinhos dele.
–Mas você já caiu Clary. Está indo encontrá-lo, viu? Ele chamou e você vai que nem uma cadelinha atrás.
–Não. – falei me sentindo ofendida e ela tinha razão. – Espera, tens razão. Liga para ele.
–Vai gastar meus créditos. – resmungou.
–Por favor, Anne. – implorei. –Vou dar o troco nele!
–Ai sim. – ela me entregou o celular do qual já estava chamando. Ele atendeu no segundo toque e já estava na viva voz.
–Krueger?
–Joe. – falei tomando coragem. – Ouça, eu não vou te encontrar e não importa o fato de você estar na frente de minha casa.
Ele ficou calado por uns instantes e Anne encolheu os lábios.
–O que quer dizer com isso?
–Que eu não vou. Tenho coisas importantes para fazer, aliás, boa viagem. – respondi e sorri diante ao jeito em que eu estava pagando na mesma moeda.
–Tem certeza?
–Tenho. – respondi. – Pode ir para onde quer que vá, eu espero você voltar.
–Clary, eu não acho que vou voltar. – isso foi golpe sujo. Ele estava tentando me convencer. – Na verdade só estou indo porque acho que estou ficando muito perto de você...
Tirei da viva voz e colei os ouvidos no celular, Anne me olhou furiosa.
–Pare de tentar me subordinar com seu jeito de manipulação e ilusão, Joe. Sei que sou mais uma na sua lista e o que nós tivemos não foi mais nada além de uma ficada para você.
–Porque não vem me encontrar e discutimos isso pessoalmente.
–Você não vai me convencer. Não ta. Vou até desligar.
–Por favor, eu te direi tudo o que quiser saber.
Ok. Ele realmente estava jogando sujo. Anne me olhava interrogativamente como se quisesse saber o que eu estava pensando, e ela realmente queria isso. Engoli em seco, ele realmente estava-me fazendo ficar curiosa.
–Eu estou indo. – desliguei e entreguei o aparelho celular para Anne.
–Não. – gritou ela furiosa. – Falas de mim, mas ai ô! Está indo igual uma cachorrinha atrás de seu dono. Iludida é você!
–Anne, eu só vou tirar conclusões.
–O que ele te disse que fez você mudar de idéia? Cadê a Clary que dizia que nunca ia cair na conversa fiada de um cara? Cadê a minha amiga? – perguntou ela se afastando da cama enquanto eu levantava.
–Anne, eu não vou cair no jogo dele. Eu prometo. Só quero vê-lo e dizer bem na cara dele muitas verdades... Ok?
Ela assentiu com a cabeça.


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Notas finais do capítulo

Para quem não se lembra, no filme a Hora do Pesadelo tem o assassino Freddy Krueger que por coincidência é o sobrenome da Clary.