Aprendendo a Amar escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 4
Capítulo 3




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Se tinha como batizar aquela noite, ele a chamaria de “pior noite de todas”. Isso se ele estivesse vivo no outro dia para poder fazer isso.

E não sabia nem por onde começar a listar.

Duca e Bianca chegaram logo após Gael, Dandara e os filhos gêmeos. Pedro já havia ido para sua casa e Duca o seguiu, mas antes pegou o carro novamente para levar Jade para sua própria casa. Cobra ainda pediu que a amiga ficasse; mas após alguns gritos do nervoso mestre de muay thai, apenas os Duarte ficaram.

“Bianca, querida, por favor, prepare a mamadeira para o Gabriel.” Pediu Dandara. “Karina, ajude a sua irmã... Coloque a mamadeira e as chupetas para ferver, para nós podermos usar.”

“Bom, vocês façam o que for preciso; eu vou dormir.” Avisou Gael.

“E você não vai ajudar em nada, pai?” Perguntou Cobra.

“Meu filho, se quer moleza, senta no pudim. Foi irresponsável; agora aguente as consequências da sua irresponsabilidade.” O pai sorriu, dando as costas e caminhando para o quarto.

“E eu vou caçar os fones de ouvido que o Pedro me deu. E colocar música bem alta, porque bebê em casa...” Suspirou João. “Pretendo dormir hoje à noite.”

“Estou vendo o apoio, Jade.” Resmungou, ouvindo uma risada da mãe.

“As coisas estão estranhas, filho, mas é só o primeiro dia.” Prometeu a cantora. “Também foi complicado a primeira noite que eu passei com você.”

“Mas são situações diferentes, né mãe?”

“É claro que não, Ricardo. Ter um bebê na sua barriga e um bebê nos seus braços, chorando de fome e de outras coisas que você não consegue entender, são situação bem diferentes. Seu pai não age assim por maldade, ele simplesmente não sabe como ajudar.” Ele riu da sinceridade da mãe. “Juro... Você e a Bianca me ajudaram mais com o João e a Karina, do que o seu pai.”

“Você acha que ele vai dar muito trabalho? Ele já tem seis meses.” Cobra observou. “Quer dizer, a Ruiva disse que tinha... Ele parece tão pequeno.”

“Acho que vamos precisar de uma bateria de exames. Dependendo da situação da Ruiva, o Gabriel pode ter tido problemas na alimentação e estar abaixo do peso.” Dandara abraçou o filho pelos ombros. “Mas, primeiro, acho que tem alguém precisando trocar a fralda.”

“O cheiro é esse?” Os olhos do rapaz se arregalaram comicamente.

“Limpa a mesinha de centro, filho, eu vou te ensinar a trocar seu filho.” Riu a mulher, apanhando o neto do cesto e se ajoelhando no chão. “Karina, arranja uma toalha de banho para mim, por favor.”

“Por quê?” Questionou o novo pai, enquanto tirava as coisas da mesinha.

“Não podemos deitar ele direto na mesa dura, então vamos forrar com a toalha de banho, que é felpuda. Aliás, pegue o travesseiro dele no cesto, por favor.”

“Travesseirinho ruim, hein?” Ele pegou o dito, constatando que ela finíssimo. “Onde será que a Ruiva arranjou isso?”

“Não sei.” Suspirou Dandara, vendo a filha caçula chegando. “Filha, você e a Jade falaram sobre uma clínica...”

“Eu não sei mais detalhes, mãe. Nós a vimos na rua algum tempo atrás e ela estava detonada; a Jade ligou para o Lírio e pegou o contato de uma clínica de reabilitação na qual ele ficou quando mais novo. O lugar tem um programa com moradores de rua e apareceu onde estávamos, levou a Ruiva e depois disso a Jade nunca mais disse nada.” Contou a loirinha, arrumando a toalha sobre a mesa.

“Acho que vamos precisar ir até o local.” Bianca apareceu com a mamadeira. “Está pronta.”

“Bom, primeiro vamos trocar essa fralda, porque o cheiro está quase nocivo.” Resmungou Cobra, colocando o travesseiro sobre a toalha e se levantando, cruzando os braços. Dandara riu.

“Você é quem vai trocar o seu filho, Ricardo. Pode se abaixar aqui.” Avisou ela, colocando o bebê no trocar improvisado.

“Cadê meu celular para filmar isso?” Karina pulou do pufe em que estava, correndo para o quarto. “João, pega a sua câmera.”

“Ótimo, para me importunar eles tem que se dar bem.” Suspirou Cobra, ajoelhando ao lado da mãe. “Muito bem... O que eu faço?”

“Pode começar tirando a calça dele.” Sugeriu Bianca, com ironia na voz.

“Ninguém se mexe até eu chegar.” O grito de João ecoou do quarto, enquanto ele e Karina vinham se trombando, até cair no chão da sala. “Pronto, está filmando.”

“Mãe.” Cobra reclamou, enquanto Dandara ria.

“Vai, filho... Tira a calça dele, como sua irmã disse.” O rapaz suspirou, se ajeitando em frente ao bebê. O pequeno sorriu por trás da mãozinha, encarando o pai de forma divertida.

“Ele está zombando de mim.” Reclamou o lutador.

“Ricardo, tira a calça do menino logo, pelo amor de Deus.” Gael gritou, entrando na sala. “Pelo amor de Deus, troca logo essa fralda e vamos todos dormir.”

“Achei que você já estaria deitado.” Comentou Bianca, enquanto o pai sentava ao seu lado.

“Tentei, filha, mas o João e a Karina quase derrubaram a parede do quarto, aí ficou difícil.” Ele voltou a atenção ao filho mais velho. “Vamos, Ricardo; troque a fralda desse menino para que possamos todos dormir.”

Cobra assentiu, puxando a calça do filho com cuidado. Assim que libertou as perninhas magras, Gabe começou a remexê-las como se dançasse, tornando impossível a missão de não rir.

“Ele é fofo.” Admitiu João, que filmava o sobrinho com um olhar babão. Ao seu lado, Karina tinha a mesma expressão.

“Um fofo que fede muito, não adianta negar.” O lutador ainda tentou se fazer de durão, encarando a mãe. “E agora?”

“Bom, tem que abrir a fralda e limpar o bumbum dele com o lenço umedecido. Bianca, pode nos passar os lenços?” A jovem atriz estendeu os lenços para a madrasta, que sorriu em agradecimento. “Muito bem... Abra as fitas laterais da fralda com cuidado.”

“Exagero.” Resmungou, abrindo a fralda e puxando a parte da frente. “Hum, agora sim parece filho meu.”

“Exibido.” Os cinco membros da família suspiraram juntos, logo caindo na risada. Cobra piscou, apanhando o lenço e voltando a atenção para o filho. De repente, os olhos de Karina se arregalaram. “O pipi dele deveria fazer isso?”

“Só quando ele vai...” Gael puxou Bianca para o chão depressa, enquanto João fazia o mesmo com Karina.

“Ai que nojo.” Berrou Cobra, enquanto um jato de urina o atingia no rosto. “Eca.”

“Cobre isso, Ricardo.” Gritou João, jogando uma fralda para o irmão; o lutador a apanhou, cobrindo o pipi do filho e fazendo careta. “Que merda foi essa?”

“Os meninos geralmente urinam quando se abre a fralda. Seu pai levou diversos jatos de vocês dois até entender isso.” Explicou Dandara, se levantando e indo até a cozinha.

“Você foi o pior, João. Eu tomava todo o cuidado para abrir sua fralda; e era eu estar terminando de te trocar, para você encher minha cara de mijo.” O nerd riu em companhia da irmã gêmea, enquanto a mãe voltava com um pano úmido.

“Ele que era bem desastrado, só não quer admitir. Vocês nunca urinaram em mim.” Garantiu a cantora, ajudando o filho mais velho a se limpar. “Agora vamos voltar para essa fralda; mais tarde rememoramos as antigas.”

Depois da mijada, o resto do processo foi relativamente tranquilo. Os irmãos gargalharam da falta de jeito do rapaz em limpar as intimidades do filho, e Gael zombou dos erros dele com as fitas da fralda.

“Agora você vai precisar trocar a roupinha dela, para ele ficar confortável durante a noite.” Avisou Dandara, pegando a troca de roupa. “Acho bom requentar essa mamadeira.”

“Pode deixar.” Bianca voltou para a cozinha, enquanto Gael tornava a se levantar.

“Bom, agora que a graça acabou, vamos todos dormir, certo? João, Karina... Escovem os dentes e para a cama. E sem reclamar.” Mandou o mestre, enquanto os filhos caçulas resmungavam.

“A criança aqui é o Gabe, não nós dois.” Reclamou João, seguindo a irmã para o quarto.

“Bom, você vai usar um body, então precisará tirar a camiseta; aí você colocar o body com cuidado e a calça de algodão. Ele ainda tem seis meses, então não pode tomar friagem.” Explicava a mulher.

“Mas está uns 30°C.” Observou Ricardo.

“Por isso a calça e o body são de algodão, leves.” Dandara sorriu, enquanto observava o desajeitado pai tentando trocar seu pequeno filho.

“Aqui, reaquecida.” Bianca voltou para a sala, sorrindo.

“Essa é a melhor parte, querido. Você vai amar.” A matriarca foi até a enteada, apanhando a mamadeira. “Ricardo, pegue o seu filho.”

“Como? Eu não sei segurar um bebê para mamar.” Ele segurou o menino contra o peito, todo desajeitado.

“Vem aqui, seu lesado.” Bianca riu, indo auxiliá-lo. Ajudou a virar o bebê, o ajeitando com cuidado no colo do pai. A cabecinha se aconchegou ao peito, enquanto a mãozinha agarrava a gola da blusa. “Acho que ele gostou do seu colo.”

“Me dá essa mamadeira vai.” Ele não ia se deixar ceder, mantendo a pose de marrento. Apanhou o leite com a mãe, suspirando e levando o bico até o filho, que começou a sugar ávido. “Uou, acho que ele estava com fome.”

“Tem pelo menos seis horas que ele está aqui.” Lembrou Bianca, com um suspiro. “E sabe quando ele comeu antes disso.”

“Nós vamos ao médico amanhã.” Prometeu Dandara, abraçando a enteada. “Você me ajuda com essa bagunça, Bianca? Enquanto seu irmão alimenta o Gabe.”

“Claro que sim.” Entendeu que era a deixa para deixar pai e filho sozinho, saindo as duas para a cozinha. O lutadora resmungou, voltando sua atenção para o bebê. Os olhinhos eram realmente iguais aos seus, e os poucos cabelos pareciam castanhos.

“Até que você é bonitinho, moleque. Mas eu realmente não sei se consigo ser teu pai.” Admitiu com um suspiro, vendo a criança começar a piscar sonolenta. “Pode dormir; eu prometo que nada de ruim vai te acontecer.”

Como que entendendo o que seu pai dizia, Gabriel fechou os olhos e adormeceu, continuando a mamar mesmo assim. Ricardo Duarte sorriu verdadeiramente para o filho pela primeira vez, começando a balançá-lo com suavidade, sendo observando pela mãe e irmã.

Talvez, aquilo pudesse mesmo dar certo.


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Notas finais do capítulo

Heeeeey
Um capítulo mais família, no próximo teremos mais Jade e Gabe, vocês vão gostar.
Well, to com muito sono, então não vai rolar muita criatividade para a nota.
See you babys



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