Tudo estava calmo, diria até calmo de mais para o meu gosto, estávamos monitorando Malcolm, ou melhor, tentando já que o homem parece um fantasma o que de certa forma é.

– O que é isso Felicity? – Oliver estava com o convite na mão, convite esse que Ray mandou.

– Um convite – Estava bem óbvio que era um convite, Oliver às vezes pergunta cada coisa.

– Eu sei que é um convite, eu quero saber por que ele está aqui? – Se ele sabe por que perguntou? Convites servem para convidar não servem então qual é a duvida.

– Ray me pediu para entregar ele achou que eu encontraria você primeiro que ele o que achou certo, diga-se de passagem, não que você precisa de convite você tem Queen no nome isso já basta, mas ele achou melhor porque ai tem o endereço e tudo mais – Oliver franziu o cenho quando disse o nome de Ray, eu sei que ele tomou a empresa dele mas já esta na hora de superar não está?

– Eu não vou - Ele joga o convite em cima da maca, e pela primeira vez vejo Oliver recusando uma festa.

– Você tem que ir, você não quer recuperar a empresa algum dia? – Pergunto Oliver sempre fala que quer a QC de volta e recusa a oportunidade de falar com todos os acionistas.

– Você vai? – Oliver olha na minha direção já que até agora ele estava concentrado em olhar pro convite.

– Vou, Ray me chamou para ser a acompanhante dele – Digo um tanto quanto feliz, mesmo sabendo que a palavra “acompanhante” teve outro significado para Oliver.

– Mas você não pode ir com ele, você vai comigo – Nervoso? Sim isso e porque ele está tão nervoso de repente? Sendo que ele acabou de dizer que não iria.

– Oliver você acabou de dizer que não vai – Tentei argumentar, total perda de tempo.

– Eu vou sim, e você vai comigo – Por que ele está tão bravo? Tenho a impressão que a qualquer momento ele vai me obrigar literalmente a ir com ele, e por mais que eu queira não posso desmarcar com Ray ainda mais depois da minha pequena saída sem aviso no outro dia.

– Oliver eu vou com Ray, já avisei que iria ele, vai com Laurel – Estou no meu alto desespero só pode ser isso, sugerir logo Laurel, ele iria responder quando Laurel apareceu é só falar no diabo...

– Falando de mim? – Não ninguém está falando de caveira aqui Laurel, quer dizer na verdade eu falei o nome dela, mas tudo bem.

– Sim, Oliver vai a uma festa hoje e queria que você o acompanhasse, eu sei que ele mesmo gosta de pedir, mas ultimamente ele anda muito estranho sabe como é né! – Oliver me fulmina com os olhos e impressionantemente Laurel não nota, e eu não sei por que essa reação exagerada afinal ela não a mulher com que ele iria se casar?

– Eu adoraria, a que horas você me pega – Ele não vai pegar você em lugar nenhum Laurel. Felicity, desde quando nutro tanta raiva pela Laurel? Ela nunca me fez mal algum.

– As 20:00 – Oliver respondeu sorrindo, 20:00 horas uma hora antes da festa.

– Então é melhor eu ir logo, tchau Felicity, até mais tarde Oliver – Murmuro um tchau, acho que ela não sabe que vai me ver mais tarde também.

– Oliver porque você vai busca-la uma hora antes? – Tentei não parecer nervosa, mas falhei miseravelmente.

– A ideia de sair com ela foi tua não reclame, já que você vai sair com Ray, eu saio com Laurel está tudo bem para mim – Porque ele está tão tão... Não sei qual palavra usar cínico, nervoso, irônico hoje? E para mim não tem nada bem não e se ele acha que me enganou com esse papinho de “tudo bem para mim” ele está bem errado.

– Tudo bem – Minto – Então nos encontramos lá, até mais Oliver – Pego minhas coisas e saio em disparada para minha casa.

Estava penteando pela trigésima vez meu cabelo sim trigésima minha cabeça estava cheia de Oliver Queen e bem me concentrar não estava sendo fácil meu celular tocou da sala e fui aos tropeços atender, brequei ao ver quem era: Oliver deixei cair na caixa postal para segundos depois ele ligar de novo, dessa vez eu atendi.

– Felicity, Por que você não atendeu esse celular? Quer saber não interessa liga no noticiário agora – Não foi uma boa ideia ignorar Oliver, ligo a televisão.

‘ ... Essa já é a segunda vitima do detonador em menos de duas horas, segundo informações as pessoas foram mortas por uma bomba que estava nos sapatos das vitimas...’

– Felicity, preciso de você aqui agora – Oliver fala apressado no mesmo instante que alguém bate na minha porta, me espanto ao ver Ray com um buquê de flores nas mãos, já está na hora? E eu pensando que faltava pelo menos meia-hora, Ray deve ter interpretado meu rosto assustado como uma recusa ao buquê porque seu sorriso se desfez quase instantemente.

– Entre, só preciso de um minutinho – O mais cordial possível disse apontando pro sofá para ele sentar e fui correndo para o meu quarto.

– Felicity, ainda está ai? Quem você mandou entrar? Venha logo – Oliver está impaciente é bem notável no seu tom de voz.

– Oliver eu não posso, Ray acabou de chegar eu tenho que ir à festa da QC, me encontre lá, não é possível que lá não tenha um computador vou ver o que eu posso fazer por aqui – Digo o fazendo bufar do outro lado da linha.

– Por que Ray está ai? – É sério que ele está preocupado, ou melhor, nervoso com isso? É claro que é serio estamos falando de Oliver Queen.

– Por que eu vou com ele ou se esqueceu disso? Encontre-me lá nós vamos dar um jeito – Sem esperar alguma despedida dele e desliguei.

Dei o meu melhor com o meu cabelo, terminei de me vestir as pressas e fui receber meu chefe.

– Obrigada pelas flores Ray, podemos ir? – Ele parecia observar tudo a minha volta quando eu cheguei.

– Há claro – Depois de eu pegar as flores e coloca-las em um vaso saímos, o caminho todo fiz o que pude para achar o cara que estava detonando tudo pelo celular, não deu em muita coisa precisava de um computador e rápido.

– Então gostou da minha casa? – Ray perguntou com o seu tão característico sorriso no rosto quando chegamos a sua luxuosa mansão que já tinha um numero considerável de gente transitando para lá e para cá.

– Casa? Tá mais para um palácio – Depois de ver seu rosto percebi que tinha falado em voz alta, definitivamente não dou uma adentro – Um palácio lindo, diga-se de passagem – Terminei o menos atrapalhada que pude e ele sorriu de novo.

– Oliver! – Ray disse e me virei para ver Oliver com Laurel ao seu lado, parei por um momento paralisada Oliver deve ter entrado umas 500 vezes na fila da beleza porque não pode alguém ser normalmente tão lindo assim. Concentre-se Felicity respiro fundo.

– Felicity!? – Laurel diz surpresa, com certeza ela não me esperava me ver aqui ainda mais ao lado do novo dono da QC, pela cara que ela fez talvez tenha passado que ela foi uma segunda opção sorrio para ela com esse pensamento.

– Ray Palmer – Oliver diz frio e o clima fica tensão, muito tensão na verdade Ray e Oliver se olham tão intensamente que acho que a qualquer o momento os dois vãos se atacar.

– Aproveitem a festa – Depois que Ray vê novas pessoas chegando interrompe seu duelo com Oliver, sussurra para mim que depois me encontra e vai receber seus outros convidados quando olho para Oliver vejo a raiva em seus olhos.

– Não vai acompanhar seu namoradinho Felicity – Seu tom é sádico e bufo Oliver sabe bem importuno quando quer, ele me encara tão fixamente que tenho certeza que o tom vermelho já deve ter tomado conta de todo o meu rosto.

– Ele não é meu namoradinho, agora vamos precisamos achar um computador – Falo me virando e ele me segue contrariado.

– Onde você acha que vai achar computadores aqui? Vai simplesmente fazer um tour pela casa sem que ninguém te perceba? – Oliver chega por trás de mim falando perigosamente perto do meu ouvido o que causa um arrepio percorrer toda minha espinha respiro bem fundo ter Oliver tão perto não é bom para a minha sanidade mental.

Viro-me para olha-lo de frente e percebo que ele está mais perto do que eu esperava perto o suficiente para sentir sua respiração bater no meu rosto, por um segundo penso onde Laurel está se fosse eu no lugar dela não deixaria Oliver tão longe de mim assim.

– Oliver tem mais espaço para lá – O empurro cuidadosamente colocando as mãos em seu peito musculoso o que me deixou ainda pior do que eu estava o que está acontecendo comigo hoje? Desde quando não consigo me controlar totalmente perto de Oliver?

– Então? – Ele se afasta e indaga de novo, o que me faz pensar na sua pergunta que eu já havia esquecido.

– Nós vamos fazer um “tour” preciso de alguém para vigiar enquanto procuro o cara – Faço aspas quando falo tour com os dedos.

– E quanto a Laurel? – Estava demorando para essa dai aparecer, se ela fosse pelo menos igual a Sara, mas não Oliver precisa rever seus gostos urgentemente.

– Peça para ela ficar de olho no Ray, e me encontre na porta do lado da escada com sorte ela nos levara a um corredor – Disse e Oliver assentiu sai em meio à multidão passando quase despercebida por essas pessoas esnobes e narizes em pé.

Passei longos minutos esperando Oliver dando pequenos sorrisos para as pessoas que passavam e me cumprimentavam.

– Até que enfim Oliver, não temos todo o tempo do mundo esse doido pode estar matando alguém agora mesmo – Sussurrei nervosa a Oliver que me encarava como se nada de mais tivesse acontecido, o que de fato foi, mas mesmo assim, será tão impossível para ele chegar no horário assim.

– Desculpe, encontrei alguns antigos amigos, vamos logo – Oliver segurou no meu cotovelo e abriu a porta olhando para os lados para se certificar que ninguém prestava a atenção, quando viu que estava seguro entramos e ele fechou.

– Qual o problema de vocês ricos que insistem em manter esses corredores escuros? – Falei assim que a porta foi fechada e ficamos de frente a um corredor extenso que eu esperava que estivesse claro o que não estava acontecendo, Oliver sorriu ao meu lado.

– Porque gostamos de pensar que estamos num filme de terror de Hollywood – Por que milionários são tão egocêntricos nunca vou saber já que duvido que eu vá ficar milionária de uma hora para outra e mesmo se eu ficasse eu acho que eu não seria assim.

– Faz todo o sentindo – Divago em voz alta e Oliver ri, e o olho sem entender o motivo.

– Felicity eu estava brincando – Oliver fala e um tom de vermelho invade o meu rosto, e espero que ele não perceba já que como já reclamei está escuro.

– Há claro, eu sabia... Quero dizer não sabia – Como eu posso ser tão inteligente e ao mesmo tempo tão boba? Eu tenho certeza que se fosse outra pessoa falando a mesma coisa eu não acreditaria, mas como é Oliver as coisas mudam de figura.

– Vamos Felicity, não podemos perder tempo – Ele pega no meu braço e começa a me puxar pelo corredor o que eu não acho a melhor ideia levando em conta que Oliver mais contato físico é igual a mim não estar bem.

Abrimos quatro portas até achar um computador, me sentei na cadeira e comecei o meu trabalho, enquanto Oliver ficava na porta.

– Droga! – Reclamei alto, fazendo Oliver me olhar preocupado.

– O que foi? – Perguntou ele me fitando preocupado.

– Têm senhas esse velharia, e pelo jeito que to vendo vou demorar mais do que eu achei que demoraríamos – Expliquei teclando o teclado na velocidade da luz.

– Eu avisei, para irmos para a caverna, pelo menos não passaríamos por tudo isso - Oliver disse baixo mais ao mesmo tempo alto o suficiente para atingir o objetivo dele ou seja me fazer ouvir.

– Oliver cuide da porta, eu dou um jeito aqui – O avisei e ele voltou a prestar atenção no corredor.

Fiz o melhor que pude e em poucos segundos conseguir burlar toda aquela exagerada segurança para um computador que parecia que não era utilizado há anos.

– Achei a linha de conexão que ele usa para explodir os sapatos, na verdade é bem visível me espanta que ainda não tenha achado esse cara, pelo que eu to vendo ele é um dos afetados pelo o terremoto, Thomas Larizo ele tinha uma empresa de sapato no Glades que foi destruída... – Falava rapidamente enquanto teclava a procura de mais informações sobre esse cara quando tudo ficou preto uma voz sinistra começou a falar, soltei um grito fino assustada.

– Felicity – Oliver me puxou para ele me afastando do computador.

– Eu sabia que você me encontraria Arrow Por isso pesquisei sobre você, e tenho que te parabenizar além da sua parceira ser muito inteligente é linda – A voz estava saindo falhada, entretanto dava para entender perfeitamente que ele estava falando sobre mim o que fez eu sentir muito medo de repente, Oliver cerrou os punhos e se posicionou na minha frente protetoramente como se o cara fosse sair do computador a qualquer momento e me atacar.

– E além de tudo isso ela tem um ótimo bom gosto para sapatos... – No mesmo instante alguma coisa no sapato começou a sugar o meu pé dolorosamente, e não tive forças para ficar em pé teria caído no chão se Oliver em um reflexo rápido não tivesse me segurado.

– Fique sabendo que eu só eu posso tirar esses sapatos de sua cinderela, me encontre no galpão mais próximo da onde você está e talvez eu possa te ajudar – A voz cessou sua fala e o computador voltou ao normal, meus pés doíam tanto que realmente achei que mesmo se eu não saísse explodida hoje, sairia sem os meus pés, era como se uma cola superpotente estivesse sido acabada de colocar entre meu sapato e meu pé.

– Diggle prepare o carro, temos que ir agora – Oliver discou o numero de Diggle o avisando aflito, para logo depois me pegar no colo e me carregar já que ele nem esperou dizer que eu não conseguia andar minha feição de dor já denunciava isso.

– Oliver não podemos passar assim pela festa – Disse ofegante pela dor o impedindo de abrir a porta para voltar à festa, Oliver olhou para mim e virou correndo procurando outra saída, por um milagre achou e saiu o mais rápido que pode para fora até achar Diggle o esperando com o carro.

Diggle nos olhou assustado enquanto Oliver me colocava dentro do carro, e expliquei da melhor forma que pude o que estava acontecendo ali, Diggle acelerou o carro até o galpão enquanto eu sentia meus pés a ponto de explodir tanto literalmente quanto figuramente.

– Oliver o que você está fazendo? – Disse entre um gemido de dor e outro, a Oliver que estava tirando o seu terno e sua blusa, se seu objetivo era me fazer prestar atenção em outra coisa que não fosse à dor, ele estava conseguindo.

– Tenho que colocar a roupa do arqueiro – E assim ele o fez enquanto eu tentava não olhar muito para o seu abdômen e suas pernas nuas.

Quando chegamos o que pareceu horas depois Oliver me pegou no colo, com a aljava nas costas e entramos no galpão sujo e grande Enquanto Diggle ficou do lado de fora, não parecia ter ninguém apenas tinha uma cadeira no meio, me esperando, eu estava apavorada para dizer o mínimo Oliver demorou alguns segundos até decidir enfim me por na cadeira.

– Ora Ora, apareceu rápido Arrow – Thomas surgiu das sombras do galpão e Oliver apontou o arco para ele, enquanto ele me olhava fixamente.

– Desative a bomba, agora - Sua voz agora mudada parecia ainda mais assustadora do que nunca, mas tudo o que Thomas fez foi abrir um sínico sorriso.

– Não tão fácil Arrow, primeiro quero que você faça uma coisa para mim, uma coisa fácil, como roubar alguns milhões – Ele riu como se fosse à piada mais engraçado do mundo, Oliver apertou as mãos mais forte em volta do arco, ele iria atirar a flecha quando ouvimos um tiro e Thomas caiu no chão, Diggle apareceu por trás dele com uma arma em suas mãos, Oliver correu até ele e pegou o dispositivo da sua jaqueta o dando para mim, o peguei sem fazer a mínima ideia do que fazer.

Consegui abrir o negocio encontrando vários fios emaranhados porque bombas tem que ter tantos fios?

– Oliver acho melhor você ficar distante – Disse assustada preste a cortar o fio que eu achava que me ajudaria, mas tudo o que ele fez foi se aproximar mais, reuni toda a minha força e cortei o fio e automaticamente o sapato que estava sugando o meu pé parou, e eu o tirei o jogando longe aliviada por não sentir mais aquela dor.

Oliver me puxou para um abraço e me abraçou me mantendo ali por um longo tempo que não notei que havia passado tudo o que eu queria era continuar ali, por muito mais tempo, nos separamos e Oliver ligou para Lance já que Thomas ainda estava vivo praguejando no chão.

O caminho para a minha casa foi silencioso e calmo não sentia vontade de falar na verdade não era necessário falar nada, Quando Diggle parou em frente ao meu prédio os convidei para entrar, mas só Oliver aceitou sendo que Diggle alegou ter que devolver o carro.

– Obrigado Oliver – Disse assim que entrei no meu apartamento, Oliver parecia encantado então lembrei que ele nunca tinha vindo aqui, fiquei vermelha quando ele repousou o olhar no quadro do Robin Hood na minha parede.

– Eu não fiz nada Felicity, você se salvou sozinha – Quando eu pensei que ele não tivesse ouvido e estava preste a repetir o meu obrigado ele se virou para mim e respondeu sorrindo, nos olhamos por alguns segundos até ele desviar o olhar.

– Você quer um chocolate quente? Ou algo assim? – Ofereci saindo do seu campo de visão o tê-lo na minha casa tão perto do meu quarto estava me fazendo ter pensamentos no mínimo platônicos.

– Quero mais eu mesmo faço, me espere aqui você precisa descansar e não se preocupe eu vou achar tudo – Ele disse se encaminhando para a minha cozinha fiquei com medo dele quebrar tudo ou alguma coisa assim, mais ai lembrei que ele não é igual a mim e me deitei no sofá se permitindo descansar um pouco, enquanto eu tentava não pensar muito no fato de Oliver Queen estava na minha cozinha fazendo um chocolate quente para mim.