Aprendendo a Amar escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 14
Capítulo 13




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No dia seguinte, foram acordados pelo despertador Gabe: pontual, tempestuoso, preciso, exigente. Cobra se levantou e foi cambaleando em direção ao quartinho do filho, o encontrando agarradinho nas grades do berço, um biquinho fofo no rosto.

“Calma aí, rapazinho, o papai chegou.” Ele colocou as mãos por baixo dos bracinhos gorduchos, erguendo o filho e o trazendo para junto de si. Beijou a cabecinha dele. “Feliz ano novo, carinha.”

“Eu queria ser a primeira desejar isso.” Jade resmungou com a voz grogue, se apoiando ao batente da porta.

“Privilégios de ser o mais ágil.” O namorado a alfinetou, caminhando em sua direção com o bebê. “Mas não te desejei formalmente ainda, então... Feliz ano novo, meu amor.”

“Feliz ano novo, meu lindo.” Ela enlaçou o pescoço dele com as mãos, selando seus lábios em um beijo carinhoso. Sorriram um para o outro, antes de voltarem suas atenções para Gabe, que brincava com o ursinho em seu pijama. “E feliz ano novo para você, meu anjo.”

Ela o apanhou e o sorriso mais brilhante do mundo preencheu a pequena face da criança. Mae e filho se abraçaram e uniram seus narizes em um beijo de esquimó, o que logo fez o pequeno começar a rir.

“Nós vamos ser muito felizes esse ano, eu prometo.” Cobra envolveu os dois, encaixando sua cabeça na do filho, os olhos dos dois se fechando em sintonia. “Eu amo vocês dois.”

“Eu também amo vocês; e tenho certeza de que, se ele pudesse falar, diria que nos ama também.” Jade sorriu para os dois. “Mas acho que, a primeira coisa a fazer nesse novo ano, é tomar um bom banho. O Gabe está soado, e nós dois também.”

“A banheira do quarto da sua mãe funciona?” Questionou o lutador, curioso.

“Acho que sim. Não é ligada há algum tempo, então não sei muito bem sobre a hidro; mas encher ela, eu sei que dá.”

“Então nossa primeira atividade como uma família será essa: nós tomaremos um longo e divertido banho de banheira, para que o Gabe possa fazer a maior bagunça e se cansar de novo, para nos dar um tempo tranquilo para arrumar o apartamento antes dos meus pais chegarem.”

~C&J~

A família Duarte chegou ao apartamento ao meio dia. Houveram alguns questionamentos sobre a ausência do casal em frente à webcam na virada, e eles mentiram que Gabe havia acordado assustado com a barulheira dos vizinhos. Os pais do rapaz compraram, mas os irmãos e cunhados não pareceram muito convencidos.

Na verdade, o sorrisinho safado que João, Duca e João direcionaram para Cobra deixou bem claro que não haviam engolido nem por um segundo.

“Você dormiu com o meu irmão.” Karina puxou Jade para dentro do quarto do sobrinho, fazendo a amiga arregalar os olhos. “Por Deus, eu já perdi a virgindade e vi a Bianca perder a dela, sei muito bem como uma menina age depois disso.”

“Eu to agindo diferente?”

“Você dois estão.” A loira riu da preocupação da amiga, nervosa com a ideia dos sogros perceberem. “Estão mais carinhosos, mais próximos, mais físicos... Vocês se abraçam mais, se seguram mais. É fofo, na verdade.”

“E o que eu faço para os seus pais não perceberem?”

“Minha mãe é mulher e meu pai conhece o Ricardo. Eles podem até acreditar que vocês estavam cuidando do Gabe na hora da virada, mas eles sabem que vocês ficaram juntos essa noite. E que não só dormiram.” Ela abraçou a melhor amiga. “Oun, minha Jade virou mulher.”

“Tá me tirando, pirralha?” A mais velha debochou, abraçando a amiga.

“Sou tua melhor amiga, mais nova, mas meu cabaço já foi faz tempo.”

“E eu podia ter morrido sem ouvir essa confissão maravilhosa.” Cobra gemeu de desgosto, entrando no quarto. As duas empalideceram. “Agradeça que fui eu que vim chamar vocês e não o pai, como ele queria. Acho que o mestre Gael enfartava na hora.”

“Ai caramba, agora sou eu que quero enfiar a cabeça embaixo da terra.” Murmurou Karina, saindo apressadamente. Jade gargalhou alto enquanto observava a expressão do namorado.

“Quem ensinou minha irmãzinha a falar ‘cabaço’?”

“Com certeza foi você, vagabundo. É o tipo de coisa que você diria, sabe?”

“O pior é que eu sabia que a Karina e a Bianca haviam perdido a virgindade há muito tempo, mas isso nunca me pegou. Agora... Eu estou me sentindo extremamente ciumento e protetor, o que isso quer dizer?” Ele fez cara de cachorrinho pidão e a morena riu.

“Que eu e o Gabe realmente despertamos bons sentimentos em você, Ricardo. Agora você sabe como é realmente se importar com alguém, e isso está se aflorando com as pessoas com quem você sempre amou.” Ela sorriu enquanto o envolvia pelo pescoço, lhe dando um selinho. “Eu queria conversar uma coisa com você, antes do almoço.”

“Claro... Quer ir para o seu quarto?”

“Pode ser.”

Foram para o quarto da morena e fecharam a porta, abafando o barulho que vinha da sala e da cozinha. A dançarina sentou na cama, nervosa, e Cobra se preocupou.

“Está tudo bem, minha dama?” Ele questionou, sentando ao lado dela e segurando sua mão. “Jade, sua mão está gelada e você está tremendo. Aconteceu alguma coisa? Foi algo que eu fiz noite passada?”

“Não, não, vagabundo. Noite passada foi perfeita, e você foi um cavalheiro, apesar do seu apelido. É uma outra coisa que eu quero te falar, mas eu não sei como.”

“Você quer terminar?”

“Ricardo, eu não estou sendo só elogios para você?” Ele assentiu. “Então por que eu iria querer terminar?”

“Eu não sei o que pensar, Jade, me dá um desconto.”

“Então fica quieto e me escuta, santa criatura.” Ela bufou, se virando mais para ele e suspirando. “Cobra, naqueles papéis que a Ruiva deixou com o Gabe, ela abriu mão de todo e qualquer direito que tinha sobre ele, certo?”

“Certo. Inclusive, quando refizeram a certidão com o meu nome, o nome dela nem consta mais.” Ele concordou, confuso.

“Isso. Então, o que eu queria dizer é que eu andei pesquisando e, graças a isso que ela fez, eu posso adotar o Gabe. Não só adotar, mas assumir a maternidade dele, acho que até mesmo na certidão.” Ela soltou de uma vez, vendo os olhos do lutador se arregalarem. “Claro que nós vamos precisar procurar um advogado e ver como tudo isso ocorre legalmente, mas...”

Novamente a frase foi suspensa, mas dessa vez porque ele a interrompeu com um beijo. Quando se afastaram, ele tinha o maior sorriso do mundo nos lábios.

“Nada nesse mundo iria me fazer mais feliz, ou ao Gabe. Você é a mãe dele, Jade, não importa se um papel disse que sim ou não. Mas eu adoraria saber que tem mais alguém no mundo que pode, e vai, cuidar tanto do meu filho quanto eu.”

“Eu quis te contar agora para que possamos falar com os seus pais. Ver o que eles acham, sabe?”

“Você precisa da aprovação deles?” Ela negou, e Cobra sorriu. “Então nós vamos informar. Deus sabe que eles serão as últimas pessoas a te julgar ou condenar por isso, afinal, foi exatamente o que a minha mãe fez pela Bianca.”

“Então vamos lá, meu vagabundo favorito.”

Na sala, toda a família estava um tanto impaciente com a ausência dos dois. Karina ainda estava corada e sem graça, mas todos estavam curiosos demais com a demora dos anfitriões para perceber.

“Desculpa a demora, gente, nós estávamos resolvendo um assunto.” Desculpou-se o lutador, surgindo de mãos dadas com a namorada. “Vamos almoçar?”

Ocuparam a grande mesa e acomodaram Gabriel em seu cadeirão, colocando o pote de papinha em frente à Cobra, conhecendo a bagunça e sujeira que ele fazia. O almoço seguiu sem grandes emoções ou complicações, todos sendo discretos e educados em relação ao sumiço do casal.

“Eu vou pegar mais refrigerante.” Jade observou a garrafa vazia e se levantou, mas Gabriel estava distraído e não percebeu. Quando se virou para a cadeira da mãe e não a encontrou, formou um biquinho.

Ma...Ma, ma, ma.” Ele começou a chamar desesperado, a procurando insistentemente. Ela apareceu pela porta depressa, a garrafa na mão.

“Eu to aqui, meu amor. Não precisa chorar.” Ela se aproximou e beijou o narizinho dele, depositando a garrafa na mesa e se sentando. Cobra sentiu os olhares estarrecidos de todos, enquanto os pais trocavam um olhar inquisidor.

“Hã, gente... Nós queremos conversar com vocês sobre uma coisa.” Ele puxou o assunto, enquanto Jade mantinha sua atenção em Gabe.

“Sobre o fato do Gabriel estar chamando a Jade de mãe?” Questionou Gael, cruzando as mãos em frente ao rosto.

“Também. Em primeiro lugar, ele começou a fazer isso por conta própria, está bem? Não fomos eu ou ela que induzimos isso, ele começou do nada.” Ele explicou depressa, um pouco amedrontado pela expressão do mestre. “Em segundo...”

“Eu vou adotar o Gabriel como meu filho.” Jade cortou o namorado, a voz firme. “Nós vamos conversar com a advogada e ver como resolver isso, quais os tramites legais...”

“E vocês estão pedindo nossa opinião ou informando o fato?” Apenas os dois casais conversavam, os demais da mesa mal respiravam enquanto observavam tudo atentamente.

“Avisando, tia Dandara. Eu já me decidi e sei o que eu quero; sempre quis, na verdade. O Edgard percebeu antes mesmo de mim e se desesperou, foi por isso que nós brigamos, a princípio. Mas o Ricardo já conversou com ele e o Ed aceitou, e mais do que isso, apoiou nossa decisão.” Claro que o professor não sabia sobre a adoção, mas ele mesmo dissera que Jade deveria seguir seu coração.

“Eu sei, querida, nós já conversamos com ele.” Admitiu a professora de canto, surpreendendo a todos. “Depois que você e o Ricardo se acertaram, nós fomos atrás do Edgard, para podermos nos sintonizar sobre esse relacionamento e o que achávamos. Ele nos contou a conversa que teve com você, e a que teve com o Ricardo, e nós vimos uma história se repetindo. Nem eu e nem o Gael podemos ou queremos julgar ou repreender vocês, porque nós fizemos exatamente a mesma coisa. Quando eu e ele começamos a sair, eu mal tinha 18 anos e a Bianca era um bebê de colo. Quando eu resolvi o que iria fazer, todos ficaram estarrecidos e nos julgaram; apenas nossos pais ficaram do nosso lado e nos apoiaram em tudo.”

“E é isso que nos resta fazer por vocês dois. Vocês são jovens e estão assumindo, juntos, uma responsabilidade que muitos casais mais velhos e bem estabelecidos não dão conta. Então o que podemos fazer é dar suporte e apoio, torcendo para que vocês consigam passar por isso, juntos.” Gael sorriu emocionado para os dois. “Nenhuma pessoa me agradaria mais para mãe do meu neto, Jade, saiba disso.”

“Obrigada, tio.” Ela sussurrou, a voz presa na garganta diante da emoção. Todos na mesa estavam emocionados, isso era fato; Bianca era com certeza a mais. Todos sabiam que a decisão de Dandara não havia sido fácil, cuidar de um bebê tão jovem e logo tendo outra criança para cuidar. Mas ela o fizera com maestria e, agora, daria forças para Jade fazer o mesmo.

Os abraços aconteceram natural e lentamente. Aos poucos, aquela grande família ia se moldando e tomando seus lugares um na vida do outro: de tio, de tia, de cunhado, de cunhada, de irmã, de irmão, de namorado, de namorada, de pai, de mãe.


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Notas finais do capítulo

Heeeeey peanuts.
Sono tá velhaco, então sem muitas notas HAHAHAH
Espero que tenham gostado do capítulo, eu particularmente achei ele LINDO. E não, não coloquei a primeira vez Cobrade. Deixo para a imaginação de vocês HAHAHAHAHAH
See you ;*
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