Você é minha droga escrita por Krueger


Capítulo 10
A viagem




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Pov Joe:

Depois dessa noite, eu realmente precisava me afastar de Clary. Não podia nem passar o dia com ela porque se não eu não ia me controlar. Foi terrível passar a noite na mesma cama que ela e não poder nem se quer beijá-la ou tocá-la... Respirei profundamente quando dobrei a esquina da quinta avenida em direção ao apartamento de Kevin. Eu tinha que resolver nossos problemas pessoalmente.
Parei o carro na frente do enorme edifício de luxo. Era difícil admitir que todos na gangue Romena ganham um ótimo salário sem contar que a gangue era cheia da grana. Ao entrar no hall do prédio uma loira que estava na recepção me olhou de cima a baixo e revirou os olhos.
–Posso ajudá-lo? – disse com uma voz e expressão de poucos amigos.
–Eu quero visitar Kevin Drewnick. Posso? – perguntei sarcasticamente.
–Vou telefonar para seu apartamento. – respondeu ela pegando um telefone vermelho ao seu lado e digitando um numero. –Kevin? Sim sou eu... Depois conversamos sobre isso. Tem um cara aqui querendo visitá-lo, deixo subir? – ela tapou a saída de voz do telefone e me encarou. – Seu nome?
–Joe. – respondi.
–Sobrenome?
–Apenas Joe. Ele sabe quem é.
Ela revirou os olhos e voltou a falar com ele. Desligou o telefone e bufou.
–Ele deixou-o subir.
–Claro que deixou. Kevin não deixa seu namorado esperar. – falei totalmente sarcástico, mas acho que ela acreditou pois me lançou um olhar de fúria. – Adeus, querida!
Fui até os elevadores e quando a porta se fechou desatei a rir. Foi quando vi minha imagem no espelho, eu estava horrível, meu cabelo desalinhado e minha regata suja. Mas até que a noite me fez bem, pois estava descansado. Quando a porta do elevador parou no andar certo, sai e atravessei o corredor até o apartamento 23. Bati várias vezes na porta até Kevin abrir com a maior cara de sono.
–Isso são horas de vir me incomodar? – perguntou ele bocejando. – O que quer?
–Entra. – falei e ele deu espaço para eu passar, fechando a porta em seguida. – Como assim não sabe que o sobrado ia pegar fogo?
–De novo isso? Eu já expliquei para Diamond, eu realmente não sabia. Estava aqui transando com aquela recepcionista do prédio.
–A loira gostosa que me recebeu na entrada?
–A mesma. – disse ele. – Enfim, eu não sabia. – ele passou por mim e foi até a cozinha. Segui-o e me sentei no balcão.
–Eu quase morri ontem. – falei.
–Você tava no sobrado? – perguntou ele assustado. – Cara eu juro que se eu soubesse, eu teria avisado.
–Isso é ruim Kevin. Quer dizer que seu pai não confia em você.
–Ele confia me contou sobre a minha irmã.
–Isso não é nada. Se não encontrarmos a garota antes dele não adianta nada! – falei.
–Ele disse que durante os anos que ficou longe daqui deixou um cara no lugar dele. Na verdade eu conheci esse cara, ele me passou a conta da gangue e o poder quando fiz dezesseis anos. – começou ele me olhando. – O nome dele é Harry.
–O que eu tenho haver com isso? – perguntei.
–Esse tal de Harry, cuidou da mãe da minha irmã e provavelmente dela também durante esses anos e passou informações delas para meu pai. Mas depois de uns três anos, ele realmente se apaixonou pela mulher e então parou de informar meu pai. Se acharmos Harry, achamos a garota. – disse ele sorrindo. – Então teremos meu pai na mão.
–Isso é maravilhoso. – falei surpreso. – Se matarmos a garota Owen ficara tão frágil quanto uma pena.
–Não é bem assim não Joe. Não quero matar a garota, é minha irmã. – alertou-me. – Talvez se conseguíssemos a mãe dela...
Assenti com a cabeça.
–Isso é ótimo, porque não me contou antes.
–Porque meu pai é um cara difícil e só me conta as coisas por partes. Ele está atrás de Harry. Encontrando o cara, colocamos nosso plano em ação.
–Só não entendo porque ele ferrou o sobrado. – sussurrei.
–Ele sempre quis acabar com Capeline, o ultimo fundador daquela gangue. Matando o cara, a gangue vai para as mãos de Gastón.
–Não. Vai para as mãos de Santiago, e entre nós, ele é péssimo. – confessei e Kevin riu.
–Então... Onde passou a noite? Porque seu estado é horrível.
–Com uma garota. – falei sorrindo e ele ficou surpreso.
–Uau. Mal chegou à cidade, já arranjou uma ficante? E ai comeu ela?
–Porque você e Santiago insistem nisso? Não comi nem vou comer ninguém. – cuspi. – Apenas dormi com ela.
–Transaram?
–Não Kevin. – falei ficando impaciente. – Eu não fiz nada com ela, ela apenas me deixou dormir na casa dela e agradeço por isso. Aquela cama concertou minhas costas.
–Não acredito. Dormiu na mesma cama que a garota e não fez nada com ela. Mas é um frango mesmo!
–Eu acho que estou gostando bem mais do que gostaria dela. E isso é ruim, então vou me afastar pelo menos esta semana.
–Uau! Joe apaixonado? Já te contei a novidade? Yara foi pedir refúgio aos Romenos ontem.
–O quê?
–Ela quer tanto se vingar de você que se juntou aos inimigos. É uma pena porque aquela ali daria um caldo, gostosa para caralho...
–Olha o respeito! – falei levantando o dedo para ele. –Vou embora.
–Qual é. Fica ai e toma um banho, você ta péssimo.
–Isso pareceu meio gay.
–Gay nada! Toma banho que eu te empresto uma roupa, já que você ficou sem casa! – disse ele abrindo a geladeira da cozinha. – Vou fazer ovos com bacon quer?
–Quero. – pulei da bancada e fui em direção ao corredor que levava até o banheiro. – Kevin?
–Oi!
–O que vai fazer quando descobrir quem é sua irmã?
–Talvez eu dê em cima dela. Afinal não sou religioso, se for gostosa eu cato!
Dei de ombros e entrei no banheiro.
[...]
Parei meu carro diante a enorme fachada do clube de Strip-tease. Algumas garotas seminuas entravam e outras saíam acompanhadas de homens. Revirei os olhos, a ultima vez que estive num lugar assim foi quando conheci Yara e jurei nunca mais pisar em outro. E olha onde fui parar? Mas eu precisava me distanciar de Clary e tinha que fazer uma missão no México, para isso eu tinha que encontrar Capeline.
Saí do carro e entrei no lugar. Todas as luzes apagadas e as poucas que restavam iluminavam dançarinas ou ficavam piscando. Não precisei nem procurar, Capeline já estava numa das primeiras mesas ao redor de um pequeno palco onde duas dançarinas faziam um show particular. Fui até lá recebendo o olhar das duas.
–Joe... – gritou Capeline. – Sente-se rapaz.
Fiz o que ele pediu e evitei olhar para os seios das garotas que começavam a tirar a calcinha.
–Você disse que tinha uma missão para mim no México. – falei.
–Ah sim. Não exatamente no México, mas na fronteira. Você vai encontrar uns amigos meus com um carregamento de drogas, eles vão preencher o seu carro com o produto.
–No meu carro não. – balancei a cabeça.
–Ok. Eu arrumo outro carro, mas vão enfiar tudo na lataria do carro que só vai ser aberta aqui por mecânicos. Para você ver a genialidade dos nossos fornecedores.
–De um jeito que a policia não consiga tirar as drogas? – perguntei curioso enquanto uma das dançarinas fazia o favor de se aproximar e sentar no colo de Capeline. Ele sussurrou algo para ela que assentiu, se levantou e arrastou a outra para longe.
–Sim. A polícia não vai nem conseguir detectar as drogas, mesmo usando cães ou aparelhos que rastreiam. É totalmente seguro, por isso estou mandando você.
–Quanto vou receber por isso?
Ele sorriu.
–Agora que nosso sobrado pegou fogo, eu estou morando com a mãe de Santiago e ela não permite que faça meus negócios por lá. Então vai trazer o carro aqui, e em seguida lhe pago três mil dólares. O que acha?
–Perfeito. – respondi.
–Aliás, Joe aproveite a noite e vá achar uma de nossas garotas para você.
–Nossas? – perguntei.
–Acha que quem é o dono daqui? – perguntou ele levantando as sobrancelhas. – O pai aqui!
–Eu vou arranjar um lugar para passar a noite e amanhã eu vou.
–Certo. Joe... – ele pegou um envelope de dentro de seu terno e me entregou. – Ai está todo o resto que precisa saber.
Assenti e me levantei querendo sair o mais rápido daquele lugar. Já dentro do meu carro abri o envelope onde tinha um mapa, um aparelho GPS e o endereço e telefone da mecânica onde eu deixaria o carro. Pelos meus cálculos, até eu chegar à fronteira demoraria uns dois dias de carro. Já era tempo o suficiente para organizar meus pensamentos. Liguei o carro e comecei a dirigir sem rumo até que me lembrei de Clary. Eu ia sumir por uns dias e ela ficaria preocupada ou me mataria quando voltasse. Dirigi rumo a sua casa.
Bati a porta do carro, e caminhei pelo enorme jardim da frente até chegar à porta branca de madeira onde dei alguns murros. Foi quando vi uma campainha. Apertei o tal botão e esperei impaciente. A porta foi escancarada e um homem que aparentava ter uns trinta e poucos anos me encarou de cima a baixo, eu retribui o olhar frio.
–Quem é você? – perguntou.
–Não seja arrogante com as visitas! – gritou uma mulher vinda de dentro da casa e ela se parecia muito com Clary. Morena, cabelos castanhos, mas seus olhos eram verdes escuros. Clary não herdou isso de sua mãe não. – Oi rapaz... Gostaria de falar com quem?
–Clarice. – respondi. Ela aparentava estar chorando e secou algumas lagrimas deixando a figura triste para sorrir para mim.
–Você é namorado dela? – perguntou.
–Marylin é só um vagabundo. – respondeu o homem a olhando e ela revirou os olhos.
–Harry. Volte para dentro depois conversamos. – disse ela para ele. Ok, eu não estava ali no meio de uma briga de casal.
O homem voltou para dentro da casa e a mulher esfregou os olhos.
–Me desculpe, estávamos conversando. – Sei que tipo de conversa... – Então Clary finalmente conheceu alguém do sexo oposto. Desculpe-me pela sinceridade, não sabia que minha filha tinha bom gosto.
–Eh... Obrigado senhora. – respondi. É claro que ela tem bom gosto. Eu sou lindo.
–É uma pena que ela não esteja aqui agora, eu mandei-a ir à casa da amiga para discutir minha relação com meu noivo.
–Então ela está onde?
–Ali na casa da frente. – ela apontou. – Olha eu não recomendaria você ir procurar minha filha ali já que os pais de Anne são completos tolos. Eles não gostam de rapazes assim como você, não se ofenda. Alargador e tatuagens assustam qualquer pai e mãe.
Pensei que a mãe de Clary fosse uma completa maluca como a filha, mas pelo visto ela era ainda mais legal que todos os pais e mães da face da terra. Gostei disso.
–Então como falo com ela?
–Pode deixar recado. – disse a mulher, aposto que estava curiosa para saber que tipo de relacionamento eu e Clary tínhamos.
–Apenas diga a ela que Joe viajou.
–Joe? Você é Joe?
Assenti com a cabeça.
–Ah... Tudo bem. Mais alguma coisa?
–Sim, e diga que ficarei uns dias longes. Apenas isso.
–Ah que pena. Mal começam a namorar e já vai abandonar minha filha?
–Não estamos namorando. – falei. – Somos amigos. Grandes amigos.
–Sei, eu tinha um grande amigo e depois de nove meses de amizade Clary nasceu. – ela desmanchou aquele sorriso simpático. – Se engravidar minha filha eu corto o que você chama de pênis.
Acho que engoli em seco.
–Eh... Obrigado.
–De nada. – ela bateu a porta na minha cara. O que foi isso?
Voltei para meu carro e disquei o numero de Santiago.
–Alô? – perguntou ele.
–Diamond pode me passar o número da Anne? – perguntei olhando para minha própria imagem no retrovisor.
–Por que quer o número da minha garota? MINHA GAROTA. – gritou ele.
–Eu preciso falar com Clary e as duas estão juntas. E eu não tenho o numero da morena.
–Ah... Assim sim. Mando-te uma mensagem, se me talaricar Joe eu corto sua cabeça.
Pelo visto eu ia ter além de minhas partes intimas cortada, a cabeça. Alguém mais quer cortar outra parte de meu corpo? Desliguei e depois de uns minutos Santiago mandou-me a mensagem com o número da ruiva. Nem salvei o número apenas o disquei.
–Alô? – disse uma voz irritante do outro lado da linha.
–Anne? Sou eu Joe. – tentei falar o mais normal possível.
–Joe? Ah... Você não vai acreditar eu estava falando de você agora mesmo! – disse ela. – Clary está aqui em casa. Aliás, ta me ligando por quê? Ai meu Deus alguma coisa aconteceu com Santiago? – e ela desatou a falar o quanto gostava dele e blá, blá, blá.
–Cala a boca! – gritei e acho que ela se sentiu ofendida. –Desculpe-me Anne eu não quis te ofender, pode passar para Clary?
–E Santiago?
–Ele está ótimo, acho que melhor estraga! Agora eu posso falar com ela?
–Ah sim. Clary! – gritou ela. E algum segundo depois de ouvir alguns ruídos de passos e portas sendo batida, ela encontra Clary.
–Alô? – disse a mesma. Suspirei aliviado.


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Notas finais do capítulo

Eu me enganei... Hehe foi nesse que parei antes de arrumar os capítulos. O próximo já é o novo.