S.O.S. Coração escrita por Anatomia do Conto


Capítulo 10
O Amor não Correspondido de Cecily.




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Henry estava caminhando por uma pracinha, solitário. Já passava das 10 horas, e o garoto estava parecendo super chateado. Como Verônica pôde ter dado um bolo nele? Não estava acreditando naquilo.

Por quê? Era o único pensamento que lhe ocorria.

Mesmo que gostasse muito de Verônica aquilo não passaria batido.

Ás 11:30 da noite Verônica chegou em casa. Ryan, James e Lion estavam na sala assistindo um programa e a viram passar, mas ela não falou com eles. Tentou disfarçar o choro.

– Queridos irmãos! - Falou Lion enquanto Verônica subia as escadas. - Estou 10 libras mais rico. Disse que ela não chegava antes das 10, não disse? Podem passar o dinheiro da aposta, então.

– Idiota. - Disse James, quando ele e Ryan entregavam o dinheiro a Lion.

No quarto, Annie e Kathy dormiam, e Verônica olhava o céu de sua janela, enquanto pensava.

Deus! Henry estava me esperando! Ele deve estar furioso comigo.

Agora o jeito era esperar até amanhã para ver no que daria. Então pegou seu diário e contou tudo o que havia acontecido naquela noite: Sobre a “visão”, seu coração mais uma vez gritando por Nick, e no que falaria para Henry no dia seguinte.

Henry estava passando por uma rua, quando ouviu uma música vinda de um barzinho. Era “City of Delusion” da banda Muse. O garoto então pensou: Se Verônica estragou a sua noite podia ao menos beber algo.

Então foi para o tal barzinho. Na entrada, avistou Craig, Lorraine, Donnie e mais quatro jovens que não conhecia fumando algo. Henry passou direto e entrou no lugar.

Mallory e Cecily o avistaram. A garota gótica, que estava curtindo a música, deixou a bebida que estava tomando derramar. Mallory, então, olhou para a amiga, e disse:

– O cara é comprometido. Cuidado!

Cecily olhou para a amiga, séria.

– Soube disso! Mas não me importo, se você quer saber.

– Não se importa? - Mallory riu, desdenhando. - E quanto às outras namoradas que ele já teve? Sempre você disse que não se importava, mas era eu que enxugava as suas lágrimas no fim.

– Você tem de me lembrar disso toda vez?

– Só estou falando isso porque você é minha amiga! - Mallory pôs a mão no ombro da amiga, depois apontou para Henry. - E a namorada dele é irmã da nossa mais nova amiga. A Annie. Lembra?

– Eu sei, ok? - Disse Cecily, tirando a mão da amiga do seu ombro. - E quer saber? Vai ser até bom ser amiga da Annie. Assim vou ficar a par de tudo sobre o Henry e a... Sei lá o nome daquela moribunda que o Henry está namorando.

– Cecily, Não é legal ficar com caras comprometidos. - Disse Mallory, séria.

– É mesmo, Mallory? - Respondeu Cecily com raiva para a amiga. - Pois então não fique com caras comprometidos.

– Quem é que vai ficar com caras comprometidos? - Perguntou uma voz de garoto. As garotas se viraram para ver quem era. Era Craig, que estava acompanhado por Lorraine e Donnie.

– Ah... Oi, primo! - Cumprimentou Mallory. - Já acabou de tragar?

– Já. E foi maravilhoso. - Informou Donnie, Rindo bobamente. - Estou vendo estrelas até agora.

– E então... Quem é a danadinha que vai ficar com caras comprometidos? - Perguntou Craig, mais uma vez a prima, Mallory.

Lorraine percebeu que Cecily não tirava os olhos de Henry e antes que Mallory pudesse responder, ela o fez, rindo doentiamente.

– Cecily. Que parece estar a-pai-xo-na-da... - Anunciou teatralmente. - Pelo loiro bonitão e solitário que está tomando um Bacardi 151 lá no balcão.

– Porque você não vai lá falar com ele, garota? - Perguntou Donnie, maliciosamente.

– Por que eu não quero! - Respondeu Cecily, com grosseria.

– Mas que garota tímida! - Falou Craig, fazendo um biquinho. - Não gosto disso!

– Eu também não! - Disse Donnie, segurando no braço da garota. - Vamos, Cecily. Vai falar com seu grande amor.

– Nããão! - Cecily exclamou.

– Ah, não, Cecily, por favor! - Disse Lorraine, começando a rir, e começou a ajudar Donnie a puxar o braço da garota gótica. - Não seja tão tímida!

– Afinal de contas ele é seu amor! - Donnie falou, começando a rir mais alto.

Cecily ficou com raiva do trio, e começou a tremer com a idéia de ir falar com Henry.

– Me larguem, por favor! Me larguem! - Começou a falar alto.

Mas Lorraine e Donnie já haviam conseguido levantá-la da cadeira, e a puxavam.

– Por favor! Não, por favor! - Cecily começou a ficar realmente assustada.

Craig se juntou aos amigos e os três a empurraram com força. A garota bateu o lado com força em alguém, rodopiou e escorregou na bebida que a pessoa havia derramado, caindo em seguida.

Todos do local olharam a garota caída no chão. Muitos riam alto, outros a olhavam com pena.

Craig, Lorraine, e Donnie riram alto.

Cecily ainda caída no chão levantou a cabeça, e viu Henry, sentado no balcão, a olhando com muita pena.

A garota desejou que tivesse batido a cabeça com força em uma mesa. Queria morrer. Tamanha vergonha que estava sentindo de todos a olharem daquela forma, mas principalmente de Henry estar ali também.

Uma lágrima caiu, fazendo borrar sua maquiagem. Mallory correu a ajudar a amiga.

– Ah, Cecily. Vem! Deixa eu te ajudar! - Disse quando se abaixou ligeiramente. Mas a garota se desvencilhou da amiga.

– Me deixa, Mallory! - Disse saindo correndo dalí.

Mallory lançou um olhar de censura ao primo e seus amigos.

– Idiotas! Como vocês pôdem fazer isso com a coitada?

– Coitada mesmo! - Riu-se Donnie.

– Sempre soube que essa sua amiguinha era uma otária. - Disse Lorraine, rindo também.

Mallory ia responder a garota, mas seu celular tocou na hora e ela atendeu.

– Você conseguiu achar o bar? – Perguntou um pouco alto, o barulho das vozes e da música no lugar era grande. - Está bem! Estou saindo... Está bem! Aí fora a gente se fala... Tio.

– Quem da nossa família está aí fora, Mallory? - Perguntou Craig, curioso.

– O tio... O tio Alan.

– Ah... O tio Alan! Sei... - Disse Craig, um pouco intrigado. - Manda um abração pra ele.

– Pode deixar! - Disse Mallory, lançando-lhe um olhar significativo.

O primo apenas balançou a cabeça. Poucos instantes depois saiu com Lorraine e Donnie dalí.

No dia seguinte, Verônica parecia super estranha, e quando a turma chegou à escola foi que a garota ficou ainda mais esquisita, Annie não se conteve.

– Verônica, o que foi que aconteceu? - Perguntou.

– Nada. - Mentiu.

– Como se não te conhecesse. - Disse Annie. - Pode ir falando o que foi que aconteceu.

– E o seu encontro com o Henry? - Perguntou Kathy, curiosa. - Você ainda não disse nada.

– Não teve encontro. - Verônica confessou.

– O QUE? - Exclamaram juntas.

– Ah... Depois eu explico! - Disse Verônica começando a sair a procurar Henry e deixando para trás a irmã e a amiga com caras de bobas.

A garota procurou em todos os lugares possíveis, e ao chegar à sala de música viu o garoto sentado em frente ao piano. Entrou devagar e ao chegar próximo a ele, o chamou.

– Henry!

O garoto se virou para Verônica. Ele a olhou muito chateado e foi se levantando para sair. Verônica o agarrou pelo braço e ele se virou para ela. Suas faces ficaram bem próximas. Henry a olhou com desejo, mas ficou em silêncio.

– Me escuta, por favor! Eu posso explicar!

– Explicar o que? - Henry se desvencilhou. - Você me deu um bolo. Você sabe que sou completamente louco por você. Você brincou comigo. Assim como está fazendo agora!

Verônica olhou para o chão, envergonhada. Henry então continuou.

– Como você faz isso com os outros? Como você faz isso comigo? Ninguém brinca assim com os sentimentos dos outros, menina.

– Eu sei, mas... - Verônica tentou se justificar. - Mas eu posso te explicar...

– Como se não soubesse o porquê disso. É o idiota do Nick, não é? - Henry falou em tom alterado. - É ele que sempre está entre nós, não é?

– Não fala dele assim! Ele não teve culpa...

– Ah, sem essa, Verônica!

Verônica percebeu que o garoto tinha na mão esquerda um delicado colar de ouro com um pingente de coração.

– O que é isso? – Perguntou.

– Ia te dar ontem à noite. – Respondeu Henry, mostrando o colar a garota.

– Ah... Henry... Desculpa... - Gaguejou.

"Olha, Verônica, nunca tinha dito isso a nenhuma garota com quem já namorei, mas você é a pessoa com quem mais me importo no mundo. Estar com você me faz sentir coisas que não sei explicar. Quando você me vem ao pensamento eu riu, me emociono, fico trêmulo, sinto a necessidade de estar perto de você... Sempre. Você não percebe isso?"

Verônica lembrou-se do momento que Nick lhe pediu em namoro na floresta, em Surrey. Henry falou exatamente tudo o que havia dito a Nick.

Com isso ficou um pouco nervosa. Henry também ficou ruborizado com a declaração. Verônica não respondeu ao garoto. Ele então olhou para o chão, desapontado.

– Desculpa por não poder corresponder às suas expectativas, Verônica. - E foi saindo da sala de música.

Mais uma vez Verônica agiu por impulso. Então agarrou o braço do garoto, puxou-lhe e deu um grande beijo. Um beijo com a mesma intensidade do beijo que Henry lhe dera na manhã anterior, na saída da escola.

– Desculpa, Henry... - Verônica suspirou quando se separaram, já Henry parecia atordoado com o beijo. - Desculpa, meu amor!

Verônica pôde ver um brilho intenso nos olhos de Henry.

A primeira vez a garota admitiu a si mesma que estava dividida.


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