Nos despedimos e eu sai quase que correndo de lá. Cheguei cansada da corrida no centro Pokémon. E a poucos metros a minha frente eu vi um garoto conversando com a enfermeira Joy.

Então ele se virou.

As vezes acho que o destino prega pegadinhas muito sem graça na vida de algumas pessoas, e infelizmente eu me considero uma delas.

E talvez, eu nem estivesse tão paranoica assim.

Lá estava ele, a poucos metros a minha frente. O garoto mais esnobe e metido da Terra, o que não saia de meus pensamentos.

Lá estava Drew Hayden.

–XXX-

Prendi a respiração por alguns segundos ate me lembrar como se respira.

Eu ainda estava abaixada devido ao cansaço da corrida - com as mãos no joelho e respiração ofegante - porem, com os olhos presos nos da pessoa a minha frente. Drew me encarava um tanto surpreso. Não talvez pelo fato de eu estar quase morrendo na porta do centro Pokémon, mas talvez por eu estar lá. E talvez pela pura coincidência dele também estar lá.

Silencio.

Nenhuma palavra vinda de nós dois era ouvida. O centro estava vazio naquela hora da noite e a enfermeira Joy estaria, provavelmente, cuidando dos pokemons de Andrew.

Nenhum de nós dois ousou desviar o olhar, muito menos falar alguma coisa. Isso foi ate a enfermeira Joy voltar com os pokémons de Drew e ele, sem falar nada, sair pelo corredor do centro Pokémon a fora, atrás de seu quarto.

– Ah, me desculpe. Não tinha te percebido ai antes. Deseja alguma coisa? - a enfermeira, com um sorriso que não disfarçava totalmente seu cansaço, me perguntou gentilmente.

Eu a entreguei minhas poke-bolas a ela e pedi um quarto.

Me joguei na cama juntamente com as minhas coisas assim que entrei no quarto número 114. Estava cansada e a cena anterior não me ajudava nada em organizar meus pensamentos.

Coisas bobas e sem sentido como ''Meus deus! Ele só pode estar a me perseguir para me matar!'' ou ''Ah, não! É como nos filmes românticos que assisti com a Misty! O casal principal sempre se encontra coincidentemente em todos os lugares e... Em que besteiras eu estou a pensar?!!'' e coisas assim, sem nexo algum.

Fui ate o banheiro e enchi a banheira com agua quente. Enquanto ela enchia eu pegava meu pijama - uma blusa de mangas bufantes vermelha e um shorts branco. Fui ate o banheiro e me despi, logo entrando na banheira cheia ate em cima com agua morna.

Me sentia tão bem após o demorado banho de quarenta e cinco minutos. Era como se aquela agua morna, assim que escorrida pelo ralo da banheira, tivesse levado todas as perguntas atordoantes que rondavam minha mente. Eu me sentia tão bem, tão leve.

Me sentei na poltrona confortável que havia perto da teve, acompanha por um xícara de chá. Liguei a tv enquanto tomava meu chá de erva doce. Nada era interessante ao me ver ate que uma outra reportagem começou. Era sobre uma suposta Team Plasma, a ''equipe do mal'' de Unova. Era engraçado o fato de que não importa a onde vamos, tem sempre uma equipe de engraçadinhos que querem acabar com a paz dos outros.

Com isso em mente, comecei a prestar mais atenção na reportagem.

– Hoje, mais uma vez, os chamados Team Plasma voltaram a roubar pokémons, dizendo querer ajuda-los e que deixa-los na poké-bola é errado. Será que estão realmente certos? Será que é mesmo errado deixar os denominados 'pokémon' presos em poké-bolas? - a repórter questiona ao publico.

Então, de repente, eu me vi questionando a mim mesma sobre a chamada Team Plasma. Eles estavam certos? Não, pokémons, acima de tudo, são nossos amigos e companheiros de jornada. Não apenas bichinhos quaisquer.

Me certificando disso, voltei mais uma vez a atenção para a reportagem.

Passou um vídeo a respeito da reportagem. No vídeo, pessoas com uniformes pretos e mascaras pegavam a poké-bola da mão de uma menininha, até menor que Max, meu irmão. Ela devia ter em torno de cinco a seis anos, logo depois de pegarem a poke-bola da garota, a mulher que estava a frente, provavelmente a líder do grupinho de seis pessoas da Team, jogou a esfera vermelha no chão e a pisou com toda sua força. Após isso, a filmagem acabou e uma raiva incondicional se apoderou de mim.

– Eles estarão mesmo certos? Ou são só mais pessoas que se dizem querer ajudar apenas para roubaram nossos tão amados pokémons? Essa é a dúvida que permanece no ar.

Desliguei a Tevê. A tal reportagem estava a me irritar. É claro que eles estavam errados! Estava tão obvio no momento que tinha vontade de ir à aquela filmadora só para esganar a repórter. Como ainda tem uma chance deles serem os heróis da historia?!!

Mais tarde, enquanto tentava dormir porem não conseguia, uma dúvida me veio a cabeça.

O quão longe aquela situação podia ir?

–XXX-

Acordei com os raios de Sol em minha face.

Deveriam ser em torno de oito da manhã, e me assustei comigo mesma, era raro eu, May Maple, acordar às essas horas da manhã. Sentei-me na cama e me espreguicei. Havia chegado um novo dia, e eu queria aproveitar o máximo o possível desse mês que passarei aqui em Unova.

Me troquei após tomar um banho, colocando uma blusa vinho, um shorts marrom e uma jaqueta vermelha de botões. Achei um cachecol creme na minha mala e decidi coloca-lo também, além disso coloquei uma sapatinha também da cor creme. Modéstia a parte, eu estava linda.

Sai do meu quarto indo até a saída do centro Pokémon. O Sol estava radiante, sem nuvens atrapalhando a visão do céu. Andei até a estação ferroviária, que estava incrivelmente cheia. Acima, falando em um microfone, estava um homem alto de cabelos numa coloração esverdeada. Ele usava uma capa que cobria seu corpo do pescoço para para baixo por completo e algo semelhante a uma metade de um óculos no olho direito.

– Atenção todos da cidade de Nimbasa. Meu nome é Ghetsis e eu sou o líder da Team Plasma. Devem ter ouvido falar de nós pela tevê ou ouvido um de nossos discursos. Nós estamos aqui para mostrar o correto.

Correto? Correto?!! O que tem de correto em roubar pokémons?!!, pensei.

– Os Pokémon, a muitos anos vivem aprisionados dentro de esferas vermelhas, as quais chamamos de poké-bolas. Eles são capturados e obrigados a receber ordens de seu ''dono''. Já pararam para pensar em como os Pokémon se sentem ao serem forçados a batalhar até a exaustão? Já tentaram ver o lado deles? - o homem prosseguiu com seu discurso.

Varias pessoas voltaram a cochichar depois disso. Alguns ''Será que isso é realmente verdade?'' ou ''Nah, esse cara só pode estar de brincadeira.'' podiam ser ouvidos.

– O certo seria liberta-los. Eles deviam ser livres para fazerem o que quiserem! Não deviam estar submetidos a ordens de humanos! Pensem em seus Pokémon presos em poké-bolas e o quão triste e vazio deve ser. A escolha é de vocês.

A vontade que eu tinha era de esganar aquele homem. Como poderia estar a dizer tamanha besteira?!!

Não sei como algumas pessoas acreditaram naquele discurso tão falso. Algumas estavam chorar enquanto libertavam seus Pokémon. Logo o tal Ghetsis, feliz pelo que estava a acontecer, coisa que podia ser percebida pelo sorriso em sua face, saiu acompanhado de varias pessoas com uniformes, mas não antes de dizer.

–Escolham certo e a Team Plasma os poupará quando conquistarmos o mundo.