Aprendendo a Amar escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 8
Capítulo 7




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Se Cobra imaginou que Gabe ia fazer sucesso, estava enganado. O menino era simplesmente o centro de todas as atenções na Fábrica. Seu pai gritava e estrilava com a falta de concentração dos lutadores; sua mãe e Edgard reprendiam os alunos da Ribalta por não estarem nas aulas, mas não havia o que se fazer. Rapazes e moças estavam completamente rendidos pelo pequeno Duarte.

“Gente cuidando dele é o que não vai faltar quando eu for treinar.” Riu o jovem pai, enquanto fazia a série de exercícios.

“O problema é que eles também deveriam estar treinando.” Estrilou o mestre, massageando as têmporas. “Bora treinar, moçada, se quer moleza senta no pudim.”

“Amor, acho que hoje nem suas frases de efeito vão ajudar. O Gabriel é a novidade mais quente desde que o Lírio apareceu com o iPhone 6.” Riu Dandara, abraçando o marido.

“Assim fica difícil dirigir uma academia, sabia? Um torneio chegando e esse bando de marmanjo babando um litro pelo meu neto.”

“Ricardo, acho que ele quer você.” As reclamações do mestre foram interrompidas por Bianca, enquanto João se aproximava com o sobrinho.

“Já conhecemos esse resmungo. Em tradução livre da linguagem Gabe: cadê meu pai, seus babacas?” Brincou o rapaz, passando o bebê para o irmão.

“Ainda bem que sabe que é um babaca.” Retrucou o lutador, recebendo uma careta.

“Garotos, por favor.” Dandara repreendeu discretamente.

“Quem diria que veríamos Ricardo Duarte desempenhando tão bem o papel de pai?” O comentário de Edgard tinha um tom ácido indisfarçado, que não teve aprovação da família. “Uma reviravolta digna de novela, devo dizer. Assim com o destino da pobre Bárbara...”

“Edgard, por favor.” Dandara segurou o marido e repreendeu os quatro filhos com o olhar, sabendo que eles provavelmente rebateriam as provocações. “Ricardo, acho que o Gabe está com fome.”

“Que horas são?” O rapaz olhou o relógio no pulso. “Já passou do horário da fruta dele.”

“Posso dar hoje?” Karina pediu, sentada na perna do namorado. “Ele fica muito fofo comendo fruta.”

“Pensando em arranjar um para você, Ka?” Brincou Marcão, recebendo três olhares feios.

“Cala a boca, Marcão.” Gritaram Gael, Cobra e João.

Os presentes começaram a rir, enquanto Bianca e Karina pegavam as coisas na sacola do sobrinho. Se o menino já era celebridade ao natural, imagina no momento fofo de estar comendo uma fruta?

“Vem com a tia, gatinho.” Karina se aproximou para pegar a criança, mas ele a ignorou completamente.

“Ih, esquentadinha... A atenção dele está em outro lugar.” Comentou Pedro, apontando as escadas que vinham da Ribalta.

Jade havia chegado antes de Cobra e Gabe, e desde então não havia deixado o estúdio de dança. Ignorou a falta das aulas, alunos e professores, tentando fugir o máximo que conseguia daquilo que havia se tornado rotina.

Porém, não podia ficar lá trancada para sempre e uma hora ou outra teria que ir embora. Só não esperava que o radar do pequeno anjinho de quem fugia fosse a localizar tão depressa.

“Olha quem apareceu... Tia Jade.” O comentário de Cobra era frio e irritado, algo comum de quando era contrariado.

“Eu estava ensaiando, Ricardo.” Murmurou, se aproximando e apanhando Gabe, que quase caia do colo do pai ao tentar se arremessar para ela. “Oi, pequeno.”

“Eu ia dar a maçã dele, Jade, mas agora que você chegou...” Resmungou Karina, fazendo a amiga rir.

“Senta do meu lado. Eu seguro ele e você dá a maçã.” Propôs a dançarina, sentando no segundo degrau da escada. A lutadora assumiu o lugar ao seu lado, começando a raspar a maçã com a colher e dar para o sobrinho, diante dos olhares babões dos espectadores.

“Vocês poderiam interpretar um casal de lésbicas com um bebê; seria um tema legal para um peça.” Comentou Joaquina, gerando diversas bufadas e reviradas de olhos.

“Não viaja, Joaquina, pelo amor de Deus.” Jade fuzilou a colega com o olhar.

“Eu só fiz um comentário artístico, gente. Acho que cenas de famílias modernas tão difíceis de serem retratadas com tamanha naturalidade e delicadeza, entendem?”

‘Ai, Cobra, alimenta seu filho, vai. Não tenho saco para os delírios dessa maluca.” Karina bufou, se levantando e jogando a fruta para o irmão mais velho. O rapaz riu, indo sentar ao lado de Jade e do filho.

“Uma família fofa, mas preferia a versão anterior, era mais poética.” A drama queen deu de ombros, se ajeitando mais para observar o que acontecia.

“Eu estou realmente achando que isso aqui virou uma novela ao vivo, porque tem até plateia.” Gael perdeu a paciência. “Quem não for para o treino agora está suspenso do campeonato.”

Os rapazes levantaram em um pulo rápido, deixando apenas Pri e Fabi com o pessoal da Ribalta. Como as duas não iriam competir, a ameaça não surtia efeito.

“Já fiz meu treino de manhã, to de boa.” Karina riu, abraçada com o namorado.

“O último dia fácil foi ontem, cambada. E pra recuperar o tempo perdido, 500 flexões e 200 abdominais. É pra hoje.” O pessoal da Ribalta começou a gargalhar enquanto os lutadores resmungavam baixo e começavam a maratona de exercícios mandadas pelo mestre.

“Bom, já que estamos aqui e já perdemos a maioria da aula, que tal um exercício?” Propôs Edgard. “Faremos um workshop com nossos colegas lutadores; afinal, um bom ator deve estar preparado para qualquer papel, correto? Então quero vocês observando, e os que quiserem, alguns abdominais não fariam mal a essas barriguinhas flácidas.”

“Agora sim to me sentindo no estúdio da Globo.” O mestre saiu para sua sala, enquanto os alunos da Ribalta se aproximavam. Os rapazes da academia começaram a ensiná-los como fazer os abdominais e flexões. A Duarte mais nova se divertia com as tentativas do namorado, enquanto a Duarte mais velha era zoada pelo namorado lutador, que tentava ensinar como fazer os abdominais.

“Por que não respondeu minha mensagem hoje?” Perguntou Ricardo em voz baixa, quase um rosnado.

“Eu estava ensaiando.”

“A Ribalta inteira está aqui, Jade.” Ele segurou a mão dela. “Você está desviando o olhar e estranha... Você tá me evitando?”

“Não aporrinha, Cobra, por favor.” Para ela chamá-lo pelo apelido, algo tinha. “E eu não vou poder sair com vocês amanhã.”

“Por quê?”

“Porque ela tem uma festa comigo e o Lírio.” Só naquele momento perceberam que Joaquina ainda estava ali, fissurada nos dois. “Cara, eu acho essa dinâmica entre vocês incrível. Duvido que algum dia eu consiga passar isso em uma personagem.”

“Joaquina, vaza daqui que o show já acabou. Agora.” Mandou Jade, irritada. A morena riu, se levantando e indo até onde os demais alunos estavam. “O Lírio me convidou para um churrasco na casa da Guta e do Rico, no sábado. Provavelmente vai até o domingo.”

“Você podia ter avisado, não precisava ficar fugindo.” Reclamou o rapaz, chateado.

“É que eu andei pensando e... Acho melhor a gente ficar um pouco afastados.” Ela suspirou, acariciando as costas de Gabe. “Você está passando por um momento delicado e complicado, e precisa de tempo e foco. Você tem que aprender a ser pai, Cobra.”

“E o que eu tenho feito nesses últimos dias, Jade?”

“Sozinho, Cobra. Eu não vou poder estar sempre por perto, ajudar você com o Gabe.”

“Se você não quer mais ficar perto da gente, Jade, é só falar. Não precisa ficar dando desculpas.” O lutador arremessou a fruta no lixo, pegando o filho no colo e se levantando. O garotinho reclamou de se afastar de Jade, mas o pai não ligou. “Vamos, carinha, hora de ir para casa.”

Ele marchou até onde estava a bolsa do filho, a apanhando e colocando no ombro.

“Já vai, Ricardo?” Perguntou Bianca, rindo com as piadas do namorado.

“Vou... Não quero atrapalhar mais ninguém.” Declarou, saindo com um Gabe reclamão.

“Ricardo, espera aí.” Jade começou a segui-lo gritando, atraindo a atenção de todos. Mas ele não lhe deu ouvidos, saindo da Fábrica sem olhar para trás. “Droga.”

“O que aconteceu?” Karina se aproximou da amiga, preocupada.

“Seu irmão, Karina, seu irmão e a cabeça dura dele, foi isso que aconteceu.”


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Notas finais do capítulo

CHEGUEEEEEEEEI
Como vão? Bem? To viva, só comentando HAHAHAH Aliás, nem devia estar sendo legal, vocês não comentam a fic u.u
Anyway, deu treeeeeta. Mas relaxa que depois da treta vem a? Se pensou trepada você é mente poluída e devia se tratar. Vem o amoooooor