A Princesa e a Demônio escrita por KazuHime


Capítulo 2
Capitulo 1: Longe de você


Notas iniciais do capítulo

Então vamos ver no que isso vai dar....

Bem, boa leitura



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Capitulo 1: Longe de você

Nico havia voado, voada para bem longe dali, Maki sentiu como se algo tivesse sido arrancado de seu peito, não se conheciam a um par de horas atrás, mas era inegável, Nico havia se feito importante naquele curto período de tempo.

Com o fracasso do evento todas as princesas voltaram para seus reinos e o príncipe não se casou, muitas delas estavam tristes por isso, mas não Nishikino Maki. Maki estava triste por não ter a garota morena reclamando de tudo. Queria saber o que havia acontecido, além de querer saber o que deveria sentir naquele momento.

A viajem até o castelo duraria dois dias, se sentia insegura sem a presença da outra, além disso o cocheiro parecia ser fraco demais, o que aconteceria se alguém atacasse a carruagem? Suspirou, não havia nada o que pudesse fazer a respeito.

Pelos dois dias que se seguiram de viajem nada aconteceu. Maki se sentia tranquila por isso. O vale das flores de cerejeira. O reino tinha esse nome porque não havia outras estações além da primavera, onde as flores de cerejeiras estavam sempre a vista tingindo tudo de rosa.

– Maki! – Um homem de cabelos negros e curtos estava a espera da carruagem. Era o Rei e pai de Maki, ao seu lado sua esposa, com cabelos vermelhos e olhos violetas, assim como a filha. Ambos tinham ouvido sobre Nico e estavam preocupados.

– Papai, mamãe. – Maki quase saltou da carruagem, assim que a princesa saiu o cocheiro seguiu seu caminho para colocar os cavalos para descansar e também para se descansar.

– Você está bem? – O homem perguntou preocupado.

– Sim, nada me aconteceu. Mas a Nico... – Maki parou de falar.

– Já estamos sabendo, Kotori chan nos avisou ontem, não se preocupe Maki. – O homem assegurou.

– Você sabia? – Maki perguntou se afastando.

– Maki, por anos nossa família tem trabalhado como guardiã das Muse, foi um erro ter mandado a Nico para tal coisa, mas não tínhamos mais ninguém. – A mulher explicou fazendo Maki dar mais dois passos para trás.

– Por que ninguém me disse nada antes? – Maki perguntou irritada. – O que vai acontecer com a Nico? – A princesa estava claramente exigindo uma resposta.

– Ela vai ficar bem, voltara em alguns dias, não se preocupe. – O rei respondeu serio e Maki se tranquilizou. – Por que tanta preocupação com ela, Maki? – E infelizmente Maki não tinha uma resposta para tal coisa.

– Ela apenas seguiu minhas ordens e eu estava me sentindo responsável por aquele desastre. Agora papai, vou tomar um banho e descansar. Com sua licença. – Maki fez uma reverencia segurando seu vestido antes de entrar no castelo.

Enquanto isso numa zona montanhosa, Nico estava escondida em uma caverna escura, úmida e cheia de musgos, dezenas de pessoas estavam a caçando, deu graças por Maki se mostrar tão surpresa quando viu sua forma demônio, tirava qualquer suspeita que a família Nishikino soubesse das Muses, e principalmente Maki conseguiria voltar em segurança.

– Espero que nenhuma delas tenha vindo atrás da Nico. – Nico murmurou enquanto usava uma parte do tecido de sua roupa que havia rasgado para fazer um curativo em sua perna machucada. Era um corte de faca na coxa direita, não a mataria, mas doía.

Agora teria que esperar um par de dias para voltar para casa, se é que voltaria, não queria causar problemas para as pessoas, já havia causado muitos problemas no passado sendo quem era.

– Nico chaaaaan! – A morena congelou ao ouvir aquela voz. Era a voz da idiota de cabelos laranja até os ombros com uma mecha presa do lado esquerdo e olhos azuis. Kousaka Honoka. – Nico chaaan! – Não! Não estava imaginando coisas.

– Nico chaaan! – Dessa vez a voz a ressoar foi de outra pessoa. Também de cabelos laranja só que em um corte curto e olhos verdes limão. Hoshizora Rin. – Onde você está nyan? Nicoo chan! – Nico bateu na testa com a palma da mão.

– Por que de todas elas, tiveram que vir essas duas atrás da Nico? – Nico se perguntou.

– Aqui Rin chan! – Honoka gritou para a companheira quando avistou a morena dentro da caverna. – Que bom que te encontramos não é, Nico chan? – Honoka disse sorrindo.

– Nico conseguiria se virar sozinha. Não precisava de vocês de qualquer forma. – Mais uma vez a garota foi arrogante. Logo Rin e Honoka entravam na caverna e se sentavam ao lado da morena.

– Mas se ficarmos juntas seria mais fácil de combater os caçadores não é nyan? – Rin perguntou feliz. Nem as respostas mal criadas de Nico conseguia tirar o sorriso daquelas duas.

– E o pessoal? – Nico perguntou depois de um tempo.

– Estão todas no castelo preocupadas com você, hoje pela manhã Umi chan me informou que a princesa chegou a salvo no castelo. – Aquela informação fez o coração da morena se aliviar. A princesa tinha voltado a salvo.

– Mas o que aconteceu, Nico chan? – Rin perguntou com o cenho franzido.

– Basicamente a princesa me pediu para derrotar todo mundo e perder na ultima luta porque não queria se casar, o homem quase me matou, teria me matado se eu pudesse morrer, então a nossa princesa invadiu a arena e ele ia ataca-la. – Explicou o evento meio que por cima. Não precisava dizer que salvou a princesa, pois era obvio que Nico o havia feito.

– Se foi assim então não tinha jeito. – Honoka disse outra vez animada. – Agora vamos pensar em um jeito de nos esconder e escapar dessa situação. – Como sempre a garota era positiva, e Nico de certa forma gostava disso.

– Meu plano era me esconder por um ou dois meses e então voltar. – Nico murmurou e um “Eh!?” veio das outras duas garotas.

– Honoka chan vamos voltar para o castelo nyan! – Rin praticamente suplicou.

– Rin chan... – Honoka estava sem graça.

– Se quiserem ir podem ir, Nico vai ficar bem sozinha. – Afirmou dando de ombros para as outras duas.

– Mas já que estamos aqui seria melhor ficarmos juntas não é? – Honoka propôs vendo Rin amuar. – Afinal foi para ajudar a Nico chan que viemos não é? – Vendo que não tinha jeito a mais nova do trio desistiu de contestar.

– O que vamos fazer até lá então nyan? – Rin perguntou.

– Sei lá. – Nico respondeu dando de ombros. – Só precisamos nos esconder e não matar ninguém. – A morena emendou.

– Então vamos para o pico gelado. – Honoka deu a ideia. – Eri chan e a Nozomi chan estão morando lá por causa da temporada de caça, elas podem nos ajudar. – Lembrou.

– Parece ser uma boa ideia nyan. – Rin comemorou já se levantando de onde estava.

– Acho que não é bom sairmos agora. – Nico estava seria. – Eles ainda estão lá do lado de fora me procurando. – A morena declarou com pesar.

– Então vamos nos disfarçar! – Honoka abriu o saco de pano onde trazia algumas coisas inclusive roupas. – Kotori chan disse que seria uma boa ideia uma vez que Nico chan gosta desse tipo de coisa. – Lá havia um vestido nada extravagante, mas que serviria no lugar da armadura da morena.

– Me sinto mal de deixar isso aqui, afinal é uma bela lembrança. – Nico se referiu ao metal que a protegia nas lutas. – Depois volto para pegar. – Lentamente começou a se despir. Rin e Honoka viraram se de costas para a morena para sua privacidade.

~~*~~

Uma jovem de olhos azul claro e cabelos loiros presos em um rabo de cavalo estava cortando lenha um com machado, um trabalho difícil para uma mulher, mas não para ela. Observou ao longe a figura de três garotas se aproximando. E ao julgar pelo colorido dos cabelos eram Honoka, Rin e Nico.

– Nozomi! Honoka e as outras estão aqui! – A loira gritou. Logo na porta apareceu uma outra garota que por sua vez tinha os cabelos negros mas que com o reflexo da luz do sol adquiriam uma cor arroxeada e olhos azul piscina.

– Será que é pelo que aconteceu no reino do Sol? – Nozomi se perguntou observando o trio se aproximar. Honoka já gritava enquanto balançava o braço no ar de um lado para o outro para chamar a atenção que já tinha.

– Então foi isso que aconteceu. – Eri murmurou enquanto tomava seu chá. – Mas confesso que estou surpresa em ouvir que a Nico fez algo que alguém tenha pedido à ela, e pelo que me disse era uma desconhecida. – Eri olhou para a morena que virou o rosto.

– Humf! Ela é uma princesa egoísta. – Nico respondeu com seu mau humor. – Além disso aqueles homens rindo de mim me irritaram. – Nico respondeu tentando se defender.

– Maki Hime chan me lembra a Nico chan quando nos conhecemos. – Rin ditou rindo.

– Isso já fazem quantos ano? Cem? Duzentos? – Eri se perguntou.

– Bastante tempo. – Nico respondeu dando de ombros.

– Mas isso não importa agora. – Honoka riu sem graça. – Queremos saber se podemos ficar aqui até a época de caça acabar. – A garota perguntou.

– Levando em conta as circunstancias e que vocês não podem voltar para o castelo podem ficar, mas Honoka, Rin, Nozomi, sem muita bagunça. – A loira impôs sua condição.

– Okaaay! – O trio respondeu junto. Logo elas saiam explorar a casa tendo Nozomi como guia deixando Eri e Nico sozinhas.

– Algo que queria me dizer, Nico? – Eri perguntou preocupada.

– Não. – A morena respondeu se espreguiçando. – Apenas não gosto dessas montanhas, são frias demais. – Murmurou emburrada.

– É por isso que escolhemos o Vale, não é quente e nem frio. – Eri lembrou.

– Sobre a Maki Hime, você acha que ela vai reagir bem com tudo isso? – Era clara a preocupação de Nico.

– Pelo que observei dela, ela parece que vai surtar ou algo assim, mas não por sermos demônios e sim por ninguém ter se dignado a contar para ela. – A loira respondeu, Nico grunhiu um “hum” para dizer que havia entendido.

– Eu quero tomar banho e dormir, Eri, onde fica a casa de banho? – Nico perguntou depois de longos segundos em silencio.

– Lá fora em uma fonte termal ao ar livre. - A loira se levantou para guiar a morena.

– Não precisa, eu posso procurar por mim mesma. – Nico ditou rudemente, Eri ao menos se importou ela sabia que Nico era assim mesmo.

Não demorou para achar o lugar, e logo Nico já estava dentro da agua quente. Parecia até brincadeira ter uma fonte termal no meio de tanta neve, e invés de reclamar deveria é ficar feliz, graças a isso tinha um banho quentinho.

– Me pergunto como você está agora, Maki chan... – Nico murmurou olhando para o céu. Já era de noite e as estrelas brilhavam no céu enfeitando a noite. Pareciam até um tapete brilhante na galáxia.

Até aquela manhã onde viajariam juntos para aquele torneio, Maki e Nico nunca haviam se encontrado pessoalmente, sempre ouvira da princesa através da Rainha e do Rei, eles levavam quadros pintados com a imagem da princesa, Nico a achava bonita, mas quando a conheceu pessoalmente seu queixo havia caído. Parecia até mesmo um anjo de cabelos de fogo e vestido roxo.

Prometeu que a protegeria custasse o que for e não se atreveu a falar com a princesa depois disso, mas se sentia feliz de estar perto dela em uma missão importante depois de anos presa em um único reino, de todas as coisas que perdera, a que mais sentia falta era da sua liberdade e claro sua família.

Inconscientemente levou sua mão ao pescoço onde fora cortada, havia perdido a consciência por alguns minutos, tempo suficiente para sua princesa se por em perigo por nada, realmente aquela garota era imprudente, e pensando nisso, o que havia levado a princesa correr tão desesperadamente para a arena com o perigo evidente ali?

Talvez a resposta fosse a mesma para a pergunta sobre o que a princesa tinha na cabeça para invadir o camarim dos lutadores sem ninguém para lhe acompanhar e proteger, talvez acreditasse realmente em si depois de vê-la lutando.

Suspirou cansada, não sabia ao certo o que estava fazendo pensando tanto na princesa, e o porquê de querer tanto assim saber o motivo para tanta imprudência, só sabia que as respostas que vinham a sua mente apenas eram ilusões criadas a partir sabe se lá de onde.

– Maki chan... Se eu pudesse te perguntar isso... – Nico murmurou mais uma vez para o nada. – É melhor eu sair antes que acabe passando mal. – Se levantou da agua agarrando uma toalha para se secar e tentando ignorar o máximo o frio que lhe atingiu.

Fechou os olhos lembrando se do torneio, as imagens das duas pessoas que havia matado, um pesar tomou sua mente e se pegou pedindo para que suas almas descansassem em paz, esperava que aquela fosse a ultima vez que matara. Rezava para que nunca mais precisasse matar novamente, nem humanos e nem demônios.

Caminhou em direção do vestuário de madeira para se vestir, lançou um ultimo olhar para o céu antes de entrar, foi agraciada pela visão de duas estrelas cadentes, que o céu guiasse aquelas duas almas que partiram para outra jornada.

– Kotarou, Cocoa, Kokoro, Okaa san, espero que continuem me guiando por esse longo caminho e não me deixem virar um demônio completo. – Nico pediu para então soltar um suspiro triste. – Pelo menos em uma coisa aquele velho desgraçado tinha razão... A vida não é justa com ninguém. – Com isso decidiu que era hora de entrar ou ficaria doente.

~~*~~

Maki estava deitada em sua espaçosa cama, não entendia o que estava se passando consigo, só sabia que queria ver Nico logo e sã e salva, e queria muito entender o que era aquele sentimento pela pequena garota de cabelos negros.

– Quando é que você vai voltar? – Maki perguntou para a escuridão. – Não é como se fossemos continuar nos vendo depois disso, uma vez que você sempre esteve aqui, mas eu nunca tinha lhe visto até aquele dia. – Virou se de lado procurando uma posição mais confortável para quem sabe finalmente conseguir dormir.

Como seu pai sempre dizia, a vida era um caixinha de surpresa, na maioria das vezes a surpresa era tão grande que chocava, ou então eram más noticias, mas aquela surpresa, apesar de ser grande apenas fazia com que seu peito se agitasse por conta do mistério. O mistério despertava sua curiosidade, que por sua vez não há deixava dormir.

– Caçadoras de demônios... É quase como um conto distorcido. – Maki tinha um sorriso no rosto ao dizer aquilo. – Definitivamente Nico chan, você vai me contar tudo sobre isso quando nos encontrarmos novamente. Acalmando seu coração com aquela frase Maki se permitiu ser tragada para o mundo dos sonhos.


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Notas finais do capítulo

Não tenho muito o que falar desse capítulo...

Só espero que tenham gostado.

Kissus
Se cuidem



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