Aprendendo a Amar escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 13
Capítulo 12




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Novamente passaram a noite abraçados, os três, como uma família que estavam se tornando aos poucos. Jade acordou para dar a mamadeira do menino as 2h; Ricardo levantou para trocá-lo às 3h30. Às 6h, os dois despertaram e se sentaram no chão da sacada com o filho, dando-lhe a mamadeira enquanto observavam o nascer do sol.

Chegaram a academia, sendo recebidos por um clima estranhamente discreto. Se despediram com um beijo na entrada, enquanto ele ia treinar e ela subia com Gabe, mudando totalmente a antiga rotina seguida pela família Duarte. Se encontraram na hora do almoço, fazendo a refeição na casa do rapaz e na companhia da família dele. À tarde, Cobra cuidou de Gabe a maior parte do tempo, tentando ajeitar os cochilos dele para coincidir com as aulas que dava.

Quando escureceu, se dirigiram todos para o apartamento de Jade e toda a família do lutador de pôs a ajudar na arrumação e organização do espaço, Karina e Bianca prometendo ainda que acompanhariam a dançarina na busca pelos móveis.

“Eu to pensando em montar um espaço para o Gabe, aqui no meu antigo quarto... Assim quando o Cobra vier para cá, o Gabe pode vir também.”

“Você não acha precipitado, Jade? Digo... Talvez seja melhor ir com calma.” Karina tentou argumentar com a melhor amiga, que só lhe deu um sorrisinho de lado.

Não estava pronta para falar sobre sua decisão, nem com Cobra havia conversado ainda. Queria encontrar a melhor forma de expor isso para todos, especialmente para o pai do seu recém-descoberto filho.

“Eu sei o que estou fazendo, K... Confia em mim.” Foi só o que ela disse, voltando as atenções para a mala que desmontava. A lutadora apenas deu de ombros, se ocupando em arrumar os livros da amiga na prateleira do quarto.

~C&J~

Os dias passaram depressa e logo era véspera de ano novo. Depois de terem comemorado o Natal juntos, na companhia da família Duarte e de Edgard, o casal passaria a noite do dia 31 de janeiro sozinhos no apartamento da dançarina. Digo, os dois e Gabe.

Enquanto Edgard se reuniria com alguns amigos da época das escolas de dança, os Duarte se juntariam aos Ramos na praia. E como o bebê era ainda muito pequeno para tamanha bagunça e barulheira, o casal de namorados se decidiu por curtir a noite de forma tranquila.

“E o que o meu namorado nada prendado na cozinha está pensando em fazer?” Perguntou Jade, segurando o bebê gorducho nos braços enquanto o lutador esvaziava diversas sacolas.

“Bife empanado ao molho de queijo, arroz com legumes, salada e, como também somos humanos, batatas fritas.” Ele indicou os ingredientes na bancada da cozinha. “E farei sozinho... A senhorita e o senhor Gabriel ficarão na sala, em um encontro particular com a Galinha Pintadinha.”

“Que Deus nos ajude, meu amor.” Riu a morena, voltando seus passos em direção à sala.

Mas o pequeno sequer chegou a ver a refeição preparada por seu pai. Antes que desse 22h seus olhinhos se fecharam, exaustos, mostrando que ele não presenciaria a chegada do novo ano. A mãe o levou ao quartinho que fizeram especialmente para ele, repleto de ursinhos e todo em tons azuis, e o acomodou em seu bercinho junto de Teddy.

“Boa noite, minha vida. Você foi o meu melhor presente nesse ano que termina, e vai continuar sendo no que irá começar. Eu te amo, meu filho.” Sussurrou, beijando sua bochecha delicada.

“E tenho certeza de que ele te ama da mesma forma, meu amor.” Ela se assustou ao ouvir a voz do namorado, escorado ao batente da porta com o sorriso mais lindo e torto do mundo. “Sabe o que ele balbucia quando te vê?”

“O quê?” Ela já sabia a resposta, mas queria ouvir do mesmo jeito.

“Ele te chama de mamãe, Jade; ou, pelo menos, é o que ele tenta balbuciar desesperadamente. Que ele te vê, te quer e te escolheu como mãe dele.” Ele caminhou a passos lentos e decididos.

“Eu sei... Eu fui a primeira pessoa que ouvi ele me chamar assim.” Ela confidenciou, surpreendendo o namorado. “Eu queria curtir um pouco disso só para mim.”

“E eu achando que ia te dar uma surpresa de ano novo.” Cobra riu, a envolvendo pela cintura e aproximando seus corpos. “Mas nós ainda temos o jantar... Você vai se surpreender com as minhas habilidades, prometo.”

“Se não estiver tudo queimado, já me dou por feliz.”

Como prometido, o jantar estava caprichado. O molho estava com a consistência ideal, o arroz no ponto perfeito, os legumes com a textura certa. Só as batatas que haviam fritado um pouco além do necessário, mas nada que afetasse a composição da obra.

“Hum... Está uma delícia, Ricardo. E, se eu não tivesse almoçado na sua cada durante toda a vida, não perceberia que foi a tia Dandara que cozinhou tudo menos a batata.” Elogiou a dançarina, cortando mais um pedaço de bife.

“Você podia fingir que não tinha descoberto, né, minha dama?” O moreno riu, enchendo o garfo.

“Até daria... Se eu não estivesse vendo os ingredientes que você trouxe, empilhados ali no canto.” Ela apontou o lado da geladeira, os dois rindo juntos. “Mas o que valeu foi a intenção.”

“Mas eu ainda tenho uma surpresa.” Ele sorriu, levantando e indo até a TV que estava na sala. Conectou o notebook à ela, começando a mexer em algumas coisas, até que a imagem do céu apareceu. “Minha dama... Lhe dou a visão privilegiada do céu de Copacabana, com o bônus do nosso conforto.”

“Como?” Ela se maravilhou. Aquilo não era uma imagem de nenhuma emissora de TV, não haviam logos ou narradores, nem milhares de propagandas. De repente o rosto de Karina, Pedro e João apareceu na tela, acenando. “O que é isso?”

Meu irmão maluco me convenceu a arriscar meu notebook e gastar todo o meu 3G para transmitir a queima de fogos de maneira VIP para vocês dois.” Contou João, fazendo careta.

“Vai catar coquinho, moleque.” Resmungou o lutador, voltando para o lado da namorada. Jade sorriu admirada e maravilhada, não apenas pelo gesto, mas pela disposição dos cunhados. Admirava muito o relacionamento dos quatro irmãos, sempre cheia de brigas, mas repleta de amor, carinho e companheirismo.

Cada vez mais sabia que era dessa família que queria fazer parte.

Nós vamos estar aqui atrás do notebook, então não poupem os carinhos e pegações.” Declarou Pedro, puxando a namorada e o melhor amigo. O casal ainda pôde ouvir alguns xingos que Karina proferia ao guitarrista pelo que ele havia dito, mas logo as conversas foram para longe.

“Eu desliguei o microfone, ok? E virei a câmera para a parede.” Prometeu o lutador, indo para a cozinha. “Ainda tem a sobremesa... Pavê de Sonho de Valsa da dona Dandara.”

“É para ver ou para comer?” Ela soltou a infame pergunta, fazendo o namorado paralisar em frente à geladeira e virar a cabeça quase como a menina do Exorcista.

“Eu tenho que te amar muito para não terminar tudo com você nesse exato momento.” Ele sibilou, os olhos escuros em fenda enquanto a morena gargalhava alto. “É sério, garota, essa é a pior piada da história... Meu tio Arnaldo fazia essa piada todos os anos no Natal. Meu pai queria matar ele em todas às vezes.”

“Ainda bem que você é mais paciente que o mestre Gael.” Suspirou a jovem, sentando no sofá. “Vem, vamos comer aqui.”

“Sua mãe nunca teria deixado nós virmos com qualquer comida para o sofá.”

“Ela teria pirado.” Concordou Jade aos risos. “Se me visse com você, então...”

“Mas eu acho que no fundo ela sabia que nós iriamos ficar juntos, que nem os meus pais. Acho que todo mundo sabia.”

“Menos você, né, vagabundo?”

“Vai ter que perdoar minha lerdeza, minha dama. Você sabe que seu vagabundo é todo errado.” Ele sentou ao lado dela com o pratinho na mão. Ela apanhou o garfo, enchendo com um generoso bocado. “Olha essa bailarina...”

“Cala a boca, lutador.” Ela colocou a garfada na boca e mastigou, abrindo e mostrando a língua. “Olha o inferninho.”

“Que nojo.” Cobra fez careta e virou a cara, mas logo riu e colocou o prato na mesa, derrubando a garota no sofá e começando a enchê-la de beijos. “Hum... Beijo com sabor de pavê.”

“E depois eu é que sou a nojenta.” Ela limpou a cara, suja de beijos de chocolate. “Hã, Ricardo? Tem algo no meio das suas pernas que está machucando a minha coxa.”

“O quê? Ai, desculpa.” Ele arregalou os olhos, pulando para o lado e corando. Ela riu nervosamente, também corada, e se ajeitou no sofá. “Olha, eu não quero que você se sinta pressionada, está bem? Afinal, é a sua primeira vez, não é?”

“Como você sabe?”

“Você nunca me contou, ué.”

“E por que eu te contaria?”

“Eu te contei a minha primeira vez com a Eloise, do colégio.”

“Um dos piores e mais constrangedores momentos da minha vida, preciso admitir. Principalmente quando você assumiu que, sabe...”

“Eu não acreditei que te contei que tive ejaculação precoce. Se serve de consolo, eu melhor muito nesses últimos três anos e meio, ok?”

“E você vai ter paciência para esperar eu aprender?” A pergunta da bailarina o pegou de surpresa, e a ela também. “Digo... Eu nunca fiz isso, entende? A Ruiva já era experiente e... Eu só não quero que você se decepcione tanto.”

“Você não existe, sabia?” Cobra sorriu, acariciando o rosto dela. “Minha dama, eu nunca fiz amor, eu só fiz sexo. Então, se formos ver por esse lado, nós dois somos virgens.”

“Não é bem assim.”

“É, é sim. Um dia eu ouvi a Karina e a Bianca conversando e, passado meu momento de raiva e nojo de irmão, eu ouvi algo que eu achei, bom, lindo. A Karina estava contando sobre a primeira vez dela e do Pedro, de como tudo havia acontecido; e enquanto isso, a Bianca falava sobre ela e o Duca. Jade, eu nunca fiz ou senti algo como o que elas descreviam, nem ao menos parecido. E quando eu conversei sobre isso com o meu pai, ele disse a mesma coisa: existe uma diferença gritante entre simplesmente seguir os instintos de um animal querendo se acasalar e... E expressar o que você sente através desse gesto físico. Eu não sei explicar, na verdade sequer sei se tem como explicar, porque eu mesmo não posso entender. Eu só sei que...”

Mas as palavras não terminaram de ser proferidas, porque Jade se arremessou contra o namorado e o impediu de dizer mais nada. Não foi preciso dizer mais nada depois disso, o entendimento foi silencioso e mutuo, e os fogos que começavam a surgir no céu foram esquecidos.

A cabeça de toda a família apareceu aos gritos, mas o casal sequer percebeu, já a meio caminho do quarto da morena. Aquele era o início de um novo ano, de um novo ciclo, de uma nova vida para os três.

Aquele era o início de algo realmente mágico.


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Notas finais do capítulo

FELIZ PÁSCOA. Que o coelhinho tenha entregue muitos doces para todas e que hoje seja um dia de renascimento, de recomeço, para todas. Um capítulo bem cheio de amor, como todos estão sendo ultimamente HAHAHAHAHA Teremos mais alguns capítulos assim antes de rolar aquela tensão básica, porque precisa né?
Anyway, comentem, PORQUE EU VOLTEI A RESPONDER, OK? HAHAHAHA
See you peanuts ;*



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