Yeah, Sure escrita por Adri Cardoso


Capítulo 3
Primeiro dia de aula




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POV BELLA

Como eu pensei. Charlie e Renée não se importaram por eu ter faltado à aula, só pediram que isso não se tornasse um hábito. Eu tinha que ir para a aula, por mais que eu já soubesse de tudo.

– Bella. Vamos caçar? – papai perguntou quando eu estava sentada no sofá da sala, com o controle remoto nas mãos, passando de canal muito rápido, como os humanos dizem... Zapeando na TV.

Não tinha nado agradável para ver.

– Vamos. – eu disse e já me coloquei de pé.

Amanhã eu vou ir para a escola, então é bom eu estar preparada, por mais que eu tivesse um controle excelente.

– Mamãe não vai junto? – eu perguntei enquanto colocava o meu casaco.

Como estava frio para os humanos, tínhamos que estar como eles.

– Não. Ela fez a unha tem umas duas horas e disse que não vai estragar. – ele disse e mostrou a língua no final.

Eu ri.

– Minhas unhas são um dos meus bens mais preciosos Charles, o que eu faria se quebrasse uma unha numa caçada? – mamãe perguntou quando apareceu na escada.

Estava com um robe branco e com as mãos nas cinturas. Sem esquecer os rolos nos cabelos. Amanhã eles estariam divinos.

– Esperaria ela crescer? – papai respondeu pra ela.

Renée ficou tão brava que saímos de casa bem rápido.

Quando papai fechou a porta, um sapato bateu na porta.

– Ufa. Foi por pouco. – eu disse e ele riu.

Era sempre assim.

– Acho que ela algum dia nos acerta. – ele disse quando começamos a caminhar, indo para a cidade mais próxima e procurar o bandido mais perigoso.

Íamos a pé, pois não tínhamos mais nada para fazer. As nossas caçadas eram apenas de uma pessoa para cada um, então não precisávamos de muito tempo.

– Nos acertar? – falei com a testa franzida. – Acerta você. Quem manda folgar no bem mais precioso dela? – disse imitando a voz da mamãe.

Ele gargalhou e eu ri também, era contagiante.

– Ela te acerta também porque você é minha cúmplice. – papai disse e me abraçou.

– É... Em qualquer ocasião. – eu disse e então entramos na floresta e começamos a correr.

...

– Bella... Se apresse. A sua aula é em 30 minutos. – mamãe disse batendo na minha porta.

Eu estava lendo um livro, suspiro era o seu nome e então me perdi na história e esqueci o tempo.

– Já estou indo. – disse marcando a página que parei e então me coloquei de pé.

Faltava pouco para terminar de ler.

Fui para o banheiro e tomei um banho. Escovei os dentes e os cabelos.

Passei um perfume. O Chanel Five. Meu favorito.

Coloquei uma roupa mais ousada hoje. Não estava tão frio, mas também não tinha sol.

Uma blusa azul marinho social de botões. Deixei os dois últimos, perto do meu pescoço abertos.

Uma calça colada, mas não mostrava nada do que eu não quisesse mostrar.

Ela só delineava muito bem as minhas pernas.

Um tênis All star preto, o clássico. Resolvi prender o meu cabelo, mas só a franja para trás e deixei o resto do cabelo solto. Ficou legal.

Desci as escadas, já com a minha bolsa e os materiais dentro.

Cadernos, canetas, livros e mais umas coisas que eu não sei para o quê eu usaria.

Fui para a cozinha e me sentei-me à mesa.

Nosso ritual depois de uma caçada na noite anterior.

Papai sorriu e pegou o jornal, abriu na página policial.

Começou a ler.

Vinicius Galisa e Renan Silva foram encontrados mortos em frente a 10° delegacia de polícia de Seattle.

Os dois organizavam o maior grupo de terrorismo da cidade.

Eram procurados em todo território nacional e internacional.

Com os crimes de: Latrocínio, Assassinatos de mais de 1000 pessoas no território nacional, Formação de Quadrilha, Assaltos à mão armada, Tráfico de drogas, foragidos da polícia e Vandalismo às peças históricas da cidade.

Eles foram encontrados com dois tiros no peito e sem nenhuma gota de sangue.

Não há nenhum indício de culpado e as câmeras não registraram quem colocou os corpos no estabelecimento.

O delegado está averiguando o caso e disse que a morte dos ex presidiários pode ter a ver com os outros casos que aconteceram nas outras cidades, apesar de que um policial é sempre o autor do assassinato, em legítima defesa.

– Nesse caso, pode ser um grupo de pessoas que lutam para ter justiça com as próprias mãos. – ele disse em uma entrevista exclusiva para o jornal.

Ainda afirmou que esses atos ainda podem influenciar muito mais pessoas e outras coisas muito piores podem acontecer.

– Pode haver uma guerra entre os bandidos e essas pessoas que fazem justiça. Haverá muitas pessoas feridas se essas pessoas não deixarem a polícia fazer o seu trabalho.

O enterro acontecerá amanhã às 10 horas da manhã no cemitério jardim das almas.

Papai acabou de ler e eu estava com a mão na barriga de tanto rir.

– Eu acho que amanhã vai haver uma nova notícia. Eles vão ver que foi um policial que conseguiu fazer justiça e mataram eles. – mamãe disse rindo, sentada ao lado de Charlie.

– É sempre assim. Eles sempre acham que é um grupo de pessoas que fazem justiça e depois falam que foi um policial e até ganham um dia de folga. – papai disse depois que fechou o jornal.

Estávamos todos rindo.

– Ok. Eu preciso ir para a escola estudar. – eu disse a última palavra com desdém.

Eles riram.

Como se eu precisasse mesmo, é só eu ver uma vez apenas e eu vou guardar para sempre, nem tinha muitos problemas.

Nunca tirei menos do que dez em qualquer coisa da escola que tenha feito.

Peguei as minhas chaves do meu Eclipse e então fui até a garagem.

Abri a porta da garagem e depois entrei no carro.

Papai abriu a garagem para mim.

– Boa aula. – ele disse quando passei com o carro na sua frente. Rente a ele, mas nem encostei.

– Eu vou ter. – disse em resposta e sorri. Eu realmente estava me esforçando para gostar daqui, acho que papai estava percebendo isso.

Ele sorriu de volta.

Com certeza eu vou ter um brilhante dia.

Coloquei os meus óculos escuros, mesmo não tendo sol e acelerei.

Cheguei à escola muito mais tempo do que gostaria.

As coisas tinham que ser assim, tão perto? Nem dá tempo para sentir o vento no rosto. Pensei comigo mesma.

Sai do carro, peguei minha bolsa da Chanel e liguei o alarme.

Todas as pessoas viraram para a minha direção.

É... Nessa cidadezinha não se tem mesmo o que fazer, a não ser se meter (ou tentar) na vida da mais nova estudante, recém chegada à cidade. Como se a minha vida fosse interessante... Bem, é claro que ela é, mas ninguém precisava saber, oras.

Então eu encontrei os Cullens. É... Eu não queria ficar sozinha mesmo.

Emmett sorria para mim, Rosalie ficou me encarando com confiança. É... Eu precisaria.

Enfrentar uma coisa nova assim... Não é tão fácil.

Alice pulava e Jasper parecia um pouco desconfortável perto de tanta gente.

Edward estava ali também, era o único que não me olhava.

Fui até eles e os cumprimentei.

– É impressão minha ou eu tenho quase certeza que quase todos pararam de respirar quando eu cheguei perto de vocês? – perguntei depois de cumprimentá-los.

– Não. Não é impressão. Você sabe como é né, nós temos uma reputação de nunca falar com ninguém aqui. E... Como você é nova e já chegou falando conosco e nós a recebemos bem... – Emmett me respondeu e eu ri.

– Pessoas desocupadas. – eu disse e tirei os meus óculos.

– Seus olhos estão vermelhos. – Rose disse em choque.

– Droga. Esqueci-me de pôr as lentes. – eu disse e então fui procurar na bolsa um novo par das minhas lentes verdes.

– Desculpa... É que eu tinha esquecido. – Rose disse rindo.

– Foi nada. – eu disse quando terminei de colocar as lentes.

– Você não nos explicou a sua história de vida. – Jasper disse.

– Algum dia eu conto. – eu respondi para ele, que apenas sorriu.

Edward me olhava com curiosidade.

– O sinal vai bater, vamos para a aula. – Alice disse e dois segundos depois o sinal bateu.

– Eu adoro as suas visões. – Emmett disse assim que a abraçou.

– É... Eu tenho um dom. – ela respondeu para ele, o que fez o grandão rir de uma maneira exagerada e as pessoas nos encararem novamente e fazer cochichos.

– Isso é meio desconfortável. – eu disse.

– Ainda mais quando você sabe o que eles estão pensando. – Edward disse alguma coisa pela primeira vez desde que cheguei.

– É... Tadinho de você. – eu disse e ele sorriu.

Alice, Rose, Emm e o Jazz colocaram a mão na boca, embasbacados.

– O que aconteceu? – perguntei por causa da expressão de espanto deles.

– O Ed... O Ed... – eles só repetiram isso.

E me deu muita raiva, eu não entendia nada.

Eu sou uma vampira e não tenho paciência.

– Vem Ed. – e puxei o Edward pela mão e ele veio comigo para dentro do colégio.

Os seus irmãos ficaram lá daquela forma e eu nem ai.

Edward foi para sua sala e eu fui para a minha, mas antes ele me deu um beijo na bochecha.

Ele é tão fofo.

Acho que talvez a gente se transforme em amigos.

O professor já estava na sala, mas os alunos iam chegando de pouco a pouco.

A aula era de história.

Como se eu já não soubesse de tudo o que ele fosse ensinar.

Ele sorriu para os alunos de forma assustadora e tediosa.

Queria com certeza enfiar um pouco de conhecimento nessas cabeças ocas, mas pelo que vejo, não tinha muito sucesso.

Sua expressão me fez rir, mas eu ri baixinho, não queria causar alarde.

Fui obrigada a me levantar para que ele assinasse o papelzinho. Já que eu não o fiz ontem, eu tinha que fazê-lo hoje.

– Ora, ora... Quem tem aqui? – ele perguntou enquanto me analisava.

Ele era um preguiçoso e tarado, já que ficou sentado na sua cadeira me encarando de cima a baixo sem a menor discrição.

Deu-me vontade de vomitar.

– Isabella Swan. – ele disse quando leu o meu nome no papel. Mas, ele disse com certo desejo e até passou a língua nos lábios.

Bufei e ele deu uma risadinha.

Ele assedia todas as suas alunas? Vou perguntar ao Edward depois.

Comecei a bater o pé no chão, demonstrando a minha pressa e indignação. Finalmente ele se tocou e então assinou o papel.

Estendeu o papel e quando eu fui pegar, ele deu uma piscada.

Onde está o, balde para vômitos mesmo?

Fui para o meu lugar novamente e senti os seus olhos cravados nas minhas costas.

Ele quer brincar? Então vamos brincar.

Sentei na minha cadeira, no fundo e ele se levantou, começando a aula.

No fim do século 12, as terras de boa qualidade havia se tornado raro e a ocupação dos solos menos férteis resultaram na queda da produtividade. Além disso, muitos nobres feudais resistiam à derrubada das florestas para fins agrícolas, pois elas eram o ambiente natural à caça (esporte favorito da nobreza) e a fonte de produtos como madeira, mel, cera etc. – ele disse se sentando à mesa, com ar de superioridade.

Tive que levantar a mão. Todos os olhares se viraram para mim.

– Sim, Isabella. – ele disse o meu nome com uma expressão... Estranha.

– Essa crise econômica que estamos estudando, aconteceu no século 13. – eu disse e ele deu uma risadinha.

– Você está errada, foi no século 12. – ele soou um pouco.

Descobriu que foi pego na mentira. Ele não queria admitir um erro.

Mas, eu faria que ele pagasse.

Ninguém mandou tentar me paquerar.

Eu era de apenas um homem. Ainda não sei quem ele é, mas eu vou ser apenas dele.

– As cruzadas funcionaram no século 12, era uma válvula de escape para a agressividade dos nobres e cavaleiros cristãos. ELAS que aconteceram no século 12 e acabaram também nesse século. – eu disse e ele ficou um pouco impressionado e engoliu em seco.

Para sorte dele, bateu o sinal e eu arrumei rapidamente as minhas coisas e sai antes de todo mundo.

Passei por ele e não consegui aguentar a piada:

– Deve estudar um pouco mais, professor. – e então sai da sala e o professor estava no mesmo lugar.

Agora eu tinha biologia.

Edward estava na porta da sala, me esperando. Ele sorriu quando me viu chegar.

– Vamos? – ele disse e então pegou a minha bolsa.

Um perfeito cavalheiro.

O professor também já estava na sala e sentia que todos os olhares de todos os alunos presentes foram para mim.

Edward ficou com a mão nas minhas costas, como se me passasse força.

O professor sorriu para mim, um pouco admirado e então assinou o papel.

– Seja bem vinda. – ele disse e sorriu sincero.

Pelo menos esse não me analisou. Ia me entregar um livro, mas o Edward o pegou antes.

Edward me guiou até uma mesa e nos sentamos.

E então o professor começou a sua aula sobre Genética e a primeira Lei de Mendel.

– Chato. – eu sussurrei para apenas o Edward ouvir.

Ele riu e então fez uma coisa inesperada. Afastou o meu cabelo que estava no meu ombro e sussurrou no meu ouvido as mesmas palavras do professor:

– A genética é a ciência da hereditariedade; constitui o ramo da biologia que estuda o mecanismo de transmissão dos caracteres de uma espécie, passados de uma geração para outra. – ele disse e então as coisas pareceram tão interessantes.

Sentir o seu hálito gelado na minha pele fez com que eu me arrepiasse e ele percebeu, tanto que deu uma risadinha e ainda mordeu a minha orelha.

Depois disso, ele se virou e fingiu prestar atenção na aula.

A minha boca ficou um perfeito O alguns segundos, mas depois passei a “assistir” a aula. Pegava Edward me olhando e vice-versa.

Foi com certeza, uma das melhores aulas de biologia da minha vida, ou quase vida, tanto faz.

O sinal bateu e ele me esperou guardar as minhas coisas, agora sem pressa. Eu queria que esse momento se estendesse o tanto quanto fosse possível.

Ele pegou a minha bolsa da minha mão antes que eu pudesse ter alguma reação. Estava me sentindo uma inválida.

– O que você tem agora? – ele perguntou e depois arrancou o papel de mim. – Hmm, Cálculos. A mesma aula que o Emm. Depois nos vemos no refeitório? – ele perguntou retoricamente, já que nem deu tempo de eu responder.

Óbvio que seria sim.

Ele deu um beijo na minha bochecha que fez com que por um segundo o lugar pegar fogo.

E então eu me vi em frente a minha sala, Emmett sentado em uma mesa e acenando pra mim.

Minha bolsa já estava no meu ombro e entrei na sala.

Deixei o papel na mesa do professor e fui me sentar junto com o Emm.

– E ai cunhadinha? – ele disse. O que me fez rir.

– O que te faz pensar que isso? – perguntei e ele alargou um sorriso.

– Eu só sei... – ele disse e o professor chegou à sala.

Ele assinou o papel e então eu fui lá pegar.

Ele fez com que eu me apresentasse na frente de todos. O que fez o Emm rir muito de mim.

Se eu não fosse vampira, eu gaguejaria, cairia e depois coraria. Em casa perceberia o hematoma por causa da minha queda.

A aula passou rápido.

Emm ficava tocando bolinhas nas pessoas com coisas apaixonadas. Ouvimos uns 40 suspiros de garotas e alguns de garotos.

Nós somos maus, eu sei.

Eu só não esperava que quando o sinal batesse, um garoto corajoso viesse falar comigo.

– Oi. Eu sou Mike Newton. Bella Swan, certo? – ele simpático.

Eu não dei liberdade para ele me chamar pelo meu apelido, mas eu tinha que concordar, ele foi corajoso em vir até mim, com o Emm o olhando mortalmente.

– Olá. – eu respondi simpática. Não consegui ser grossa.

– Você quer se sentar comigo e alguns amigos agora, no refeitório? – ele perguntou e Emm passou os seus braços em volta dos meus ombros.

– Ela vai se sentar com a minha família, não é cunhadinha? – ele disse e eu concordei, sem graça.

Eu não sabia onde enfiar a minha cara.

– Quem sabe outro dia, não é mesmo? – ele perguntou insistente.

Eu não queria dizer um: Não vai rolar bobão.

Mas, o Emm tinha acabado de me chamar de cunhada, por mais que fosse mentira, o garoto não se tocava?

– Claro. – eu tive que responder e o garoto que eu nem prestei atenção no nome sorriu. Pensei que fosse rasgar o seu rosto, por causa da felicidade.

Ele ia me dar um beijo na bochecha, mas o Emm deu um rosnado baixo, o que fez o garoto só dizer um tchau e sair correndo.

Ele se desequilibrou e caiu, mas depois se levantou e saiu correndo novamente.

– Até que ele era bonitinho. – eu disse para infernizar o Emm, que só soltou mais um rosnado baixo.

– Vai atrás dele, ué. – ele me respondeu bravo.

E então ele me deixou, no meio da sala.

Todos já tinham saído.

– EMMETT. – eu disse então correndo atrás dele.

Ele começou a correr quando percebeu que eu corria atrás dele.

E então estávamos no corredor.

Ele gritou:

– ISABELLA, EU NÃO QUERO VOCÊ. EU TENHO A ROSE. – e piscou pra mim.

Eu entendi a brincadeira e coloquei a língua pra fora, como se mostrasse que estou correndo atrás dele há muito tempo.

– MAS, EMMETT... EU SOU MAIS BONITA. FICA COMIGO. SENÃO EU FICO COM O EDWARD. - eu disse e ele soltou uma gargalhada.

E então ele parou de correr e deixou que eu o alcançasse.

Todos que estavam vendo começaram a rir.

– Emm. Você é o meu melhor amigo. – disse e o abracei.

As pessoas começaram a cochichar, mas entenderam que foi só uma brincadeira.

Tanto que depois até bateram palmas e nós as reverenciamos.

– Quem sabe fazemos um espetáculo Emm? – eu disse rindo e ele assentiu, rindo também.

E então, ele empurrou a porta do refeitório.

Avistei a sua família e principalmente, avistei o Edward que me olhava irritado.

O que eu tinha feito agora? Juro que sou inocente.


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