Kimi Ni Hi Wo Tsuketai Nosa escrita por Cherry13
Notas iniciais do capítulo
Obrigada pelo apoio YumeUmeHiTsuki e Dejirei.
Roy corria em direção a uma loira que estava saindo pelo portão do QG, enquanto tentava equilibrar uma papelada que deveria ter sido preenchida a três dias.
— Precisa de ajuda, senhor? - Perguntou atenciosa.
— Não, obrigada. É sobre hoje a noite, Rebeca me pediu para perguntar se você quer uma carona.
— Ah... - Bem que ela achava que tinha esquecido alguma coisa, o encontro duplo, claro. - Não precisa, Ricardo vai me buscar. - Assim voltou a andar, mas ele a impediu parando na frente dela.
— Rebeca tem uma... Coisa... Estranha em relação a encontros, ela acha que como moramos juntos se eu a ver arrumada antes perde a graça, então ela se arruma na casa de alguém e eu a encontro direto no lugar... Eu sei, estranho. Como eu vou passar pela sua casa de qualquer jeito, ela achou que você poderia fazer a mesma coisa com o seu..., aquele cara.
— Uma ótima idéia, mas eu passo.
- Por favor, você sabe como ela é, vai me fazer te buscar de qualquer forma, vamos poupar problemas. - Ela parou um momento, lembrando de muito tempo atrás, quando ela e sua prima ainda eram crianças e como se metia em problemas por causa das idéias estranhas de Rebeca, mas principalmente quando as ignorava.
— Me pegue as oito.
...
O moreno estava parado na porta da casa dela a uns cinco minutos, e considerando que ele chegou umas oito e vinte ela deveria estar pronta.
Ele bufou ao volante, amaldiçoando quem inventou o Dia dos Namorados, preferia preencher toda a papelada a ter que ir ao bendito encontro.
— Afinal, porque as mulheres domaram tanto pra se ar... - Ele perdeu a fala, enquanto a via caminhar em direção ao carro. Os cabelos soltos, como ele raramente a via, um vestido preto sem alças que ia até o meio da coxa, e marcava seu corpo, bem diferente do uniforme azul do exército, e saltos vermelhos. Agora a vontade dele realmente era queimar todos os uniformes femininos do Quartel.
— Olá - Disse entrando no carro - Desculpe a demora.
— Eu nem notei. Está muito bonita, Riza. - Disse mostrando seu sorriso perfeito.
— Obrigada. - Disse apenas.
O caminho foi silencioso, mas não um silêncio chato, mas um harmonioso. Os dois estavam com seus próprios pensamentos, e a relação que, mesmo não percebendo, adquiriram com o tempo juntos, fez com que se sentissem a vontade um com outro e não precisassem preencher o tempo com conversas fúteis. Mas foram tirados de seus pensamentos assim que viram o enorme trânsito.
— Deve ter acontecido alguma coisa lá na frente. Desse jeito vamos chegar amanhã.
— Não se preocupe, eu conheço um atalho. Não passa nenhum carro por lá, vamos chegar antes que você perceba.
...
...
...
— Quando você disse que não passa nenhum carro por aqui, realmente quis dizer isso. - Ela olhou ao redor, era como uma estrada que não acabava nunca, mato dos dois lados e a única iluminação vinha dos faróis e da Lua, encoberta por nuvens carregadas. - Tem certeza que isso é um atalho?
— Claro. - Na verdade ele se lembrava vagamente de ter passado por ali, umas duas vezes, mas com certeza era um atalho para algum lugar. - Quando virarmos na curva já vamos estar lá.
— O problema é que essa estrada é tão longa que não se dá para ver nem uma curva. Tem certeza que não estamos indo para o México, certo?
— Claro que não, eu sei o que faço.
— Se você diz...
As nuvens estavam realmente pesadas, e Riza estava preocupada com um temporal, afinal já se passaram vinte minutos e nem uma curva havia aparecido.
Um pouco mais a frente, perto do mato, havia um homem balançando os braços, pedindo carona, quase imperceptível pela falta de iluminação.
— Roy, tem alguém ali, vamos parar.
— Claro que não, estamos atrasados, não podemos ficar dando carona por aí.
— Mas aqui é o fim do mundo, quando você acha que vai passar outro carro?
— Pode ser um louco, um assassino!
— Está preocupado em ser um assassino? Achei que você fosse o Flame Alchemist!
— Isso não quer dizer que gosto de correr risco de vida no meu carro. - Ela o encarou com seu olhar assassino, e ele preferiu parar o carro.
— Minha Nossa Senhora dos Porco Alado, uma alma caridosa. Bá Noite, ocês. - Um homem com um chapéu de palha os encarava com seu sorriso esburacado.- Achei que ninguém fosse aparicê.
— Já que o senhor está aqui, poderia dizer que lugar é esse? Estamos meio perdidos...
— Não estamos perdidos, eu sei onde estamos. Aliás, onde o senhor vai ficar?
— No Poço do Porrcão, na próxima currrva.
— Não disse que tinha uma curva?
— E melhorrr ocê se pressá, moço, tá vindo uma chuva das braba, aí. Sabe, eu tenho uma verruga no dedão do Pé, e toda vez que começa a sairrr pus, é purrque vai chuvê. Querem vê?
— Não precisa mostrar, não. - Mas não adiantou, e ele tirou o sapato e enfiou o pé na parte da frente do carro.
— Eu nunca tinha visto nada assim antes... - Disse horrorizada.
— Essa imagem vai me assombrar pelo resto da vida, mas eu não consigo parar de olhar...
...
Na porta do restaurante...
— Ricardo? Aqui! - Chamou a ruiva.
— Ah, Rebeca, quanto tempo. O que você faz aqui fora sozinha?
— Eles ainda não chegaram. Me pergunto se aconteceu alguma coisa?
...
— E é assim que se prepara as Feze da vaca pra adubo.
Riza tinha colocado a cabeça na janela, para o vento aliviar o enjôo, a última meia hora ouvindo sobre todo tipo de fezes e seu preparo não fizeram bem para o seu estômago e nem para seu cabelo, que com o vento forte da janela tinha ficado um tanto arrepiado.
— Ahan, então, a curva ainda demora muito?
— Sei não, moço, num tava prestando ateção no tempo, sacumé né, o tempo passa rápido quandu nós tem uma boa cunverrsa cuns amigo, hehe.
— Claro, claro. Melhor? - Perguntou a uma Riza um tanto... verde, que se limitou a responder com um murmúrio.
— Intão, pronde ôces tão indu?
— A um encontro.
— Ah, claro! Um jovem casal di pombinhus, eu já sabia, perrrcebi a tenção sexual que ocorre entre ocês, sabe, eu entendo tudo sobre o assunto. Imagino de quantus tipos de experiência acunteceram nesse merrmo banco qui eu tô sentado agora. Eu já cuntei procês do dia que eu e Maria do Bigode ficamu presos nu tratorr e eu descobri que na verrdade ela era um...
— Na verdade! - Riza o cortou - Nós não somos um casal.
— Verrrdade, sinhurita? Verrdade mesmu?
— Você é estranho.
— Sabe que ôce num é a primera pessoa que me diz issu? Ô moço, a currva logo ali, vô ficá lá.
— A curva?! Aleluia! - A mulher agradeceu.
Roy parou o carro e o caipira desceu, se despedindo calorosamente. Quanto voltou a acelerar o carro, o moreno percebeu uma coisa estranha com a roda.
— Espera aqui, acho que o pneu furou. - Depois de ver o estrago e trocar o pneu, ele voltou todo desarrumado e sujo. - Prontinho, tudo resolvido, vamos embora.
— Isso tudo - disse apontando para sua roupa - Foi para trocar um pneu?
— Eu nunca tinha trocado um pneu antes! Porque você não foi lá e trocou então?
— Eu poderia ter ido se você não fosse tão cabeça dura e tentasse resolver tudo sozinho. Aliás, porque você não dirige de uma vez, eu não aguento mais ficar aqui.
— Você não é a única... Ei? Está sentindo esse cheiro de queimado?
— Agora que você falou, eu acho que tinha uma fumacinha saindo do capô desde um pouco antes de dar carona para o louco.
— O que? Porque não disse?
— Achei que se eu tivesse visto você também veria, claro.
Mais uma vez ele parou o carro e foi olhar o motor.
Foi aí que começou um temporal, as nuvens carregadas de repente desabando água e trovões.
— Quem diria, a verruga do cara estava certa.
— Conseguiu consertar? - Ela saiu do carro em baixo da chuva, sem se importar mais se ia ou não estragar o vestido ou a maquiagem.
— Não dá pra fazer nada com toda essa água!
— Você é mesmo um inútil na chuva.
— Ei! Aonde você vai?
— Eu vou andando, chegamos na bendita curva, então a "civilização" não deve estar muito longe, o carro não anda de qualquer jeito.
— Você quer que eu o deixe aqui?
— Você pode ficar também, as coisas só pioram com você por perto.
— Comigo? Foi VOCÊ que quis dar carona para o louco das fezes!
— Não teria que dar, se VOCÊ não viesse por esse atalho idiota!
— Se VOCÊ não se atrasasse, não teríamos pegado o trânsito e muito menos o atalho!
— Mas foi VOCÊ que se ofereceu para me dar carona!
— Não, foi a SUA prima!
— A SUA noiva!
— Laços de sangue são mais fortes!
— Laços de amor são mais fortes!
Os dois se encararam através dos grossos pingos de chuva, e de repente, começaram a rir.
— Mustang idiota, você me faz perder a calma. Porque sempre que estamos juntos tudo dá errado? - Ele a olhou de forma intensa por um longo tempo.
— Eu não sei, mas tudo parece exatamente certo agora.
— Eu... Eu acho que nós deveríamos continuar andando, antes que a chuva aumente.
Assim eles foram caminhando pela estrada, ensopados, deixando o carro e mais um dia desastroso para trás.
...
— A chuva não é tão ruim assim. Esse visual molhado até que cai bem em você... Bonito vestido.
— Você é mesmo um inútil.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Obrigada quem leu! REVIEWS são sempre bem vindos ^^ Kisus