Broken. escrita por Anieper


Capítulo 18
Capítulo 18




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Algumas semanas tinham se passado desde do julgamento. James tinha sido condenado a cento e cinco anos. Seus advogados estavam tentando recorrer, mas não estavam tendo sucesso. Mutano continuava firme em sua fisioterapia. Ele já podia sentir pequenos estímulos nas pernas, apesar de não conseguir mexe-las ainda. Ravena sempre que podia estava ao lado dele, mas ás vezes era difícil. Ela tinha que ajudar os outros e tinha suas meditações. O pessoal da patrulha do Destino todo mês iam ver como Mutano estava e ficavam feliz por ver que cada vez que eles iam, ele estava melhor. Ás vezes, Ravena pegava o marido olhando para o nada com um olhar distante. Algumas vezes ela o pegou chorando. Ele disse que tem dias que ele não aguenta. Que ele quer pular daquela cadeira e se transforma em algum animal, mas sabia que não podia. Estava sendo difícil para ele, mas ele seguia em frente.

Eles tinham também recebido visita de alguns membros da Liga da Justiça. Eles ficaram sabendo da história pelos jornais e depois por Batman. Como Mutano era fã deles, eles foram visita-lo para tentar anima-lo.

Mutano acordou assustado. Ele sentiu Ravena pulando da cama. Ele olhou em volta, mas não viu nada de diferente no quarto. Ele se sentou na cama.

– Ravena? – Chamou confuso.

Ela nada respondeu. O mais rápido que pode, Mutano passou da cama para a cadeira e foi para o banheiro. Ele chegou a tempo de ver a esposa vomitando. Ele estava confuso, mas mesmo assim foi até ela e segurou seus cabelos. Ravena terminou e se levantou. Ela limpou a boca e se sentou no colo dele suada.

– Tudo bem? – ele perguntou enquanto passava uma das mãos nas costas dela e guiava a cadeira com a outra.

– Sim. – ela sussurrou.

– O que aconteceu?

– Não sei. Acordei, fiquei olhando para você dormindo e de repente senti um enjoou forte. Quase não consigo chegar no banheiro a tempo.

Eles ficaram em silêncio por um tempo. Isso nunca tinha acontecido antes. Será que Ravena estava doente? Estava tendo uma viroso forte na região, ás vezes era isso. Ravena se levantou do colo dele e foi se sentar na cama. Mutano foi para o outro lado e se sentou ao lado dela. Ela a abraçou e eles ficaram assim. Quando Mutano olhou novamente para a esposa, ela estava dormindo. Ele a deitou o melhor que pode e ficou olhando para ela. Se não fosse por Ravena, ele não sabia se teria passado por tudo o que passou tão facilmente. Ela tinha sido seu porto seguro, sua boia salva-vidas, seu tudo. Mutano ficou acordado até que o sol nasceu. Ravena acordou um pouco mais tarde do que o normal para ela, mas depois de ter vomitado no meio da noite, Mutano não a culpava.

– Estar se sentindo melhor? – ele perguntou enquanto terminava de colocar sua blusa.

– Sim. – ela disse sorrindo para ele. – Não foi nada de mais, apenas um mal está. Estou ótima agora. Não precisa se preocupar.

– Tudo bem.

Mutano realmente não se preocupou, mas nas manhãs seguintes isso se repita. Ravena acordava e ia correndo para o banheiro. Sempre que Mutano perguntava ela desconversava. Eles já tinha discutido por que ele queria que ela fosse fazer exames com Cyborg, mas ela falava que estava bem, que não era nada demais.

– Chega, Ravena. – Mutano disse. Já tinha se passado duas semanas que Ravena estava assim e ele estava preocupado. – Essa já é a terceira vez que você passa mal hoje. Você vai falar com o Cyborg. E vai agora.

– Mutano, não precisa.

– Claro que precisa. Ninguém fica vomitando se estiver bem. Tem alguma coisa errada e você sabe. – ele disse se afastando dela. – Eu vou falar com o Cyborg e acho bom você estar na ala hospitalar em dez minutos.

– Eu não vou. Você não manda em mim. A vida é minha e eu sei muito bem me cuidar sozinha, não preciso de você me enchendo o saco a cada dois segundos com isso. – ela disse teimosa. – Eu estou bem e já te disse isso.

– Então é assim? Você não vai?

– Não.

– Ótimo. – ele disse e foi até o guarda roupa.

Ele pegou algumas roupas e colou em seu colo. Ele pegou tudo o que ia precisa e se virou para Ravena.

– Onde vai? – ela perguntou confusa.

– Para meu quarto. – ele respondeu. – Você não precisa de mim enchendo seu saco. – ele fechou o guarda roupas e se afastou dela. – Não precisa se preocupar, vou te deixar em paz.

Ele saiu do quarto e deixou ela lá, olhando para a porta. Mutano se odiava por fazer isso, mas ele estava preocupado com ela. Ravena era teimosa e ás vezes precisava de um choque para que pudesse ver as coisas de um modo mais abrangente. Mutano entrou em seu antigo quarto. Ele estava tão diferente do que era antes. Suspirando ele foi até a cama e colocou suas roupas ali. Depois foi para a janela. Ele sempre fazia isso. Se ele pudesse agora tomaria a forma de um lobo e ficaria uivando para a lua. Mas não, ele não podia.

– Mutano? – Robin chamou abrindo a porta.

– Oi?

– Tudo bem?

– Não. – ele disse suspirando. – Mas vou ficar.

Os dois ficaram em silêncio. Robin não sabia o que falar. Ele era péssimo em conselhos amorosos e nunca se sentia confortável para conforta Mutano. Não depois do acidente. Ele tinha medo de falar a coisa errada e piorar a situação. Mutano ainda estava com os olhos voltados para a janela. Ele queria chorar, mas estava cansado disso. Cansado de sempre que se sentir triste seu único meio de fugir era chorando. Ele simplesmente estava cansado de tudo.

– Quer falar sobre isso? – o líder quebrou o silêncio.

– Não. Apenas... Eu me preocupo com ela, isso é errado?

– Não. Mas você sabe como ela é. Sempre cuidou de si mesma. Ela acha que pode fazer tudo sozinha. Que pode e que vai ficar melhor assim.

– Eu a amo. Mas estou cheio, Robin. Ela está passando mal e não vai atrás para saber o que é. – ele disse. – Eu não posso me mexer um pouco a mais na cama que ela pensa que estou com dor e chama o Cyborg. Você pode imaginar como me sinto? Eu sei que seu um inútil e que não posso fazer nada para mudar isso, mas estou cheio. Não é só ela. Mas todos vocês. Estelar tem medo de me machucar e não me abraça. No meu aniversário ela nem chegou perto de mim. Cyborg vai a jogos e corridas de carro escondido de mim. Você nunca sabe com agir quando está ao meu lado. Eu cansei. Posso ser um estorvo, mas ainda sinto, ainda escuto. Vocês querem ir a festa dos heróis, mas não querem me deixar aqui. E também não querem me levar. Sei que não é por mal, não querem que eu me sinta mal, mas não adianta. Estou em uma cadeira de roda. Estou preso. James está atrás das grades, e daí? Isso fez eu voltar a andar? Não. Fez com que meus pesadelos fossem embora? Não. Fez com que meus amigos falassem comigo ao invés de conversarem quando pensam que estou dormindo ou ocupado? Não, não fez. Se duvidar ele está mais soltou do que eu. Ele está livre, eu não.

– Podemos mudar isso. – Robin disse se ajoelhando na frente dele. – Sei que podemos.

– Eu não tenho tanta certeza. – ele disse depois de desviar os olhos. – Estou pensando em sair da torre.

– O que? – Robin perguntou em choque.

– Aqui é um lugar para heróis e eu não sou mais isso. Eu tenho uma casa aqui perto. Posso manda reforma e colocar alguns sistemas de segurança como os da torre.

– Ravena sabe disso?

– Não. Eu ai falar com ela, mas se ela pode fazer as escolhas que acha melhor para ela, posso fazer as que acho melhor para mim. – ele respondeu triste.

– Vocês são casados, Mutano. Isso é uma coisa que vocês tem que resolver juntos.

– Ás vezes, penso que ela não se lembra disso. – ele disse na hora que o sinal tocou.

– Quando voltar, terminamos essa conversa. – Robin disse saindo do quarto.

Mutano apenas suspirou e voltou seu olhar para a lua.

Enquanto os titãs iam para a cidade, algumas sombras se aproximavam da torre, sem que ninguém notasse.


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