Capítulo 9

—acho que eles querem realmente saber sobre você. -Damen fala quando volta para onde estou sentada.

—perguntaram de onde me conhece? -ele afirma. -e o que você disse?

—o que foi combinado. Que estávamos no mesmo orfanato e que nos reencontramos no prédio que moramos.

—ótimo. Agora temos eles no meu pé cada vez mais. -bufo. -Olhar os sistemas para ver se não vão inventar um DNA ou coisa do tipo. Se Otávio entrou nessa linha, não vai parar até descobrir algo.

—e ele parece bem convencido do que faz.

—eu sei. Ele sempre foi bom. Principalmente se tiver uma intuição. Sempre acerta. -digo preocupada.

Pouco depois de 1 horas, vejo Jonh saindo do elevador e entrando na divisão do colarinho branco.
Levanto e vou com Damen até ele que não parece muito feliz com o que aconteceu.

—onde ela está? -pergunta assim que nos vê.

—esta na outra sala aguardando levarem ela pra proteção a testemunha. -Damen informa.

—minha filha não vai entrar nisso! -ele fala fazendo uma careta.

—e o que vai fazer? -pergunto.

—leva-la comigo. Camilla vai para casa e vou dar a proteção que ela precisa. -afirma. -se você também quiser ir... -ele começa mas nego com a cabeça.

—sem chance. Irei continuar aqui e terminar o que comecei.

—como quiser. Agora quero ver minha filha.

—vamos lá.

Damen vai na frente enquanto Jonh e eu o seguimos. Quando estamos chegando, Peter chega com Otávio.

—Otavio, Peter, esse é o pai da Camilla, Jonh Winchester. -Damen fala. -Jonh, esses são os agentes Peter Burke e Otávio Price. Eles são os responsáveis pelo caso da Camilla.

—como soube o que estava acontecendo? -pergunta Otávio.

—eu liguei. -digo. -ela me disse quem era o pai e eu liguei.

—e você também conhece ele. -Otavio afirma.

—sim. Algum problema? -digo.

—nenhum. -ele fala. -so vejo que você conhece mais pessoas do que imaginava.

—é sempre bom conhecer pessoas diferentes.

—o engraçado é que nenhum nunca disse onde Liz Virgile estava.

—Liz é uma boa pessoa. Não há o que falar dela. Ela é inocente e cometeram uma injustiça contra ela.

—obrigada Jonh. Mas os agentes já tem uma opinião formada sobre minha pessoa. -riu. -nada do que diga vai mudar o fato de acharem que sou uma assassina, mesmo sem as provas.

—o papo está bom, mas acho melhor levarmos o senhor Winchester para ver a filha. -Damen fala mudando o foco da conversa.

Deixo os agentes encarregados de levar Jonh para ver a filha. É engraçado ver como ele trata a garota quando trata os filhos de forma diferente. Dean vai ficar muito surpreso em saber que tem uma irmã.
Pouco depois ele informa que levará a filha, mesmo com os agentes dizendo que podem protegê-la. Quando está saindo, diz que passará no meu apartamento para conversarmos mais tarde sobre o que está acontecendo.

—ja que a Camilla já foi com o pai, você pode ir para casa. -Neal aparece sentando a minha frente.

—é melhor do que ficar na protecao a testemunha. -comento. -estou esperando o Damen. Seus chefes não querem eu sozinha por ai. Acham que vou ser pega de surpresa por quem quer que seja.

—todo cuidado é pouco nesses casos. -ele fala.

—vocês realmente não me conhecem. Eu sei me cuidar muito bem, Neal. -digo seria.

—nao duvido. Você parece ser do tipo que só aparenta ser frágil mas é capaz de qualquer coisa.

—e sou mesmo. Não duvide.

—nao duvido.

—vamos? -Damen aparece acabando com meu papo com Neal.

—claro.

Sigo para casa com Damen que fica quieto o caminho inteiro. Quando chegamos, combinamos de nos encontrar no meu apartamento as 21 horas.
Assim que entro em casa, vou direto para o banheiro tomar um banho relaxante. Diana disse que Camilla era uma testemunha de um suposto assassinato e sequestro, mas não ouvi ela falando sobre isso. Será que o sequestro é o meu? E o assassinato? Os agentes devem descobrir algo que eu ainda não sei, porém, por via das dúvidas, irei investigar o que eu puder e também pedirei para Ariane procurar algo. Não posso deixar que me escape nada nesse momento. Não agora depois de tudo. Quem serão os agentes que estão querendo me sequestrar? O por que eu já até imagino: são agentes corruptos que provavelmente devem mais do que podem pagar na justiça. Ou quem sabe, algum agente na nossa lista negra.
As coisas pareciam mais fáceis antes. Bem mais fáceis.
Saiu do banho e visto um vestido soltinho.
Tenho algumas horas antes de meus convidados chegarem quando ouço meu celular tocar e vejo um número que não está na minha lista.
Lembranças do passado invadem minha mente mas ainda assim atendo.

—alo. -digo quase sem conseguir respirar.

—tem planos para o jantar? -ouço a voz de Neal do outro lado da linha e solto o ar dos pulmões de alívio.

—eu sempre tenho. -digo de vez. - o que você quer? E como conseguiu meu número?! -pergunto mesmo já sabendo a resposta: FBI. -esquece, sei como conseguiu.

—so saber se tinha planos para o jantar. -ele fala rindo. -abriu um restaurante novo e queria levar você, já que você já conhece tudo em Nova York, esse lugar é novo e poderíamos conhecer juntos.

—muito galante, você. -sorrio. -mas já tenho planos. Estou esperando alguns amigos que devem está chegando.

—imagino que eu não esteja nessa sua lista de amigos.

—pois é... Quem sabe um dia a gente combine de sair ou de ir na casa do outro... -digo e ouço a campainha. Sigo até a porta e a abro, vendo Abby e Travis. Dou passagem para os dois entrarem. -Neal, eu preciso desligar. A gente se fala amanhã.

—tudo bem. A gente marca de sair outro dia.

—ok. Tchau. -desligo. -nao está muito cedo para vocês estarem aqui? -pergunto olhando para os dois que se instalaram no meu sofá.

—um pouco. -Travis fala rindo. -acho que atrapalhamos o papo com Neal Caffrey...

—nem sabia que ele tinha meu número. -digo sentando na poltrona a frente deles.

—que ingênua, senhorita Virgile. Até parece que eles não tem seu número. -Abby fala rindo. -e o que ele queria?

—saber se eu queria ir jantar com ele em um restaurante novo que abriu.

—ja?! Pensava que ele ia demorar mais a te chamar pra sair. -fala pensativa. -se bem que da forma que ele olhava para você, não tinha dúvidas que ele está interessadissimo! -diz batendo palmas. -enfim vou ver você sair com alguém.

—nossa! Que amiga! Acha mesmo que vou me envolver com ele? -pergunto incrédula.

—tenho esperança nisso. Você não pode passar o resto da vida sozinha.

—Abby, só você tem essa ilusão. Não vou ficar com mais ninguém. Não tenho tempo nem paciência para relacionamentos.

—isso por que você ainda está envolvida demais com a morte do Daniel. Quando resolver isso, o que vai fazer? Depois de se vingar, qual vai ser sua meta de vida? Voltar para seu irmão e dizer que está viva ou vai atrás do marido que você supostamente tem?

—marido? -Travis pergunta confuso. -desde quando você é casada?!

—nao sou. -digo ficando de pé e indo até a janela. -aquilo foi uma paixão de adolescente, nada mais.

—foi você que disse que casou aos 17 anos! -Abby protesta.

—e não devia acreditar em tudo o que eu digo.

—Liz, para de brincadeira. Você é ou não casada?! -pergunta Abby.

—não. Dá pra gente mudar de assunto?! É sério, ele é chato.

—chato ou você não quer que a gente descubra seus segredos? -Travis pergunta rindo.

—medo de que?! O que vocês vão fazer com meus segredos? -pergunto rindo. -contar pro meu irmão?

—quem sabe? -Abby ri.

—ate parece. Vocês não fariam isso comigo. Não agora que estamos tão perto de enfim conseguir nos livrar de um bando de idiotas que acham que podem sair impunes.

—pior que ela tem razão, queria. -Travis fala. -então, o que vamos pedir pro jantar?

Já perto das 21 horas, ouço a campainha tocar e quando abro a porta, está Jonh, Camilla, Damen e Ever. Dou passagem para eles e fecho a porta.

—apartamento legal. -Jonh fala assim que entrar.

—eu tive bons decoradores. -sorrio. -o jantar deve está chegando.

—pensava que você ia cozinhar. -Ever fala.

—eu? Cozinhar?! Sério? -olho incrédula para ela. -eu posso matar, roubar, prender idiotas, fazer qualquer coisa, mas cozinhar não é comigo.

—mas você cozinha bem. -Damen fala.

—mas eu não gosto. Agora, o que vamos fazer enquanto nossa janta não chega? -pergunto.

—bom estamos chegando perto de terminar o que viemos fazer aqui. -Damen fala.

—com toda certeza. -digo aliviada.

—isso tudo por que estão atrás de você? -Camilla pergunta confusa.

—sabem o que a Liz veio fazer aqui. Por isso quem esta atrás dela, é quem estamos atrás. -Jonh explica.

—vao querer me matar. Isso vai ser bem divertido. -sorrio.

—você é a única que sorri ao saber que estão tentando te matar. -Travis fala.

—depois de tudo o que eu passei, saber que posso acabar com tudo isso, é a melhor notícia que poderia ter.

—você pretende voltar para casa? -Jonh pergunta. -antes você não poderia dizer nada, mas e agora com seu irmão tão perto?

—quando tudo acabar, eu vou sair de Nova York. A irmã de Otávio Price está morta a muitos anos. Ele já passou por coisas demais para eu voltar de para quedas na vida dele como se fosse um fantasma.

—nao acha que ele pode ficar feliz em saber que está viva? -Abby pergunta.

—talvez fiquei. Mas as vezes é melhor não mexer no passado e deixar o presente como está. Vai ser o melhor para todos.