Aprendendo a Amar escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 15
Capítulo 14




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Se eles acharam difícil contar para a família, contar para os amigos seria ainda pior. Não porque as reações deles seriam horríveis, mas pelo medo de serem julgados. Cobra já havia enfrentado olhares tortos quando assumira o próprio filho, não queriam imaginar como seria com Jade.

O recesso de ano novo terminaria no dia 10 de janeiro, quando a Ribalta e a Academia voltariam a receber seus alunos, mesmo que o período letivo só fosse retomado em fevereiro. Para comemorar o novo ano, as duas escolas organizaram uma pequena festa, coisa simples, mas nas quais os alunos sempre se divertiam.

E seria nessa festa que o casal assumiria tudo.

O namoro já era de conhecimento geral, então ninguém estranhou que eles chegassem de mãos dadas e com Gabe no colo da bailarina. O pequeno, como sempre, foi extremamente paparicado por todos, enchido de mimos e presentinhos de Natal. De uma coisa eles não poderiam nunca reclamar: falta de presentes para o menino.

Não tardou para que as atenções se dispersassem para a comida e a música, e o casal acabou no ringue, onde Gabe e Joaquim, filho de Mari e Jeff, se divertiam junto de seus diversos presentes recém-ganhos.

“Vocês estão bem? Estão meio inquietos.” Observou Mari, enquanto Jeff fazia um teatrinho com os bonequinhos para os dois meninos.

“É que nós temos uma notícia para dar, mas estamos com um pouco de medo da reação do pessoal.” Comentou Jade, um pouco incerta. Sabia que Mari e Jeff seriam os últimos a julgá-los, levando em conta tudo o que haviam passado.

“Ai meu Deus, você está grávida?” Guinchou a cantora, arregalando os olhos.

“O quê? Não, não é isso.” A dançarina se apressou em negar.

“É só que...” Cobra suspirou, criando coragem. “A Jade decidiu adotar o Gabe, legalmente.”

“Tipo, assumir o papel de mãe dele oficialmente?” Perguntou Jeff, intrigado.

“É... Aqueles papéis que a Bárbara assinou quando entregou o Gabe, neles ela abria mão de todo e qualquer direito sobre ele. Em teoria, ele só tem pai. E eu já sou meio mãe dele, não é? Sabe, eu sempre cuido dele e, ah, e coisas assim.”

“Coisas assim, tipo, agir como uma mãe?” Riu Mari, recebendo um aceno afirmativo. “Jade, eu acho que você está certíssima, de verdade. Você é mais do que uma mãe para o Gabe, nada mais certo do que você tornar isso legalizado.”

“E vocês não acham isso, sei lá, precipitado ou, não sei, absurdo?” Foi a dúvida do lutador, enquanto acariciava o cabelo do filho.

“Vocês podem guardar um segredo?” Jeff trocou um olhar com a namorida, que lhe acenou afirmativamente. Quando o casal de amigos confirmou, ele prosseguiu. “O Joaquim não é meu filho de sangue.”

“Oi?” A dançarina e o lutador fizeram eco um do outro, surpresos.

“Eu engravidei do Franz, meu namorado de Joaçaba, logo antes de vir para o Rio. E quando eu cheguei aqui, nós começamos a namorar por causa do Lincoln e as aulas de dança, e acabamos nos apaixonando. Vocês sabem o que aconteceu quando o Franz veio para cá, e então o Jeff assumiu a paternidade do bebê que eu esperava.”

“E ninguém nunca soube?”

“Posteriormente, nossos pais vieram a descobrir, além da Sol e do Wallace, que sabiam desde o começo. E a Dandara, claro.”

“Minha mãe?” Cobra ficou surpreso.

“Ela mesma... Nos deu a maior força durante toda a loucura da gravidez, de contar para os nossos pais. Ela nos orientou bastante sobre o que fazer quando o Franz reapareceu cheio de marra, irritado e querendo ser ‘fodão’. Ela passou por algo parecido com a Bianca, não é?” Jeff contou, sorrindo para os dois. “Tenho certeza de que ela e o Gael estão dando a maior força para vocês também, certo?”

“Pode apostar que sim.” O rapaz sorriu ao lembrar dos pais. “Minha mãe é incrível, não é?”

“Muito.” Jade concordou, abraçando o namorado.

“Ela nos disse que tem gente que nasce com o instinto de ser pai ou mãe, independente do exame de DNA. Ela é assim, o Jeff é assim, e você é assim também, Jade. Você vai ser uma excelente mão para o Gabe, eu tenho certeza.” Mari abraçou a amiga com força, as duas emocionadas.

“E eu tenho certeza que a galera vai dar a maior força para vocês dois. Todo mundo dá a maior força para o namoro de vocês, e sabe o quanto a Jade ama e se dedica ao Gabe. Vocês já são uma família, só vão legitimar isso.” Jeff completou a namorada.

“Gente, o pai vai fazer o discurso de abertura do ano.” Karina apareceu esbaforida com Pedro ao lado, os dois sem fôlego.

“Não quero nem imaginar o que os dois estavam fazendo.” Resmungou Cobra, pegando o filho e se levantando, deixando os amigos aos risos e a irmã e o cunhado corados até o último fio de cabelo.

No hall de entrada, todos os alunos da Ribalta e da Academia conversavam animados, mesmo após algumas horas de festa. Gael, Dandara, Edgard e Nando estavam na escada, esperando o grupo faltante chegar para dar início ao discurso.

“SE QUER FOFOCAR VAI NA PRAÇA COM AS VELHINHAS, AGORA O PAPO É SÉRIO.” Gritou Gael ao ver o filhos chegando. “Sejam bem vindos de volta à Fábrica de Sonhos. Mesmo que o período letivo da Ribalta ainda vá demorar um pouco para começar, o local está aberto para todos, lutadores e artistas, que queiram treinar e conviver.”

“E esse será um ano muito especial para todos nós, eu tenho certeza. Muitas surpresas estão por vir, para os lutadores e os artistas, então se preparem.” Dandara complementou o marido, sorrindo. “Como vocês sabem, muitos de vocês se formam esse ano, e então seguirão seu caminho fora daqui, ou fora do Rio. E cada turma é especial, mas essa trouxe muita luz e alegria para esse lugar, então queremos que vocês todos saiam daqui com a melhor lembrança possível.”

“Façamos esse ano valer a pena e se tornar o melhor de nossas vidas, meus caros pupilos... Porque a vida... Ah, a vida não é nada como uma escola, apesar de ser uma escola ainda maior. Aproveitem esse ano.” Declamou um emocionado Edgard.

Todos aplaudiram efusivamente, alguns bastante emocionados e chorosos. O trio de professores encarou Cobra e Jade, enquanto Nando se ocupava em chorar e declamar seus versos de músicas antigas. O casal soube que era a hora perfeita para dar a notícia aos amigos.

“Gente, antes que todos dispersem, eu e a Jade queríamos dar uma notícia.” Cobra puxou a namorada para a escada, virando-se para os presentes.

“Ai caramba, a Jade tá grávida.” Wallace gritou, fazendo vários presentes revirarem os olhos.

“Se filho fosse tão fácil de fazer, negão, metade da galera aqui já teria uma penca pela quantidade que trepa.” Sol beliscou o namorado, irritada. “Continua, gente.”

“Bom, a novidade é sim que eu vou virar mãe, mas não que eu estou grávida. Eu decidi adotar legalmente o Gabe.” Jade soltou de uma vez, prendendo a respiração.

“E você e o Cobra vão casar?” Questionou Fabi.

“Não, por hora não. Vamos continuar como namorados e tal, mas a Jade quer assumir legalmente o papel dela como mãe do Gabriel.”

“Mas a mãe dele não é a Ruiva?” Marcão perguntou confuso, recebendo um tapa na cabeça de Duca e Zé.

“Biológica, sim. De coração e criação, com certeza não.” Quem respondeu foi Karina, os olhos em fenda.

“Ele nasceu da Bárbara, Marcão, mas ela abriu mão de todo e qualquer direito sobre ele, por livre e espontânea vontade. E quem cuida, ama e protege o Gabe como uma mãe faz, é a Jade. Ela é a mãe do meu filho, mesmo que ele não tenha nascido dela. E eu e ela queremos que isso seja algo que todos sabem, tanto os nossos amigos quanto a justiça.” Cobra explicou calmamente.

“Mas e se um dia vocês terminarem?” Joaquina e seus comentários adoráveis não poderiam ficar de fora.

“As coisas podem mudar entre nós dois, mas não entre eu e o Gabriel. Um dia talvez você tenha a chance de entender, Joaquina.” Jade rebateu ácida, arrancando alguns assovios.

Mama.” Gabe estava no colo de Jeff e começou a ficar inquieto ao ver a mãe ficar nervosa. Ele arremessou o corpinho para frente, estendendo os bracinhos gordinhos em direção à ela.

“Vem aqui, meu amor.” Ela saiu do lado do namorado e foi buscar o filho, enquanto todos soltavam exclamações de fofura.

“Eu dou o maior apoio para isso, vocês sabem.” Bianca ergueu a mão, sorrindo.

“Nós também.” Karina e João imitaram a irmã mais velha prontamente.

“E nós dois também. Ou melhor, três.” Gael incluiu Edgard no pacote, encarando os alunos. “E se alguém tiver algum problema com isso, sugiro que guarde para si próprio ou procure outra freguesia para dar piti. Aqui nós apoiamos nossos colegas de equipe em suas escolhas, a não ser que coloquem a vida deles em risco, entendidos?”

“E agora, vamos voltar a festa, certo?” Dandara encerrou a discussão. “Pedro, Sol... Assumam o palco com a banda, por favor.”

Logo o grupo havia se dispersado, todos se divertindo com a banda da Ribalta. A família Duarte se reuniu, todos bastante aliviados.

“Foi menos ruim do que eu pensava.” Suspirou a bailarina, abraçado ao filho e ao namorado.

“Que todos nós, querida.” Garantiu Ed, massageando as têmporas. “Talvez tenhamos que ouvir alguns comentários ácidos da Joaquina, mas nada além do esperado.”

“O importante é que vocês venceram seu medo e que todos entenderam o recado. E agora... Agora é só alegria, gente.” Dandara comentou sorridente, abraçando os filhos, o marido e Edgard.


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Notas finais do capítulo

Oi gente, desculpa estar sumida e tal. Quem me acompanha na página vê que vira e mexe eu apareço para me explicar, e que o lance é que eu to no prazo final da monografia, morrendo louca e sem tempo para nada. Esse capítulo está quase pronto há três semanas, e deu uma folguinha agora no almoço e eu vim terminar ele.
Espero que gostem, está bem?
E logo eu volto, juro que volto.
Beijos, comentem, e see you soon ;*



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