Aprendendo a Amar escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 10
Capítulo 9




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Quando Cobra acordou novamente, a noite já ia alta no céu. Gabe estava deitadinho ao seu lado, os olhos piscando sonolentos enquanto observava o pai despertar. Acariciou o rosto do menino, constatando que ele ainda estava quente.

A febre ainda não passou, hein campeão? Ele beijou a testa do garoto, que resmungou manhoso. Vamos tentar comer um pouquinho, que tal?

Mas Gabriel não queria comer, obviamente. Ele só queria saber se abraçar seu ursinho e choramingar, enquanto a febre voltava a subir. Não havia dado o tempo para outra dose do remédio, mas Cobra tinha certeza que não era de um antitérmico ou antibiótico que o filho precisava.

Você quer a tia Jade, não é? A simples menção do nome da dançarina atraiu a total atenção do bebê, que se mexeu inquieto. Eu também quero, campeão. Que tal irmos atrás dela?

Arrumou a bolsa de Gabe com tudo o que ele pudesse vir a precisar, incluindo remédio, mamadeira, leite em pó, chupetas, fraldas e roupas. Encheu de brinquedos também, só por garantia.

Eu preciso arranjar uma mala de rodinhas para quando for sair de casa contigo, sabia moleque? Ele resmungou ao enfiar a bolsa quase explodindo no banco, logo depois prendendo o filho à cadeirinha. Você tem mais tralha que mulher, não é possível.

Tomou o caminho para o apartamento que Jade dividia com Edgard, se esquecendo completamente que a discussão dos dois começara por conta do tal churrasco na casa de Guta e Rico. O porteiro não estranhou sua presença ou o barrou, apenas o cumprimentou e elogiou Gabe, já tendo ouvido algumas fofocas sobre o filho de Ricardo Duarte.

Em frente a porta, Cobra pareceu perder a coragem. Gabriel se contorcia em seu colo, ansioso, mas ele hesitava em apertar a bendita campainha.

Ma. Gabe resmungou nervoso, atraindo a atenção do pai.

Você está resmungando ou tentando me dizer algo? Quando o pequeno emitiu mais uma série de sons inteligíveis, ele suspirou. Ok, vamos lá.

Ele apertou a campainha e esperou, ouvindo o som ecoar dentro do apartamento. Quando ninguém apareceu depois de um minuto, tocou novamente e uma vez mais, estranhando a falta de resposta.

Será que eles saíram? Perguntou para si mesmo em voz alta, vendo que Gabe estava irritadiço.

Sim, eu saí para tentar colocar um pouco de juízo na cabeça daquela menina, já que você tirou todo ele. Cobra se virou, vendo Edgard o observando do corredor.

Tá bom, Edgard... O que foi que eu fiz agora? O lutador apertou mais o filho em seus braços, sentindo-o cada vez mais inquieto.

Virou a cabeça da Jade de vez, Ricardo. Você e esse seu filho. O mais velho destilou seu veneno, nervoso. Ela é só uma menina, você não enxerga? Uma menina que é perdidamente apaixonada por você e fará tudo o que puder para ficar com você, incluindo ficar brincando de casinha.

Não fale sobre o que você não sabe, seu infeliz. Cobra tentava medir as palavras e conter a raiva, mas estava difícil com aquele tom ácido e jocoso que o professor de teatro usava.

Eu sei que você vai usar a Jade enquanto precisar dela, como você sempre faz. E quando cansar ou aparecer uma vagabundazinha dando mole para você, vai deixar ela sozinha e sem nada. O homem tirou o óculos, parecendo cansado. Ela já perdeu coisa demais, você não acha?

Acho; mas também acho que a Jade é uma mulher adulta e responsável por si mesma e suas escolhas, e que não precisa mais que alguém decida sua vida por ela. Eu amo aquela garota, demorei demais para perceber e entender isso. Eu precisei que ele... Apontou o filho com a cabeça. Entrasse na minha vida e virasse meu mundo de ponta cabeça para eu entender o que eu queria da minha vida, e eu juro por Deus, Edgard: eu quero a Jade mais do que tudo, assim como eu quero meu filho. E se ela quiser meu filho, eu esqueço que existe qualquer outra mulher no mundo além dela e entrego meu coração, corpo e alma para ela.

O professor ficou sem reação, enquanto observava Cobra pegar a bolsa do chão e a ajeitar no ombro, acalentando Gabe, que choramingava.

Agora se ela achar que isso tudo é demais para ela, eu vou deixar ela seguir o caminho que ela quiser e escolher, por conta própria. E acho que é o que você deve fazer também, Edgard: confiar que a Lucrécia soube educar uma menina forte e segura de si, capaz de decidir a própria vida e os próprios sonhos.

E deu as costas ao homem, entrando no elevador e apertando o botão do térreo. Se tivesse esperado mais alguns segundos, teria visto um sorriso orgulhoso surgindo nos lábios do padrasto da mulher que amava.

~C&J~

Jade não conseguia se divertir ao todo. Havia dançado, cantado, brincado. Comera e bebera muito suco, nenhum pouco a fim de se entupir de bebidas alcoólicas. Mas em nenhum momento sua cabeça havia deixado o apartamento da família Duarte e a dupla que ali estava.

Estava louca para ir embora, mas alguém sempre a puxava de volta. Tentara convencer Lírio a ir, mas ele estava mais bêbado que um gambá e atracado com Joaquina nas cadeiras da piscina.

Guta, eu realmente preciso ir embora. A dançarina estava tentando sair da casa, enquanto os amigos pediam que ela ficasse.

Mas ainda está cedo, Jade.

Eu sei, amiga, é que eu tenho uma mudança para terminar. Ela explicou, surpreendendo-a. Eu resolvi sair da casa do Edgard, tomar o rumo da minha própria vida.

Caramba, por que isso agora? Jade deu de ombros.

Maturidade, acho. Mas o churrasco estava ótimo, sério. Muito obrigada pelo convite. Se despediu, entrando no carro de Lírio. Havia sequestrado a chave após combinar com os amigos que o rapaz e Joaquina poderiam ficar ali pela noite, já que nenhum dos dois tinha condição de dirigir.

Estava a meio caminho da casa dos Duarte quando seu celular tocou e o nome de Edgard apareceu na tela.

O que você quer? Foi áspera de propósito, os olhos fixos no trânsito.

Só queria te avisar que o Ricardo e o Gabriel acabaram de sair daqui rumo à sua casa e, como eu acabei de chegar de lá, sei que você não está lá. Só achei que você deveria saber. A voz do outro lado era calma.

Ele saiu com o Gabe? Mas ele estava com febre.

Então acho melhor você ir dar uma bronca nele. E desligou enquanto Jade retornava o carro e tomava o caminho de seu próprio apartamento.

Entrou na garagem vendo que o carro de Cobra estava na rua. Sabia que ele teria entrado fácil, conhecendo os códigos de acesso do prédio graças a sua presença frequente ali. Trancou o carro depressa e subiu os três lances de escada aos pulos, abrindo a porta de incêndio ofegante.

Ali, diante de sua porta, Gabe se esgoelava enquanto o pai quase chorava para tentar acalmá-lo.

Calma, carinha, nós já vamos para casa. O rapaz se virou para sair, encontrando Jade ofegante. Jade?

Dá ele aqui. Pediu ela, se aproximando com os braços estendidos. Cobra nem protestou ao fazer o que ela pediu, vendo-a aninhar o pequeno em seu colo. Calma, meu amor, calma. Tá tudo bem. Cobra, ele está queimando.

Eu já dei o antitérmico, tenho que esperar o horário para dar de novo. Ele está com dor de ouvido. Ele explicou, vendo tirar a chave do bolso e abrir a porta. Posso entrar?

Claro que pode, né vagabundo? Entra logo. Ela largou a chave no móvel do lado da porta, começando a ninar Gabe pela sala. Calma, meu lindo, já vai passar. A tia Jade está aqui.

Eu acho que ele ficou doente porquê... Bom, porque eu não deixei vocês ficarem juntos esses dias. Admitiu o lutador, envergonhado. A dançarina concordou, ainda ocupada em tentar acalentar o bebê.

Eu tive minha parcela de culpa, está bem? Não devia ter dado tanta importância ao que o Edgard disse. Ela suspirou, vendo o cenho de Cobra se franzir. É uma longa história.

Eu também conversei com ele. Contou o rapaz, vendo-a ficar surpresa. Agora a pouco, no apartamento dele. Ele não foi muito simpático.

Mas ele acabou de me ligar para me avisar que vocês estavam aqui. Os dois pareciam genuinamente surpresos. Nossa, ele dormiu.

E aposto meus troféus que ele vai acordar quase sem febre. Os dois riram baixinho, meio sem jeito.

Vou colocar ele na minha cama, vem.

Caminharam em silêncio pelo apartamento, chegando ao único quarto mobiliado, que tinha apenas uma cama e várias malas. Jade deitou Gabe no colchão, se posicionando ao seu lado e começando a acarinhar sua barriga.

Acho que precisamos conversar. Disse Cobra, recebendo um aceno afirmativo.

Amanhã, Ricardo. Eu estou cansada, vocês dois também... Vamos dormir por agora, que tal? Ele concordou, virando as costas. Aonde você pensa que vai?

Pro sofá da sala.

Larga de besteira, Cobra. Você vai dormir aqui, comigo e com o Gabe. Ela riu, deixando embasbacado.

Ele deitou do lado oposto do filho, começando a brincar com seu cabelinho claro, enquanto Jade brincava com sua barriga.

A febre já está baixando.

Eu tinha certeza que isso ia acontecer. Ele não soltou o Teddy o dia inteiro, ele queria você. Suspirou o rapaz, encarando a dançarina direto nos olhos. Você sabe que não precisa fazer isso, Jade.

Eu já tomei a minha decisão, Cobra. E tomei porque eu quis. Ela acariciou o rosto dele. Mas o combinado era conversarmos amanhã, certo?

Certo. Ele sorriu torto, beijando a mão dela. Logo ele acorda para mamar, melhor descansar um pouco.

Pode ficar tranquilo, eu vou te ajudar. Ela prometeu, deitando a cabeça e admirando-o fechar os olhos e cair no sono, sorrindo ao notar o quão semelhante pai e filho eram ao dormir.


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Notas finais do capítulo

Sono demais pra pensar em notas, espero que tenham gostado HAHAHAHAHAH
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See you ;*



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