Salvando Bella escrita por Adri Cardoso


Capítulo 2
Forks? Olá


Notas iniciais do capítulo

Erros do capítulo anterior sendo corrigidos... Eles são sete Cullens. Acho que tenho problemas com matemática, hehe.



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– Tem certeza que quer fazer isso, Bella? – Renée perguntou a garota mais uma vez. – Você não precisa fazer isso querida, eu vou conseguir fazer tudo, você vai ver. – ela completou o pensamento.

Isabella não duvidava que a mãe conseguisse mesmo planejar e ficar com ela, fazendo coisas de mãe e filha, e também dar atenção ao Phil, indo aos jogos com ele e mais todas as outras coisas de casal. Mas, por mais que fosse sentir falta do sol, a garota sentia falta do pai. Phil era ótimo, e ela sabia que a mãe ficaria bem, então por isso ia para Forks tranquila.

– Eu quero fazer isso, mãe. E eu duvido agora que o xerife Swan ficasse feliz com a minha desistência, possivelmente ele viria me puxar pelos cabelos, por ter prometido a ele. – Bella riu e fez a mãe rir também. Ela sentiria muita falta da garota.

– Ele realmente viria. – Renée concordou. Charlie Swan realmente era capaz daquilo, então não impediria a filha de fazer aquilo que ela achava certo. – Mas, prometa-me que tu virás nos visitar nas férias, feriados prolongados e passar um dos feriados importantes - natal e ano novo - conosco.

– Eu prometo. – e abraçou a mãe novamente, dessa vez mais forte. Demoraria um pouco para ela fazê-lo novamente.

– Bella... – Phil a chamou. O grandão, jogador de beisebol, estava com lágrimas nos olhos (mas, se prometeu que choraria apenas em casa, não no aeroporto, onde tinham muitas câmeras e as fotos parariam na internet e ele seria motivo de chacota no time por muito tempo) a abraçou bem forte, logo depois que ela largou a mãe. – Eu vou sentir sua falta, baixinha. – ele disse a ela e bagunçou o seu cabelo, como fazia sempre.

Ele adorava a enteada, como se fosse uma filha de sangue de verdade, mas de certa forma até o era. Phil não queria tirar o posto de Charlie, eles até se davam bem, mas ele sabia que tinha um lugar reservado apenas para ele no coração nessa garota de olhos de chocolate, então estava bem. Ela não se esqueceria dele e isso o reconfortava.

Entregou a ela os presentes que organizou para não esquecer ele. Uma bolsa a mais. Dentro dela tinham fotos, CDS com as músicas favoritas de ambos, um colar que pertenceu à mãe de Phil e uma enorme carta.

– Para quando sentir a minha falta. – Phil disse e Renée deu uma cotovelada nele. – A NOSSA falta. – ele se corrigiu. Bella riu e agradeceu.

Então, ela fez o check-in, entrou na fila para despachar a bagagem e deu mais um abraço rápido nos dois e foi para a sala de embarque.

Renée e Phil só saíram do aeroporto depois que viram o avião de Bella decolar. Eles prometeram mandar e-mails todos os dias e muitas ligações. Seria como se eles tivessem ido com ela.

– Ela vai ficar bem. – Phil disse, enquanto olhava para o céu, mesmo que o avião já tivesse desaparecido entre as nuvens.

– Ela vai sim. – Renée respondeu, Phil beijou os cabelos dela e a pegou pela mão, para que saíssem do aeroporto. Ele estava no seu limite e queria logo chegar a casa, para poder chorar.

Dentro do avião, Isabella estava um pouco apreensiva, tinha medo do que poderia acontecer. Tinha medo que as pessoas não fossem tão legais como eram na sua cidade. Tinha medo de não conseguir se adaptar, Charlie perceber e ficar triste por se esforçar tanto, mas não conseguir fazer com que ela fique feliz ao lado dele.

Então, naquele avião, há muitos metros do chão, ela prometeu que seria feliz, pelo Charlie, pela mãe e pelo Phil. Mas, também seria feliz por ela mesma. Não teria mais medo e não deixaria que nada atrapalhasse a sua felicidade.

Ela ficou lendo até que o piloto deu o aviso que em poucos minutos iriam aterrissar no aeroporto de Seattle. Lá ela pegaria outro avião para Port Angeles, onde Charlie a esperava e dirigiria até Forks.

Ela desceu do avião e depois de sair da sala de desembarque, perguntou há um segurança do aeroporto onde ficava a sala de embarque, pois ela tinha uma escala e teria que pegar novamente o avião. O segurança a ajudou e ela se achou rapidamente.

Faltavam cinco minutos para abrirem o portão, para que ela, mais alguns passageiros entrassem no avião, dava tempo de ligar o telefone e mandar uma mensagem para a mãe e avisar que estava indo tudo certo, mas ela não achou muito importante, quando chegasse a Forks ela ligaria. A mãe não ficaria feliz apenas com uma mensagem escrita “estou bem, está tudo certo”.

Ela entrou no avião, mas dessa vez preferiu não ler nada, era pouco tempo de viagem, então ela não achou necessário. Mas, estava com um bloquinho para anotar todas as coisas que esperava dessa viagem e o que faria para que ela valesse a pena e fosse boa para todos. Para ela, a mãe e o padrasto, ao pai e as pessoas novas que conheceria.

Isso tinha que dar certo, do contrário ela se sentiria uma fracassada.

Ela estava impaciente, queria chegar logo, para que colocasse tudo em prática.

Algum tempo depois, ela escutou novamente a voz do piloto dizendo que eles chegariam a poucos minutos. Nessa hora, o desespero começou a bater.

E só foi passar quando a garota viu o pai sorrindo na direção dela. Ela largou todas as malas e correu até ele, que estava com os braços abertos, morrendo de saudade. Ele era o mesmo desde sempre, o mesmo bigode, o mesmo corte de cabelo e o ar de durão que coloca medo em muitas pessoas.

Quando ela finalmente o abraçou sabia que tudo isso daria certo. Que os medos eram bobos, pois ele não iria deixar que nada acontecesse com ela. Ela estava bem, estava em casa, afinal.

– Eu acho que você vai adorar Forks. É tranquila, com bons moradores e qualquer coisa que te acontecer eu fico sabendo e bato no infeliz, seja ele quem for. – ele disse docemente, por mais que a ameaça fosse verdade. Charlie Swan faria qualquer coisa para protegê-la, e lidaria com quem quer que fosse para ver a sua garotinha feliz. Para ele, Bella sempre vai ser a sua princesinha.

– É ótimo estar aqui, papai. – Bella disse sinceramente, ainda abraçada a ele.

– Agora, nós temos que ir. Tem uma festa surpresa por você a esperando e eles ficarão irritados comigo se eu leva-la atrasada. – ele disse e riu Bella o acompanhou.

– Eles não ficaram mais irritados ainda por você ter me contado da festa surpresa? – Bella perguntou. A garota nem gosta de nada que a surpreenda, mas estava preocupada em não fazer uma careta de “Nossa, vocês fizeram isso?” convincente.

– Ah, nem se preocupe, querida, eles já tinham a noção de que eu iria contar sem querer. Mas, eu não iria me privar a você e a mim desse contato primeiro. Eu precisava te ver. – ele disse e a abraçou mais forte. Suspirou e finalmente a soltou. – Nós temos que ir.

– É... nós temos. – ela disse e sorriu.

Charlie pegou as malas de Bella, apenas duas grandes e a pequena que Phil a deu antes de embarcar. As colocaram no carro rapidamente e logo depois de entrarem, Charlie deu a partida, saindo logo. Bella achava que iria explodir de tanta ansiedade que estava sentindo. Ao mesmo tempo em que o novo é excitante, ele também é amedrontador.

– Papai, temos que ver uma coisa muito séria. – Bella disse e Charlie a olhou apreensivo. – Eu tenho que treinar a minha expressão de surpresa. Do contrário eles não vão mais confiar em você. – Bella completou e o xerife suspirou aliviado, por um momento achou que era uma coisa muito mais complicada do que isso.

– É verdade, temos que treinar isso. Então, eu vou contar até três e você faz uma cara de surpresa, por favor. Temos que trabalhar juntos se quisermos conseguir convencê-los. – Charlie disse e Bella assentiu. – Pronta? Então... Um, dois, três. - Bella grunhiu e abriu a boca. Charlie começou a rir.

– Nossa, vamos precisar de muito treino. – ele começou a rir e Bella tentou fazer cara de brava, mas não conseguiu fazer isso por muito tempo. A risada do pai foi contagiante.

– Isso não é justo. – Bella disse fazendo uma expressão dramática.

– Você está melhor nessa, querida, mas eles ficaram chateados se você a fizer, pois fica parecendo que não gostou, e isso vai magoar os corações sensíveis deles. – ele disse com escárnio, e a fazendo rir. – Bando de frutinhas.

– Ok, e essa agora? – Bela perguntou e fez mais uma cara de surpresa, arregalando os olhos, mas dessa vez não abrindo a boca e apenas inspirando ar e o prendendo.

– Nossa, acho que essa foi pior. – ele disse e os dois começaram a gargalhar novamente.

– Sabe... Eu tenho a impressão de que não vou conseguir fazer uma careta convincente, papai. – ela disse triste, ela não queria desapontar ninguém, realmente queria ser feliz ali e fazer as pessoas ao seu redor, felizes também. – Mas, o que eu posso fazer? – ela perguntou sinceramente. Charlie a encarou e sorriu, ele sabia que a sua princesinha iria tentar, como ele realmente esperava. Ela não o desapontaria.

– Bella, não se preocupe. Ninguém vai ficar chateado com você, mas talvez fiquem comigo, por te contar da surpresa antes. Mas, não é nada que eles não irão me perdoar depois de dois minutos. – Charlie disse e ela suspirou mais aliviada. O pai não estava mentindo, ninguém vai ficar bravo, todos REALMENTE sabiam que Charlie contaria sem querer.

Eles foram à viagem inteira conversando sobre coisas diversificadas, mas nada realmente preocupante ou assuntos pesados, até que Charlie hesitou, tinha um assunto importante para falar com Bella, mas não tinha certeza de como ela reagiria.

– Bella... Chegou há um tempo na cidade uma moça chamada Sue. Ela tem dois filhos, mas eles já não moram mais com ela, por mais que também tenham vindo para a cidade. Ela é incrível, Bella. E eu estou tendo algo com ela– ele disse e a garota percebeu o jeito que os olhos do pai brilhavam enquanto mencionava a “Sue”, a moça que conquistou o coração do xerife.

– Acho que irei gostar dela. – Bella disse sorrindo, o que o fez sorrir também, aliviado. A filha estava voltando para casa e não queria que ela se sentisse desconfortável e quisesse ir morar com a mãe, novamente.

Alguns minutos depois, finalmente entraram na cidade. Forks continuava a mesma das memórias de Bella, que não ia para lá há muitos anos.

– Nossa, a floricultura dos Webber, a loja dos Newton, o posto dos Stanley... Tudo continua a mesma coisa. – Bella disse maravilhada, olhando pela janela a paisagem magnífica. Era verde, mas verde representa a esperança, o novo, a saúde. Finalmente, ela sentiu que isso poderia dar certo.

– Sim, não mudou nada, mas temos muitos novos moradores, ao que parece, o povo da cidade gosta da tranquilidade das cidades pequenas.

– E chuvosas. – Bella completou, mas não triste. Ela gostava da chuva, tanto quanto gostava do sol. Do calor e dor frio. Ela realmente gostava do frio também.

– Sim, chuvosas. – Charlie riu. – E as suas aulas começam amanhã. – ele completou, o que fez a menina estacar e grunhir, ela realmente não esperava por aquilo.

– Papai, eu pensei que teria uma semana para adaptação. – ela disse mimada e Charlie riu, sabia que era apenas o medo das pessoas não gostarem dela, pois tinha o conhecimento das notas de Bella e era uma ótima aluna.

– Você não precisa de uma semana, querida, e sabe disso. Você vai conseguir fazer amigos, tu vai se sair bem nas aulas e talvez até arranjar um namorado para o desespero do seu velho...

– PAPAI. – Bella o interrompeu novamente e ficou ruborizada. – Eu não estou pensando nisso, talvez depois quando eu me formar na faculdade e for uma advogada de sucesso eu penso sobre isso. – Bella completou, deixando o pai orgulhoso por esse pensamento vir dela. Mas, também não ficaria chateado se ela arranjasse um cara, ele teria alguma diversão a mais no final de semana... Assustar o namorado da filha. Nossa, ele poderia se acostumar com isso, talvez ele falasse com Sue, para ver os pretendentes disponíveis na cidade e os merecedores do coração de sua princesa.

– Bem, chegamos. – ele disse alguns instantes depois, enquanto estacionava o carro na frente da casa, a garagem estava bloqueada por um carro preto, grande, que tinha um laço vermelho no teto, fato que nem passou percebido por Bella.

Eles pegaram as malas e caminharam lentamente até a porta, Bella estava consciente que tinha pessoas dentro da casa, por mais que o pai tivesse dito, ela teria descoberto mesmo que ele não tivesse dito nada... Eles não são nada discretos, ela percebeu, e faria um comentário depois, com o pai. Mas, eles pareciam legais, afinal, quem vai numa festa surpresa na casa do xerife num domingo a tarde apenas por causa de que a filha está chegando e ninguém – além do próprio xerife – a conhece? Charlie deve ser idolatrado, pensou Bella.

Charlie abriu a porta e entrou primeiro, para brincar com os seus amigos. Gritaram surpresa, saíram dos esconderijos, mas quando todos perceberam, Charlie estava rindo, não era a garota. Isabella apareceu, finalmente, enquanto todos ainda estavam chocados.

– Da próxima vez, não contaremos ao Charlie, outra pessoa vai busca-la no aeroporto. – Sam disse e os convidados riram e Charlie gargalhou.

– Nem por cima do meu cadáver, capitão. – ele disse e sorriu.

– E então essa é a famosa Bella? – Billy perguntou e a garota assentiu, animada. Estava feliz por estar com o pai e conhecer finalmente os amigos dele, da qual ele sempre falava pelo telefone.

Charlie a puxou para um abraço de lado e foi passando por todos da casa, apresentando-a.

– Esses são Jared, Paul, Sam, Quil e Jacob. – ele apontou para cinco rapazes morenos e altos.

– Muito prazer, rapazes. – ela disse sorrindo e todos ficaram contagiados com o seu sorriso e abriram as suas bocas em respostas. Charlie não havia mentido, ela é animada.

– E aqui estão Emily, Leah, Seth, Billy e Sue. – apontou para outras cinco pessoas. Bella sorriu para eles também e fez a mesma saudação, os fazendo sorrir amplamente.

– Charlie ficou falando muito de você, Bella. Não aguentávamos mais de ansiedade e conhecer a princesinha de Charlie. – Billy disse e a garota sorriu. Era para ser constrangedor, mas gostava dessa parte do pai dela, que não era de machão e colocar medo em todo mundo. Ele era apenas o pai dela quando a chamava de querida e princesa.

Pouco tempo depois, estavam todos misturados e todos falavam ao mesmo tempo. Como era de se esperar, todos sabiam que Charlie tinha dado com a língua nos dentes, mas ninguém ficou chateado. Ver a filha, estar com ela ali, tinha dado um brilho extraordinário para o xerife, que não sorria tão sincero faz muito tempo. O que ninguém sabia era que depois de tanto tempo, ele finalmente se sentia completo. Talvez, só faltassem netos. Ele falaria com Bella sobre isso em outra ocasião.

– Onde você morava antes? – um dos garotos perguntou a Bella, que estava em um grupo apenas com pessoas do sexo masculino, e depois dizem que homens não gostam de fofocas... Bella pensou e riu sozinha, disfarçadamente.

– Eu estava em Phoenix. Com a minha mãe e o meu padrasto. – ela respondeu e sorriu. Gostava de lá, era sua casa também, como estava sendo Forks.

– O jogador de beisebol? – um dos garotos perguntou e Bella assentiu. – Nossa, e você conseguia ingressos grátis? – perguntou novamente, mais animado.

– Sim, eu fui a muitos jogos de Phil na temporada, nos jogos em casa, mas como eu tinha a escola, eu não conseguia ir a todos os jogos. Mas, é legal. Eu gosto muito de beisebol. – ela disse e os meninos sorriram animados, estava difícil encontrar garotas que gostassem de esportes, era mais fácil leva-las ao shopping, enquanto os que possuem testosterona vão aos jogos. Assim, todos ficam felizes e no final do dia não há discussões de relação e nem crises de “você não me ama mais”, ou “esportes são mais importantes do que eu?”.

O que eles não sabiam era que um encontro perfeito para Bella, na verdade, era ir num jogo e depois jogar boliche. Isso seria incrível, mas sempre a julgam por ela ser mulher... E ela nem teve nenhum namorado para fazer isso, então... Nem se importava.

E foi a tarde até a noite assim, todos falando com ela, querendo saber como era em Phoenix, como as pessoas são e o ar... Até que ela bocejou, estava cansada, passou por uma viagem, afinal, e ainda não tinha conseguido parar. O que ela gostava, mas o seu corpo estava pedindo clemência. Por mais que não quisesse dormir.

– Acho que a nossa mais nova moradora está cansada. – Leah disse sorrindo, fazendo Bella sorrir de volta e risse um pouco, ela ficava estranha quando estava com sono e cansada.

– A nova moradora não quer ir para a escola amanhã. – ela disse e colocou a cabeça na almofada, rindo e sendo acompanhada por todos, inclusive ao pai, que estava achando um tanto engraçado a nova faceta preguiçosa da filha.

– Desde quando uma Swan é medrosa, Isabella? – Charlie perguntou a garota, que levantou a cabeça e boa parte dos seus cabelos vieram para frente, escondendo um pouco o rosto dela.

– Desde agora, xerife. A nova geração dos Swan não sabe aproveitar a vida e gostam de dormir. – ela respondeu e Charlie riu, a filha daqui a pouco cairia de sono e nem perceberia.

Os convidados repararam e foram se despedindo, para permitirem que a garota dormisse, ela realmente precisava. Antes que a última pessoa saísse, ela ressonava tranquila no sofá.

Ser pai é fogo, pensou Charlie, enquanto levava as malas de Bella para o quarto dela e logo depois desceu novamente, para pega-la no colo e a colocasse na cama. Não queria que ela tivesse a desculpa de dores nas costas para poder faltar ao primeiro dia de aula amanhã. O problema era que a filha era mais pesada do que ele imaginava. Ela era magra, não parecia pesar nem 50 kg. Charlie ficou intrigado de onde que tinha tanta gordura na garota, que aparentemente não aparecia nada.

Ele caminhava alguns metros, mas logo tinha que parar para recobrar o fôlego. Ele era mais molenga do que achava que era, anotou mentalmente que teria que frequentar a academia, ou carregar a filha uns 500 metros todos os dias, talvez isso o ajudasse também.

Charlie colocou a garota delicadamente na cama dela, tirou os tênis que ela calçava, mas a deixou de roupas, é claro. Cobriu Bella, e deu um beijo na sua testa e logo depois foi para a sala, arrumar um pouco a bagunça que os amigos deixaram e depois iria dormir um pouco.

Bella realmente estava com ele em Forks e isso o animava, estava absurdamente feliz pela sua única filha estar ali com ele, na sua cidade. Isso era animador.

Quando o relógio bateu seis horas da manhã, os dois moradores da casa dos Swan acordaram. Lentamente, cada um foi para o seu banheiro quase que instantaneamente. Isabella tinha muito mais do pai do que poderia imaginar. Faziam os mesmos movimentos enquanto escovavam os dentes e os cabelos – com escovas específicas para cada coisa, é claro.

Depois de tomar banho, Bella não tinha ideia do que vestir, pois ainda não teve tempo de desfazer as malas, ela queria ter feito isso ontem, depois da festa, antes de dormir, mas não teve forças o suficiente para lutar contra o sono que a afligiu.

Talvez pedisse para o pai ajuda-la, depois que ele chegasse do trabalho. E talvez convidasse Sue também, elas não tiveram muito contato ontem e Bella queria conhece-la, afinal, ela foi à causa do desencalhamento de Charlie. A garota riu com o pensamento, não poderia comentar isso com o pai nunca se quisesse viver por muitos anos ainda.

Bella achou uma calça jeans justa, uma blusa de mangas compridas que destacavam a sua cintura, por ser colada ao corpo, um casaco que ela adora, quentinho e um tênis simples. Estava pronta e se sentia bem como estava. Confortável e bonitinha.

Quando Charlie a viu, ele finalmente tinha entendido para onde vai toda a gordura do corpo magro da filha, para os seios e a bunda. Ele suspirou, cansado. Ele teria muito trabalho com os meninos da cidade, ao menos tinha fama de durão, então apenas os muito corajosos iriam falar com a filha dele e os muito, muito mais corajosos iriam namora-la, afinal, precisa da aprovação dele antes. É... Isso vai ser engraçado, Charlie pensou.

– Eu acho que ainda sei como você gosta do seu café da manhã. – Charlie disse e Bella sorriu.

– Como iria esquecer? É o mesmo jeito que o seu. – ela respondeu e ele riu. Isabella era a cópia perfeita dos pais... Um pouco das atitudes de cada um, e também nas feições. Charlie tinha certeza que o nariz dela era o mesmo que o dele. E a cor dos olhos também. Mas, a boca era de Renée, e as orelhas, e o sorriso. Eles tinham conseguido, no fim.

– Gostou da festa de ontem? – Charlie perguntou antes que ela pudesse pegar um pão, assim que se sentou. Isabella não esperava menos do que uma pergunta tão direta do pai, sorriu, pois nessa parte era igual a ele.

– Ela foi muito boa, eu sinto muito ter dormido, eu queria ter aproveitado muito mais. – ela disse e Charlie sorriu, a filha gostava de festa como ele, mas mesmo assim, também era caseira. Lia clássicos e escutava Lady Gaga, bebia café enquanto jogava boliche... Coisas de meninos que nunca são esperados por garotas, essa era Isabella e era um orgulho para Charlie.

– Não tem problema, querida. Eles sabiam que você estava muito cansada, ninguém ficou chateado. Você até aguentou mais do que eu estava esperando. – ele sorriu e Bella sorriu também, mas mais contida do que o pai.

– Ah, temos que ter uma conversa séria, papai. – Bella disse e Charlie ficou pálido.

– Aconteceu alguma coisa, querida? Você precisa de algo? Alguém fez algo com você? Diga-me o nome que eu vou acabar com o infeliz que encostou nem que seja num fio de seu cabelo. – Charlie disse se alterando e Bella arregalou os olhos. Ela não se lembrava de que Charlie era tão protetor assim, ele se levantou e provavelmente foi pegar a sua arma, para pegar a pessoa que fez a sua garota sofrer.

– Na verdade, papai, isso é com o senhor. – ela disse e ele se sentou agora confuso.

– Comigo? – ele perguntou realmente muito confuso. Ele pensou em tudo o que fizeram ontem... Ele acertou em tudo, não foi? O que ele poderia ter feito que tenha machucado a filha? Ele não queria que ela fosse embora, nem tão rápida e provavelmente nem nunca.

– Sim, nós temos que ter uma conversa séria, de filha para pai, sobre o seu novo compromisso. Ontem tu apenas me disseste que estava tendo algo com Sue, então nós precisamos conversar sobre isso e marcar um dia para conhecer ela como minha madrasta, não como apenas membro do seu grupinho de amigos. – Isabella disse firme e o pai a olhou maravilhado. Ela realmente seria uma boa advogada, ele pensou.

– Oh, temos sim, esse é um assunto sério que temos que tratar. E quanto à ideia de conhecê-la como sua “madrasta” é boa, eu vou falar com ela, ver quando ela está disponível e marcamos um almoço ou um jantar, o que ficar melhor para ambas. – Charlie disse e Bella assentiu absurdamente feliz pelo pai. Ele merecia ser feliz de verdade, muito mais do que foi com a sua mãe, e ele foi feliz naquela época também.

Ficou um silêncio agradável, mas logo depois foi quebrado por Charlie, ele não era dessas coisas românticas, mas sentia que precisava abrir o seu coração naquele momento para ela.

– Eu amei muito a sua mãe, na verdade, um pedaço de mim sempre vai ama-la, por ela ter me dado o meu maior presente. – ele acariciou o rosto de Bella, simbolizando qual seria o presente dele, por mais óbvio que fosse – Mas, eu confesso que também gosto de Sue, mas ainda não sei a dimensão disso, são dois sentimentos bem distintos. Eu não amei a sua mãe da mesma forma do que eu sinto por Sue. Consegue me entender? – ele perguntou e Bella assentiu, ela nunca tinha sentido isso, mas... Entendia a teoria do amor, então sabia do que o pai estava falando. – E também tem você, o meu maior tesouro. Se algum dia você não ficar confortável aqui, ou com alguém, com Sue, com o que for, conte para mim, que nos mudamos, eu mato o que seja também... Eu só não quero não ter você de novo. Você é minha filha, e eu te quero por perto. Talvez mudar para um lugar mais perto de Phoenix para ficar próxima da sua mãe também, é um plano. – ele disse e Bella sorriu.

– Não se preocupe quanto a isso, mamãe sabe que eu estou feliz aqui e enquanto eu estiver feliz, está bom para ela. Renée vai aceitar os meus desejos, assim como eu sei que tu também aceitarás. Eu estou adorando Forks e também adorando saber que há alguém na sua vida e esse alguém é tão maravilhoso como eu acho que Sue é. – ela sorriu e o pai sorriu de volta.

O café foi cheio de sorrisos, algo de pai e filha. No fim, ambos só queriam que o outro fosse feliz. E fariam qualquer coisa por isso.

– Bem, agora temos mais uma coisa para tratar. – ele disse e ela o olhou como se estivesse cansada, na verdade talvez o estivesse, mas era mais mentalmente do que fisicamente.

– Mais uma? – Bella perguntou não tão animada, coisa que não é muito do feitio dela.

– Sim, mais uma. Mas, porque está tão cansada? Não dormiu o suficiente? Não dormiu bem? A gente pode comprar uma cama nova, se tu quiseres... – Bella o interrompeu antes que ele continuasse falando coisas sem sentido.

– Não, papai, não é isso. Eu dormi bem, mas eu estou cansada mentalmente. Eu realmente não queria ir à escola hoje. – ela disse e fez uma cara triste, querendo convencer o seu pai.

– Ficaria mais animada se não fosse à aula hoje? Até... Apenas na semana que vem? – Charlie perguntou e Bella sorriu imediatamente e assentiu com a cabeça, já animada, isso era tudo o que ela queria.

– Sim, sim. Com certeza. – ela respondeu.

– Então, me desculpe querida, mas você vai à aula hoje, pode descansar depois que chegar da escola, eu peço uma pizza e ficamos vendo jogos na TV. – ele disse e ela ficou triste novamente, mas sabia que não tinha como brigar com o pai, e nem queria, ela não era mimada e nem rebelde, era só normal.

– Ok, se não tem mais jeito. – ela disse ainda triste.

A expressão de Bella também entristecia Charlie, mas ele sabia que as aulas estavam com matéria nova e em menos de três semanas já teriam provas, não queria que a filha repetisse o ano, apenas por estar cansada de viagem e não estar ainda acostumada com a cidade. Talvez ela o surpreendesse, passando de qualquer jeito, mas não queria se surpreender, ele gostava do que era certo e não do que era duvidoso. E como já havia sido comentado... As notas de Bella sempre foram as melhores, não há como ela repetir o ano se for as aulas.

– Tu vais gostar, é só dar uma chance, querida. – ele disse e ela assentiu.

– Ok, e qual é o assunto tão importante? – ela disse esquecendo um pouco a tristeza por ter que sair de casa, ela realmente não queria, mas a paixão pelo novo a deslumbrava, então já estava um pouco mais alegre, mesmo que estivesse contrariada.

– Bem, na verdade é muito mais fácil eu mostrar do que te dizer, então... Venha comigo, por favor, querida? – Charlie a chamou enquanto caminhava, saindo da cozinha e indo para a sala novamente, ela ainda nem tinha acabado o seu café e o pai já queria que ela saísse na rua, isso era bizarro, bem coisas de Charlie Swan, Isabella sabia.

– Ok, o que você precisa me mostrar aqui fora? – Bella perguntou assim que colocou os pés para fora da casa, era absurdamente curiosa, isso era óbvio.

– Bem, eu realmente espero que você goste. – Charlie a alcançou uma chave. – Eu acho que acertei no modelo, mas qualquer coisa eu ainda tenho a nota e podemos trocar por uma da sua preferência.

Bella olhou para aquela chave preta, junto com um pequeno chaveiro, onde provavelmente seja a chave da casa e a do quarto dela. Três chaves ao total, mas ela segurava uma em especial, que ela nem acreditava ainda.

– Você está me dando um carro? – ela perguntou animada e Charlie assentiu. Bella correu para os braços do pai e pulou extremamente animada com o presente. – Onde ele está? Onde ele está? – perguntou quando saiu rapidamente do colo do pai e o Charlie apontou para o outro lado, atrás dela.

E quando ela se virou, viu uma enorme picape preta. Ela não sabia marca, nem modelo, nem se tinha airbag, só sabia que ela era o grande amor da sua vida. Ela se apaixonou pelo carro instantaneamente. O sorriu foi enorme, o que causou certa felicidade em Charlie. Se Isabella fosse parecida com ele nesse sentido também, ela iria gostar. Ao ver o sorriso enorme da filha, Ele sabia que tinha acertado.

– Vem, vamos dar a primeira volta. – e puxou a mão do pai.


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Notas finais do capítulo

Próximo amanhã ou domingo. Recebi 6 comentários e fiquei muito maravilhada, fui obrigada a postar. Eu adoro demais vocês, me fazem mega feliz. xD

Beijos, Adri.

meu blog: contosdomalte.blogspot.com.br um dia quando não estiverem fazendo nada me digam o que acham, ok? É um projeto da faculdade.