Como é que se Diz Eu Te Amo? escrita por tata-chan


Capítulo 5
Capítulo 4




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A semana passou tão rapidamente que quando vi já era sábado e eu estava na estação esperando o Kei. Cheguei alguns minutos mais cedo do que o combinado. Imaginei que talvez ele ficaria feliz se eu chegasse antes.

Já estava ficando agoniada enquanto os minutos passavam e ele não chegava. Afinal, o apartamento dele era bem perto daqui!

-Ei loirinha linda, o que você está fazendo sozinha aqui? – eu estremeci. Dois rapazes que pareciam membros de gangues se aproximaram de mim.

-Seu namorado te deu um bolo? – o outro disse – por que você não vem conosco? – eu comecei a tremer enquanto eles se aproximavam mais de mim. De repente alguém me abraçou por trás e eu dei um pulo. Ia gritar quando ele sussurrou em meu ouvido: sou eu! Relaxei no mesmo momento.

-Vocês querem alguma coisa com minha garota? – ele disse numa forma tão ameaçadora e tão possessivo que eu estremeci. Os homens se afastaram resmungando algo como: “não sabia que ela estava acompanhada”. Kei me abraçou um pouco mais forte e beijou meu rosto.

-Ai, ai. Não posso te deixar sozinha por um minuto que os urubus começam a voar ao seu redor. Não posso culpa-los. Você está mais linda do que o normal. – ele me virou e sorriu.

Kei estava lindo como sempre. Calça jeans escura, all star preto e uma camiseta branca com um “LOL” estampado. Pelo visto ele tem muito dessas camisetas com uma estampa engraçada como aquela com a qual ele me vestiu, uma pra cada ocasião. Ele ajeitou os óculos daquela forma que eu amava e sorriu pra mim.

-Não vai dizer nada, Hina? – ele disse rindo.

-O... Oi Kei! Como vai? – droga! Por que diabos eu gaguejei?

-Ah, eu estou ótimo! Melhor agora que estou com você! – parece que ele tirou o dia pra me deixar arrepiada.

-A... Aonde vamos? – Droga! Por que eu gaguejei de novo?

-Aonde você quiser – ele disse sorrindo – meu dia está ganho só pelo fato de você estar aqui.

-Idiota! Eu nunca te daria um bolo! Por isso mesmo eu cheguei mais cedo, se você chegasse antes iria pensar que eu não ia vir. – disse revirando os olhos.

-É, você tem razão – ele sorriu, ajeitou os óculos e me puxou me abraçando pela cintura começando a andar  - então vamos!

Nós tivemos um dia super agradável. Fomos ao cinema, a um parque de diversões que ficava próximo, comemos num restaurante legal.

Percebi milhares de olhares de inveja dirigidos a mim. Não podia culpa-las. Kei era lindo e atencioso. Estava claro que minha companhia o agradava. Ele estava sempre com um sorriso lindo em seus lábios. Sempre de mãos dadas comigo ou abraçando meus ombros ou minha cintura.

Ele não havia beijado meus lábios nem uma vez durante o dia todo. Estranhei um pouco esse fato.

Quando eu percebi já havia anoitecido e ele se virou pra mim triste.

-Acho que agora eu tenho que te levar pra casa. – ele disse tão tristemente que eu tive vontade de abraça-lo. Nesse momento começou a chover. Muito mesmo.

Corremos abraçados para um abrigo. Comecei a ficar constrangida, pois minha blusa era branca e estava começando a ficar transparente. Ele percebeu e olhou para o outro lado.

-Minha casa é aqui perto, você pode ir lá pra se secar e trocar de roupa e depois eu chamo um táxi. – ele me disse.

-Tudo bem, eu vou dormir na casa da Yume, não importa realmente a hora que eu chegar.

Ele sorriu pra mim e então caminhamos – na verdade corremos até seu apartamento. Eu percebi que ele ficava sempre na minha frente pra minha blusa transparente não ser vista. Quando chegamos, Ele foi rapidamente até seu quarto e voltou me entregando uma toalha.

-Hum... É melhor você tomar um banho quente, não quero que você fique resfriada.  – eu assenti – Tira suas roupas no banheiro, e... Ahn... Deixa no corredor pra eu colocar na secadora.

Eu novamente concordei. Entrei no banheiro e me despi, coloquei as roupas no lado de fora da porta, a fechei e entrei no chuveiro.

E aqui estava eu novamente tomando banho na casa de Kei. Sei lá, isso parecia estranho... Sai do chuveiro e me sequei calmamente. Ouvi Kei batendo na porta, me enrolei na toalha e abri a porta.

-Suas roupas já estão na secadora – ele disse olhando para o outro lado – toma pra você vestir por enquanto – ele me entregou as roupas e foi andando em direção à cozinha. Não pude deixar de notar que ele estava sem camisa, e meu deus, ele andou malhando!

Entrei novamente no banheiro e vesti as roupas que ele havia me dado – uma camiseta básica vermelha e novamente uma cueca samba canção. Penteei meus cabelos e saí do banheiro. Kei estava na cozinha preparando chocolate quente.

-Ei, agora você vai tomar um banho quente! – eu disse o empurrando na direção do banheiro. Ele sorriu e se deixou levar.

-Ta bom mamãe – ele entrou no banheiro sorrindo.

Eu sorri sozinha igual uma idiota e fui pra cozinha terminar o chocolate quente que ele estava fazendo.

Fiquei um pouco pensativa. Por mim eu nem iria embora. Ficaria com ele pra sempre. Ainda mais depois de ver o rosto triste dele ao dizer que teria que me levar pra casa. Era tão bom ficar com ele...

Saí de meus devaneios com o barulho da porta do banheiro se abrindo. Kei saiu do banheiro usando apenas uma calça de moletom preta, sem óculos. Por mais que eu o achasse sexy com os óculos, ele também ficava lindo sem eles. Ele sorriu pra mim e eu me derreti toda.

-Ah, então você terminou de fazer o chocolate quente? – ele sorriu novamente.

-Claro! Afinal, eu te ensinei a fazer, não é? – eu sorri pra ele.

-Então fica um pouco comigo enquanto tomamos o chocolate? – ele perguntou esperançoso.

-Claro que fico! – eu disse. Não ficaria apenas pra deixa-lo feliz. Eu sentia muita falta de passar um tempo com ele. – como eu vou pra casa da Yume depois.

-Os pais dela não vão te dedurar se você chegasse tarde? – ele perguntou preocupado.

-Ah não, ela mora sozinha. – eu disse e ele sorriu como uma criança que ganha o melhor presente de natal.

Nós nos sentamos no sofá e ficamos assistindo tv, rindo. Ele brincava comigo, me provocando. Era como se aqueles dois anos nunca houvessem existido. Como se nunca tivéssemos ficado separados.

Estávamos lá abraçados, bem juntinhos, enrolados em um edredom, quando eu percebi que Kei estava me olhando um pouco nervoso. Me toquei que deveria ser pelo menos umas nove horas da noite. Eu teria que ir embora, mas eu definitivamente não queria. Me aconcheguei mais perto dele e suspirei. Ele me abraçou mais forte.

-Você poderia... Hun... Passar a noite aqui, e eu levaria você em casa amanhã... – eu olhei para seu rosto e percebi que ele estava um pouco corado. Eu pensei um pouco. Será que pegaria muito mal se eu passasse a noite lá? Afinal, apesar de sermos amigos de infância, e tal, ele ainda é homem e eu ainda sou mulher. E ainda por cima ainda tem aquele negocio da nossa amizade colorida... Ah quer saber? Não importa! Nós dormíamos junto todo o tempo antes, então beleza. Eu queria ficar com ele!

Eu me afastei levemente e ele se assustou. Eu peguei meu celular dentro da bolsa e voltei a me aconchegar a ele. Ele me olhou com cara de espanto.

-Que foi? – eu olhei pra ele – vou mandar uma mensagem pra Yume não se preocupar.

-Você vai ficar? – ele perguntou surpreso.

-Ué, você não quer que eu fique? – eu disse ainda mais surpresa.

-Claro que eu quero! – ele disse feliz me abraçando e beijando meu rosto.

Enviei uma mensagem simples para Yume, enquanto Kei me observava.

Vou passar a noite no apartamento do Keitaro, beijo”.

-É estranho ver você me chamando de Keitaro, mesmo em uma mensagem pra outra pessoa – ele disse rindo.

-Não é pra menos, eu te chamo de Kei desde que nós dois tínhamos uns cinco anos. Alias, só eu te chamo assim!

-Sim, e só eu te chamo de Hina – ele me aconchegou fazendo eu ficar ainda mais próxima dele. E eu adorava essa proximidade. Meu celular vibrou com a resposta de Yume.

Tudo bem, só não esquece da camisinha, beijo!”

Eu fiquei extremamente constrangida, ainda mais quando eu vi o Kei lendo a mensagem por cima de meu ombro e corando.

-Por isso eu não te convidei de cara! – ele disse constrangido – essa é a primeira conclusão que qualquer um chega nesse tipo de situação.

-Que isso, a Yume é apenas um pouco inconveniente. Antes de tudo somos amigos, não é?

-Mas você sabe que eu tenho segundas intenções – ele disse revirando os olhos.

-Sim, mas isso não quer dizer que eu não confio em você. – eu disse isso com uma convicção tão grande que até corei. Ele sorriu novamente e beijou meu rosto. Isso já estava ficando estranho. Normalmente ele me daria um super beijo de língua!

Sim, eu queria um beijo dele, mas era covarde demais pra pedir.

Nós ficamos assistindo tv agarradinhos como um casal de namorados até bem tarde. Quando eu comecei a cochilar no seu ombro, Kei me pegou nos braços e me levou para o quarto. Eu não estava realmente dormindo, mas estava sonolenta demais para abrir meus olhos. Ele me colocou delicadamente na cama e me cobriu. Eu fiquei um pouco mais desperta quando eu senti ele se afastar. Abri os olhos e segurei seu braço.

-Aonde você vai? – eu perguntei e minha voz soou muito manhosa.

-Eu vou dormir na sala, Hina – ele disse como se fosse óbvio.

-Você não precisa realmente... – eu disse constrangida. – Pode ficar aqui... Não seria a primeira vez que nós dois dividimos uma cama.

Ele sentou do meu lado, acariciou meus cabelos e disse baixinho:

-Você não acha que confia demais nas pessoas?

-Nas pessoas não! Apenas em você! – eu disse um pouco indignada.

Ele sorriu, tirou os óculos e se deitou do meu lado, beijou minha testa e disse:

-Tudo bem, você venceu – ele me olhou por um momento – Boa noite! – ele se virou para o outro lado.

Nós ficamos deitados assim, um de costas para o outro pr um tempo. Quando eu imaginei que ele já estava dormindo eu disse baixinho:

-Ne, Kei, você não me beijou na boca nenhuma vez hoje, e agora eu sinto como se você tivesse me evitando. Está se cansando de mim?

De repente eu senti Kei me abraçando por trás e rindo em meu ouvido.

-Não seja boba! – ele disse em meu ouvido e me aconchegou melhor em seus braços. – seria impossível meu me cansar de você! Eu estou apenas tentando não te pressionar, afinal de contas, foi por isso que você fugiu da outra vez. Mas... – ele me virou lentamente e eu corei ao olhar seus olhos – se você queria que eu te beijasse, deveria ter me pedido.

Ele me deu um leve selinho, e encostou seu nariz no meu. Eu o olhei e tenho certeza que meu olhar pareceu o de um cachorrinho pidão. Ele sorriu e me beijou verdadeiramente, e eu retribuí com gosto. Nossas línguas se envolviam e ele dava pequenas mordidas em meus lábios. Nós nos separamos e eu suspirei. Ele deu uma risadinha.

-Seria tão legal se eu tivesse te enxergando direito agora! – Ah, é mesmo, ele não enxerga bem sem óculos. Ele me deu mais um selinho e me abraçou novamente pelas costas. Kei colocou meus cabelos para frente descansando seu rosto na parte de trás e meu pescoço, beijou levemente minha nuca e eu estremeci. Ele riu.

-Boa noite minha quase namorada – ele sussurrou em meu ouvido.

-Boa noite meu namorado – eu também sussurrei e senti ele se surpreender um pouco.

-Não seria “quase”? – ele disse tentando brincar.

-Não mesmo, nós já passamos dessa fase – eu disse decidida.

-Passamos, é? – ele perguntou surpreso – você não acha que nossa relação é um pouco estranha demais?

-Mesmo?  - eu disse surpresa – pra mim ela é perfeita da forma que é.

Kei riu, concordou e me beijou novamente.

-Boa noite Hina, eu amo você. – ele disse em meu ouvido.

-Boa noite Kei, eu também te amo – ah eu disse! – finalmente te disse! – eu já estava sonolenta.

-Sim e agora eu não vou deixar você fugir de mim nunca mais. – ele disse alegre.

Eu adormeci nos braços de Kei, e aquele era o lugar que eu queria ficar pelo resto da minha vida.

 


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